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Vírus da Raiva

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Raiva 
 
Características gerais 
O vírus da raiva é uma zoonose, capaz de infectar a 
maioria dos mamíferos terrestres e aéreos. É 
neurotrópico (infecta os neurônios) e causa uma 
encefalomielite aguda progressiva e fatal. 
Ao final do séc XIX, Pasteur determina o neurotropismo 
através da inoculação do vírus em cérebros de coelhos, 
e estabeleceu uma cepa estável em laboratório, para 
começar a testar uma vacina em animais e humanos. 
Já no início do séc XX, Negri conseguiu determinar uma 
característica histológica que significava a infecção pelo 
vírus da raiva, denominada Corpúsculos de Negri: um 
corpúsculo intracitoplasmático, denso e próximo ao 
núcleo do neurônio infectado. 
O vírus pertence à ordem Mononegavirales, família 
Rhabdoviridae, gênero Lyssavírus. Seu genoma é RNA 
fita simples e com polaridade negativa, a partícula viral 
é envelopada, simetria helicoidal, em formato 
característico de projétil. Apenas uma espécie de RaV, 
várias estirpes selvagens e vacinais. 
 
Biossíntese viral 
O vírus irá se replicar, principalmente nas células 
musculares, utilizando os receptores de entrada 
(nicotínicos da acetilcolina). Ele adsorve e entra na célula 
por endocitose mediada por receptor, tendo uma fusão 
dependente de pH ácido posterior da membrana desse 
endossoma com envelope viral. 
Em seguida, inicia a transcrição do genoma em RNA 
mensageiros a partir do complexo pela proteína L, M e 
P. Após serem produzidos e traduzidos, ocorre uma 
mudança de fase em que ele será sintetizado um RNA 
genômico para a montagem de novas partículas virais. 
A encapsidação e liberação das partículas leva dias 
para acontecer, o ciclo replicativo é longo e pode 
atingir os neurônios, onde esse vírus será transportado 
em um processo lento até chegar na raiz do glângio, 
onde o núcleo se encontra. 
 
Patogenia da raiva 
O vírus é encontrado em abundância na saliva do 
animal infectado e ao morder um novo hospedeiro, esse 
animal irá inocular através da ferida aberta a saliva 
contaminada, proporcionando a via de entrada do 
vírus. 
 
Ao chegar no encéfalo, o vírus infecta a região 
conhecida como sistema límbico, uma região do encéfalo 
que controla as emoções. Quando a infecção se 
estabelece nele, ele fica desregulado e despertando 
uma agressividade, ansiedade e irritabilidade. 
 
Manifestações clínicas em humanos 
 
 
 
O período de incubação varia entre dias até anos, entra 
e exposição inicial e o aparecimento de sintomas. 
Sintomas da raiva no período prodrômico: 
 
Sintomas da raiva mais específicos: 
 
Epidemiologia 
A infecção é transmitida inicialmente entre morcegos 
(principais reservatórios aéreos), causando a 
epidemiologia nos animais silvestres, domésticos e rurais. 
 
Prevenção da raiva 
 
Profilaxia 
1. Pré-exposição (sob risco de infecção) 
É indicada para pessoas sob risco como veterináris, 
zootecnistas. Até o ano de 2000, a vacina era 
produzida em cérebro de camundongos recém-nascidos 
e inativada – risco aumentado dde doenças 
desmielinizantes. 
2. Pós-exposição: 
As vacinas são de cultura celular, 3 doses, 7 e 28 dias. 
4ª dose de reforço caso a pessoa não tenha 
desenvolvido a imunidade adequada, após 14 dias da 
3º caso necessário. 
Pode ser realizada a imunização ativa (vacinação) e 
passiva (aplicação de soros imunes) logo após sua 
exposição ao vírus. 
 
Acidentes leves: ferimentos superficiais, pouco extensos, 
únicos, em regiões pouco invervadas (tronco e membros 
– exceto mãos e pés). Mordidas, arranhadura, 
lambeduras da pele pouco ferida (pele intacta – sem 
risco). 
Acidentes graves: ferimentos profundos, múltiplos, 
extensos, com sangramento – puntiformes nem sempre 
sangram. Regiões inervadas (mãos e pés) ou próximas 
ao SNC. Lambedura de mucosas e pele com lesão 
grave. Arranhadura profunda por unha de gato e 
mordidas de morcego 
• ANIMAIS DOMÉSTICOS 
Contato indireto com animal doméstico vacinado e sem 
suspeita → lavar região afetada. 
 
 
Contato direto com acidente leve com animal doméstico 
sem suspeita → lavar ferimento e observar animal por 
10 dias Se animal se tornar raivoso, morrer ou 
desaparecer, vacinar com 4 doses (0,3, 7 e 14). 
Acidente grave com animal doméstico sem suspeita → 
lavar ferimento e observar o animal por 10 dias, duas 
doses de vacina (0 e 3) Se for raivoso, sumir ou morrer, 
soro antirrábico e totalizar 4 doses de vacina (7 e 14). 
Contato indireto com animal suspeito de raiva →lavar 
a região afetada. 
Contato direto com acidente leve com animal suspeito 
→ lavar ferimento, 2 doses de vacina (0 e 3), e 
observar. Se sumir, morrer ou for raivoso, totalizar 4 
doses de vacina. 
Acidente grave com animal suspeito→ lavar ferimento, 
injetar soro antirrábico, dar 4 doses de vacina e 
observar o animal por 10 dias. 
• ANIMAIS SILVESTRES 
Contato indireto com animal silvestre ou confirmado → 
lavar local. 
Contato direto com acidente leve com animal silvestre 
ou confirmado → lavar o ferimento e 4 doses de vacina 
Acidente grave com animal silvestre ou confirmado → 
lavar ferimento, injetar soro antirrábico, dar 4 doses de 
vacina. 
Tratamento 
Diversos protocolos são aplicados para evitar a 
fatalidade da raiva. Os protocolos princiais são 
Protocolo de Milwaukee: indução de coma e antivirais 
(amantadina - tratamento da Doença de Parkinson e de 
infecções virais) 
Protocolo de Recife (biopterina – cofator enzimático 
envolvido na síntese de neurotransmissores).

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