Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ATIVIDADES FÍSICAS PARA JOVENS E ADULTOS ENTENDENDO O MOVIMENTO 2 SUMÁRIO 1. O MOVIMENTO .................................................................................................................................. 4 1.1. CONCEITOS INICIAIS ........................................................................................................................ 4 1.2. IMPORTÂNCIA DE HÁBITOS DO MOVIMENTO ................................................................................. 6 2. TIPOS DE EXERCÍCIOS FÍSICOS ............................................................................................................ 7 2.1. EXERCÍCIOS AERÓBICOS .................................................................................................................. 8 2.2. EXERCÍCIOS ANAERÓBICOS ............................................................................................................. 8 3. REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 9 3 INTRODUÇÃO Olá! Você já parou para pensar sobre o movimento? Quais os seus significados e propósitos? Nesta unidade de aprendizado, iremos trabalhar em alguns conceitos dentro do movimento, como atividades físicas, exercícios, esportes e também analisar a importância de hábitos ativos em nossas vidas, proporcionando uma melhora em mecanismos do corpo e benefícios a saúde. Bom trabalho! 4 1. O MOVIMENTO 1.1. Conceitos iniciais O que você entende como movimento? O movimento é a peça fundamental da Educação Física. O intelectual Vitor Marinho de Oliveira, um protagonista de uma época de modificações e estabelecimento de novos rumos da educação física brasileira, nos anos 1980, considera que não existe Educação Física sem o movimento do humano. Movimento é toda ação, efeito ou ato de mover; dirigir de um lugar para o outro ou agitar algo/parte do corpo. Uma das aceitações do termo, diz respeito ao estado do corpo quando este muda de posição ou lugar. Quando citamos a cultura corporal do movimento, podemos designar diversas manifestações corporais, como os jogos, danças, ginásticas, brincadeiras, lutas e rodas. Ao estarmos vivos, o corpo humano cria movimentos; e ao se movimentar, cria sentidos, gestos e expressões. Nas palavras dos professores Adroaldo Gaya e Anelise Gaya, ela engloba tudo o que “homens e mulheres acrescentam à natureza com finalidade de expressar sentimentos, emoções e desejos, aquilo que ultrapassa os determinismos físicos e biológicos”. Neste tópico, iremos abordar o movimento voltado a ação de se movimentar de uma forma motora. Mas, para isso, precisamos relembrar alguns conceitos iniciais de dimensões distinta do movimento como atividade física, exercício físico e esporte. Você se recorda de todos os significados e diferenças? Quando falamos sobre atividade física, citamos qualquer movimento corporal que conseguimos realizar pela contração da musculatura, havendo um gasto energético acima do basal (patamar mínimo da atividade de um corpo em completo repouso). De acordo com Francisco José Gondim Pitanga “ela pode ser entendida como qualquer movimento corporal, produzido pela musculatura esquelética, que resulta em um gasto energético, tendo componentes e 5 determinantes de ordem biopsicossocial, cultural e comportamental”. Temos como exemplo: caminhar ao mercado, dançar, subir escadas e trabalhar no jardim. Já quando tratamos sobre o exercício físico, falamos sobre um tipo de atividade física estruturada, envolvendo intensidade, frequência, duração e progressão, tendo como objetivo a melhora de sua aptidão física. De acordo com Caspersen e Mathhew (1985) “o exercício físico é toda atividade física planejada, estruturada e repetitiva que tem por objetivo a melhoria e manutenção de um ou mais componentes de aptidão física.” Temos como exemplo uma caminhada de uma hora sem intervalo, com ritmo constante para percorrer a distância estipulada. Figura 1. À esquerda, um exemplo de atividade física: subir um lance de escadas. À direita, temos um exemplo da prática de exercícios físicos: a musculação. Fonte: Google Imagens Já o esporte, é um tipo de atividade física que envolve o desempenho e competição. Segundo o professor da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, Valdir Barbanti, o “esporte é uma atividade competitiva institucionalizada que envolve esforço físico vigoroso ou o uso de habilidades motoras relativamente complexas por indivíduos, cuja participação é motivada por uma combinação de fatores intrínsecos e extrínsecos”. Sua prática pode ser enquadrada de duas maneiras: os esportes de recreação e os de alto rendimento. Podemos exemplificar com a caminhada até o mercado dos exemplos citados acima, porém com o objetivo de ser a primeira a percorrer a distância em menor tempo. 6 Já o esporte de alto rendimento, podemos definir como aquele que tem como objetivo principal o alcance do desempenho máximo, propondo desafiar os próprios limites, na busca incessantemente pela vitória. Já o esporte de recreação, tem como principal meta a melhoria do bem estar e o convívio interpessoal sem deixar de exigir um repertório motor aguçado e movimentos mais complexos. Figura 2. Prática do tênis. À esquerda, um jogador amador, praticando recreativamente a modalidade. À direita, o tenista espanhol Rafael Nadal disputando uma partida no mais elevado nível da modalidade no torneio de Roland Garros, na França. Fonte: Google Imagens Podemos concluir que os três conceitos e definições citados acima, mesmo que divergentes, se conectam por possuírem um ponto em comum: a movimentação do corpo através da musculatura, a partir da qual ocorre um gasto energético. 1.2. Importância de hábitos do movimento Podemos usar o exercício físico como uma ferramenta eficiente e natural contra doenças crônicas e metabólicas, que possuem sua origem no sedentarismo. Sua prática regular pode ajudar na redução do risco de óbito por doença cardíaca coronária, diminuindo também o risco de diabetes, pressão alta, entre outras patologias que citaremos mais afundo em outra unidade de aprendizagem. 7 Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ausência da atividade física está diretamente ligada com os índices de mortalidade prematura, sendo o quarto fator de risco para a mortalidade precoce. No Brasil, a ausência de hábitos relacionados às atividades físicas possui relação de 3 a 5 % das principais doenças crônicas não transmissíveis e com 5,3 % das mortes ocorridas no ano de 2008. Perante este contexto, a OMS faz a recomendação aos seus Estados membros para desenvolverem programas e políticas de prática em função da promoção da saúde através das práticas de movimento. Não existe uma “receita de bolo” sobre uma quantidade suficiente para a prática de exercícios físicos, mas sim uma recomendação mínima para se manter de forma ativa. Quando realizamos a prática de exercícios físicos, nosso corpo passa por um processo de adaptação funcional. Por exemplo: a maior liberação do hormônio do exercício físico volta ao normal algumas horas depois do esforço e novos aumentos serão esperados com novos estímulos. Dentro dos benefícios que hábitos ativos do movimento proporcionam, podemos citar entre eles: ✓ Diminuição do tecido adiposo ✓ Ossos, articulações e musculatura mais sadios ✓ Diminuição de sintomas de ansiedade e depressão ✓ Maior autonomia e independência ✓ Diminui o risco de obtenção e desenvolvimento de patologias 2. Tipos de exercícios físicos Quando falamos de exercícios físicos, podemos classificá-los de duas formas, diferenciando pela maneira de obtenção de energiapelos músculos responsáveis: exercícios aeróbicos e exercícios anaeróbicos. 8 2.1. Exercícios aeróbicos Trata-se de todo e qualquer tipo de movimentação corporal feita de forma voluntária e repetitiva, recrutando certo grupo muscular de forma rítmica. Quando falamos sobre aeróbico, precisamos lembrar que o processo de geração de energia utiliza oxigênio e também na quebra de glicose, produzindo a adenosina trifosfato, responsável por transportar energia para as células. Eles são realizados por um período contínuo e estimulam os sistemas cardiorrespiratório e vascular. Temos como exemplos a corrida, ciclismo e natação. 2.2. Exercícios Anaeróbicos Os exercícios anaeróbicos possuem uma forma de obtenção de energia que independe do uso de oxigênio. São atividades de curta duração, com alta intensidade, normalmente direcionados para grupos musculares específicos. Temos como exemplos o arremesso de peso, cem metros rasos no atletismo, musculação e saltos. Na próxima unidade de aprendizado, analisaremos mais especificamente a importância do hábito de movimento em faixas etárias específicas. Figura 3. A corrida é um exemplo de exercício aeróbico. Fonte: Google Imagens Figura 4. A musculação é um tipo de atividade física anaeróbica. Fonte: Google Imagens 9 3. REFERÊNCIAS SHARKEY, Brian. Aptidão física ilustrada – Porto Alegre: Artmed, 2012. CASPERSEN, C. J. MATHHEW, M. Z. Physical activity, exercise, and physical fitness: definitions and distinction for health- relates research. Public health Reports. Rockville, v. 100. n.2, p.172-9, 1985. BARBANTI, V. J. O que é esporte? Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, Pelotas, v. 11, n. 1, p. 54-58, jan. 2006. ATIVIDADES FÍSICAS PARA JOVENS E ADULTOS HÁBITOS ATIVOS EM CADA FAIXA ETÁRIA 2 SUMÁRIO 1. IMPORTÂNCIA DE HÁBITOS ATIVOS EM CADA FAIXA ETÁRIA ............................................................ 4 1.1. FAIXA ETÁRIA DE 5 A 17 ANOS ........................................................................................................ 4 1.2. FAIXA ETÁRIA DE 18 A 64 ANOS ...................................................................................................... 5 1.3. FAIXA ETÁRIA ACIMA DE 65 ANOS .................................................................................................. 7 2. REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 8 3 INTRODUÇÃO Olá! Para darmos continuidade a nossa análise dos movimentos, iremos trabalhar com os conceitos, benefícios e exemplificações de exercícios práticos dentro das possibilidades de cada etapa trabalhada quanto as recomendações da Organização Mundial da Saúde e demais organizações. Dentro desse contexto, é possível trabalhar em todas as fases algum tipo de repertório motor muitas vezes adquirido com o tempo, porém estacionado (principalmente na fase adulta). Ao receber o estímulo através do hábito prático, o adulto pode voltar a sentir a necessidade de uma rotina de exercícios para que talvez haja uma melhoria em algum quesito. Nesta unidade de aprendizado, fique atento principalmente aos prós e formas de trabalho! Bons estudos! 4 1. IMPORTÂNCIA DE HÁBITOS ATIVOS EM CADA FAIXA ETÁRIA Como já citamos na unidade de aprendizagem anterior, a Organização Mundial da Saúde (OMS), junto a outros órgãos governamentais, publicou, no ano de 2010, um documento com o objetivo de orientar programas de promoção à atividade física, visando a promoção da saúde. As recomendações, são direcionadas a três perfis etários: ✓ 5 a 17 aos; ✓ 18 a 64 anos; ✓ A partir dos 65 anos. 1.1. Faixa etária de 5 a 17 anos Desde que não haja nenhuma contraindicação médica, crianças e adolescentes devem ser estimulados a participar de atividades variadas que contribuam para o desenvolvimento do repertório motor de forma lúdica. Logo, a apresentação de jogos, brincadeiras, recreação, danças e atividades manipulativas com bolas entre outros materiais, são exemplos de atividades para esta idade. Figura 1. Prática esportiva realizada por meninas adolescentes. Fonte: Google Imagens 5 A OMS recomenda que o praticante acumule ao menos 60 minutos diários de atividade física, com intensidade de moderada a alta. É possível realizar as atividades em momentos diferentes, não sendo necessário praticar os 60 minutos de forma sequencial: é possível atingir a meta realizando por exemplo 30 minutos na parte da manhã, e 30 minutos na parte da tarde. Todo o tempo extra com a criança se movimentando acarretará mais benefícios para sua saúde. Além das atividades de alta intensidade, devem ser agregadas aquelas que trabalham grupos musculares e possuem impacto ao menos três vezes na semana, como corridas e saltos. Para aquelas crianças que possuem um estilo de vida sedentário, o ideal é a introdução da atividade de forma gradual: aumentando sua duração, frequência e intensidade; até que seja atingida a meta mencionada. Dentro desta faixa etária, temos os seguintes benefícios em ter uma vida ativa: ✓ Desenvolvimento dos tecidos; ✓ Desenvolvimento do sistema cardiovascular; ✓ Desenvolvimento da coordenação e controle de movimentos; ✓ Manutenção do peso corporal; ✓ Psicológicos: menores índices de depressão e ansiedade; ✓ Psicossociais: autoexpressão, autoconfiança e interação social; ✓ Comportamentos sociais saudáveis. 1.2. Faixa etária de 18 a 64 anos Dentro desta faixa de idade, a atividade física diz respeito as atividades de lazer, que podemos ser exemplificadas na dança, jardinagem, passeios com 6 o cachorro; atividades de locomoção, como caminhar, patinar e pedalar; e ocupacionais, como exercícios planejados, tarefas domésticas e esportes. O ideal são atividades de pelo menos 150 minutos de exercícios aeróbicos com intensidade moderada; 75 minutos com alta intensidade ou a mescla dos elementos citados para chegar a uma média. Porém, dentro destas possibilidades de adaptação, o ideal não é realizar menos de 10 minutos por duração: a mais eficaz são 30 minutos por dia, 5 vezes na semana. Atividades de fortalecimento muscular entre dois e três dias da semana também irão agregar para uma rotina ativa. Alguns grupos como gestantes, pós-parto e que possuem algum tipo de patologia, devem de forma primordial, procurar o auxílio médico e de um profissional de Educação Física para orientações, realizando as práticas de forma responsável e dentro das recomendações. O ideal para adultos sedentários, é a inserção da rotina de forma gradual: aumentando sua duração, frequência e intensidade; até que seja atingida a meta mencionada. Para aqueles que apresentam alguma dificuldade ou limitação para a realização e não consiga realizar toda a rotina, deve-se lembrar que apenas por não estar totalmente sedentário, já está havendo avanços na manutenção do corpo. Dentro desta faixa etária, temos os seguintes benefícios em ter uma vida ativa: ✓ Menores taxas de morte por doença cardíaca, pressão alta, diabetes tipo II, síndrome metabólica, câncer de cólon e mama; ✓ Manutenção da massa muscular e óssea; Figura 2. Exemplo de exercício físico aeróbico para adultos: sequência “Burpee”. Fonte: Google Imagens 7 ✓ Maior desempenho cardiorrespiratório e muscular; ✓ Manutenção do peso; ✓ Psicológicos: menores índices de depressão e ansiedade. 1.3. Faixa etária acima de 65 anos Para pessoas com 65 anos ou mais, tal como para os jovens e adultos, entre 18 e 64 anos, as atividades físicas dizem respeito as atividades de lazer; locomoção e ocupacionais, levando em contao importante aspecto de priorizar o desenvolvimento na companhia da família, amigos ou grupos. Nesta idade, a atividade física possui um caráter social bem presente, indicada também para a manutenção dos sistemas cardiorrespiratórios, ósseo e muscular, tardando também o declínio da capacidade cognitiva. O recomendado também segue as diretrizes para o grupo anterior, com pelo menos 150 minutos de atividade aeróbica com intensidade moderada; 75 minutos com alta intensidade ou a mescla dos elementos citados para chegar a uma média. Para quem tiver uma mobilidade mais reduzida, a OMS ainda recomenda a prática durante pelo menos três vezes por semana a fim de melhorar a noção de equilíbrio, evitando quedas. Dentro desta faixa etária, temos os seguintes benefícios em ter uma vida ativa: ✓ Menores taxas de morte por doença cardíaca, pressão alta, diabetes tipo II, síndrome metabólica, câncer de cólon e mama; ✓ Maior desempenho cardiorrespiratório; Figura 3. Atividade física realizada em grupo por mulheres acima de 65 anos. Fonte: Google Imagens 8 ✓ Melhoria geral na saúde; ✓ Menor risco de fraturas; ✓ Redução do risco de queda; ✓ Melhora nas funções cognitivas. Agora que já analisamos os conceitos e importâncias dentro da atividade física, iremos trabalhar a próxima aula questões de aptidão física: seus princípios de treinamento e mitos. 2. REFERÊNCIAS SHARKEY, Brian. Aptidão física ilustrada – Dados eletrônicos – Porto Alegre: Artmed, 2012. HEYWARD, Vivian H. Avaliação física e prescrição de exercício – 6. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre: Artmed, 2011. ATIVIDADES FÍSICAS PARA JOVENS E ADULTOS CARACTERIZANDO ASPECTOS FÍSICOS, MOTORES E PSICOSSOCIAIS 2 SUMÁRIO 1. FASE ADULTA ..................................................................................................................................... 4 1.1. ASPECTOS FÍSICOS ........................................................................................................................... 4 1.2. ASPECTO MOTOR ............................................................................................................................ 5 1.3. ASPECTO PSICOSSOCIAL .................................................................................................................. 7 2. REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 9 3 INTRODUÇÃO Olá! Sobre o termo “adulto”, entendemos uma pessoa que atingiu a maturação em nível de crescimento, de suas funções fisiológicas, intelectuais e emocionais. É a fase que atingimos o pico do desenvolvimento, que pode ser dividida em três fase, as quais veremos ao longo desta unidade de aprendizagem. Aqui, iremos abordar os aspectos físicos, motores e psicossociais que giram em torno desta fase, através das teorias existentes. Bom estudo! 4 1. FASE ADULTA Podemos dividir a fase adulta em três etapas, de acordo com a idade dos indivíduos: o adulto jovem, fase correspondente dos 18 aos 30 anos de idade, seguido pelo adulto médio, fase correspondente dos 30 aos 40 anos de idade e, por fim, o adulto maduro, fase correspondente dos 40 aos 60 anos de idade. Figura 1. Todas as etapas do ser humano, em suas oito idades. Destacadas temos as três etapas da fase adulta: adulto jovem, médio e maduro. Fonte: Google Imagens 1.1. Aspectos Físicos No primeiro estágio da vida adulta, o indivíduo está em seu auge em aspectos físicos e cognitivo: sua função sensório motora está desenvolvida, na qual a acuidade visual é máxima, tendo o paladar, olfato e a sensibilidade a dor da mesma forma até pelo menos 45 anos (exceto a audição que aproximadamente com 25 anos já começa a sofrer alterações, principalmente em sons agudos). Além disso, possui mais tecido muscular, mais cálcio nos ossos, massa cerebral, capacidade aeróbica e possui uma eficiência maior quando se trata do sistema imunológico. Esta fase é considerada como base do funcionamento do restante da vida: o que os jovens adultos comem, quão fisicamente ativos são, se bebem, fumam ou utilizam drogas; estas questões serão de importância fundamental para sua saúde e bem estar nos anos seguintes. As funções cardíacas e 5 pulmonares não alteram enquanto estão em repouso, apenas a performance pode declinar com a idade quando os testes são realizados antes e após o exercício. Tabela 1. Aspectos positivos e negativos influenciando a saúde do adulto. Influências sobre a saúde do adulto Positivas Alimentação e atividade física. Negativas Tabagismo e uso de drogas. Já adultos na faixa entre 45 e 65 anos, passam por momentos de cuidados especiais com a saúde, em função das mudanças hormonais, início da perda musculoesquelética, tendência do aumento de peso, tempo de reflexo mais lento, diminuição do tônus e força muscular e maior probabilidade de doenças crônicas. Tabela 2. Degeneração dos órgãos do sentido: visão e audição. Órgãos sensitivos Visão Probabilidade de hipermetropia (cristalino perde a elasticidade), miopia. Audição Perda gradual, principalmente após 55 anos, com sons de alta frequência. 1.2. Aspecto Motor O desenvolvimento e crescimento humano podem sofrer alterações devido a diversos fatores e condições em qualquer período. Quando falamos mais especificamente sobre a fase adulta, pode acontecer de algum 6 desempenho dentro da tarefa motora estar comprometida devido a um processo de degeneração do sistema fisiológico. Este processo chama-se envelhecimento, e significa para muitos uma limitação da execução de tarefas. Como principais fatores, de limitação, além do envelhecimento, podemos citar: o estado de seus sistemas fisiológicos, doenças, características psicológicas, ambiente em que vive e seu estilo de vida. Figura 2. Fatores que influenciam negativamente a vida adulta: estilo de vida, como cigarro, doenças, como diabetes, ambiente em que vivem, envoltos em pobreza, e características psicológicas. Fonte: Google Imagens Quando tratamos de movimentos específicos realizados pelos adultos, alguns fatores podem influenciar o desempenho de alguns movimentos específicos, tais como o meio, estabilidade do solo, a temperatura e a iluminação. Como exemplo, temos a perda da precisão ao realizar atividades que recrutam a musculatura e habilidades manipulativas fina. Com o envelhecimento, ocorre a degeneração fisiológica, ocorrendo perdas na precisão e velocidade (podendo ser relacionada a alterações no sistema musculoesquelético ou nervoso central), então, ao colocar uma linha na agulha, por exemplo, o indivíduo poderá ter dificuldades. 7 Outro aspecto que passa por um processo de mudanças, é o equilíbrio e controle postural. Este processo acarreta a ativação de outros grupos musculares, ou na ativação dos antagonistas e agonistas simultaneamente, podendo ainda considerar como um mecanismo de defesa, sendo uma forma de compensação. 1.3. Aspecto Psicossocial O conceito de tornar-se adulto, envolve questões como identidade, estruturação da personalidade, autorrealização e responsabilidades. Dentro das mudanças de personalidade, Erik Erikson descreve oito fases, entre o nascimento até os 60 anos, onde cada fase apresenta uma crise. Nos dois estágios da vida adulta, definidos por ele, temos a maioridade jovem (21 – 40 anos) e a meia idade (40 – 60 anos). A primeira é caracterizada por questões como a preocupação com o bem estar de gerações futuras, e uma personalidade enriquecida em diversos aspectos, o que gera uma vontade de ensinar aos mais jovens. Já a segunda é caracterizada por questõescomo capacidade de convívio sem ter a própria personalidade anulada e uma necessidade de manter relações para formar uma personalidade. 8 Figura 3. Características das duas fases da vida adulta segundo Erikson: maioridade jovem e meia idade. Já Winnicott, acredita que na fase adulta nós desenvolvemos a maturidade. E para isso, é necessário o desenvolvimento de quatro tarefas, sendo elas, o processo contínuo de amadurecimento, sem pular etapas, o que garante que o indivíduo não fique estagnado em algum ponto do desenvolvimento emocional, o modo de vida democrático, que caracteriza a capacidade de conviver e lidar com as diferenças, lidar com impotências e imperfeições, que envolvem sensações de incapacidade, frustrações e consciência da realidade e, por fim, capacidade de vivenciar o envelhecimento e a morte. 9 2. REFERÊNCIAS GAZZOL, K., et al. O Desenvolvimento Humano ao Longo do Ciclo Vital. Psicologado. (2018). Acessado em 1° de julho de 2020. SHARKEY, Brian. Aptidão física ilustrada – Dados eletrônicos. – Porto Alegre: Artmed, 2012. HEYWARD, Vivian H. Avaliação física e prescrição de exercício – 6. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre: Artmed, 2011. https://psicologado.com.br/ ATIVIDADES FÍSICAS PARA JOVENS E ADULTOS PROGRAMA E PRINCÍPIOS DE TREINAMENTO 2 SUMÁRIO 1. PROGRAMA DE EXERCÍCIO FÍSICO ...................................................................................................... 4 1.1. CONCEITOS INICIAIS ........................................................................................................................ 4 2. PRINCÍPIOS DO TREINAMENTO .......................................................................................................... 5 2.1. PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE BIOLÓGICA .................................................................................. 5 2.2. PRINCÍPIO DA ADAPTAÇÃO ............................................................................................................. 6 2.3. PRINCÍPIO DA SOBRECARGA ........................................................................................................... 7 2.4. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE ........................................................................................................ 7 2.5. PRINCÍPIO DA INTERDEPENDÊNCIA VOLUME-INTENSIDADE ........................................................... 7 2.6. PRINCÍPIO DA ESPECIFICIDADE ........................................................................................................ 8 2.7. PRINCÍPIO DA VARIABILIDADE/GENERALIDADE .............................................................................. 8 2.8. PRINCÍPIO DA SAÚDE ...................................................................................................................... 8 3. REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 9 3 INTRODUÇÃO Olá! Na unidade de aprendizagem anterior analisamos os aspectos físicos, motores e psicossociais entre as fases do estágio adulto. Agora que já sabemos quais são os principais pontos, iremos conhecer um pouco mais do funcionamento de programas de treinamento, junto com os princípios do treinamento esportivo. E, finalizando, iremos fazer uma análise geral entre os pontos descritos nesta unidade de aprendizado. Bons estudos! 4 1. PROGRAMA DE EXERCÍCIO FÍSICO 1.1. Conceitos iniciais Atualmente, um grande grupo de pessoas procura incluir em seu cotidiano uma rotina de exercício por diversos motivos: melhora na saúde, desempenho, lesões, lazer, entre outros. O ideal é que cada pessoa busque um profissional de Educação Física para guiá-lo até o objetivo final. Porém, nem sempre as pessoas possuem este acompanhamento, fazendo com que as adaptações orgânicas não aconteçam, consequentemente, não alcançando o resultado. Para montarmos um programa de exercício, são essenciais três componentes: ✓ Avaliação física ✓ Prescrição do exercício ✓ Avaliação do programa. A avaliação física é um método para traçar o perfil do aluno de maneira a prescrever os exercícios de acordo com as limitações e condições do atleta. De acordo com Mckiernan e Froelicher, os principais elementos que o compõe são: composição corporal, teste ergométrico, análise postural, testes de flexibilidade e resistência muscular. Para a prescrição do exercício, o primeiro passo é organizar os objetivos do aluno para selecionar quais serão as atividades específicas naquele caso, produzindo as adaptações necessárias visando o desenvolvimento individual dele. Os exercícios são montados de uma forma progressiva de intensidade, para que não haja nenhum tipo de sobrecarga. É necessário conversar com o aluno sobre a importância da regularidade dentro da prescrição para que não haja uma quebra da prática regular do exercício. Caso o aluno já esteja satisfeito com o corpo que está, é necessário que ele continue treinando para manter a forma. Os principais elementos que compõem a prescrição são: 5 ✓ Frequência ✓ Duração ✓ Intensidade ✓ Tipo de exercício Todo planejamento de exercícios gera alterações e adaptações no organismo, e para acompanhar estas alterações é necessário realizar uma avaliação do programa de treinamento que você está realizando. O período ideal para a realização da nova avaliação, é a cada sete semanas. Utilizamos o instrumento de avaliação chamado “teste de hipótese” ou “teste T”. Para a aplicação do teste, existe um protocolo que deve ser seguido, que inclui um pré- teste, a prescrição e pós-teste. Agora que já sabemos como funciona um programa de exercícios, veremos os princípios do treinamento esportivo. 2. PRINCÍPIOS DO TREINAMENTO De acordo com o doutor Manoel Tubino em sua obra de 1984, temos como princípios de treinamento a individualidade biológica, a adaptação, a sobrecarga, a continuidade, a interdependência volume-intensidade. Ele ainda enfatiza que os cinco princípios são interligados em todas as suas possíveis aplicações. Já em 1995, o professor Estélio Dantas, atualizou os princípios, com a inclusão do princípio da especificidade. Além desses, o princípio da variabilidade e da saúde foi adicionado pelo professor Marcelo Gomes da Costa. 2.1. Princípio da individualidade biológica Cada pessoa possui a sua própria formação psíquica e física. Desta forma, o treinamento personalizado possui os melhores resultados justamente por tratar especificamente sobre as necessidades e características do aluno. É papel do treinador verificar as fraquezas, necessidades e desempenho para 6 obter seu melhor resultado. Mesmo se tratando de esportes coletivos, a prescrição do exercício precisa ser feita de forma personalizada e individual. Dentro do time, cada jogador desempenha uma determinada e exclusiva função. Figura 1. Cada pessoa possui um biotipo, com características e especificidades próprias. Fonte: Google Imagens 2.2. Princípio da adaptação A adaptação trata de uma lei universal da vida. As adaptações biológicas entram como mudanças funcionais e estruturais em quase todos os sistemas. A adaptabilidade diz respeito a diferentes respostas aos estímulos perante a mesma qualidade e quantidade de exercícios e cargas de treinamento. Quando somos estimulados (físico, cognitivo ou socialmente), respondemos aos estímulos, através de uma resposta de adaptação. Se o estímulo se encaixou de forma positiva, a tendência é aprimorar o dom para que haja um desenvolvimento das habilidades. Quando planejamos o treinamento, os estímulos devem ser diversos para que ocasionem uma adaptação positiva dentro doorganismo. A adaptação pode ser disposta relacionando o organismo com o ambiente em relação a pré-disposição hereditária e pela genética. 7 Figura 2. Estímulos variados sobre os indivíduos e suas respostas correspondentes. 2.3. Princípio da sobrecarga A sobrecarga é uma carga extra adicionada a outra carga que já está sendo trabalhada no indivíduo durante seu treinamento. Ela é importante para que o corpo não fique em um patamar homeostático, tendo que se adaptar a carga e dar uma resposta positiva, gerando resultados e evoluções. 2.4. Princípio da continuidade Quando praticamos alguma modalidade esportiva e não damos continuidade a ela, com o passar do tempo, sem a prática, esquecemos da parte técnica ou nos tornamos menos habilidosos. 2.5. Princípio da Interdependência volume-intensidade Este princípio está diretamente ligado ao princípio da sobrecarga, com o aumento das cargas de trabalho ocorre uma melhora no desempenho, que está diretamente relacionada ao volume e a intensidade do treinamento. Ambas variáveis devem estar sempre adequadas as fases de treinamento, seguindo uma orientação de interdependência, e devem ser planejadas em todos os âmbitos do treinamento: físico, tático, técnico e psicológico. 8 2.6. Princípio da especificidade Se a especificidade do movimento está atrelada a memória do gesto motor, este princípio está ligado diretamente aos gestos específicos de uma modalidade e sobre o treinamento realizado. O treino e os testes precisam ser específicos para dada esporte, não podendo prever a realização de movimentos pertinentes à outras modalidades. 2.7. Princípio da variabilidade/generalidade Este princípio está atrelado a ideia do treinamento total: desenvolvimento integrado do indivíduo, usando as mais diversas formas de treino. Os atletas devem se preparar de forma global, mas caso tenham pré-disposição para alguma modalidade, devem aperfeiçoar-se nela fazendo com que toda a vivência anterior mais geral, contribua de forma positiva no seu futuro. 2.8. Princípio da saúde Este princípio muitas vezes não é respeitado pela necessidade de resposta rápida que o atleta precisa dar para a sociedade, treinador e patrocinadores. O “ganhar de toda forma” pode trazer sequelas sérias sem respeitar o limite do corpo. Figura 3. O jogador de futebol profissional Cristiano Ronaldo realiza treinos em acordo com sua capacidade, respeitando todos os princípios do treinamento. Seu desempenho é excelente, em constante progresso. Fonte: Google Imagens 9 3. REFERÊNCIAS BERNARDINO, H., Princípios do treinamento esportivo. Acesso em 04 de julho de 2020. SHARKEY, Brian. Aptidão física ilustrada – Dados eletrônicos. – Porto Alegre: Artmed, 2012. HEYWARD, Vivian H. Avaliação física e prescrição de exercício – 6. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre: Artmed, 2011. ATIVIDADES FÍSICAS PARA JOVENS E ADULTOS ANÁLISE RELACIONADA À SAÚDE 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO À APTIDÃO FÍSICA - CONCEITOS INICIAIS ..................................................................... 4 1.1. APTIDÃO FÍSICA .............................................................................................................................. 4 1.2. SAÚDE ............................................................................................................................................. 4 1.3. SAÚDE FÍSICA VERSUS SAÚDE MENTAL ........................................................................................... 5 2. APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE ........................................................................................... 6 3. QUALIDADE DE VIDA .......................................................................................................................... 7 4. APTIDÃO FÍSICA DENTRO DO ESTILO DE VIDA .................................................................................... 8 5. REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 9 3 INTRODUÇÃO Olá! Nesta unidade de aprendizado, iremos discutir sobre o tema da aptidão física. Você sabe seu significado? Suas abordagens? Neste primeiro momento, citaremos a respeito da abordagem dentro da saúde e aprenderemos sobre algumas capacidades e competências da aptidão física relacionadas à saúde. Dentro de nosso contexto, iremos abordar os diversos conceitos para entendermos de forma mais clara como funciona a aptidão física em relação à saúde dentro do nosso cotidiano e como podemos melhorar nossas habilidades de forma simples e em atitudes rotineiras. Bom trabalho! 4 1. INTRODUÇÃO À APTIDÃO FÍSICA - CONCEITOS INICIAIS 1.1. Aptidão Física A aptidão física pode ser definida, em termos gerais, como a competência ou a capacidade para se realizar atividades, ela é o estado de rendimento humano e sua disposição para uma determinada área. Não há uma definição de aptidão física universalmente aceita, e ela pode ser definida também como uma capacidade inata ou adquirida que possibilita ao indivíduo formas de realizar dado desempenho motor. Desta forma, ela apresenta diferentes abordagens e diversos contextos, como profissional e lazer. Ela também pode ser tratada por duas maneiras. A primeira, que vamos estudar nesta unidade de aprendizado, é a aptidão física relacionada à saúde. Na próxima unidade de aprendizado veremos a aptidão física relacionada às habilidades ou práticas esportivas. 1.2. Saúde A definição de saúde também é um termo amplo que está em constante atualização. Além de questões de enfermidade e doenças, ainda podemos associá-la de acordo com o nível funcional e metabólico apresentado em níveis celular (micro) e social (macro). Seguindo este raciocínio, a OMS define saúde como: “Capacidade de realizar trabalho muscular de maneira satisfatória” Organização Mundial da Saúde (OMS) Figura 1. A aptidão física pode ser inata ou adquirida. Fonte: Google imagens 5 “Um estado amplo de bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de doenças e fraquezas” Organização Mundial da Saúde (OMS) Desta forma, a saúde é um valor social, não individual. Ela deve ser interpretada com diferentes enfoques: subjetivos, psicológicos, mentais, sociais e biológicos. Quando o aspecto biológico da saúde é relacionado à aptidão física ao esporte, deduzimos que é necessária uma capacidade de rendimento acima do esperado para conseguir se sobressair dentro de uma modalidade esportiva. A aptidão física, a atividade física e a saúde possuem uma relação tênue: a prática de atividade física de forma contínua acarreta índices que interferem durante sua própria prática. Os índices de saúde também possuem influência dentro dos níveis de aptidão física. Podemos exemplificar através de queda de desempenho de um atleta por adoecer e não conseguir obter os mesmos rendimentos. Alguns estudos interessantes relacionam a prática de atividade física com o estado de saúde geral de Indivíduos. Durante três semanas indivíduos saudáveis se mantiveram em repouso absoluto, e após este período foi observado uma considerável redução no consumo máximo de oxigênio que só se normalizou após dois meses de treinamento físico. 1.3. Saúde Física versus Saúde Mental Quando tratamos de saúde, existem duas ramificações que podemos trabalhar neste contexto: a saúde mental e a física. Um ponto muito importante é saber que as duas são interligadas. A saúde mental reflete no bem estar emocional e psicológico. Estar com a saúde mental em boa forma irá resultar em um bom relacionamento com outras pessoas, maiorsucesso na execução de atividades, maior capacidade de superação e adaptação a mudanças. 6 Devemos ter um equilíbrio psíquico, e para isso as pessoas devem estar adaptadas ao meio em que vivem e sua vida cotidiana. É primordial que esse equilíbrio seja baseado no respeito e tolerância entre as pessoas. A OMS também traz uma definição de saúde mental: a saúde mental se caracteriza como “um estado de bem estar no qual o indivíduo realiza suas atividades, lidando com tensões naturais e corriqueiras, havendo condições de trabalhar de forma produtiva e contribuir de alguma forma para a comunidade”. Desta forma, tanto a promoção como a restauração da saúde mental são consideradas de extrema importância e preocupação nas sociedades em todo mundo. Podemos então entender melhor o conceito de saúde mental e física no quadro abaixo, sempre lembrando que uma é complementar a outra: 2. APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE Ao inserir a aptidão física no contexto de saúde, devemos nos voltar para a condição física nas capacidades que estão relacionadas com a saúde e a qualidade de vida das pessoas. As seguintes capacidades ou competências podem estar relacionadas: Saúde mental versus Saúde física Mental Nível de equilíbrio entre o interior e vivências externas Física Condição do corpo em relação às doenças e ao vigor físico; pessoa saudável = metabolismo funcionando. Figura 2. Saúde é um conceito amplo e que engloba muito mais do que condição física. Fonte: Google imagens. 7 A flexibilidade é a capacidade de amplitude dos movimentos, sejam simples ou complexos. Ela é importante para se manter a boa postura e minimizar o risco de lesões e problemas na coluna. Já a é a capacidade de transporte e utilização de oxigênio pelos músculos e outros órgãos durante um exercício físico. A força é a capacidade do tecido muscular se estender, exercendo tensão contra uma resistência, e pôr fim a massa corporal, ou composição corporal diz respeito a quantidade e proporção de diferentes tecidos que compõem o organismo e está intimamente ligada com o desenvolvimento de diversas patologias. No cotidiano podemos ter alguns exemplos práticos de algumas aptidões físicas, como flexibilidade, resistência aeróbica, força e composição corporal. 3. QUALIDADE DE VIDA Outro conceito que se torna importante é o de qualidade de vida. Ela pode ser definida como condições de vida de cada indivíduo que afetam seu bem estar físico e emocional. Podemos dividi-la em qualidade de vida relacionada à saúde e a não relacionada à saúde, conforme o quadro abaixo. Figura 4. Aptidões físicas relacionadas à Saúde: Fonte: Google imagens. Figura 3. Exemplos práticos de aptidões físicas no cotidiano: pegar livros ou objetos em lugares altos, subir escadas, pegar caixas e escolher alimentos saudáveis. Fonte: Google imagens. 8 Figura 5. Aspectos da qualidade de vida segundo Cramer e Spilker, 1998. Quando tratamos sobre a qualidade de vida não especificamente dentro da saúde, temos quatro domínios: interno pessoal, pessoal social, meio ambiente natural externo e meio ambiente natural interno. Além das divisões apresentadas, cada um desses domínios ainda pode se subdividir em outros componentes, que dependem da individualidade de cada um. Os fatores internos e externos relacionados a qualidade de vida se referem a percepção, sensação e bem estar. Para entendermos melhor os fatores do meio ambiente externo podemos imaginar como a qualidade de vida de um indivíduo que sofre de asma brônquica é afetada pela qualidade do ar que ele respira. dentro da vida de uma pessoa que sofre de asma brônquica. 4. APTIDÃO FÍSICA DENTRO DO ESTILO DE VIDA Sabe -se que quanto melhores os níveis de aptidão física relacionados à saúde, menores são os riscos de desenvolvimento de diversas patologias. A Figura 6. Exemplo de como um fator externo afeta a qualidade de vida: pessoa asmática sofre influências do meio ambiente. Fonte: Google imagens. 9 prática de exercícios físico regulares contribui para uma redução do colesterol sanguíneo (o LDL, ou o popularmente conhecido como “colesterol ruim”), além de contribuir na redução e no auxílio de hipertensão arterial, osteoartrite, diabetes, acidente vascular cerebral, câncer, coronariopatias, depressão, ansiedade e até mesmo problemas sociais. Sabendo desta informação é necessário que desde cedo seja apresentado de forma lúdica as diferentes manifestações da cultura corporal do movimento. Assim, o indivíduo começará a entender a importância da manutenção de uma vida ativa de forma a ampliar seu repertório motor e desenvolver sua aptidão física, mas sempre aliando a saúde física com saúde mental. 5. REFERÊNCIAS Faria Junior AG. Exercício e promoção da saúde. Oeiras: Câmara Municipal de Oeiras, 1991. GLANER, M. F. Importância da aptidão física relacionada à saúde. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano. V. 5, n. 2. p. 75-85, 2003. BÖHME, M.T.S. Aptidão física: aspectos teóricos. Revista Paulista de Educação Física. 1993. LOSADA, Salvador Altimir., et al. Atividade física e saúde na terceira idade: teoria e prática – Porto Alegre: Artmed, 2008. Figura 7. A atividade física regular previne e auxilia no tratamento de diferentes doenças. Fonte: Google imagens. ATIVIDADES FÍSICAS PARA JOVENS E ADULTOS ANÁLISE RELACIONADA À PERFORMANCE ESPORTIVA 2 SUMÁRIO 1. ABORDAGEM RELACIONADA À PERFORMANCE ESPORTIVA .............................................................. 4 1.1. CONCEITOS INICIAIS DE APTIDÃO FÍSICA ......................................................................................... 4 1.2. COMPONENTES DE APTIDÃO FÍSICA RELACIONADOS À PERFORMANCE ESPORTIVA ....................... 4 2. ENTENDENDO MELHOR OS COMPONENTES DE APTIDÃO FÍSICA ........................................................ 5 2.1. POTÊNCIA ....................................................................................................................................... 5 2.2. VELOCIDADE ................................................................................................................................... 5 2.3. AGILIDADE ...................................................................................................................................... 6 2.4. COORDENAÇÃO MOTORA ............................................................................................................... 6 2.5. EQUILÍBRIO ..................................................................................................................................... 7 2.6. TEMPO DE REAÇÃO ......................................................................................................................... 8 3. EXEMPLOS ESPORTIVOS DOS COMPONENTES DE APTIDÃO FÍSICA .................................................... 8 4. REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 10 3 INTRODUÇÃO A aptidão física pode ser definida como a competência ou a capacidade para se realizar atividades. Na unidade anterior vimos como ela se relaciona com a saúde, e nesta, vamos entender melhor como ela está relacionada à performance esportiva. Para isso, precisamos entender os componentes de aptidão física relacionados à prática esportiva e quais tipos de esportes necessitam dessas habilidades mais desenvolvidas. Nessas unidades vamos compreender melhor essas capacidades e o que elas realmente significam. Fique atento e bons estudos! 4 1. ABORDAGEM RELACIONADA À PERFORMANCE ESPORTIVA 1.1. Conceitos iniciaisde aptidão física Para entender melhor o que é aptidão física, podemos realizar uma análise individual de cada parte da expressão. Encontramos, então, que a palavra aptidão significa: capacidade, habilidade, conjunto de requisitos necessários para exercer algo. Enquanto a palavra física, significa: algo que é corpóreo, relativo as leis da natureza. Ao analisarmos as duas palavras unidas de forma etimológica, entendemos então aptidão física como a capacidade que temos ou necessitamos para realizar algo, indicando se o indivíduo está apto em aspectos corporais. Muitos consideram a aptidão física como a capacidade ou habilidade de um indivíduo em realizar atividades físicas. Ela pode ainda ser entendida como um estado de desempenho físico ou psíquico, seja para atividades ativas ou passivas. Outra definição traz o conceito de realizar esforços sem apresentar fadiga excessiva. A partir desse maior entendimento acerca de aptidão física, precisamos agora entender quais capacidades ou habilidades podemos desenvolver 1.2. Componentes de aptidão física relacionados à performance esportiva Alguns componentes dizem respeito à aptidão para o desempenho dentro de atividades esportivas. São eles: ✓ Potência ✓ Velocidade ✓ Agilidade ✓ Coordenação motora 5 ✓ Equilíbrio ✓ Tempo de reação 2. ENTENDENDO MELHOR OS COMPONENTES DE APTIDÃO FÍSICA 2.1. Potência Denominamos de potência a capacidade ou o ritmo com que um trabalho é executado. É basicamente o resultado da força versus velocidade. Ela na verdade é o ato de um corpo, utilizando músculos, de vencer uma determinada carga com uma máxima rapidez de movimentos. 2.2. Velocidade Basicamente a velocidade se refere à habilidade de execução de uma atividade ou um movimento em um curto espaço de tempo ou no menor tempo possível. Ela pode ser considerada também como a capacidade de realizar determinadas atividades motoras e físicas, da forma mais eficiente e rápida, sendo o movimento mais rápido a ser alcançado. Um ponto importante da velocidade é que ela é influenciada pelo tempo de reação, que veremos logo adiante. Isso se deve porque uma vez que ela está relacionada com o tempo de execução de uma atividade, iniciar o movimento rapidamente a partir do sinal de início da prova traz uma vantagem considerável. Figura 1. Um dos componentes de aptidão física relacionado à habilidade é a potência. Fonte: Google imagens. Figura 2. Um dos componentes de aptidão física relacionado à habilidade é a velocidade. Fonte: Google Imagens 6 2.3. Agilidade A habilidade de agilidade possibilita que se mude a posição do corpo no menor tempo possível, de forma que se garanta a máxima velocidade e precisão do movimento. É importante que a posição possa ser mudada em aspectos de direção e sentido, mas sem perder o equilíbrio ou a coordenação, pois isso dificultaria a execução correta do movimento. 2.4. Coordenação Motora A coordenação motora é uma habilidade que requer o uso dos sentidos como a visão, tato e audição, de forma que há uma interação com outras partes do corpo para realizar o movimento com exatidão e eficácia. Ela permite que os músculos esqueléticos sejam usados de uma forma mais eficiente e sincronizada. Um resultado motor adequado é fruto da associação da coordenação motora e do correto controle do movimento, ele é um fator importante no desenvolvimento geral dos indivíduos e pode ser obtido através de um estilo de vida ativo. Figura 3. Um dos componentes de aptidão física relacionado à habilidade é a agilidade. Fonte: Google Imagens Figura 4. Um dos componentes de aptidão física relacionado à habilidade é a coordenação motora. Fonte: Google Imagens 7 2.5. Equilíbrio A habilidade de equilíbrio traduz o esforço muscular realizado para a manutenção de uma postura que o corpo assume sobre um base ou durante a execução de um movimento, com o mínimo de oscilação. A postura geralmente tende a perturbar a orientação do corpo e o desempenho do indivíduo nessa habilidade influência em várias outras habilidades motoras específicas. Existem três tipos de equilíbrio: estático, quando é adquirido em uma posição fixa; o dinâmico: quando é adquirido durante o movimento, e o recuperado, quando é adquirido após o movimento, na recuperação do movimento. Figura 5. Um dos componentes de aptidão física relacionado à habilidade é o equilíbrio. Fonte: Google Imagens 8 2.6. Tempo de reação O tempo de reação é uma habilidade que é defina como o tempo que é necessário entre um estímulo e o início da reação, ou seja, o tempo percorrido entre o estímulo externo, que pode ser o sinal do início de uma prova, e a resposta motora. Figura 6. As cinco fases do tempo de reação que levam até o movimento. 3. EXEMPLOS ESPORTIVOS DOS COMPONENTES DE APTIDÃO FÍSICA Acabamos de conhecer quais são os componentes de aptidão física, vamos agora ver como cada habilidade pode ser trabalhada em diferentes esportes: 9 10 4. REFERÊNCIAS GUEDES, D.P. Implicações associadas ao acompanhamento do desempenho motor de crianças e adolescentes. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v.21, p.37-60, Número especial, 2007. HEYWARD, Vivian H. Avaliação física e prescrição de exercício. 6. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre: Artmed, 2011. McARDLE, W; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. 8a Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. ATIVIDADES FÍSICAS PARA JOVENS E ADULTOS FORÇA E RESISTÊNCIA MUSCULAR E FLEXIBILIDADE 2 SUMÁRIO COMPONENTES FÍSICOS ..................................................................................................................... 4 CONDIÇÃO FÍSICA ............................................................................................................................ 4 NÍVEIS DE ATIVIDADE ...................................................................................................................... 5 COMPONENTES .................................................................................................................................. 6 FORÇA E RESISTÊNCIA MUSCULAR .................................................................................................. 6 FLEXIBILIDADE ................................................................................................................................. 7 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 9 3 INTRODUÇÃO Nas unidades anteriores entendemos um pouco mais sobre algumas composições e conceitos dentro da atividade física. Agora iremos abordar de uma maneira mais aprofundada algumas composições, que já foram citadas anteriormente, na abordagem da saúde dentro da aptidão física. Com o objetivo de recordar, vamos conceituar a aptidão física como a capacidade do indivíduo realizar tarefas do cotidiano de uma forma mais agradável, com menos fadiga. Há uma promoção de combustível e do funcionamento dos pulmões e músculos, além de que os sistemas respiratório e circulatório trabalham de forma eficiente. Nesta aula e na próxima, discutiremos sobre os quatro componentes existentes dentro da abordagem da saúde. Neste primeiro momento, citaremos sobre a força e resistência muscular, e sobre a flexibilidade, onde podemos enquadrar como uma forma de aptidão músculo esquelética. Bons estudos! 4 COMPONENTES FÍSICOS Para entrarmos no assunto sobre os componentes físicos, é importante entender as condições físicasque rodeiam os indivíduos e seus níveis de atividade. Condição física Podemos classificá-la em três aspectos: ✓ Sedentarismo ✓ Moderadamente ativo ✓ Fisicamente ativo Quando citamos o sedentarismo, nos referimos a falta ou ausência de atividades físicas dentro do cotidiano; chegando a um gasto calórico máximo em atividades físicas até 500 kcal por semana de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Já quando citamos o moderadamente ativo, nos referimos a aqueles que já praticam algum tipo de exercício físico, chegando a 1000 kcal em média por semana. E finalizamos com o aspecto fisicamente ativo, representado por quem pratica exercícios ou atividades físicas e que está em movimento sempre que possível. A OMS classifica na utilização de 2200 kcal por semana. Figura 1. Tipos de condição física dos indivíduos. Fonte: Google Imagens 5 Níveis de atividade Quando tratamos de atividades e exercícios físicos, podemos dividi-los e classificá-los de acordo com a intensidade que ele acontece, da seguinte forma: ✓ Intensidade baixa ✓ Intensidade moderada ✓ Intensidade alta Falando sobre intensidade baixa, citamos como característica principal seu acontecimento para a manutenção da saúde corporal do praticante. Já a intensidade moderada, é ideal para a trabalharmos e condicionarmos nossos sistemas cardiovascular e cardiorrespiratório. E finalizando, os de intensidade alta representam principalmente os mais utilizados no processo de emagrecimento. Quando falamos sobre os níveis ou intensidade das atividades físicas, devemos classificá-las quanto a frequência cardíaca (FC) que o praticante apresenta. Lembrando que quanto mais alta a frequência, mais intensa a atividade. Figura 2. Tipos de intensidade das atividades, imagem ilustrativa por depender da velocidade de execução. Fonte: Google Imagens 6 COMPONENTES Força e resistência muscular Caso eu te perguntasse, você saberia me responder a diferença entre força e resistência muscular? São conceitos extremamente importantes, os quais trataremos neste tópico. Assim, veremos estes conceitos baseados nos autores Edward Howley e B. Don Franks. Como força, temos como definição a capacidade que os músculos têm de exercer uma força contrátil máxima contra uma carga; o que acontece geralmente em apenas uma repetição. Já como resistência, a capacidade destes mesmos músculos realizarem repetitivas contrações com uma determinada duração, o que ocorre geralmente com várias repetições. A força de resistência é a capacidade do músculo realizar repetidas contrações sem a sua eficiência caia de forma significativa. A força e a resistência integradas e adaptada à nossa rotina nos agrega em questões de conforto e segurança em nossas atividades: elas podem ser desenvolvidas através do uso de equipamentos ou com nosso próprio peso corporal. Além desses quesitos, traz ganhos na capacidade psicofísica de rendimento, esta por sua vez, trata da relação das sensações subjetivas e estímulos físico. Como objetivos, podemos citar o retardamento do aparecimento de artrose e osteoporose, e justamente por aumentar a densidade óssea, ele acaba sendo também uma profilaxia para queda de idosos, trazendo mais autonomia para os mesmos. Além disso, há benefícios como regulamentação hormonal e prevenção de lesões articulares e musculares. É de grande importância a presença de músculos resistentes para mantermos uma boa postura em nosso cotidiano. Os paravertebrais são os Figura 3. Ilustrativo treino de força. Fonte: Google Imagens 7 grandes responsáveis por este papel, além deles necessitamos dos quadríceps, ísquiotibiais, glúteos e tríceps sural para subir escadas e caminhar sem nos cansar. Através de exercícios funcionais e musculação conseguimos trabalhar estes conjuntos de músculos. Flexibilidade Quando citamos a flexibilidade, o que passa pela sua cabeça? E a flexibilidade dentro da abordagem de saúde? Você sabe como este componente pode trazer benefícios e facilidades em nosso dia a dia? Ela é importante tanto para atividades voltadas para o alto rendimento quanto para a manutenção da saúde. Estelio Henrique Marin Dantas conceitua a flexibilidade como uma qualidade responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude regular máxima, que é executado por uma ou mais articulações, dentro dos limites morfológicos (limite natural do corpo), sem risco de lesão. 8 A flexibilidade proporciona uma maior mobilidade nas articulações, diminui os riscos de lesões articulares e musculares, diminuindo principalmente as dores em algumas regiões mais comuns como posteriores de coxa, quadril e coluna lombar, acarretando na melhora da qualidade de vida através de movimentos mais amplos e sem dor. Outro ponto, é o menor risco do encurtamento e de lesões por movimentos repetitivos, aliviando também as dores de má postura. Falando sobre a flexibilidade, alguns fatores podem alterar a amplitude do movimento, como a capacidade de distensão de pele, ligamentos, tendões e da cápsula articular. No esquema a seguir, podemos observar mais alguns fatores endógenos, que fazem referência com causas internas, que tem a origem no interior do organismo, e exógenos, que são característicos dos estímulos, ou possuem origem fora do organismo. Figura 4. Ilustração de como a flexibilidade influencia no cotidiano. Fonte: Google Imagens 9 Quando citamos a idade como fator endógeno, vale a pena ressaltar questões quanto ao envelhecimento. Durante esta fase, acontecem alterações musculoesqueléticas, nas quais a elasticidade do músculo e tecidos que envolvem as articulações diminuem de forma natural. O autor citado anteriormente, Dantas, ainda levanta uma hipótese na qual o alongamento é uma forma de manutenção do grau alcançado da flexibilidade; tendo o flexionamento como método de treinamento para desenvolver a flexibilidade. REFERÊNCIAS DANTAS, Estélio H. M. Alongamento e Flexionamento. 5ª ed. Rio de Janeiro: Shape, 2005 SHARKEY, Brian. Aptidão física ilustrada. Porto Alegre: Artmed, 2012. ATIVIDADE FÍSICAS PARA JOVENS E ADULTOS CAPACIDADE AERÓBICA E COMPOSIÇÃO CORPORAL 2 SUMÁRIO COMPONENTES DE SAÚDE DENTRO DA APTIDÃO FÍSICA ................................................................... 4 CAPACIDADE AERÓBICA .................................................................................................................. 4 COMPOSIÇÃO CORPORAL ............................................................................................................... 6 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 8 3 INTRODUÇÃO Nesta unidade de aprendizagem continuaremos nossa conversa sobre os componentes que integram a abordagem da saúde dentro da aptidão física. Iremos trabalhar conceitos e aprofundamentos dentro da capacidade aeróbica e composição corporal. Você já imagina como estes componentes influenciam nossa saúde? Se sim, em qual nível você acredita que esteja os seus? Quando citamos a capacidade aeróbica, a descrevemos como uma dimensão funcional da aptidão; e sobre a composição corporal como uma dimensão morfológica. Durante esta unidade, debateremos sobre isso. Bons estudos! 4 COMPONENTES DE SAÚDE DENTRO DA APTIDÃO FÍSICA Capacidade aeróbica Podemos nomear a capacidade aeróbica também de outras formas, como aptidão, capacidade ou resistência cardiorrespiratória. David C. Nieman define capacidade aeróbica como a capacidade de continuar e persistir em atividades que envolvamgrandes grupos musculares em determinado período de tempo mais extenso, resistindo a fadiga; na qual os sistemas respiratório e circulatório se ajustem e recuperem os efeitos causados em atividades com intensidade moderada e vigorosa. Ainda em conceitos, Cooper afirma que este componente deve estimular o coração e os pulmões em um período de tempo justamente para poder produzir algumas alterações positivas para o corpo. A grande questão da capacidade aeróbica é a captação do oxigênio de forma eficiente através da troca gasosa que ocorre em nosso pulmão, caindo na corrente sanguínea e sendo bombeada pelo coração, passando pelas artérias e vasos para todos os tecidos que necessitam deste oxigênio. Os exercícios que são enquadrados como reguladores de pulmão e coração facilitam nosso cotidiano e atuam em nosso metabolismo, promovendo uma facilidade maior em subir em escadas sem fadiga excessiva, brincar com crianças, subir uma ladeira, entre outros exemplos. Figura 1. Representação de atividade aeróbica no cotidiano. Fonte: Google Imagens 5 Os exercícios aeróbicos têm o dever de estimular os pulmões e o coração durante a realização de tarefas e um tempo maior dedicado a este tipo de prática é necessário para acarretar alterações positivas no corpo. É muito importante que seja escolhido a prática de algum tipo de atividade física que seja prazerosa para a manutenção e promoção deste componente. A natação e ciclismo, que são atividades que desenvolvem a capacidade aeróbica, permitem o trabalho grandes grupos musculares ao mesmo tempo, de forma que, quanto mais músculos envolvidos durante a atividade, maior será a eficiência. Além disso, quanto mais rotineira esta tarefa for, mais os efeitos de promoção da saúde estarão à vista. Como benefícios, Jurgen Weineck ressalta: Ainda falando sobre o autor citado, ele discorre que o treinamento de capacidade aeróbica é um aspecto importante na luta contra a inércia e o surgimento de doenças degenerativas ao sistema cardiovascular. Ele não deve ser substituído por outro componente do treinamento, pois ele é o mais completo. Por meio da sua resistência aeróbica, podemos analisar se o indivíduo é ativo ou não. O treinamento deve ser aplicado com o volume adequado. 6 De acordo com American College os Sports Medicine (ACSM), as recomendações de frequência e duração para o aumento da resistência aeróbica são: Composição Corporal A preocupação com a composição corporal veio da necessidade de entendimento de uma forma mais clara a distribuição e a quantidade dos principais componentes estruturais que formam os tecidos da massa corporal de um indivíduo. Por definição, os autores Dartagnan Pinto Guedes e Joana Elisabete Ribeiro Guedes se referem ao fracionamento do peso corporal em seus diferentes componentes. Podemos dividir nosso corpo em dois aspectos: a massa magra, que diz respeito ao peso levando em consideração os ossos, músculos, pele, órgãos e fluidos; e a massa gorda, contendo o tecido adiposo. A última apresenta uma maior preocupação por haver uma forte ligação com o desenvolvimento de doenças crônicas e cardiovasculares ligadas a obesidade (acúmulo de tecido adiposo) e também a subnutrição. De 3 a 5x na semana De 20 a 60 minutos Intensidade: 50-85% do VO2 máximo 60-90% da frequência cardiáca máxima Figura 2. Recomendações da ACSM para aumento da resistência aeróbica. A natação é uma opção de esporte que contribui para o aumento da resistência aeróbica. Fonte: Google Imagens. 7 É importante acompanharmos o teor de gordura e a sua distribuição em nosso corpo pois suas disfunções podem causar patologias como diabetes, hipertensão, colesterol elevado, doenças coronarianas, acidente vascular e até mesmo câncer; e, portanto, são questões que ultrapassam a estética. O autor Markus Vinícius Nahas determinou meios diretos e indiretos para medir as quantidades, valores absolutos, e proporções, valores relativos, dos componentes corporais: A partir do século XX, as espessuras dos tecidos são medidas para uma previsão ou aproximação da porcentagem de gordura do tecido adiposo de uma forma mais prática e rápida. A forma mais usual é a realizada pelo método duplamente indireto, por meio do uso de um adipômetro, resultando na antropometria. Na questão da composição física, o que nos interessa é o aspecto da saúde, ou seja, a proporção de gordura em relação aos músculos e ossos. É muito relativo levarmos em consideração apenas o peso do indivíduo Figura 3. Representação de uma mulher com um acúmulo de tecido adiposo sobre a balança. Fonte: Google Imagens 8 quando não sabemos a sua porcentagem de tecido adiposo. Algumas pessoas podem ainda ter uma densidade óssea mais desenvolvida, deixando-as com ossos mais pesados e terem peso relativo a uma pessoa obesa, mas não se enquadrar realmente nesta classificação. REFERÊNCIAS NAHAS, Markus Vinícius. Atividade Física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 3ª Ed.Londrina: Midiograf, 2003. NIEMAN, David C. Exercício e saúde: como se prevenir de doenças usando o exercício como seu medicamento. São Paulo: Manole, 1999 SHARKEY, Brian. Aptidão física ilustrada. Porto Alegre: Artmed, 2012. Weineck, J. Treinamento ideal. Manole. 2003. Figura 4. Demonstração que comparação de peso entre dois indivíduos, é uma forma abstrata para conclusões. Fonte: Google Imagens ATIVIDADE FÍSICA PARA JOVENS E ADULTOS DOENÇAS CRÔNICAS 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ÀS DOENÇAS................................................................................................................ 4 DOENÇAS CARDIOVASCULARES ...................................................................................................... 4 HIPERTENSÃO ................................................................................................................................. 5 HIPERCOLESTEROLEMIA E DISLIPIDEMIA ......................................................................................... 6 DIABETES MELITO ........................................................................................................................... 7 SÍNDROME METABÓLICA ................................................................................................................ 8 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 8 3 Olá! Em nossas aulas estamos frisando a importância do exercício e atividade física em nosso cotidiano como forma de manutenção e promoção da saúde e também na questão de habilidade esportiva. Em nossa aula 3, falamos um pouco sobre as recomendações que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem sobre essa prática em cada faixa etária no ciclo de vida. Em 2003, o Reino Unido publicou que apenas 37% dos homens e 25% das mulheres, seguiam as diretrizes recomendadas pelo governo (British Heart Foundation – BHF), tornando-se não apenas uma questão exclusiva de algum país, mas sim um déficit mundial. De acordo com a OMS, aproximadamente 60% da população mundial não atendem as recomendações passadas. Para o professor Steven N. Blair e alguns especialistas, a inatividade física é um grande problema de saúde pública do século XXI. Com esta informação, iremos estudar um pouco das possíveis patologias pela ausência de atividade física. Bons estudos! 4 INTRODUÇÃO ÀS DOENÇAS Podemos entender o exercício como uma profilaxia contra o desenvolvimento de doenças ou distúrbios metabólicos. De acordo com Canadian Society for ExercisePhysiology (CSEP) e o professor canadense Claude Bouchard, os benefícios da saúde dependem diretamente do volume (junção da frequência, intensidade e duração) da atividade física; logo seu excesso ou sua deficiência pode tornar-se prejudicial, havendo uma relação dose-resposta. Doenças Cardiovasculares A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em 2015, as doenças cardiovasculares foram responsáveis por 31% das mortes em escala de nível global. A cardiopatia coronariana (CC) é a maior causadora de óbitos. Ela é causada por uma ausência de suprimentos de sangue para nosso músculo cardíaco, que é acarretado por um distúrbio chamado de aterosclerose (formação de placas de gordura no revestimento interior das artérias coronárias). Essas placas impossibilitam e passagem de sangue para o miocárdio. O infarto do miocárdio por sua vez, ocorre se um coágulo sanguíneo ocluir de forma parcial ou total a passagem de fluxo sanguíneo, sendo geralmente reduzido em 80% da sua capacidade. A área que era irrigada pela artéria que acabou sendo obstruída necrosa, e posteriormente, será substituída por tecido conjuntivo. Aproximadamente 22% de todos os casos de cardiopatia coronariana podem ser atribuídos a ausência de atividade física. Quando realizamos uma comparação entre os efeitos dose-resposta da capacidade aeróbica e atividade física individual (pilates ou musculação), apesar de ambas apresentarem Figura 1. Representação da realização de exames quanto a doenças cardiovasculares. Fonte: Google Imagens. 5 considerável queda de chance para desenvolvimento de CC, a atividade aeróbica diminui em quase metade os riscos. Desta forma, além do nível da atividade física, a baixa capacidade cardiorrespiratória deve ser considerada como um fator de risco. Hipertensão Entende-se como hipertensão ou pressão alta, uma doença crônica onde há uma elevação da pressão sanguínea das artérias. Estima-se que 24,7% da população que vive nas capitais brasileiras sofre de hipertensão. Por meio de atividade física regular é possível diminuir a pressão arterial em jovens adultos e idosos normotensos, hipertensos e pré-hipertensos. Foram observadas diminuições mais significantes nas pressões sistólica e diastólica em repouso em indivíduos que participam de exercícios de resistência, quando comparados aos de força. Porém ambos os estilos de treinamento apresentam diminuição do risco de cardiopatias coronárias, acidente vascular encefálico e de mortalidade em geral. A Prof. Dra. Linda S. Pescatello, da Universidade de Connecticut nos Estados Unidos, apresenta uma prescrição de exercícios para hipertensos: 6 Hipercolesterolemia e Dislipidemia A hipercolesterolemia é caracterizada pelo aumento do colesterol total no sangue. Ela também é chamada de hiperlipidemia e pacientes com esta condição apresentam comportamento anormal dos níveis de lipídeos no sangue (aumento). Colesterol é uma substância necessária ao organismo, sendo semelhante a gordura. Ele é produzido no fígado e também é absorvido dos alimentos. As lipoproteínas fazem parte do processo de transferência de lipídeos no sistema do fígado, intestino e tecidos; e são divididas em quatro classes: Baixos níveis de HDL ou altos de dislipidemia aumentam as chances de um indivíduo sofrer um ataque cardíaco. De acordo com professor Dr. J. Larry Durstine, quando falamos sobre a atividade física dentro deste grupo de pessoas, ressaltamos como o exercício aeróbico rotineiro acarreta um resultado positivo, não apenas quanto ao metabolismo e irregularidades, mas também quanto ao colesterol e triglicerídeos. 7 Foi realizada uma metanálise a respeito da relação do exercício aeróbico nos lipídeos e lipoproteínas em homens adultos. O resultado indica que o exercício aeróbico pode ser eficaz para diminuir a chance de um indivíduo apresentar níveis altos de colesterol total, o LDL e os triglicerídeos, e aumentar as chances de níveis mais altos de HDL. Havendo a diminuição de 1% da hipercolesterolemia, reduz-se o risco de cardiopatias em 2%; e em contrapartida, diminuindo o HDL em 1%, aumenta o risco de cardiopatias coronárias de 2 a 3%. A elevação de HDL como resultado da prática diária de atividade aeróbia pode estar diretamente ligada a forma de prescrição do treino, quanto a intensidade, frequência e duração. Comparando o exercício aeróbio e força, temos: Diabetes Melito A Diabetes Melito (DM)é uma doença decorrente da produção insuficiente de insulina, que é o hormônio que regula a glicose no sangue no pâncreas. Ela também pode ser originada pela má absorção de insulina por parte do organismo, e pode ser classificada em: Uma alimentação balanceada integrada com a prática de atividade física pode reduzir o risco desta doença em até 60%. A regularidade na prática de Dependente de insulina DM tipo I Não dependente de insulina DM tipo II 8 exercícios, associa a perda de peso e à resultados quanto a sensibilidade à insulina e tolerância a glicose, fazendo com que o risco desenvolver a DM tipo II seja reduzido. Praticantes de exercícios físicos rigorosos, com intensa produção de suor por menos uma vez na semana, estão sujeitos a redução do risco de desenvolvimento de DM tipo II. Síndrome Metabólica Síndrome metabólica é basicamente uma junção dos fatores de risco de doenças cardiovasculares, já discutidas anteriormente, diretamente ligadas a diabetes, obesidade, hipertensão e dislipidemia. Os indivíduos com três ou mais fatores de risco, são adotados como portadores da síndrome. Estando associada a obesidade por fruto da má alimentação e sedentarismo, torna-se uma doença moderna. Para ser controlada, é necessário que haja uma rotina na prática de atividade física; acarretando o aumento do HDL no sangue, redução da pressão arterial, dos triglicerídeos e consequentemente, a redução do peso, como vimos anteriormente nesta aula. REFERÊNCIAS HEYWARD, Vivian H. Avaliação física e prescrição de exercício. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. BARCELOS, V. Avaliação na educação de jovens e adultos. São Paulo: Vozes, 2014. Figura 2. Fatores de risco da síndrome metabólica. Fonte: https://www.institutoamo.com/ https://www.institutoamo.com/ ATIVIDADE FÍSICA PARA JOVENS E ADULTOS DOENÇAS ASSOCIADAS À INATIVIDADE FÍSICA 2 SUMÁRIO DOENÇAS RELACIONADAS À INATIVIDADE FÍSICA .............................................................................. 4 CÂNCER ........................................................................................................................................... 4 DOENÇAS E DISTÚRBIOS MUSCULOESQUELÉTICOS ......................................................................... 5 ENVELHECIMENTO .......................................................................................................................... 7 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 8 3 Olá! A Organização Mundial da Saúde (OMS), informa que a prática de exercícios físicos reduz o risco de mortes prematuras (tabagismo como associação a cardiopatias coronárias, acidente vascular encefálico e cânceres), doenças do coração, câncer de colo, mama e diabetes. Além disso, quando nos exercitamos, ocorre a liberação de hormônios que acarretam na queda dos níveis de estresse, ansiedade e depressão. Nesta unidade de aprendizagem iremos abordar algumas doenças que possuem uma relação com a ausência ou insuficiência de atividade física, retomando a unidade anterior. Bons estudos! 4 DOENÇAS RELACIONADAS À INATIVIDADE
Compartilhar