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GINECOLOGIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 CÂNCER DE MAMA • O câncer de mama é o tumor ginecológico mais comum no sexo feminino no brasil (exceto melanoma) o Com incidência maior no RJ e RS Fatores De Risco • Idade avançada, sexo feminino (135:1) • Mutação BRCA 1 e BRCA 2 → genes de supressão tumoral o Com o câncer aparecendo mais precocemente (< 50 anos) o 60 a 85% de chance de desenvolver o câncer ao longo da vida o BRCA 1 tbm se relaciona ao Ca de ovário, e o 2 com Ca de mama em homens • Menarca precoce e menopausa tardia – janela estrogênica • Terapia de reposição hormonal • Nuliparidade, obesidade, uso de álcool • Maior densidade mamaria na MMG pós menopausa → não deveria estar densa (liposubstituição), havendo grande quantidade glandular RASTREAMENTO Autoexame → indicado por anos, não mostrou redução na mortalidade ou aumento na detecção precoce, e aumentou o número de consultas desnecessárias Exame clinico → feito por profissional capacitado Mamografia → ferramenta inicial de investigação, melhor custo-benefício • Feita dos 50 a 69 anos, a cada 2 anos pelo INCA • Diretriz americana, da SBM, Febrasgo e CBR → anualmente a partir dos 40 o Em casos de fatores de alto risco, é feito anualmente a partir dos 35 anos, podendo associar a RNM → ou 10 anos antes do caso índice ▪ HF em familiar de 1º grau (mãe/irmã/filha) com diagnostico < 50 anos ▪ Familiar de 1º grau com câncer de mama bilateral ou câncer de ovário ▪ Familiar masculino com câncer de mama ▪ Biopsia positiva para qualquer marcador de risco Clinica • Mama esquerda mais incidente, na maior parte no QSE • Na maioria das vezes, é manifestado por nódulo o Ao EF → consistência pétrea, aderido a planos profundos, bordas irregulares • Em achado monográfico em pcte assintomática → microcalcificações, nódulos... • Derrame papilar em agua de rocha pode ser a manifestação, mas é incomum ❖ Carcinoma Inflamatório • Êmbolos tumorais que saem do tumor e caem na derme, causando processo inflamatório que simula mastite o Pode deixar a pele em aspecto de casca de laranja • QT neoadjuvante + mastectomia ❖ Carcinoma de Paget • Extensão do Ca ductal in situ de ductos mamilares, na pele cotígua ao mamilo e aréola • Lesão descamativa, pruriginosa, com destruição do complexo areolar • Centralectomia EXAMES DE IMAGEM ❖ Mamografia GINECOLOGIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 • Compressão da mama, com incidência crânio-caudal e médio-lateral-oblíqua ❖ USG • Geralmente 2º passo na investigação para complementar a MMG • Não usa radiação, sendo preferível em pacientes mais jovens o Mamas densas não são bem visualizadas na MMG • Indicações o Avaliação complementar de lesões vistas na mmg ▪ Diferenciação de lesões solidas e císticas o Rastreamento em jovens de alto risco o Alterações no exame físico → nódulos, descarga mamilar o Avaliação de linfonodos para estadiamento o Gestantes, diagnostico de coleções, guiar procedimentos • Lesões circunscritas, homogêneas e bem delimitadas tendem a ser benignas o Heterogênea, irregular e espiculadas tender a ser malignas ▪ Maior eixo da lesão é o perpendicular a pele (mais comprido que largo) • Desvantagens → não detecta microcalcificações, examinador/equipamento ❖ RNM • Alta sensibilidade, permite análise morfológica e funcional (capta ou não contraste...) • Indicações → lesões duvidosas, pcte de alto risco com mamas densas o Estadiamento locorregional, monitorização de resposta a QT o Pesquisa de carcinoma oculto, pesquisa de recidiva BI-RADS – Breast Imaging Reporting and Data System • Padronização de exames radiológicos da mama o BI-RADS 0 → inconclusivo, complementa com outro exame/incidência/magnifica o BI-RADS 1 → nenhuma alteração o BI-RADS 2 → calcificações vasculares, grosseiras (casca de ovo, pipoca) ▪ USG → cistos, lesões estáveis > 2 anos/biopsia benigna, linfonodos intramamários, múltiplos nódulos circunscritos, alterações pró operatórias o BI-RADS 3 → assimetria o Repete em 6 meses por 2 a 3 anos ▪ USG → nódulo com características benignas, necrose gordurosa, cisto complicado, distorção arquitetural o BI-RADS 4 → microcalcificações agrupadas ▪ Nódulo intraductal, nódulo sólido-cístico complexo, distorção o BI-RADS 5 → nódulo denso, irregular, de borda espiculada Diagnostico GINECOLOGIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 PROCEDIMENTOS • PAAF → punção aspirativa com agulha fina, guiada por USG ou MMG o Permite apenas estudo citopatológico ❖ Core Biopsy → punção aspirativa com agulha grossa → diagnóstico definitivo → retira amostra de tecido o Feita a partir da suspeita clinica → nódulo solido, microcalcificações visíveis em USG, assimetria, distorção arquitetural o Contraindicada em lesões muito pequenas • Mamotomia → retira vários fragmentos de tecido, avalia lesões não palpáveis o Custo elevado, pouca disponibilidade TIPOS HISTOLÓGICOS ❖ In situ (15-30%) • Começa a crescer no epitélio, mas ainda não invadiu a membrana basal o Ductal → câncer se forma nos ductos, local mais frequente o Lobular → lóbulos que sofrem transformação neoplásica ❖ Invasivo • Capacidade de gerar metástases o Carcinoma ductal invasivo corresponde a 80% dos Ca de mama o Carcinoma lobular invasivo é o 2º mais comum o Carcinoma tubular, mucinoso, medular, papilar... DIAGNOSTICO DIFERENCIAL o Esteatonecrose por trauma de mama, aparece na MMG como calcificações ou nódulos de característica maligna o Cicatriz radial → nódulo benigno que se manifesta com espiculas na MMG o Tumor phyllodes ESTADIAMENTO TNM • Leva em consideração o Tamanho do tumor, status linfonodal (N) e Metástase distante • Em tumores iniciais, a pesquisa de metástases só é feita na presença de sintomas o Se localmente avançado, se investiga com TC de tórax e abd, cintilografia óssea • Estádios iniciais (T1 e T2) o T1/T2 → tumor < 5 cm o N0 – axila clinicamente negativa o M0 → sem metástase a distancia ▪ Cirurgia • Localmente avançados o T3/T4 → tumor > 5 cm, com invasão de pele/musculo ou carcinoma inflamatório o N1 → linfonodos axilares, infra/supra claviculares comprometidos o M0 → sem mtx ▪ Iniciar por cirurgia ou QT neo + cirurgia • Metastáticas o Locais mais comuns – osso, pulmão e fígado ▪ Inicia por tto sistêmico Tratamento CIRURGIA CONSERVADORA – QUADRANTECTOMIA • Retirada apenas da parte acometida → SEMPRE associada a radioterapia após • Possível quando o Tumor < 1/5 da mama, geralmente ate 3cm o Gestação de 3º tri, com RT após GINECOLOGIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 MASTECTOMIA • Simples, onde se retira apenas a mama → ou radical, com esvaziamento axilar • Indicações o Gestantes de 1 e 2º trimestre → não pode RT o Doenças do colágeno → não pode RT o Tumores multicêntricos o RT prévia, com recidiva LINFADENECTOMIA • Realizada se axila clinicamente comprometida, em casos de carcinoma inflamatório o Ou a partir da avaliação cirúrgica do linfonodo sentinela ▪ 1º linfonodo axilar que recebe a drenagem linfática da mama • Injeção de azul patente na mama, massagem de 7 min, ressecando o linfonodo o Pode ser feito tambem com radiofármaco • Manda para patologista → se metástase, faz esvaziamento, retirando todos os linfonodos da axila • Não fazer linfadenectomia se → setorectomia (RT após), tumores < 5 cm, até 2 linfonodos +, primeira intervenção sendo a cirurgia AVALIAÇÃO IMUNO-HISTOQUÍMICA • Descreve os receptores hormonais do tumor o RE → receptor estrogênicopositivo ou negativo o RP → receptor progestágeno positivo ou negativo o Ki-67 → índice de proliferação do tumor – quanto maior, pior prognostico o Her-2 → fator de crescimento epidérmico – pior prognostico quanto maior sua expressão TRATAMENTO ADJUVANTE ❖ Radioterapia → sempre indicada após cirurgia conservadora o Após mastectomia quando → limites comprometidos, acometimento de pele e parede torácica, > 3 linfonodos positivos ❖ Quimioterapia → antraciclinas e taxanos o Indicação absoluta quando > 4 linfonodos positivos – chance alta de mtx o Se invasão vascular peritumoral o Baixa expressão de receptores tumorais, alto índice de proliferação celular, GH3 o Pode ser feita como terapia neoadjuvante (antes da cirurgia), quando tumores volumosos > 5 cm – para diminuir o tamanho ❖ Hormonioterapia → indicada se RE e RP +, usada por 5 anos após tto o Tamoxifeno → modulador seletivo do receptor estrogênico ▪ Bloqueia o RE na mama, por antagonismo ▪ Indicado em mulheres pré-menopausa sem supressão ovariana o Inibidor de aromatase → apenas pós menopausa ❖ Trastuzumabe → terapia alvo contra o HER-2, em pacientes com superexpressao o Bloqueia o fator de crescimento, evita recidivas Fatores Prognósticos • Recidiva local o Estado das margens – comprometida ou não o Grau nuclear, Tamanho do tumor, Tipo histológico (ductal invasio e STE piores) • Recidiva sistêmica o Status axilar → linfonodo sentinela positivo ou não GINECOLOGIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 LITERATURA: - Tratado de Ginecologia da FEBRASGO - MEDCEL - Ministério da Saúde
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