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GUIA PRÁTICO DE TERAPIA DE NUTRIÇÃO ENTERAL

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GUIA PRÁTICO DE TERAPIA NUTRICIONAL 
ENTERAL NO ÂMBITO HOSPITALAR E 
DOMICILIAR
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA NUTRICIONAL 
ENTERAL NO ÂMBITO HOSPITALAR E 
DOMICILIAR
Victor Alves de Oliveira 
Organização
Autore(a)s:
Andressa Nathanna Castro Damasceno
Beatriz Souza Santos
Conceição Nahana Alves de Macêdo
Francisca Camila Batista Lima
Ianca Passos de Sousa
Jaíla Maria Feitosa
Karine Rodrigues Ferreira
Leyla Lumara Cabral Soares Pimentel
Maria Rosiany Sousa Moreira
Marília Bezerra Rodrigues
Thayse Wilma Nogueira de Oliveira
Victor Alves de Oliveira
2020
Conselho Editorial
Dr. Clívio Pimentel Júnior - UFOB (BA)
Dra. Edméa Santos - UFRRJ (RJ)
Dr. Valdriano Ferreira do Nascimento - UECE (CE)
Drª. Ana Lúcia Gomes da Silva - UNEB (BA)
Drª. Eliana de Souza Alencar Marques - UFPI (PI)
Dr. Francisco Antonio Machado Araujo – UFDPar (PI)
Drª. Marta Gouveia de Oliveira Rovai – UNIFAL (MG)
Dr. Raimundo Dutra de Araujo – UESPI (PI)
Dr. Raimundo Nonato Moura Oliveira - UEMA (MA)
Dra. Antonia Almeida Silva - UEFS (BA)
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL 
NO ÂMBITO HOSPITALAR E DOMICILIAR
© Victor Alves de Oliveira 
Editoração
Acadêmica Editorial
Diagramação
Danilo Silva
Capa
Acadêmica Editorial
Reprodução e Distribuição
CAJU: Educação, Tecnologia e Editora
DOI: 10.29327/523138
Link de acesso: https://doi.org/10.29327/523138 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha Catalográfica elaborada de acordo com os padrões estabelecidos no 
 Código de Catalogação Anglo – Americano (AACR2) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliotecária Responsável: 
Nayla Kedma de Carvalho Santos – CRB 3ª Região/1188 
 
 
 Guia prático de terapia nutricional enteral no âmbito hospitalar e 
 domiciliar / Victor Alves de Oliveira, organizador. – Parnaíba, PI: 
 Acadêmica Editorial, 2020. 
 E-book. 
 
 ISBN: 978-65-88307-28-1 
 
 
 1. Nutrição enteral. 2. Alimentação – Necessidades especiais. 
 3. Suplementos nutricionais. I. Oliveira, Victor Alves de (Org.). 
 II. Título. 
 
 
 
 
 CDD: 612.3 
 
 
 
G943
 
PREFÁCIOPREFÁCIO
 
O presente Manual de Terapia Nutricional Enteral é um guia prático que 
reúne conceitos, recomendações e abordagens de orientações nutricionais, boas 
práticas de manipulação, composição, indicações, tipos e sugestões de dietas 
e preparações. Sua distribuição acontece em 7 capítulos, de forma objetiva e 
acessível, trazendo informações pertinentes e essenciais nesta área. 
Este manual pode ser utilizado nos serviços de saúde, por profissionais 
habilitados, com o objetivo de facilitar e direcionar a tomada de decisões na 
prática hospitalar, e também na assistência nutricional e clínica ao paciente em 
seu domicílio.
Esta obra, dedica-se às pessoas que possuem necessidades especiais 
de alimentação, e a todos os profissionais de saúde que atuam com terapia 
nutricional em diferentes pontos da rede de atenção à saúde. Assim, espera-
se que essa ferramenta venha apoiar e contribuir para um manejo adequado, 
seguro, rápido, respeitando as particularidades e garantindo integralidade na 
assistência aos indivíduos. 
ORGANIZADOR
Victor Alves de Oliveira
AUTORES
Andressa Nathanna Castro Damasceno, Bacharelado em Nutrição – UFPI; 
Especialista em Nutrição Clínica, Funcional e Prescrição de Fitoterápicos – 
FUNESO; Mestra em Ciências e Saúde – UFPI;
Beatriz Souza Santos, Bacharelado em Nutrição – UFPI; Especialista em Nutrição 
Clínica e Funcional – FUNESO; Residência em Saúde da Família e Comunidade - 
ESP/CE; Residente em Nutrição Clínica em Alta Complexidade – HU/UFPI
Conceição Nahana Alves de Macêdo, Bacharelado em Nutrição - UFPI
Francisca Camila Batista Lima, Bacharelado em Nutrição - UFPI
Ianca Passos de Sousa, Bacharelado em Nutrição – UFPI; Pós graduanda em 
Nutrição Esportiva - Coimbra Academy
Jaíla Maria Feitosa, Bacharelado em Nutrição – UFPI; Pós-graduanda em Nutrição 
clínica, funcional e fitoterápia - Faculdade Internacional do Delta
Karine Rodrigues Ferreira, Bacharelado em Nutrição - UNINASSAU; Residente 
em Cuidados Intensivos do Hospital Universitário da UFPI/Ebserh.
Leyla Lumara Cabral Soares Pimentel, Bacharelado em Nutrição-UFPI; Pós-
graduanda em Nutrição Clínica e Metabolismo- NUTMED; Pós-graduanda em 
Nutrição Clínica, Ortomolecular, Nutrição Funcional e Fitoterapia-NUTMED.
Maria Rosiany Sousa Moreira, Bacharelado em Nutrição – UFPI, Residente em 
Saúde da Família e Comunidade pela Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE).
Marília Bezerra Rodrigues, Graduada em Serviço Social pelo Instituto Federal de 
Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE); Especialização em Gestão Pública 
em Saúde pela Universidade Estadual do Ceará (UECE); Residente em Saúde da 
Família e Comunidade pela Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE).
Thayse Wilma Nogueira de Oliveira, Graduação em Tecnologia de Alimentos 
CENTEC-CE; Bacharelado em Nutrição – UFPI; Especialista em Nutrição Clínica, 
Funcional e Fitoterápicos – FUNESO; Residência em Nutrição Clínica pelo Hospital 
dos Servidores do Estado de Pernambuco vinculado a Universidade Federal de 
Pernambuco (HSE/UFPE).
Victor Alves de Oliveira, Bacharel em Nutrição – UFPI; Especialista em Nutrição 
Clínica, Funcional e Prescrição de Fitoterápicos – FUNESO; Mestre em Ciências e 
Saúde – UFPI; Doutorando em Alimentos e Nutrição – UFPI.
REVISORES TÉCNICOS 
Ana Lina de Carvalho Cunha Sales, Bacharelado em Nutrição – UFPI, Especialista 
em Controle de Qualidade dos Alimentos - IFPI. Especialista em Nutrição Parenteral 
e Enteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral. Mestre e 
Doutora em Alimentos e Nutrição - UFPI. Unidade de Nutrição Clínica do Hospital 
Universitário do Piauí. 
Andressa Nathanna Castro Damasceno, Bacharel em Nutrição – UFPI; Especialista 
em Nutrição Clínica, Funcional e Prescrição de Fitoterápicos – FUNESO; Mestra em 
Ciências e Saúde – UFPI; 
COLABORADORAS
Ilene Maria Pereira da Silva
Fernanda Lima dos Santos
Denise Bruna Silva
Kaoma Suzamar Silva Lacerda
Maria Leidinane Santos Gonçalves
Marília Gomes de Sousa Bezerra; 
Marina Maria de Oliveira
Marta Regina de Sá Bezerra Pinheiro
Roberta Borges Costa
Samandra Maria de Moura
Vanici Maria Costa Sá
Andressa Nathanna Castro Damasceno
Agradecemos às Nutricionistas do Hospital Regional Justino Luz que apoiaram a 
construção deste guia prático de nutrição enteral, principalmente no tocante as 
dietas artesanais. 
SUMÁRIOSUMÁRIO
PREFÁCIOPREFÁCIO ................................................................................................................. ................................................................................................................. 55
CAPÍTULO 1CAPÍTULO 1
NUTRIÇÃO ENTERAL: CONTEXTO GERALNUTRIÇÃO ENTERAL: CONTEXTO GERAL ......................................................... ......................................................... 1111
Karine Rodrigues Ferreira
Beatriz Souza Santos
Thayse Wilma Nogueira de Oliveira 
CAPÍTULO 2CAPÍTULO 2
NUTRIÇÃO ENTERAL: PRINCÍPIOS BÁSICOS NUTRIÇÃO ENTERAL: PRINCÍPIOS BÁSICOS ................................................... ...................................................1515
Maria Rosiany Sousa Moreira
Conceição Nahana Alves de Macedo
Victor Alves de Oliveira
CAPÍTULO 3CAPÍTULO 3
DIETAS ENTERAIS INDUSTRIALIZADAS DIETAS ENTERAIS INDUSTRIALIZADAS .......................................................... .......................................................... 2323
Beatriz Souza Santos
Karine Rodrigues Ferreira
Thayse Wilma Nogueira de Oliveira
Victor Alves de Oliveira
CAPÍTULO 4CAPÍTULO 4
DIETAS ENTERAISARTESANAISDIETAS ENTERAIS ARTESANAIS ....................................................................... .......................................................................3333
Conceição Nahana Alves de Macedo
Francisca Camila Batista Lima
Ianca Passos de Sousa
Jaíla Maria Feitosa
Leyla Lumara Cabral Soares Pimentel
Maria Rosiany Sousa Moreira
Victor Alves de Oliveira
CAPÍTULO 5CAPÍTULO 5
SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS EM NUTRIÇÃO ENTERALSUPLEMENTOS NUTRICIONAIS EM NUTRIÇÃO ENTERAL ............................ ............................4848
Thayse Wilma Nogueira de Oliveira
Maria Rosiany Sousa Moreira
Karine Rodrigues Ferreira
Beatriz Souza Santos
CAPÍTULO 6CAPÍTULO 6
BOAS PRÁTICAS PARA MANIPULAÇÃO DE NUTRIÇÃO ENTERAL BOAS PRÁTICAS PARA MANIPULAÇÃO DE NUTRIÇÃO ENTERAL ............... ...............6060
Conceição Nahana Alves de Macedo
Francisca Camila Batista Lima
Ianca Passos de Sousa
Jaíla Maria Feitosa
Leyla Lumara Cabral Soares Pimentel 
CAPÍTULO 7CAPÍTULO 7
 A DIETA ENTERAL COMO UM DIREITO A DIETA ENTERAL COMO UM DIREITO ............................................................. .............................................................6464
Marília Bezerra Rodrigues
Andressa Nathanna Castro Damasceno
FICHAS TÉCNICASFICHAS TÉCNICAS ............................................................................................... ............................................................................................... 6767
LISTA DE MEDIDAS CASEIRASLISTA DE MEDIDAS CASEIRAS ........................................................................... ...........................................................................6868
ÍNDICE REMISSIVOÍNDICE REMISSIVO ............................................................................................... ...............................................................................................9898
10
CAPÍTULO 1 - NUTRIÇÃO ENTERAL: CONTEXTO GERAL
CAPÍTULO 1CAPÍTULO 1
 NUTRIÇÃO ENTERAL: CONTEXTO GERAL NUTRIÇÃO ENTERAL: CONTEXTO GERAL
Karine Rodrigues Ferreira
Beatriz Souza Santos
Thayse Wilma Nogueira de Oliveira
O quadro de desnutrição está diretamente associado a maior 
hospitalização e menor taxa de sobrevida, além de elevados riscos de 
desenvolver complicações relacionadas à internação. Quanto maior for o período 
de permanência hospitalar, maior será o risco de agravar a desnutrição, criando 
um ciclo vicioso (KANG, 2018).
Em pacientes que precisam restabelecer ou manter o estado nutricional 
e são incapazes de tolerar a ingestão por via oral deve-se avaliar outras opções 
de entrega de nutrientes, como a Terapia de Nutrição Enteral (TNE) com oferta 
via sonda nasoentérica ou ostomias. A TNE há muito tempo é considerada o 
padrão de atendimento para suporte nutricional entre pacientes incapazes de 
atingir um bom aporte calórico-proteico por via oral (FERREIRA, 2007).
Conforme Waitzberg (2009), a TNE é um conjunto de procedimentos 
terapêuticos que visam reconstituir ou manter o estado nutricional de um 
indivíduo por meio da oferta de alimentos ou nutrientes para fins especiais, 
caracterizando-se como uma prática multiprofissional especializada seja em 
hospitais, ambulatório ou no domicílio.
A RDC nº 21 do Ministério da Saúde traz a complementação que a TNE 
pode ser utilizada de forma exclusiva ou complementar na alimentação daqueles 
com limitações da ingestão, digestão, absorção ou metabolização de alimentos 
convencionais ou de pacientes que possuem necessidades nutricionais 
específicas determinadas por sua condição clínica, sempre sob orientação 
médica ou de nutricionista.
O suporte nutricional enteral iniciado no momento correto e oportuno 
traz benefícios tanto nutricionais quanto não nutricionais, dentre os quais a 
prevenção da desnutrição e diminuição do processo catabólico, melhora da 
capacidade de cicatrização, função imunológica e na recuperação do estado 
funcional, associados à redução de infecção hospitalar e complicações gerais, 
melhora da qualidade de vida, diminuição da mortalidade, menor tempo de 
internação e redução dos custos hospitalares. Os efeitos benéficos da Nutrição 
11
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL NO ÂMBITO HOSPITALAR E DOMICILIAR
Enteral (NE) precoce estão bem documentados em vários estudos que envolvem 
pacientes em doenças críticas, incluindo trauma, queimaduras, grandes 
ferimentos, grandes cirurgias, pancreatite aguda e câncer de cabeça e pescoço 
(MCCLAVE et al., 2016; BEZERRA, CABRAL, 2018; CECENARRO et al., 2018; 
VALENTINI, 2019; WEI, et al., 2020).
A TNE é uma terapia complexa que exige um gerenciamento considerável 
para garantir a oferta segura e oportuna de nutrientes e evitar complicações. 
No ambiente hospitalar a limitação financeira e disponibilidade de pessoal 
qualificado podem ser fatores dificultadores na efetivação da terapia, já no 
ambiente doméstico as dificuldades podem ser acentuadas, pois, os pacientes 
e seus familiares são responsáveis pelo gerenciamento da terapia, incluindo a 
necessidade de lidar com os problemas que surgem.
Pensando nisso, esse manual como um guia prático, vem disponibilizar 
de forma objetiva, características básicas das dietas enterais proporcionando 
aos profissionais de saúde habilitados, material de apoio na prática diária da 
TNE, maior flexibilidade, agilidade e segurança na prescrição dietoterápica e 
aplicabilidade das formulações, com o objetivo de ilustrar e facilitar a tomada 
de decisão na prática clínica diária. Este trabalho traz formulações dietéticas 
caseiras, nutricionalmente equilibradas, de fácil preparo, compostas de 
alimentos convencionais e predominantemente regionais, repercutindo em 
12
CAPÍTULO 1 - NUTRIÇÃO ENTERAL: CONTEXTO GERAL
baixo custo financeiro e descrição de padrões de formulações industrializadas 
disponíveis hoje no mercado. Ressaltamos que este manual não substitui os 
protocolos institucionais relativos a NE.
Referências
AANHOLT, D. P. J.; MATSUBA, C. S. T.; DIAS, M. C. G.; SILVA, M. L. T.; CAMPOS, 
A. C. L.; AGUILAR-NASCIMENTO, J. E. Diretriz Brasileira de Terapia Nutricional 
Domiciliar. BRASPEN J., v. 33 (Supl 1), p. 37-46, 2018.
BEZERRA, G. K. A.; CABRAL, P. C. Nutrição enteral precoce em pacientes 
críticos e sua associação com variáveis demográficas, antropométricas e 
clínicas. BRASPEN J. n. 33; v.4; p. 446-50. 2018
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 
Diretoria Colegiada – RDC nº 21 de 13 de maio de 2015. Dispõe sobre o 
regulamento técnico de fórmulas para nutrição enteral. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, Seção 1, 13 de maio de 2015. Disponível em:< http://portal.anvisa.
gov.br/documents/33880/2568070/RDC_21_2015.pdf/df60e69d-974d-4204-
9fe7-74e8943a135a>. Acesso em julho de 2020. 
CECENARRO, R. R. et al. Nutrición enteral temprana en pacientes con 
pancreatitis agudas leves: estudio clínico randomizado [Effects of early enteral 
nutrition in patients with mild acute pancreatitis.]. Rev Fac Cien Med Univ Nac 
Cordoba. 75(4), p.240-247. 2018.
CHEMIN, S. M.; MURA J. D. P. Tratado de Alimentação Nutrição e Dietoterapia. 
2°ed. São Paulo: ed. ROCA, 2010.
FERREIRA, I.K.C. Terapia nutricional em Unidade de Terapia Intensiva. Rev. 
Bras. Ter. Intensiva, São Paulo , v. 19, n. 1, p. 90-97, mar. 2007 . Disponível em 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-507X2007000
100012&lng=pt&nrm=iso>. acesso em 25 jul. 2020. 
KANG, M.C.; KIM, J.H.; RYU, S.W.; et al. Prevalence of Malnutrition in 
Hospitalized Patients: a Multicenter Cross-sectional Study. J Korean Med Sci. 
33(2):e10. 2018.
MCCLAVE, S.; TAYLOR, B.; MARTINDALE, R.G.; et al. Society of Critical Care 
Medicine; American Society for Parenteral and Enteral Nutrition. Guidelines 
for the Provision and Assessment of Nutrition Support Therapy in the Adult 
Critically Ill Patient: Society of Critical Care Medicine (SCCM)and American 
Society for Parenteral and Enteral Nutrition (A.S.P.E.N.). JPEN J Parenter 
Enteral Nutr. n.40, v.2, p.159-211. 2016.
13
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL NO ÂMBITO HOSPITALAR E DOMICILIAR
VALENTINI, M.; SEGANFREDO, F.B.; FERNANDES, S.A. Pediatric enteral 
nutrition therapy for burn victims: when should it be initiated?. Rev Bras Ter 
Intensiva.; 31(3), p.393-402. 2019. 
WAITZBERG, Dan. L. Nutrição oral, enteral e parenteral na pratica clínica. 5. 
Ed. – Rio de Janeiro : Atheneu, 2017.
WEI J, WU J, MENG L, et al. Effects of early nutritional intervention on oral 
mucositis in patients with radiotherapy for head and neck cancer. QJM.113(1), 
p.37-42. 2020.
14
CAPÍTULO 2 - NUTRIÇÃO ENTERAL: PRINCÍPIOS BÁSICOS
CAPÍTULO 2CAPÍTULO 2
NUTRIÇÃO ENTERAL: PRINCÍPIOS BÁSICOS NUTRIÇÃO ENTERAL: PRINCÍPIOS BÁSICOS 
Maria Rosiany Sousa Moreira
Conceição Nahana Alves de Macedo
Victor Alves de Oliveira
2.1 Introdução e Contexto de Aplicação
A utilização de nutrição enteral tem demonstrado muitos benefícios 
para os pacientes, como: modulação imunológica, manutenção da arquitetura e 
microbiota intestinal, redução de complicações clínicas e aumento da sobrevida. 
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) propõe uma definição 
abrangente para TNE como segue: “alimento para fins especiais, com ingestão 
controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição 
definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas 
ou via oral, industrializadas ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para 
substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, 
conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial 
ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção de tecidos, órgãos e sistemas” 
(BRASIL, 2000). 
A terapia nutricional permite atingir as necessidades proteico-calóricas 
mínimas de um indivíduo e por isso tem se tornado essencial na prática clínica. 
Basicamente, uma dieta enteral deve ser um composto balanceado de proteínas, 
carboidratos, lipídios, fibras, eletrólitos, vitaminas e minerais. A TNE passa a 
ser essencial quando a ingestão oral é insuficiente, mas vale ressaltar que sua 
aplicação só é possível quando o Trato Gastrointestinal (TGI) estiver estrutural e 
funcionalmente íntegro. 
2.2 Indicações e Contraindicações
A TNE hospitalar ou domiciliar é indicada para pacientes com o trato 
digestório total ou parcialmente funcionante e uma ingestão alimentar igual ou 
menor que 60% diante da necessidade nutricional do paciente, sem condições 
de se alimentar por via oral (WAITZBERG et al., 2017).
15
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL NO ÂMBITO HOSPITALAR E DOMICILIAR
2.3 Vias de Acesso e Métodos de Administração
A nutrição enteral pode ser administrada por sondas nasoenterais ou 
por ostomias, nas posições do estômago ou intestino delgado, a escolha da 
melhor via ocorre de acordo com a doença do paciente e com o tempo que será 
necessário a alimentação por dieta enteral.
16
CAPÍTULO 2 - NUTRIÇÃO ENTERAL: PRINCÍPIOS BÁSICOS
Sempre que possível à posição gástrica deve ser utilizada, entre suas 
vantagens podemos citar que o estômago suporta melhor que o intestino 
delgado uma variedade de fórmulas, as sondas nasogástricas são mais fáceis 
de posicionar, normalmente aceita grandes sobrecargas osmóticas, tem uma 
enorme capacidade de armazenamento e geralmente aceita as refeições 
intermitentes. A localização da extremidade distal da sonda na posição do jejuno 
é escolhida principalmente quando há o risco de aspiração.
De acordo com a Diretriz Brasileira de Terapia Nutricional no Paciente 
Grave, a recomendação da TNE utilizando a posição pós-pilórica, está indicada 
apenas para pacientes com alto risco de aspiração, e para os intolerantes a 
administração da dieta no estômago. O risco de aspiração deve ser avaliado 
considerando a doença de base e as condições clínicas de cada paciente. O 
posicionamento gástrico ou pós-pilórico não interfere na broncoaspiração, 
mortalidade hospitalar e impacto no tempo de internação. 
Em relação aos métodos de administração, podem ser feitos por 
administração intermitente ou contínua dependendo do caso e necessidades 
do paciente. Segundo as recomendações da Diretriz Brasileira de Terapia 
Nutricional no Paciente Grave é sugerido que pacientes com risco elevado de 
aspiração a oferta da nutrição enteral deve ser realizada por difusão contínua. 
17
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL NO ÂMBITO HOSPITALAR E DOMICILIAR
18
CAPÍTULO 2 - NUTRIÇÃO ENTERAL: PRINCÍPIOS BÁSICOS
2.4 Vantagens da Nutrição Enteral Precoce
Em pacientes com impossibilidade de alimentação por via oral, é 
sugerido o início da TNE precocemente, dentro de 24 a 48 horas. Segundo as 
diretrizes da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN) 
o início precoce da Terapia de Nutrição Enteral visa:
• Prevenir contra o impacto da desnutrição em pacientes hospitalizados 
(piora na cicatrização, maior tempo de hospitalização, aumento das 
complicações infecciosas, mortalidade e aumento nos custos com a 
saúde);
• Manutenção da integridade funcional e trofismo do trato 
gastrointestinal;
• Manutenção do fluxo sanguíneo local e a liberação de hormônios e 
agentes endógenos (colecistocinina, gastrina, ácidos biliares, etc.);
• Impedir a quebra de barreira e o aumento da permeabilidade das 
células epiteliais;
• Manutenção do funcionamento do tecido linfoide intestinal e a 
liberação de IgA; 
• Redução do hipermetabolismo e catabolismo associados à resposta 
inflamatória sistêmica;
• Atenuar a gravidade da doença crítica.
2.5 Complicações em TNE
A nutrição enteral é relativamente segura e suas complicações podem 
ser evitadas ou corrigidas. As complicações da terapia enteral podem ser 
classificadas como: gastrointestinais (diarreia, constipação, náuseas, flatulência 
e distensão abdominal), metabólicas (distúrbios hidroeletrolíticos e síndrome 
de realimentação), mecânicas (oclusão, deslocamento, sangramento e ruptura 
da sonda), infeciosas (infecção do estoma da ostomia), respiratórias (refluxo/
aspiração) e psicológicas. 
 
 
19
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL NO ÂMBITO HOSPITALAR E DOMICILIAR
2.6 Cuidados Básicos da Equipe Multiprofissional em TNE
A atuação da equipe multiprofissional é essencial para o sucesso da 
TNE. A tomada de decisões e o acompanhamento de um paciente que necessita 
de nutrição enteral deve ser feita pelo médico, fonoaudiólogo, nutricionista, 
enfermeiro e fisioterapeuta que atendem o mesmo. Assim, a atuação das 
equipes multiprofissionais de assistência à saúde, seja no âmbito hospitalar 
ou domiciliar, é uma estratégia que tem ganhado força nos últimos anos no 
Brasil. Os resultados são sempre positivos quando se tem empenho da equipe 
e insumos/condições de trabalho suficientes para execução das estratégias de 
terapia traçadas. Cada profissional desta equipe tem funções básicas que são 
essenciais para o sucesso desta terapia. 
Nutricionista
O profissional de nutrição deve planejar e orientar todos os cuidados 
relativos a preparação das refeições ofertadas. Além do planejamento básico 
em relação a valores calóricos, seja no âmbito hospitalar ou domiciliar, este 
profissional deve cuidar para que todo o processo siga as boas práticas 
recomendadas (ver capitulo 6). Orientar sobre a preparação e conservação das 
dietas ofertadas é essencial para os colaboradores ou familiares que manipulam 
aquele alimento. Tal ação reduz intercorrências indesejáveis que possam afetar 
o paciente e reduzir o sucesso da terapia. 
Fonoaudiólogo
É função do fonoaudiólogo realizar avaliação da biomecânica 
de deglutição, diagnóstico e tratamento fonoaudiológico, bem como o 
gerenciamento das disfagias orofaríngeas. Este profissional é responsável 
pela prescrição quanto à segurança da deglutição e à consistência de dieta 
por via oral. Com base em seu parecer, pode ser preparado um planejamentopara desmame e retirada da sonda quando possível. Cabe ainda estabelecer o 
plano terapêutico e realizar o tratamento das desordens da deglutição/disfagia 
orofaríngea.
Enfermeiro
Cabe ao enfermeiro orientar sobre a necessidade de elevar a cabeceira 
(30 e 45 graus) ou manter o paciente sentado durante a administração da dieta, 
além de conservar o paciente nesta posição de 20 a 30 minutos após a infusão 
da dieta. É responsabilidade do enfermeiro, realizar e/ou orientar a família sobre 
a administração da dieta. Todos os cuidados e procedimentos básicos para 
administração devem ser realizados para garantir o sucesso da administração, 
evitando qualquer intercorrência. Vale ressaltar que verificar o posicionamento 
da sonda antes de iniciar o procedimento é essencial para que se tome as 
medidas cabíveis para o reposicionamento da mesma. 
20
CAPÍTULO 2 - NUTRIÇÃO ENTERAL: PRINCÍPIOS BÁSICOS
Médico ou Farmacêutico
Todas as administrações de prescrições farmacológicas devem ser 
orientadas pelo médico ou farmacêutico que acompanha o paciente. Sempre 
que possível, é essencial dar preferência aos medicamentos líquidos, porém, 
caso o medicamento se apresente na forma de comprimidos/drágeas, o mesmo 
deve ser triturado ao ponto de pó e adicionado um pouco de água para que seja 
aspirado e administrado via com o auxílio de uma seringa. Os medicamentos 
devem ser infundidos lentamente e a sonda deve ser lavada com água antes e 
depois da administração. 
Cabe ao médico avaliar as condições clínicas do paciente para definir a 
localização da extremidade distal do cateter (gástrico ou entérico), bem como 
estimar o tempo que o paciente fará uso de terapia nutricional enteral. Com base 
nestas informações a decisão para uso de cateteres ou ostomias é realizada.
Referências
AANHOLT, D. P. J.; MATSUBA, C. S. T.; DIAS, M. C. G.; SILVA, M. L. T.; CAMPOS, 
A. C. L.; AGUILAR-NASCIMENTO, J. E. Diretriz Brasileira de Terapia Nutricional 
Domiciliar. BRASPEN J., v. 33 (Supl 1), p. 37-46, 2018.
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União da República Federativa do Brasil Brasília, 07 jul. 2000.
CASTRO, M. G.; RIBEIRO, P. C.; SOUZA, I. A. O.; CUNHA, H. F. R.; SILVA, M. H. N.; 
ROCHA, E. E. M.; CORREIA, F. G.; LOSS, S. H.; FRANCO-FILHO, J. W.; NUNES, D. 
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CUPPARI, L. Guia de nutrição: clínica no adulto. 3. ed. Barueri. São Paulo: 
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21
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL NO ÂMBITO HOSPITALAR E DOMICILIAR
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. HDT-UFT. Protocolo de Indicação 
e Desmame de Terapia Nutricional Enteral / EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE 
TERAPIA NUTRICIONAL . 001 / 2017 – Versão 1.0
WAITZBERG, Dan. L. Nutrição oral, enteral e parenteral na pratica clínica. 5. 
Ed. – Rio de Janeiro : Atheneu, 2017.
22
CAPÍTULO 3 - DIETAS ENTERAIS INDUSTRIALIZADAS 
CAPÍTULO 3CAPÍTULO 3
DIETAS ENTERAIS INDUSTRIALIZADAS DIETAS ENTERAIS INDUSTRIALIZADAS 
Beatriz Souza Santos
Karine Rodrigues Ferreira
Thayse Wilma Nogueira de Oliveira
Victor Alves de Oliveira
Para pacientes que necessitam de nutrição enteral, as dietas 
industrializadas exigem o mínimo de manipulação prévia à administração, 
assegurando maior segurança microbiológica quando comparada às dietas 
artesanais. São classificadas de acordo com a forma de apresentação, a saber:
23
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL NO ÂMBITO HOSPITALAR E DOMICILIAR
Um aspecto importante a ser considerado é que as dietas industrializadas 
possuem a consistência ideal para administração na sonda, o que reduz os riscos 
de obstrução. Se necessário, essas formulações permitem a inserção de módulos 
de proteína, carboidrato, fibras ou outros nutrientes necessários para atingir 
as metas estabelecidas para o paciente. Entretanto, no caso das dietas com 
sistema fechado, uma vez violado o sistema, o mesmo passará a ter as mesmas 
características que o sistema aberto, com os mesmos riscos de contaminação.
Existem diversas formulações para uso em nutrição enteral, a maioria 
das dietas disponíveis no mercado objetivam manter ou melhorando o estado 
nutricional dos indivíduos, para tanto as com formulações nutricionalmente 
completas, ditas “dietas padrão” suprem essa necessidade. Entretanto, alguns 
pacientes têm necessidades nutricionais mais específicas e, dessa forma, se 
beneficiam de alterações na composição estabelecida para fórmula padrão, que 
provoque ausência, redução ou otimização dos nutrientes, adição ou retirada de 
algumas substâncias específicas (Exemplo: dietas ricas ou isentas de fibras, 
lácteas ou isentas de lactose, hidrolisadas ou imunomoduladoras) esse objetivo 
mais específico é atingido através de dietas especializadas ou modificadas.
24
CAPÍTULO 3 - DIETAS ENTERAIS INDUSTRIALIZADAS 
Ao escolher o tipo de dieta a ser ofertada é interessante considerar 
também a osmolaridade da fórmula a ser ofertada, conforme a tabela 1, 
principalmente quando a sonda tem posição pós-pilórica, pois soluções 
hiperosmolares podem resultar em diarreia. Os componentes nutricionais têm 
influência direta na osmolaridade da solução, a exemplo, os monossacarídeos e 
os aminoácidos cristalinos aumentam, e os peptídeos e o cloreto de sódio NaCl 
tendem a diminuir. Os lipídeos não influenciam a osmolaridade, pois não formam 
solução. Fórmulas contendo glicose tem efeito osmótico maior que aquelas que 
contem amido. 
Tabela 1 - Classificação das dietas industrializadas de acordo com a osmolaridade.
Fonte: Adaptada de Waitzberg, 2017; Chemin, 2010.
Com relação ao aporte e tipo de substrato calórico, a condição clínica é 
que deverá nortear a escolha, por exemplo, no caso de necessidade de controle 
do volume oferecido, uma fórmula com maior densidade energética (2,0kcal/mL) 
poderá ser utilizada, entretanto, fórmulas com maiores densidades calóricas 
podem diminuir a taxa de esvaziamento gástrico. As dietas industrializadas são 
classificadas de acordo com a densidade calórica (DC) conforme a tabela 2, 
podendo estes valores de DC variar de <0,6 a 5 kcal/ml. 
Tabela 2 – Classificação das dietas industrializadas de acordo com a Densidade Calórica (DC)
Fonte: Adaptada de Waitzberg, 2017; Chemin, 2010.
 
Classificação Valores de referência 
Hipotônica 280-300 
Isotônica 300-350 
Levemente hipertônica 350-550 
Hipertônica 550-750 
Acentuadamente hipertônica >750 
 
 
 
 
Categorização da DC Valores de DC (kcal/ml) Categorização das fórmulas 
Muita baixa <0,6 Acentuadamente hipocalórica 
Baixa 0,6 - 0,8 Hipocalórica 
Padrão 0,9 – 1,2 Normocalórica 
Alta 1,3 – 1,5 Hipercalórica 
Muito alta >1,5 Acentuadamente 
hipercalórica 
25
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL NO ÂMBITO HOSPITALAR E DOMICILIAR
3.1 Recomendação Hídrica
O acompanhamento da oferta hídrica é essencial, principalmente 
em situações que aumentam a perda hídrica, como febre, diarreia, fístulas e 
queimaduras que necessitam de reposição. Cabe lembrar que a quantidade de 
água veiculada nas formulações enterais varia em torno de 690 a 860 ml/ litro de 
dieta. Dietas com maiores densidades calóricas apresentam menores volumes 
de água como mostra a tabela 3. 
Tabela 3 - Conteúdo de água das fórmulas enterais
Fonte: Adaptado de Waitzberg, 2017.
A água presentenas formulações deve ser considerada, relacionando-
se com a recomendação do total de líquidos que deve ser administrado. 
As recomendações podem variar entre 25 e 40ml por quilo de peso por dia 
considerando um indivíduo saudável. O Quadro 1 mostra algumas das bases 
de cálculos utilizados para calcular a necessidade hídrica. Decidido o volume 
final de dieta enteral a ser infundida, bem como o volume de líquido conforme 
a necessidade hídrica, a água filtrada deve ser acrescentada por sonda, em 
intervalos iguais aos da administração da dieta, para limpeza da sonda e, se 
necessário, para atingir as necessidades hídricas. 
Quadro 1 – Diferentes bases de cálculos de necessidades hídricas
 Fonte: Adaptado de Waitzberg, 2017.
 
Densidade calórica (Kcal/ml 
da fórmula) 
Conteúdo de água (ml/litro da 
fórmula) 
Conteúdo de água (%) 
0,9 – 1,2 800-860 80-86 
1,5 760-780 76-78 
2,0 690-710 69-71 
 
 
 
 
 
1500ml para os primeiros 20kg + 20ml/kg acima 
30-35 ml/kg (média para adultos) 
30-35 ml/kg (18-64 anos) 
30 ml/kg (55-65 anos) 
25 ml/kg (>65 anos) 
RDA: 1 ml/kcal 
1 ml/kcal + 100ml/g de nitrogênio ofertado 
26
CAPÍTULO 3 - DIETAS ENTERAIS INDUSTRIALIZADAS 
3.2 Escolha da Fórmula
A partir da determinação das recomendações de energia e proteínas, 
determina-se qual a formulação, considerando a densidade energética, 
concentração proteica e consequentemente o volume diário. A escolha 
da fórmula enteral mais adequada deve ser considerar também a via de 
administração: gástrica ou pós-pilórica, o posicionamento gástrico permite maior 
flexibilidade com relação a osmolaridade, enquanto que no posicionamento pós-
pilórico as isotônicas são mais bem toleradas.
Para a seleção adequada de uma dieta enteral alguns aspectos devem 
ser considerados:
1. Capacidade absortiva e digestiva;
2. Condições fisiopatológicas;
3. Capacidade da fórmula para satisfazer as necessidades nutricionais;
4. Composição da fórmula considerando percentual de proteínas, 
lipídeos, carboidratos e fibras, nutrientes específicos, bem como a 
qualidade e forma dos nutrientes ofertados;
5. Densidade energética e osmolaridade (especialmente quando o 
paciente apresentar disfunção do trato gastrointestinal);
6. Teor de sódio, potássio, magnésio e fósforo da fórmula;
7. Aceitação e tolerabilidade;
8. Rentabilidade da fórmula, relação custo-benefício e condição 
socioeconômica do paciente e da família.
A tabela 4 descreve a composição de algumas dietas enterais 
industrializadas disponíveis no mercado.
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GUIA PRÁTICO DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL NO ÂMBITO HOSPITALAR E DOMICILIAR
 
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CAPÍTULO 3 - DIETAS ENTERAIS INDUSTRIALIZADAS 
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CAPÍTULO 3 - DIETAS ENTERAIS INDUSTRIALIZADAS 
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31
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL NO ÂMBITO HOSPITALAR E DOMICILIAR
Referências 
AANHOLT, D. P. J.; MATSUBA, C. S. T.; DIAS, M. C. G.; SILVA, M. L. T.; CAMPOS, 
A. C. L.; AGUILAR-NASCIMENTO, J. E. Diretriz Brasileira de Terapia Nutricional 
Domiciliar. BRASPEN J., v. 33 (Supl 1), p. 37-46, 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária, Resolução 
nº 63, de 06 de julho de 2000. Aprova o regulamento técnico para fixar os 
requisitos mínimos exigidos para terapia nutricional enteral. Diário Oficial da 
União da República Federativa do Brasil Brasília, 07 jul. 2000.
CASTRO, M. G.; RIBEIRO, P. C.; SOUZA, I. A. O.; CUNHA, H. F. R.; SILVA, M. H. N.; 
ROCHA, E. E. M.; CORREIA, F. G.; LOSS, S. H.; FRANCO-FILHO, J. W.; NUNES, D. 
S. L.; GONÇALVES, R. C.; MATOS, L. B. N.; CENICCOLA, G. D.; DIOGO OLIVEIRA 
TOLEDO,D. O. Diretriz Brasileira de Terapia Nutricional no Paciente Grave. 
BRASPEN J., v. 33 (Supl 1), p. 02-36, 2018.
CASTRO E CARDOSO, M.G. et al. Fórmulas para nutrição enteral padrão e 
modificada disponíveis no Brasil: Levantamento e classificação. BRASPEN J., 
v. 33 (Supl 4), p. 402-17, 2018.
CHEMIN, S. M.; MURA J. D. P. Tratado de Alimentação Nutrição e Dietoterapia. 
2°ed. São Paulo: ed. ROCA, 2010.
CUPPARI, L. Guia de nutrição: clínica no adulto. 3. ed. Barueri. São Paulo: 
Manole, 2014.
WAITZBERG, D.L. Nutrição oral, enteral e parenteral na pratica clínica. São 
Paulo: Ed Atheneu, 2009.
WAITZBERG, Dan. L. Nutrição oral, enteral e parenteral na pratica clínica. 5. 
Ed. – Rio de Janeiro : Atheneu, 2017.
32
CAPÍTULO 4 - DIETAS ENTERAIS ARTESANAIS
CAPÍTULO 4CAPÍTULO 4
DIETAS ENTERAIS ARTESANAISDIETAS ENTERAIS ARTESANAIS
Conceição Nahana Alves de Macedo
Francisca Camila Batista Lima
Ianca Passos de Sousa
Jaíla Maria Feitosa
Leyla Lumara Cabral Soares Pimentel
Maria Rosiany Sousa Moreira
Victor Alves de Oliveira
4.1 Contexto de aplicação
O suporte com a nutrição enteral possibilita ao paciente o adequado 
aporte calórico, minimiza as complicações infecciosas e promove uma melhora 
do prognóstico (SCHENEIDER e MENDONÇA, 2015). As dietas artesanais 
são muito utilizadas em países em desenvolvimento em virtude de seu baixo 
custo quando comparada as dietas industrializadas, permitindo a escolha de 
alimentos nutricionalmente adequados, preservação do conteúdo de fibra, além 
de flexibilidade e preservação de características químicas e físicas (FRANCA et 
al., 2017).
A fim de garantir a qualidade nutricional e microbiológica, a legislação 
brasileira atual exige que os pacientes hospitalizados recebam apenas dietas 
enterais industrializadas. Entretanto, o uso de dietas enterais artesanais ainda é 
uma prática comum em muitos hospitais brasileiros de pequeno e médio porte. 
Além disso, vale ressaltar que a prescrição de uso destas dietas artesanais por 
pacientes em cuidados domiciliar também é uma prática comum na atuação 
de equipes de serviços de assistência domiciliar. Tal prática é amparada pela 
Portaria 120/09 na qual define que “As dietas artesanais e/ou semiartesanais 
deverão ser incentivadas naqueles pacientes sob cuidados e/ou internação 
domiciliar”. O contexto domiciliar de utilização destas dietas artesanais demanda 
a necessidade de um acompanhamento assíduo e orientação ampla da equipe 
para que o sucesso da terapia seja total, bem como sua aplicação seja segura 
(AANHOLT et al, 2017; WAITZBERG et al 2017).
33
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL NO ÂMBITO HOSPITALAR E DOMICILIAR
4.2 Recomendações básicas para registro/evolução do planejamento 
dietético e dietoterápico
O planejamento dietoterápico de um paciente tem início logo que o 
mesmo é admitido pelo serviço ou recebido para acompanhamento por uma 
equipe multiprofissional no âmbito domiciliar. A triagem nutricional deve ser 
realizada de imediato utilizando algum dos inúmeros protocolos de triagem 
nutricional já validados e que são escolhidos por cada equipe a depender do seu 
contexto/realidade de trabalho (FIDELIX, 2014). 
O planejamento e a intervenção nutricional devem ser individualizados, 
incluindo modificações na composição, consistência, e fracionamento das dietas 
orais. Deve ser considerado também a adição de suplementos nutricionais e a 
aplicação de nutrição enteral e parenteral parcial ou total. 
34
CAPÍTULO 4 - DIETAS ENTERAIS ARTESANAIS
O registro do atendimento nutricional em prontuário ou controle domiciliar 
também deve ser realizado. Recomenda-se que para um acompanhamento 
adequado e cuidados, o profissional de saúde possa anotar com certa frequência 
algumas informações (definidas pela equipe no contexto da sua realidade) que 
possam gerar um acompanhamento em relação ao sucesso da terapia planejada. 
A periodicidade destes registros é variável a depender do suporte nutricional e do 
contexto de uso (hospitalar ou domiciliar), entretanto para pacientes em suporte 
nutricional por via de alimentação exclusiva oral ou enteral (sondas ou ostomias), 
bem como pacientes com alimentação mista (oral+enteral / enteral+parenteral 
/parenteral+oral / oral+enteral+parenteral), recomenda-se um registro diário 
para melhor o acompanhamento.
No contexto da primeira avaliação ou evolução, deve-se registrar no 
prontuário/ficha de acompanhamento do paciente os resultados da avaliação 
nutricional, investigação dietética, exame físico e capacidade funcional (por pelo 
menos um método), antropometria, dados da avaliação bioquímica e diagnóstico 
nutricional. O profissional deve registrar também as necessidades nutricionais, 
metas/objetivos do cuidado nutricional e conduta nutricional elaborada, para 
possibilitar a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a 
continuidade da assistência prestada ao indivíduo (Resolução nº 1.638/2002).
As evoluções subsequentes devem conter um registro do período de 
terapia nutricional, avaliação clínica nutricional ampla (TGI, diurese e ingestão 
hídrica) e dados da reavaliação nutricional (antropométrica, exame físico e 
avaliação bioquímica). Recomenda-se utilizar instrumentos validados como 
Avaliação Subjetiva Global/Mini Avaliação Nutricional (ASG/MAN) ou Avaliação 
Subjetiva Global – produzida pelo paciente (ASG-PPP) durante os procedimentos 
de triagem e acompanhamento. É importante registrar qualquer alteração 
na conduta ou prescrição dietética, conforme evolução ou decisão da equipe 
multiprofissional. 
4.3 Prescrição Dietética 
A prescrição dietética é ato privativo do nutricionista. Sua elaboração 
tem como base as diretrizes estabelecidas no diagnóstico nutricional, formulado 
a partir de dados clínicos, bioquímicos, antropométricos e dietéticos (CFN, 
2003). Os cálculos de necessidades do paciente que darão suporte para a 
prescrição dietética devem ser feitos por fórmulas/métodos validados a escolha 
do profissional ou da equipe multiprofissional que acompanha o paciente. Deve-
se levar em consideração todas as particularidades de cada paciente para que 
o profissional possa fazer um cálculo correto das necessidades do indivíduo, 
ofertando assim uma dieta adequada para manter ou recuperar o estado de 
saúde do paciente. 
35
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL NO ÂMBITO HOSPITALAR E DOMICILIAR
O registro da prescrição dietética deve ser feito em formulário de evolução 
padronizado pela equipe/instituição e deverá ser descrita no corpo do texto da 
evolução, preferencialmente na conduta nutricional. O registro da prescrição 
dietética deve conter o Valor Energético Total (VET) requerido, recomendações/
planejamento de macro e micronutrientes importantes para o caso clínico, 
consistência da dieta ou tipo de fórmula/modulo complementar, fracionamento 
das refeições, método de técnica de administração e gotejamento.
4.4 Dieta Enteral Artesanal na Prática: sugestões para montagem de plano 
alimentar com base na necessidade de seu paciente. 
Considerando a necessidade de uso prolongado ou indefinido da nutrição 
enteral, o baixo poder aquisitivo dos pacientes da rede pública e o custo elevado 
das dietas industrializadas, vários serviços têm utilizado fórmulas caseiras ou 
semiartesanais. 
Muito se discute sobre a empregabilidade do Preparo caseiro ou 
artesanal de dietas enterais, com a utilização de alimentos in natura combinados 
ou não com produtos industrializados. Os hospitais devem fornecer de forma 
sistemática e padronizada, refeições de qualidade nutricional e higiênico-
sanitária. Esta recomendação também é válida para as equipes que prescrevem 
a TNED, devendo os profissionais orientarem os manipuladores/familiares e 
planejar de forma adequada a intervenção dietoterápica do seu paciente. 
Existe uma carência de informações sobre estabilidade, composição 
química e efeito osmótico das dietas artesanais e semiartesanais. Tal fato se 
deve muito a infinidade de opções de ingredientes, a composiçãonutricional 
dos alimentos e até a falta de padronização nos procedimentos e técnicas de 
preparo. A maioria das opções de dietas artesanais apresenta composição 
estimada a partir de tabelas de composição de alimentos que podem resultar em 
um fator de erro, contudo esta é uma metodologia útil para a prática clínica. Para 
36
CAPÍTULO 4 - DIETAS ENTERAIS ARTESANAIS
reduzir o erro desta metodologia a utilização de Fichas Técnicas de Preparação 
(FTPs) se torna essencial, na prática. Esta é uma estratégia eficiente para a 
padronização e controle de qualidade das preparações prescritas (ADJAFRE et 
al., 2013; WAITZBERG et al., 2017).
Uma elaboração precisa e bem redigida das mesmas, é parte importante 
do trabalho do Nutricionista em todo e qualquer cenário de Serviço de 
Alimentação. A atividade inclui a apresentação do valor nutricional e a imagem 
do prato para garantir uma apresentação uniforme (SOUZA E MARSI, 2015). O 
detalhamento das FTPs ajuda a assegurar a qualidade, e permite ao nutricionista 
monitorar a eficiência de seu trabalho e de sua equipe, reduzindo custos e 
eliminando perdas (ADJAFRE et al., 2013).
Com base nisso, o presente capítulo traz sugestões de preparações (café 
da manhã, lanches, refeições principais e ceias) que foram elaboradas conforme 
a metodologia supracitada (Tabela de Análise de Composição de Alimentos - 
TACO e a Tabela de Medicas Caseiras). As preparações foram pensadas para 
um VET médio de 2000kcal/dia, sendo este dividido proporcionalmente entre as 
refeições (café da manhã - 300kcal (15%), ceia – 100kcal (5%), lanches - 200kcal 
(10%) e principais refeições (almoço e jantar) - 600kcal (30%)). A proposta busca 
incorporar o valor total de cada refeição em um volume final de 200 a 300ml. 
Por conta do planejamento individual destas refeições, sugerimos alguns 
planos dietéticos com valores energéticos totais pré-estabelecidos (1.600kcal, 
1.800kcal, 2.100kcal e 2.500kcal) como exemplo (Tabela 1).
Todas as preparações para as diferentes refeições sugeridas neste 
capítulo estão descritas na tabela 2 com seu respectivo valor calórico e 
composição em gramas de carboidratos, lipídios e proteínas. As preparações 
da tabela 2 permitem o profissional montar diferentes planos dietéticos que 
possam atender as necessidades dos seus pacientes.
Para padronizar todas as preparações, no anexo A deste livro, encontram-
se todas as fichas técnicas das 29 preparações citadas na tabela 1 e 2. As 
preparações estão organizadas em um sumário para facilitar a extração de 
37
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL NO ÂMBITO HOSPITALAR E DOMICILIAR
informações necessárias. Vale ressaltar que todas as preparações aqui sugeridas 
são passíveis de adequação e modificação pelo profissional prescritor, podendo 
ser adicionado módulos ou suplementos nutricionais da sua preferência, bem 
como outros ingredientes. Contudo, qualquer alteração deve ser feita com base 
em novos cálculos pelo nutricionista prescritor. 
As FTPs produzidas contêm dados como: ingredientes, peso bruto, fator 
de correção, fator de cocção, peso líquido, medida caseira, calorias, macro e 
micronutrientes (Ca, Fe, Zn, Mg, K, Na, Vitamina A, C e E). 
A divisão das preparações foi proposta de duas formas: 1 – dietas 
completas para o dia de acordo com a necessidade do paciente (1.600kcal, 
1.800kcal, 2.100kcal e 2.500kcal); 2 – dietas calculadas por refeições, divididas 
em café da manhã com 300kcal, lanches com 200kcal e principais refeições 
(almoço e jantar) com 600kcal, dando autonomia e variedade ao nutricionista na 
hora de prescrever a dieta. 
4.5 Fatores que podem interferir no sucesso da terapia.
Até o momento há uma escassez de dados referentes a composição 
centesimal das dietas enterais artesanais ou semiartesanais, que geram 
incertezas quanto a sua qualidade nutricional, as propriedades físicas que 
alteram sua fluidez e a insegurança microbiológica. A indicação da nutrição 
enteral domiciliar segue os mesmos preceitos dessa modalidade terapêutica no 
ambiente hospitalar. Deve-se, portanto, considerar a patologia base, o estado 
clínico geral do paciente, a condição financeira da família, o tempo necessário 
para treinamento e adaptação dos procedimentos relacionados ao preparo das 
dietas enterais, além da capacidade de suprir todos os cuidados específicos 
necessários para o sucesso da terapia.
No domicílio, essas dietas enterais citadas anteriormente, podem ser 
preferidas por razões econômicas e culturais, ou pela flexibilidade de ajustar os 
ingredientes e o conteúdo nutricional. Independente de qualquer consideração, 
é essencial que a composição da dieta enteral seja adequada às recomendações, 
tenha baixa viscosidade, não resulte em manifestações gastrointestinais, seja 
economicamente viável, seja composta por produtos ou alimentos acessíveis e 
seu preparo, seja relativamente fácil. 
Idealmente, uma fórmula padrão normocalórica contém de 0,9 a 1,2 kcal/
ml. Algumas propostas de dietas enterais artesanais não atingem a densidade 
energética mínima, mas outras, podem ser classificadas como normocalóricas 
ou mesmo hipercalóricas. Quanto a composição nutricional, a fonte proteica 
pode ser obtida a partir da soja, carne bovina ou de frango, farinha de peixe ou 
de misturas de carne bovina, leite e pó de dietas enterais industrializadas. Ainda 
com relação à composição, deve-se priorizar boas fontes de lipídios, assim como 
a composição de carboidratos deve ser planejada e avaliada de forma criteriosa 
38
CAPÍTULO 4 - DIETAS ENTERAIS ARTESANAIS
para cada preparação. Tal fato se deve ao acréscimo de viscosidade que os 
carboidratos podem proporcionar a preparação final, bem como a importância 
energética deste macronutriente para se atingir o VET planejado. 
Quanto à qualidade microbiológica das dietas enterais artesanais, para 
garantir a segurança das mesmas, deve-se orientar práticas adequadas de 
higiene dos manipuladores, utensílios e locais de preparação. Em ambientes 
institucionais a elaboração e implantação do sistema de Análise de Pontos 
Críticos de Controle (APPCC) reduz a possibilidade de contaminação. Já 
em ambientes domiciliares os Pontos Críticos de Controle (PCC) devem ser 
informados para os responsáveis pela manipulação. 
Vale ressaltar que maior atenção deve ser dada aos utensílios 
empregados no preparo, como liquidificador e peneiras, sendo importantíssimo 
a correta higienização dos mesmos para minimizar os riscos de contaminação, 
uma vez que estes itens são os mais comumente associados a contaminação 
microbiológica. Além dos cuidados já citados, outros mais devem ser tomados 
na hora do preparo, armazenamento e manipulação como será explorado no 
capítulo 6. 
Por fim, ressaltamos que há vantagens no uso da dieta artesanal, como 
a facilidade da individualização da fórmula quando a composição nutricional e o 
volume, além do custo aparente menor que aquele da dieta similar industrializada. 
Como desvantagens, as dietas artesanais e semiartesanais apresentam 
instabilidade bromatológica, microbiológica e organoléptica do produto final, 
que pode acarretar um custo real maior que a da dieta industrializada. 
39
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL NO ÂMBITO HOSPITALAR E DOMICILIAR
Tabela 1 - Sugestões para a montagem do plano alimentar 
 
REFEIÇÕES 
1600 Kcal 
Opção 1 Opção 2 
Café da manhã 
Vitamina de banana com 
mamão e maça (250ml) 
Obs.: 5,79g de proteína 
Vitamina de banana (250ml) 
 
Obs.: 6,45g de proteína 
Lanche 
Suco de abacaxi (250ml) 
 
Obs.: 6,44g de proteína 
Suco de beterraba com laranja 
(250ml) 
Obs.: 9,69g de proteína 
Almoço 
Sopa de frango + feijão + 
cenoura + batata doce 
(300ml) 
Obs.: 36,97g de proteína 
Sopa de frango + arroz + feijão + 
abóbora (300ml) 
Obs.: 32,38g de proteína 
Lanche 
Suco de melão (250ml) 
Obs.: 8,3g de proteína 
Suco de goiaba (250ml) 
Obs.: 6,44g de proteína 
Jantar 
Sopa de carne moída + 
macarrão + abobrinha + 
cenoura + beterraba 
(300ml)Obs.: 32,94g de proteína 
Sopa de peixe + batata doce + 
beterraba + abóbora (250ml) 
 
Obs.: 25,3g de proteína 
Kcal 1686,1 1626,5 
Carboidratos 
(g-%) 
207,35g - 49,3% 216,24g - 53,7% 
Proteínas (g-%) 90,44g - 21% 80,26 - 19,9% 
Lipídios (g-%) 55,5g - 29,7% 47,18g - 26,4% 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFEIÇÕES 
1800 Kcal 
Opção 1 Opção 2 
Café da manhã 
Vitamina de banana com 
mamão e maçã (250ml) 
Obs.: 5,79g de proteína 
Mingau de farinha de arroz 
(250ml) 
Obs.: 9,15g de proteína 
Lanche 
Suco de melão (250ml) 
 
Obs.: 8,3g de proteína 
Suco de laranja com couve 
(250ml) 
Obs.: 9,96g de proteína 
Almoço 
Sopa de frango +feijão + 
batata doce + cenoura (300ml) 
 
Obs.: 36,97gg de proteína 
Sopa de carne moída + 
macarrão + abobrinha + cenoura 
+ beterraba (300ml) 
Obs.: 32,94g de proteína 
Lanche 
Suco de abacaxi (250ml) 
 
Obs.: 6,44g de proteína 
Vitamina de banana com aveia 
(200ml) 
Obs.: 8,11g de proteína 
Jantar 
Sopa de peixe + batata doce + 
beterraba + abóbora (300ml) 
Obs.: 30,41g de proteína 
Sopa de peixe + mandioca + 
beterraba + cenoura (300ml) 
Obs.: 30,25g de proteína 
Ceia 
Mingau de aveia (100ml) 
Obs.: 5,9g de proteína 
- 
Kcal 1858,9 1859,6 
Carboidratos 
(g-%) 
255,93g - 55% 237,55g - 51,1% 
Proteínas (g-%) 93,81g - 20,1% 90,41g - 19,4% 
Lipídios (g-%) 51,68g - 24,9% 60,97 - 29,5% 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40
CAPÍTULO 4 - DIETAS ENTERAIS ARTESANAIS
 
 
REFEIÇÕES 
1800 Kcal 
Opção 1 Opção 2 
Café da manhã 
Vitamina de banana com 
mamão e maçã (250ml) 
Obs.: 5,79g de proteína 
Mingau de farinha de arroz 
(250ml) 
Obs.: 9,15g de proteína 
Lanche 
Suco de melão (250ml) 
 
Obs.: 8,3g de proteína 
Suco de laranja com couve 
(250ml) 
Obs.: 9,96g de proteína 
Almoço 
Sopa de frango +feijão + 
batata doce + cenoura (300ml) 
 
Obs.: 36,97gg de proteína 
Sopa de carne moída + 
macarrão + abobrinha + cenoura 
+ beterraba (300ml) 
Obs.: 32,94g de proteína 
Lanche 
Suco de abacaxi (250ml) 
 
Obs.: 6,44g de proteína 
Vitamina de banana com aveia 
(200ml) 
Obs.: 8,11g de proteína 
Jantar 
Sopa de peixe + batata doce + 
beterraba + abóbora (300ml) 
Obs.: 30,41g de proteína 
Sopa de peixe + mandioca + 
beterraba + cenoura (300ml) 
Obs.: 30,25g de proteína 
Ceia 
Mingau de aveia (100ml) 
Obs.: 5,9g de proteína 
- 
Kcal 1858,9 1859,6 
Carboidratos 
(g-%) 
255,93g - 55% 237,55g - 51,1% 
Proteínas (g-%) 93,81g - 20,1% 90,41g - 19,4% 
Lipídios (g-%) 51,68g - 24,9% 60,97 - 29,5% 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL NO ÂMBITO HOSPITALAR E DOMICILIAR
 
REFEIÇÕES 
2100 Kcal 
Opção 1 Opção 2 
Café da manhã 
Mingau de aveia (200ml) 
Obs.: 11,81g de proteína 
Vitamina de abacate (300ml) 
Obs.: 10,26g de proteína 
Lanche 
Suco de laranja com cenoura 
(250ml) 
Obs.: 2,53g de proteína 
Suco de goiaba (250ml) 
 
Obs.: 3,75g de proteína 
Almoço 
Sopa de carne moída + 
macarrão + abobrinha + 
cenoura + beterraba (300ml) 
Obs.: 32,94g de proteína 
Sopa de peixe + mandioca + 
beterraba + cenoura (300ml) 
 
Obs.: 30,25g de proteína 
Lanche 
Vitamina de goiaba (200ml) 
 
Obs.: 8,61g de proteína 
Vitamina de mamão com ameixa 
(250ml) 
Obs.: 9,58g de proteína 
Jantar 
Sopa de peixe + batata doce + 
beterraba + abóbora (300ml) 
Obs.: 30,25g de proteína 
Sopa de frango + batata doce + 
feijão + beterraba (300ml) 
Obs.: 36,97g de proteína 
Ceia 
Leite com sustagem (250ml) 
 
Obs.: 16,94g de proteína 
Mingau de farinha de arroz 
(250ml) 
Obs.: 9,15g de proteína 
Kcal 2142,79 2152,0 
Carboidratos 
(g-%) 
314,67g - 54% 280,97g - 52% 
Proteínas (g-%) 103, 08g - 17,6% 99,96g - 18,5% 
Lipídios (g-%) 73,52g - 28,4% 70,9g - 29,5% 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42
CAPÍTULO 4 - DIETAS ENTERAIS ARTESANAIS
 
REFEIÇÕES 
2500 Kcal 
Opção 1 Opção 2 
Café da manhã 
Mingau de farinha de arroz 
(300ml) 
Obs.: 10,98 de proteína 
Mingau de aveia (300ml) 
 
Obs.: 17,5g de proteína 
Lanche 
Suco de laranja com couve 
(300ml) 
Obs.: 11,6g de proteína 
Suco de goiaba (300ml) 
 
Obs.: 4,5g de proteína 
Almoço 
Sopa de peixe + mandioca + 
beterraba + cenoura (300ml) 
Obs.: 30,25g de proteína 
Sopa de frango + arroz + feijão + 
abóbora (300ml) 
Obs.: 32,38g de proteína 
Lanche 
Suco de abacaxi (300ml) 
 
Obs.: 7,7g de proteína 
Suco de beterraba com laranja 
(300ml) 
Obs.: 6,3g de proteína 
Lanche 
Vitamina de manga com 
laranja (300ml) 
Obs.: 5,87g de proteína 
Vitamina de mamão com ameixa 
(300ml) 
Obs.: 11,5g de proteína 
Jantar 
Sopa de legumes (Batata doce, 
beterraba, chuchu, tomate) + 
ovo (300ml) 
Obs.: 26,87g de proteína 
Sopa de legumes (abóbora, 
batata inglesa, cenoura, tomate 
e pimentão) + sustagem 
(300ml) 
Obs.: 40,82g de proteína 
Ceia 
Leite com sustagem (300ml) 
 
Obs.: 20,33g de proteína 
Mingau de farinha de arroz 
(300ml) 
Obs.: 9,15g de proteína 
Kcal 2521,07 2556,78 
Carboidratos 
(g-%) 
331,6g - 53,3% 342,84g - 55,8% 
Proteínas (g-%) 113,6g - 18,3% 122,15g - 19,9% 
Lipídios (g-%) 78,41g - 28,4% 66,39g - 24,3% 
 
 
 
 
 
43
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL NO ÂMBITO HOSPITALAR E DOMICILIAR
Tabela 2 - Informação nutricional das preparações. 
Café da manhã, lanches e ceias 
PREPARAÇÃO VALOR 
CALÓRICO 
(Kcal) 
Carboidratos 
(gramas) 
Proteínas 
(gramas) 
Lipídios 
(gramas) 
Mingau de aveia (200ml) 286,6 36,72 11,81 10,62 
Mingau de farinha de arroz 
(250ml) 
304,2 46,36 9,15 8,53 
Leite com sustagem 
(250ml) 
289,6 34,14 16,94 9,61 
Vitamina de banana (250ml) 198,87 32,72 6,45 4,65 
Vitamina de abacate 
(300ml) 
277,6 24,93 10,26 15,89 
Vitamina de manga com 
laranja (250ml) 
178,62 26,66 5,87 4,53 
Vitamina de goiaba (200ml) 197,7 23,46 8,61 8,43 
Vitamina de banana com 
aveia (200ml) 
201,7 28,13 8,11 7,46 
Vitamina de banana com 
mamão e maçã (250ml) 
207,4 39,97 5,79 4,33 
Vitamina de mamão com 
ameixa (250ml) 
195 29,10 9,58 5,14 
Suco de goiaba (250ml) 195,2 47,20 3,75 0,34 
Suco de abacaxi (250ml) 184 37,07 6,44 0,33 
Suco de Melão (250ml) 167 32,50 8,3 0,90 
Suco de laranja com 
cenoura (250ml) 
201,49 49,43 2,53 0,38 
Suco de beterraba com 
laranja (250ml) 
184,4 44,45 5,24 0,51 
Suco de laranja com couve 
(250ml) 
186,3 37,68 9,69 0,50 
Somatório 3455,68 570,52 128,52 82,15 
 
 
 
 
44
CAPÍTULO 4 - DIETAS ENTERAIS ARTESANAIS
Refeições principais 
PREPARAÇÃO VALOR 
CALÓRICO 
(Kcal) 
Carboidratos 
(gramas) 
Proteínas 
(gramas) 
Lipídios 
(gramas) 
 Sopa de carne moída + 
Batata doce + Beterraba + 
Chuchu + Tomate (300ml) 
541,9 49,8 38,5g 20,1 
 Carne moída com feijão, 
ovo, batata inglesa e 
beterraba (300ml) 
568,71 45,15 32,58 27,45 
 Sopa de carne moída + 
macarrão + abobrinha + 
cenoura + beterraba 
(300ml) 
557,7 44,9 32,94 26,71 
Sopa de frango, arroz, 
feijão, abóbora (300ml) 
556,7 46,17 32,38 27,55 
Sopa de frango com feijão, 
cenoura, e batata doce 
(300ml) 
570 52,90 36,97 23,23 
Sopa de frango + Mandioca 
+ Chuchu + Cenoura (300ml) 
569,3 52,6 31,9 25,3 
Sopa de frango com arroz, 
ovo e legumes (300ml) 
557,7 46,1 34,5 25,2 
Sopa de peixe + batata doce 
+ beterraba + abóbora 
(300ml) 
587,29 75,13 30,41 17,58 
Sopa de peixe + Mandioca + 
Beterraba + Cenoura 
(300ml) 
609,7 80,48 30,25 17,77 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Café da manhã, lanches e ceias 
PREPARAÇÃO VALOR 
CALÓRICO 
(Kcal) 
Carboidratos 
(gramas) 
Proteínas 
(gramas) 
Lipídios 
(gramas) 
Mingau de aveia (200ml) 286,6 36,72 11,81 10,62 
Mingau de farinha de arroz 
(250ml) 
304,2 46,36 9,15 8,53 
Leite com sustagem 
(250ml) 
289,6 34,14 16,94 9,61 
Vitamina de banana (250ml) 198,87 32,72 6,45 4,65 
Vitamina de abacate 
(300ml) 
277,6 24,93 10,26 15,89 
Vitamina de manga com 
laranja (250ml) 
178,62 26,66 5,87 4,53 
Vitamina de goiaba (200ml) 197,7 23,46 8,61 8,43 
Vitamina de bananacom 
aveia (200ml) 
201,7 28,13 8,11 7,46 
Vitamina de banana com 
mamão e maçã (250ml) 
207,4 39,97 5,79 4,33 
Vitamina de mamão com 
ameixa (250ml) 
195 29,10 9,58 5,14 
Suco de goiaba (250ml) 195,2 47,20 3,75 0,34 
Suco de abacaxi (250ml) 184 37,07 6,44 0,33 
Suco de Melão (250ml) 167 32,50 8,3 0,90 
Suco de laranja com 
cenoura (250ml) 
201,49 49,43 2,53 0,38 
Suco de beterraba com 
laranja (250ml) 
184,4 44,45 5,24 0,51 
Suco de laranja com couve 
(250ml) 
186,3 37,68 9,69 0,50 
Somatório 3455,68 570,52 128,52 82,15 
 
 
 
 
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GUIA PRÁTICO DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL NO ÂMBITO HOSPITALAR E DOMICILIAR
Referências
AANHOLT, D. P. J.; MATSUBA, C. S. T.; DIAS, M. C. G.; SILVA, M. L. T.; CAMPOS, 
A. C. L.; AGUILAR-NASCIMENTO, J. E. Diretriz Brasileira de Terapia Nutricional 
Domiciliar. BRASPEN J., v. 33 (Supl 1), p. 37-46, 2018.
ADJAFRE, R. Implementação e elaboração de fichas técnicas de preparo em 
uma unidade de alimentação e nutrição institucional: uma proposta de redução 
de sódio e gordura. Nutrire. 2013
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária de Alimentos (ANVISA). 
Ministério da Saúde: Portaria n° 120, de 14 de abril de 2009. Assistência de 
Alta Complexidade de Terapia Nutricional. Diário Oficial da União.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Define prontuário médico e torna 
obrigatória a criação da Comissão de Revisão de Prontuários nas instituições 
de Saúde. Resolução CFM 1.638, de 10 de julho de 2002. Brasília: CFM, 2002.
CONSELHO FEDERAL DE NUTRIÇÃO. Dispõe sobre critérios para Prescrição 
Dietética na área de Nutrição Clínica e dá outras providências. RESOLUÇÃO 
CFN Nº 304, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2003. Brasília: CFN, 2003.
FIDELIX, M. S. P. Manual orientativo: Sistematização do cuidado de nutrição. 
Associação Brasileira de Nutrição, São Paulo, p. 1-66, 2014.
Sopa de sardinha + Arroz + 
Couve-folha + Chuchu + 
Cenoura (300ml) 
535,68 37,6 22,73 29,15 
Sopa de peixe com feijão + 
Batata inglesa + Cenoura + 
Chuchu (300ml) 
581,5 57,3 28,4 26,2 
Sopa de legumes (abóbora, 
batata inglesa, cenoura, 
tomate e pimentão) + 
sustagem (300ml) 
576,5 50,43 40,82 7,21 
Sopa de legumes (Batata 
doce, Beterraba, Chuchu, 
Tomate) com ovo (300ml) 
575,79 41,83 26,87 33,36 
Somatório 7388,47 680,39 380,75 306,81 
 
 
46
CAPÍTULO 4 - DIETAS ENTERAIS ARTESANAIS
FRANCA, S. C.; PAIVA, S. A. R.; BORGATO, M. H.; FONTES, C. M. B.; SIMONETTI, 
J. P.;LIMA, S. A. M..;PAPINI, S. J. Homemade diet versus diet industrialized 
for patients using alternative feeding tube at home-An integrative review. 
Nutrición Hospitalaria, 34(6), 1281-1287, 2017.
SCHNEIDER, A. P. G. C.; MENDONÇA, S. S. Indicadores de qualidade em terapia 
nutricional em terapia intensiva. Comunicação em Ciências da Saúde, v. 26, n. 
03/04, 2015.
SOUZA, L. V; MARSI, T. C. O; Importância da ficha técnica em UANs: produção 
e custos de preparações/refeições. J Health Sci Inst. 33(3):248-53, São Paulo, 
2015. 
WAITZBERG, Dan. L. Nutrição oral, enteral e parenteral na pratica clínica. 5. 
Ed. – Rio de Janeiro : Atheneu, 2017.
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GUIA PRÁTICO DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL NO ÂMBITO HOSPITALAR E DOMICILIAR
CAPÍTULO 5CAPÍTULO 5
SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS EM SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS EM 
NUTRIÇÃO ENTERALNUTRIÇÃO ENTERAL
Thayse Wilma Nogueira de Oliveira
Maria Rosiany Sousa Moreira
Karine Rodrigues Ferreira
Beatriz Souza Santos
Quando o uso de fórmulas enterais industrializadas não é possível, a dieta 
artesanal se torna uma alternativa viável e econômica para alimentar pacientes 
estáveis clinicamente e nutricionalmente. Neste tipo de formulação, muitas 
vezes, são necessários o emprego de suplementos ou módulos nutricionais afim 
de aumentar oferta de nutrientes em geral ou específicos (carboidratos, lipídios, 
proteínas, fibras alimentares ou micronutrientes). 
De maneira geral, são suplementos para uso oral ou enteral, com 
características similares as fórmulas enterais, que visam complementar as 
necessidades nutricionais de indivíduos quando a ingestão é insuficiente e/
ou em situações clínicas específicas (CUNHA et al., 2008; MAHAN; ESCOTT-
STUMP; RAYMOND, 2012).
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CAPÍTULO 5 - SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS EM NUTRIÇÃO ENTERAL
Estão disponíveis comercialmente na forma em pó, para ser reconstituído 
em leite ou água (ou algum líquido), ou na forma líquida, pronto para consumo. 
Assim como as fórmulas enterais, os suplementos podem ser classificados 
como padrão ou especializados, onde o primeiro é destinado a indivíduos que 
necessitam suprir as necessidades nutricionais, de forma a manter ou melhorar o 
seu estado nutricional e o segundo, que além de otimizarem o estado nutricional 
do indivíduo, também atuam como coadjuvante no tratamento clínico (por 
exemplo: oncologia, cirurgia, cicatrização, etc.). Em relação a densidade calórica 
e osmolalidade, os suplementos também seguem a mesma classificação das 
fórmulas enterais (ver capítulo 3) (FERREIRA et al., 2017; WAITZBERG et al., 
2017).
As fontes de nutrientes da composição variam conforme formulações 
e fabricantes. Com frequência são empregados triglicerídeos de cadeia longa 
(TCL) e ácidos graxos poli-insaturados (óleos vegetais e de peixe), embora 
alguns contenham triglicerídeos de cadeia média (TCM). Os carboidratos mais 
encontrados nestas formulações estão na forma de amido (amido de milho), 
polímeros de glicose (maltodextrina), dissacarídeos (sacarose, lactose) e 
monossacarídeos (glicose, frutose). Para melhorar aceitação via oral, alguns 
suplementos apresentam quantidades consideráveis de carboidratos simples, o 
que o torna mais doce e com osmolalidade elevada, podendo causar intolerância 
gastrointestinal (MAHAN; ESCOTT-STUMP; RAYMOND, 2012; CUPPARI et al., 
2019).
Com relação a proteína, este pode se encontrar na forma intacta, 
hidrolisada ou aminoácidos livres, como aqueles desenvolvidos para indivíduos 
com distúrbios disabsortivos. As principais fontes são proteínas do leite (caseína, 
lactoalbumina), soja e ovo. A presença de fibras nos suplementos visa colaborar 
para uma melhor oferta deste nutriente na dieta e, geralmente é formado por 
mistura de fibras solúveis (pectina, mucilagem e gomas) e insolúveis (celulose, 
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GUIA PRÁTICO DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL NO ÂMBITO HOSPITALAR E DOMICILIAR
hemicelulose e lignina). Alguns produtos fornecem uma dieta nutricionalmente 
completa quando o paciente ingere em volume suficiente, porém outras 
formulações deixam a desejar, principalmente nos teores de vitaminas e 
minerais, sendo necessário a suplementação destes nutrientes (MAHAN; 
ESCOTT-STUMP; RAYMOND, 2012).
Normalmente formulações prontas para o consumo são isentas de lactose 
e glúten, diferentemente do suplemento em pó, devendo a prescrição considerar 
a presença de intolerância à lactose, doença celíaca, alergias, desconforto 
digestivo após ingestão ou outras doenças gastrointestinais. Na presença de 
sacarose, deve-se atentar para situações clínicas que contraindiquem este 
nutriente e buscar outra opção que se ajuste ao plano de cuidado nutricional. 
Outra observação importante é em relação a condições que restringem a 
ingestão de gorduras ou proteínas intactas (CUNHA et al., 2008; CARVALHO, 
2016; WAITZBERG et al., 2017). 
Tendo em vista a condição clínica, os suplementos especializados podem 
ser considerados, auxiliando no manejo nutricional. Este é o caso de pacientes 
com Lesão Por Pressão (LPP), que podem fazer uso de formulações contendo 
nutrientes essenciais no processo de cicatrização; pacientes no pré-operatório 
de cirurgias eletivas de grande porte, que necessitam de preparo imunológico; 
diabéticos descompensados, com formulações restritas em carboidratos; 
hepatopatas, com formulações contendo aminoácidos de cadeia ramificada; 
indivíduos com doença renal crônica, que necessitam de fórmula hipercalóricas, 
mas restritas em proteína e eletrólitos; entre outros. Além disso, outros nutrientes 
em específico podem ser suplementados, na forma de módulos nutricionais

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