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2 Psicodinâmica do Trabalho Ana Mendes

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Psicodinâmica e Clínica do 
Trabalho
Profª Ana Magnólia Mendes
www.lpct.com.br
Universidade de Brasília -UnB
Instituto de Psicologia - IP
Departamento de Psicologia Social e do Trabalho – PST
Laboratório de Psicodinâmica e Clinica do Trabalho - LPCT
Organização 
do trabalho
o prescrito e o fazer
real do trabalho, trabalho vivo
Patologias
Sobrecarga
Violência
Normopatia
Sociopatia
Compulsão
TRABALHAR
Mobilização subjetiva
Inteligência prática
Espaço de discussão
Cooperação
RECONHECIMENTO
PRAZER SOFRIMENTO CRIATIVO E ÉTICO
Sofrimento patogênico
Estratégias defensivas individuais e coletivas
Ideologia defensiva
SAÚDE
QUALIDADE DO 
TRABALHO
ADOECIMENTO
A PSICODINÂMICA DO TRABALHO
Organização do trabalho: o prescrito e o real do 
trabalho 
Natureza e divisão das tarefas 
Hierárquica, técnica, operacional, 
administrativa e social
Produtividade Esperada 
Metas, qualidade 
quantidade
Regras Formais 
Missão, legislação, normas, 
procedimentos
Tempo 
Jornada, pausas, 
turnos, prazos
Regras Informais
Regras de ofício,
Práticas, Hábitos
Interações coletivas 
Comunicação entre membros 
da equipe de trabalho, 
membros de outros grupos de 
trabalho.
Modos de gestão
Distribuição de tarefas, de 
pessoas, de recursos, 
autonomia, participação e 
avaliação
Condições de infra-estrutura
Qualidade do ambiente físico, 
posto de trabalho, equipamentos, 
sistemas operacionais, material e 
informação
❑ O trabalho é prazeroso quando se vivencia:
✓ Ressonância simbólica
✓ Realização e liberdade 
✓ Exercício da democracia, socialização com os outros
✓ Reforço da identidade (reconhecimento)
✓ Uso da inteligência prática
✓ Negociação frente a organização do trabalho
✓ Emancipação 
❑O prazer permite ressignificar/transformar o sofrimento
Prazer no trabalho
Sofrimento no trabalho
✓ Indignidade, desqualificação, inutilidade
✓ Angustia, medo e insegurança
✓ Esgotamento emocional e falta de reconhecimento
✓ Sofrimento patogênico, criativo e ético
A Mobilização Subjetiva
❑ Modos de engajamento, de pensar, sentir e agir individual e 
coletivo dos trabalhadores 
❑ Dimensões: inteligência prática, espaço público de discussão e 
deliberação, coletivo de trabalho/cooperação, reconhecimento 
❑Funções – emancipar o sujeito, ressignificar o sofrimento, 
transformar a organização do trabalho em uma fonte de prazer e 
de saúde 
❑Manifestam-se pelos modos de gestão individual e coletiva do 
trabalho nas dimensões visíveis e invisíveis da organização do 
trabalho prescrito e do real do trabalho.
❖ Inteligência astuciosa, engenhosidade, inventividade, saber fazer e 
inovação, mobilizados diante do imprevisto.
❖ Tem raiz no corpo, no conhecimento da tarefa, na habilidade e intuição dos 
trabalhadores para fazer frente a carga de trabalho
❖ É uma inteligência que busca atender aos objetivos da produção, criando 
procedimentos, muitas vezes, mais eficazes do que os prescritos pela 
organização do trabalho
Inteligência prática
❑ É constituído pelo espaço da fala e de expressão coletiva do sofrimento. Esse 
espaço público de discussão se caracteriza por:
❑ Ser um espaço, no qual as opiniões, eventualmente contraditórias, podem ser 
livremente formuladas e publicamente declaradas. 
❑ Acolher opiniões baseadas em diferentes crenças, desejos, valores, posições 
ideológicas, escolhas éticas, experiência técnica e compartilhamento das ações de 
resistência.
❑ Ser construído pelos trabalhadores de modo coletivo.
❑ Ser utilizado para auto-expressão, autenticidade e relação de eqüidade entre 
aquele que fala e aquele que escuta. 
Espaço de discussão
❑ É constituída pela possibilidade de ação coordenada para construir um 
produto comum com base na confiança e na solidariedade. 
❑ É a convergência das contribuições de cada trabalhador e das relações 
de interdependência. 
❑ É a integração das diferenças individuais e a articulação dos talentos 
específicos de cada trabalhador. 
❑ É a possibilidade de possível minimizar e contornar erros e falhas para 
que o desempenho do coletivo alcance resultados superiores à soma 
dos desempenhos individuais
Cooperação
Reconhecimento no trabalho
❑ Retribuição moral e simbólica às contribuições à organização do trabalho 
(esforço e investimento)
❑ Julgamento de utilidade e beleza, identidade e sentido no trabalho
❑ Conhecer para reconhecer. Desvelar o trabalho, trazê-lo para o espaço 
público e construir a cooperação
❑ O não reconhecimento no trabalho está na base das patologias 
Estratégias defensivas individuais e coletivas de 
proteção e adaptação
❑ Racionalização
❑Intelectualização
❑Idealização
❑Projeção
❑Formação substituta
Exemplos: brincadeiras/humor, conformismo, superstição, 
passividade, atividades lúdicas e relaxantes, atividades 
profissionais extra-trabalho.
Dinâmica das patologias no trabalho 
Estratégias defensivas 
individuais e coletivas
Hiperatividade, 
compensações, 
fuga, 
apatia, 
Banalização
Virilidade, 
Servidão voluntária, 
Estratégia de convivência, 
Distorções 
comunicacionais,
Cinismo.
Destinos 
 Vitalidade X 
Sobrecarga,
 Compulsões 
 Potência X 
Normopatia-
Sociopatia, 
 Violência, 
 Assédio, 
 Suicídio, 
EIXOS DOS 
SINTOMAS
Aceleração-
fadiga
Onipotência-
impotência
ESTRUTURADO NA DINÂMICA: Necessidade-desejo-exigência
Metodologia em psicodinâmica do trabalho 
Pré-pesquisa
Análise documental
Visitas aos local
Organização do 
trabalho real
Material da 
pesquisa 
Não dito
Interpretação
Observação clínica 
– elaboração e 
discussão
Validação e 
refutação
A pesquisa
Postura de 
pesquisador
A relação direta 
entre trabalho e 
sofrimento psíquico
Comentário verbal 
sobre o conteúdo
Análise da demanda
Clínica psicodinâmica do trabalho
➢ Espaço da escuta e da fala do trabalhador, onde se alimenta a possibilidade 
de construir/reconstruir, resgatar e potencializar a MOBILIZAÇÃO SUBJETIVA 
no cotidiano do coletivo de trabalho. 
➢Momento de tornar visível o invisível das relações entre a organização do 
trabalho e a mobilização subjetiva; desvelar/revelar o sofrimento, as defesas, as 
patologias, e construir novos destinos para o sofrimento mais próximos da saúde 
mental e da melhoria da qualidade do trabalho. 
➢Momento de resgatar a capacidade de pensar ao partilhar o sofrimento: 
angustia, medo, insegurança proveniente da relação do trabalhador com a 
organização do trabalho. Fazer a palavra contribui para articulação de soluções 
no nível intersubjetivo, promovendo a cooperação.
Clinica psicodinâmica do trabalho 
➢É a experiência de participação dos sujeitos em ações deliberativas, em 
decisões para gestão do próprio trabalho, no aumento da capacidade de 
colaborarem e utilizarem o saber-fazer nas soluções do dia-a-dia. 
➢Envolve mudanças de significados e sentidos sobre seu trabalho, seu 
fazer, suas realizações, seus medos, seu envolvimento com a tarefa dos 
colegas, seu desejo de reconhecimento, etc. 
➢Os participantes estão previamente juntos no trabalho e falarão juntos da 
organização, da tarefa comum, das estratégias compartilhadas, da 
comunicação e dos seus acordos. 
Clinica psicodinâmica do trabalho
➢Inclui a pesquisa e a ação/intervenção como dimensões indissociáveis, 
além da formação do profissional. 
➢Exige uma qualificação teórico-metodológica que articule uma teoria do 
sujeito e uma teoria social à uma condução centrada na escuta do outro.
➢O processo fala-escuta implica condições que vão além do dizer-ouvir. 
➢Escutar o não dito, o oculto, o silenciado, buscando, junto com o coletivo, 
desvelar a cortina e construir novas estratégias para ressignificar o 
sofrimento, atribuindo um novo sentido ao trabalho e, como consequência, 
abrindo espaço para as ações sobre a organização do trabalho.
Clinica psicodinâmica do trabalho: contribuições da 
psicanálise
➢O trabalho como atividade psíquica. 
➢Princípio do prazer e da realidade
➢Narcisismo
➢Gratificaçãopulsional/sublimação
➢Lei/castração
➢Identificação – laços emocionais - vinculo social - cooperação 
Clinica psicodinâmica do trabalho: contribuições da 
psicanálise
➢ Busca-se deslocar o sujeito das relações primárias de investimento 
pulsional para as relações sociais, sublimadas. 
➢Esse deslocamento é fundamental para a cooperação e o viver junto. 
Quando essa passagem não ocorre, predominam condutas narcisistas, 
regidas pelo princípio do prazer, levando a ações no trabalho mais 
individualistas. 
➢Ese primarismo é estimulado e potencializado pelos modelos de 
qualidade total e gestão gerencialista.
Clinica psicodinâmica do trabalho: contribuições da 
psicanálise
➢ A relação do sujeito com o outro, de modo geral, é regida basicamente 
pelos sentimentos de culpa e desamparo. Hoje, esses pilares não ocupam 
mais o centro da vida coletiva. Isso não significa que todos tornaram-se 
sociopatas, mas que são sujeitos desorientados, desfiliados e 
desenraizados. 
➢Sem frustações, medo, contrariedades, sintomas que o afeto originário 
da angústia produz, o sujeito está despreparado para lidar com as pulsões 
destrutivas e as estratégias para sustentar a tarefa difícil de viver. 
Clinica psicodinâmica do trabalho: contribuições da 
psicanálise
➢ A sociedade moderna tende a lançar as subjetividades no abismo do desamparo. 
➢O sujeito tem que se constituir por seus próprios meios, o que implica estímulo ao 
individualismo e à solidão. 
➢Para livrar-se da angústia do desamparo, o sujeito se oferece ao outro. “Goze 
com meu corpo como quiser e me submeta, mas não me deixe sozinho com meu 
desamparo”. 
➢O preço para vivenciá-lo pode ser alto, mas, ao mesmo tempo, permite o acesso 
ao desejo e à liberdade, pois é na falta que o sujeito pode mobilizar-se para fazer 
frente ao real.
Dispositivos para clinica psicodinâmica do trabalho
➢O pensar não está dissociado do sentir. 
➢Não é suficiente para a mobilização subjetiva conhecer o trabalho, saber 
o que precisa ser feito ou fazer o que se sabe. 
➢O fazer está carregado de saberes e de afetos, principalmente porque o 
trabalho implica viver junto. 
➢A fala sobre o sofrimento permite essa associação. Para se chegar a 
esse momento, muitos dispositivos na condução da clínica são importantes. 
❖ a demanda: clínica da cooperação, clínica das patologias, clínica 
da inclusão
❖a elaboração e perlaboração: fala, escuta e ação
❖a transferência e a construção de laços
❖a interpretação 
❖a formação clínica
❖ a supervisão
❖ Organização da pesquisa 
Local, participantes individual ou coletiva. Em grupo de 6 a 8 submetidos ou 
não a mesma organização do trabalho ou processo de adoecimento, 2h de 
duração, encontros semanais, formação do coletivo de clínicos.
❖ Construção e analise da demanda - ( PROART – Protocolo de Avaliação 
dos Riscos Psicossociais Relacionas ao trabalho)
❖ Constituição do espaço da fala e da escuta
❖ Observação clínica
❖ Estruturação do memorial
❖ Restituição e deliberação 
❖ Supervisão
❖ Apresentação dos relatos
❖ Avaliação
Condições para clínica psicodinâmica do trabalho
Análise da demanda: clínica individual, coletiva da cooperação, das patologias e da 
inclusão
Local, individual ou em grupos de 6 a 8 participantes inseridos ou não na mesma
organização do trabalho, em adoecimento, readaptação, situações de violência, suicídios,
estresse pós-traumático, crises e tragédias, 1h individual e 2h coletivo, encontros
semanais, formação do coletivo de clínicos e de supervisão clínica.
Construção e analise da demanda - ( PROART – Protocolo de Avaliação dos Riscos 
Psicossociais Relacionados ao Trabalho)
Constituição do espaço da fala e da escuta: os dispositivos clínicos
Estruturação dos registros: transcrição, diário de campo, memorial
Análise Clínica do Trabalho – ACT
Apresentação dos relatos
Avaliação da prática
A Proposta da Clínica Analítica do Trabalho
Eixos estruturantes do método da clínica 
analítica do trabalho
✓ Dispositivos para escuta dos sujeitos em sofrimento no trabalho:
❑Sentidos dos sintomas
❑Transferência 
❑Interpretação
✓ Formação do clínico: teórica, prática e pessoal
✓ Supervisão clínica
Efeitos da clínica: resgatar e potencializar a 
mobilização subjetiva, coletiva e política
 Reposicionamento do sujeito diante do trabalho: sujeito
invocado, sujeito invoncante – saúde mental = destinos
saudáveis do sofrimento: vitalidade, potência: castração =
sujeito do desejo= sujeito da falta – sujeito da desistência.
 Apropriar-se da inteligência prática como fundamental para
confrontar o real e cumprir o prescrito
 Construir espaço público de discussão e deliberação
 Reconhecer o trabalho pelo julgamento do trabalhar
 Fortalecer o coletivo de trabalho e a cooperação: regras de
ofício e regras de convivência, a ética das relações humanas
 Construir a gestão coletiva da organização do trabalho:
prescrição orientadora e não definidora
Etapa I: Análise dos dispositivos clínicos - (ADC)
✓Resultados referentes à análise da demanda, 
✓os processos de elaboração e perlaboração, 
✓a construção de laços afetivos, 
✓a interpretação
✓ a formação clínica
✓ a supervisão. 
Os dados para esta etapa são originados do memorial e do diário de campo.
ANÁLISE CLÍNICA DO TRABALHO
Etapa II: Análise da psicodinâmica do trabalho - (APDT)
✓Estruturação dos eixos de análise, é fomentada pelas transcrições das 
sessões ou registro das falas. 
✓As falas devem ser editadas e organizadas em forma de texto obedecendo 
o desenvolvimento das sessões e a classificação nos eixos e seus temas. 
✓O texto deve ser apresentado de acordo com o que foi dito em cada sessão 
sobre os temas de cada eixo, demonstrando como foi o processo de 
revelação e apropriação do discurso pelo coletivo. 
✓As falas podem ser usadas para ilustrar o texto produzido pelo pesquisador-
clínico.
ANÁLISE CLÍNICA DO TRABALHO
Eixo I: Organização do trabalho prescrito e o real do trabalho: 
✓Tipos de tarefas 
✓Divisão do trabalho
✓Normas e regras 
✓Tempo e ritmos
✓Exigências técnicas
✓Relações com pares, chefias e clientes
✓Estilo de gestão
✓Responsabilidades e riscos
ANÁLISE CLÍNICA DO TRABALHO
Eixo II: Mobilização subjetiva
✓Sofrimento criativo
✓Inteligência prática
✓Espaço de discussão
✓Cooperação
✓Reconhecimento
Eixo III: Sofrimento, defesas e patologias
✓Sofrimento patogênico
✓Estratégias de defesas individuais
✓Estratégias de defesas coletivas 
✓Tipos de patologias 
✓Danos físicos e psicossociais
ANÁLISE CLÍNICA DO TRABALHO
Etapa III: Análise da mobilização do coletivo de trabalho – (AMCT)
✓É o momento de analisar as dimensões que mais colaboram ou não com a 
mobilização do coletivo. 
✓Para tal, é preciso articular os dispositivos utilizados na condução clínica 
com os resultados encontrados nos eixos da análise psicodinâmica do 
trabalho.
ANÁLISE CLÍNICA DO TRABALHO
Análise da demanda: clínica individual, coletiva da cooperação, das patologias e da inclusão 
Local, individual ou em grupos de 6 a 8 participantes inseridos ou não na mesma 
organização do trabalho, em adoecimento, readaptação, situações de violência, suicídios, 
estresse pós-traumático, crises e tragédias, 1h individual e 2h coletivo, encontros semanais, 
formação do coletivo de clínicos e de supervisão clínica.
Construção e analise da demanda - ( PROART – Protocolo de Avaliação dos Riscos 
Psicossociais Relacionados ao Trabalho)
Constituição do espaço da fala e da escuta: os dispositivos clínicos
Estruturação dos registros: transcrição, diário de campo, memorial
Análise Clínica do Trabalho – ACT
Apresentação dos relatos
Avaliação da prática
Exemplos de práticas da Clínica do Trabalho:
UTI, Taquígrafos, Catadores X Delegados sindicais, Policiais, Agencia 
Reguladora
 Percebemos que existe uma precarização no trabalho. A maioria se sente como “Bombril”. E 
isso parece gerar uma angústia quando se refere a realizar o trabalho, descrito porvocês 
como consistindo, em termos, de tratar com o problema dos outros: ouvir o problema, 
registrá-lo, buscar uma solução. Uma descrição de trabalho policial não imaginada pela 
sociedade. Nisso existem vários desafios, dentre eles, o imperativo de ter que se envolver 
com o trabalho e ao mesmo tempo de afastar-se dele para evitar sofrimento, para tentar 
não absorver tais problemas. 
 Além disso, a pressão parece vir de todos os lados – sociedade, instituição, público usuário 
do serviço – e parece que muita coisa fica no não dito por estar estabelecida a cultura do 
medo: medo de trabalhar, medo de errar, medo da punição. Medos altamente relacionados 
com o sentimento de que vivem na tênue linha entre a legalidade e a ilegalidade. Sentimos 
que às vezes é como se vocês quisessem falar, ponderar, se posicionar e a voz falhasse. 
Como se estivessem presos em diversas cadeias – de fatos, acontecimentos, hierárquicas, 
políticas. Mas que prisão é essa em que de fato o policial está? 
 O fato de a cobrança vir de todos os lados, sem ao menos ter o apoio necessário que traria 
segurança, pode surgir o pensamento de que vocês se sentem desamparados frente aos 
desafios. Vulneráveis em meio às dificuldades que surgem da realização desse trabalho tão 
distante das normas prescritas para realizá-lo. Falando da situação da delegacia que foi 
atacada, também nos remetemos ao desamparo do trabalhador que tem por missão ajudar 
as pessoas que chegam em estado delicado e vulnerável nas delegacias e nos surge a 
pergunta que também serve para todos os outros policiais em seu dia a dia: e quem é que 
ampara o policial? 


 Nesta sessão se repetiram dois comportamentos das ultimas sessões: o atraso para iniciar (45 min) 
e o número reduzido de catadores. Participaram 4 (D. Edileuza, D. Terezinha, Paulista e Seu Bigode), 
o Jorge chegou mais próximo do final (Jorge estava umas 3 sessões sem participar). Assim, esta 
sessão foi a que contou com menor número de catadores, e também com o “enfrentamento” ao Seu 
Bigode, pois as palavras ditas seriam refletidas novamente.
 Analisando este movimento dos catadores fico pensando que este atraso pode ser uma fuga para 
não ter que tratar do que já foi “denunciado”, pode ser o medo de enfrentar o Seu Bigode numa 
sessão, pode ser o próprio descaso com a Associação, com o coletivo de trabalhadores, podem ser 
possíveis repercussões das falas deles sobre a gestão da ASCAMPA. Formas de defesa (de proteção) 
dos catadores.
 Bom... o tão esperado Seu Bigode, chegou, com cara de vítima, desanimado, suado, segurando uma 
bolsa, a qual ficou sobre o seu colo o tempo todo, como se ele se agarrasse as alças da bolsa para 
se segurar e se salvar das denúncias (inconscientemente, pois na verdade ele não demonstrou ter 
percebido nada). Não houve conversa com ele antes da sessão, pois tão logo ele chegou, iniciamos 
a sessão com a “explicação do memorial”. O memorial tinha 3 páginas, contendo reclamações e 
deliberações... 
 Esta 9 sessão foi bem difícil... difícil ver a passividade dos catadores diante da aparência de rude e 
triste do Seu Bigode. Todos sofrem com isto... Seu Bigode por achar que esta sendo apunhalado 
pelas costas e os demais por não terem a coragem de falarem... mas eu ainda tenho a esperança 
que eles consiga agir, no dia a dia e ir consertando estas questões... a visão romântica sempre... 
aff...
 Ao final da sessão informei que estávamos chegando ao final deste trabalho de Clínica do Trabalho. 
Que faríamos mais duas sessões, seguidas de uma reuniao posterior, em junho, para discussão de 
tudo que foi tratado em todas as sessões, para eles analisarem, corrigirem, validarem. 
Ações de gestão e de saúde para resgatar e potencializar a 
mobilização subjetiva, coletiva e política
 Reposicionamento do sujeito diante do trabalho: sujeito
invocado, sujeito invoncante – saúde mental = destinos
saudáveis do sofrimento: vitalidade, potência: castração =
sujeito do desejo= sujeito da falta – sujeito da desistência.
 Apropriar-se da inteligência prática como fundamental para
confrontar o real e cumprir o prescrito
 Construir espaço público de discussão e deliberação
 Reconhecer o trabalho pelo julgamento do trabalhar
 Fortalecer o coletivo de trabalho e a cooperação: regras de
ofício e regras de convivência, a ética das relações humanas
 Construir a gestão coletiva da organização do trabalho:
prescrição orientadora e não definidora
Dejours, C. Trabalho vivo 2: trabalho e emancipação. São Paulo: Paralelo 15, 2012.
Dejours, C. (2010). Suicídio no trabalho: o que fazer? Brasília; Paralelo 15. 
Dejours, C. (1998). A banalização da injustiça social. Rio de Janeiro: Editora FGV.
Ferreira, J. B. (2011). Do poema nasce o poeta: criação literária, trabalho e subjetivação. Rio de Janeiro:7Letras.
Mendes, A M, Moraes, R. D. Merlo, A, R. C, (2014). Trabalho e Sofrimento: práticas clínicas e políticas. Curitiba: 
Editora Juruá.
Merlo, A, R. C, Mendes, A M, Moraes, R. D. (2013). O sujeito no trabalho: entre a saúde e a patologia. Curitiba: 
Editora Juruá.
Mendes, A M & Araújo, L. R. K (2012). Clínica psicodinâmica do trabalho: o sujeito em ação. Curitiba: Editora 
Juruá. Biblioteca Juruá.
Mendes, A M, Merlo, A, R. C, Morrone, C. F. & Facas, E. P (2010). Psicodinâmica e clínica do trabalho: temas, 
interfaces e casos brasileiros. Curitiba: Editora Juruá.
Mendes, A. M. (org.), (2010) Violência no trabalho: perspectivas da psicodinâmica, ergonomia e sociologia clínica. 
São Paulo: Editora Mackenzie.
Mendes, A M. (2008). Trabalho e Saúde – o sujeito entre emancipação e servidão. Curitiba, PR: Juruá.
Mendes, A. M., Canez, S. C. L. & Facas, E. P (org.), (2007). Diálogos em psicodinâmica do trabalho. Brasília: 
Paralelo 15. 
Referências

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