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28/10/2020 & 17/11/2020 Bévena Rodrigues Lopes Protocolos na atenção em saúde Programa nacional da tuberculose – controle da tuberculose 1. Tuberculose características gerais No início da dec. 80, no mundo houver um recrudescimento, ou seja, voltou a haver vários casos da doença, isso ocorreu tanto nos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento Os países desenvolvidos ocorreram devido a pandemia do HIV/AIDS, é uma doença que diminui a imunidade gradativamente e aumenta a incidência do HIV Nos países em desenvolvimento o ressurgimento da tuberculose é devido a baixa renda, ampliação da miséria e também a desordenada urbanização devida o êxodo rural que levou ao surgimento de condições precárias de moradia, e por fim a desestruturação do sistema de saúde brasileiro A tuberculose é uma doença que pode ser prevenida (melhorando as condições de moradia, alimentação, fazendo o diagnóstico precoce) e tem cura, mas ainda prevalece em condições de pobreza com altas incidências e contribui muito para a manutenção das desigualdades, também contribui para o acentuamento 2. Agente etiológico Pode ser causada por qualquer espécie de Mycobacterium tuberculosis: • M. tiberculoses • M. bovis • M. canitti • M. caprae • M. africanum • M; microti • M. pinnipedi Porem a espécie mais importante é o M. tuberculosis, também chamado como bacilo de Koch (BK) Características do bacilo • Fino • Ligeiramente curvo • Mede por volta de 0,5-3micras • Bacilo álcool-ácido resistente (BAAR) • Aeróbico o tem predileção pelo pulmão pois precisa de muito O² • Parede celular tica em lipídeos o é resistente a água • Baixa permeabilidade o causa da redução da efetividade da maioria dos antibióticos existentes e ajuda na sobrevida aos macrófagos Mas, o M. bovis (esta na BCG) tem regiões que ele tem importância devido a ser proveniente de bovinos, leite.., a sua forma é idêntica a tuberculose causada pelo M. tuberculosis. Costuma ser regional. As formas mais comuns desse bacilo são as formas ganglionares e outras extrapulmonares. Comum que ele seja encontrado onde há consumo de leite e queijos sem IMPORTENTE!! IMPORTENTE!! 28/10/2020 & 17/11/2020 Bévena Rodrigues Lopes pasteurização, pessoas que residem em áreas rurais tem uma incidência maior deste tipo de tuberculose Grupo de bactérias que não causa tuberculose; • M. avium • M. abcessos • M. intracelulare • M. Kansassi 3. transmissão da tuberculose O M. tuberculosis vai ser transmitido por via aérea, pessoa com tuberculose pulmonar ou laríngea, essa vai eliminar no meio ambiente, através de aerossóis (espirro, tosse e fala) Pessoa bacilífera são pessoas com tuberculose pulmonar ou laríngea com exame de baciloscopia positiva quando é analisado o escarro, essa tem grande capacidade de transmissão da doença Exames • Baciloscopia de escarro • Cultura (teste ouro para tuberculose) • TRM-TB (teste rápido molecular para tuberculose) A baciloscopia de escarro é um exame importante para a busca ativa de casos, não podemos falar que é rastreio A principio a pessoa adquire o bacilo por via respiratória, ele vai alojar no pulmão, onde forma um nódulo e fica latente e depois a pessoa acaba desenvolvendo em algum momento da vida como quando abaixar a sua imunidade, chamaremos essas pessoas de forma latente da tuberculose O ser humano quando respira e adquire o bacilo se quando ele penetra já causa a tuberculose ai é tuberculose primaria, mas se o bacilo for fagocitado, formar um nódulo e ficar latente chamaremos isso de infecção segundaria ou latente A principio a pessoa adquire o bacilo por via respiratória, ele vai se alojar no pulmão, essa é a porta de entrada para a maioria dos casos A via respiratória, a pessoa vai exalar gotículas de pfluger, rapidamente elas se tornam secas e transforma-se em gotículas menores, chamadas de partículas de Well que terá de 1 a 2 bacilos em média, essas gotícula se mantem suspensas no ar por muitas horas (por conta disso isola-se o paciente com tuberculoses) As gotículas de Well podem alcançar os alvéolos, se multiplicar e causar a primo-infecção (primeira infecção) A pele e placenta não são importantes, mas pode ocorrer contaminação por essas A chance da pessoa ser infectada depende de • fatores exógenos • infectividade do caso fonte • duração do contato e tipo de ambiente que a pessoa compartilho Pessoas sintomáticas respiratórias sustentam a cadeia de transmissão da doença. Cada pessoa transmite em media para 10-15 pessoas em média, no período de 1 ano. Os que mais transmitem são os BAAR positivos, ou mais raramente a tuberculose laríngea. Escarro negativo mesmo se tiver o TRM-TB ou cultura positiva ele terá infectividade menor. A cultura negativa com TB extrapulmonar exclusiva não transmite IMPORTENTE!! 28/10/2020 & 17/11/2020 Bévena Rodrigues Lopes Pacientes com tuberculose pulmonar e HIV+, se tiverem comprometimento imunológico terão menos acometimento pulmonar (pois menos reações imunológicas vão ocorrer) e apresentação cavitaria da doença também transmitem menos A transmissão da tuberculose ocorre ate quando tem bacilo eliminados no escarro, ou seja, ate quando tem bacilo no pulmão. Iniciado o tratamento vai reduzir gradativamente quantidade de bacilo, em 15 dias já há uma redução importante Na criança a tuberculose pulmonar normalmente vem com baciloscopia negativa Existe uma sensibilidade do bacilo a luz e a ventilação que faz dispersão do bacilo, isso diminui muito a infecção, por estes motivos a doença está relacionada a condições de moradia (quanto mais fechada a casa e mais pessoas morando ali maior o risco de transmissão) 4. risco de adoecimento Um estudo mostrou: Populações vulneráveis Risco de adoecimento por tuberculose Pessoas vivendo em situação de rua 56x mais chance Pessoas vivendo com HIV 28x mais chance Pessoas privadas de liberdade 28x mais chance Indígenas 3x mais chance SINAM – Cada 10% das pessoas infectadas pelo M. tuberculosis adoecem 5% dos casos nos dois primeiros anos e os outros 5% ao longo da vida. O risco é por toda a vida A tuberculose primaria, ocorre logo em seguida a infecção, é comum este tipo de quadro clinico em crianças e em pessoas imunodeprimidas. Paciente com formas graves de tuberculose tem baixo poder de transmissão Os bacilos podem permanecer latentes (infecção latente pelo M. tuberculosis – ILTB), pode ficar por muitos anos, ate que ocorra a reativação do bacilo, onde será chamada de TB pós-primaria ou secundaria. 80% da tuberculose pós- primaria vai acometer o pulmão, e é cavitária A reinfecção pode ocorrer, ou seja, mesmo depois que foi curado pode pegar de novo, a tuberculose não confere imunidade, e ocorre em regiões com alta prevalência da doença. Pode ocorrer recidiva da tuberculose 5. determinação social da tuberculose A tuberculose vai contribuir muito para a manutenção do quadro mundial e nacional de desigualdade social e exclusão social. É uma das enfermidades mais prevalentes entre as pessoas em situação de pobreza com elevada mortalidade juntamente com HIV/AIDS e malária Estudos sugerem que o adoecimento da TB resulta da relação entre determinantes provenientes de 3 fatores • Comunidade que a pessoa está inserida • Ambiente domiciliar (numero de cômodos, tamanhos, aeração..) • Características individuais (se alimenta bem, HIV+..) 6. Diagnostico A tuberculose pulmonar é a mais frequente, ela é a mais relevante do ponto de vista da saúde pública, pois é a forma bacilifera (tramissiva) Devemos realizar a busca ativa dos sintomáticos respiratórios (toda pessoa que estiver com tosse 3s ou em 2s ou mais nos, profissional da saúde, pessoa privada de liberdade ou pessoa que trabalha em casas de repouso), porém, o diagnóstico de tuberculose é mais amplo do que isso 28/10/2020 &17/11/2020 Bévena Rodrigues Lopes Na AB o ministério da saúde estabeleceu uma meta mínima para busca ativa de tuberculose pelas equipes de AB que é 1% de testagem anual da sua população, porem essa deve estar sintomática respiratória, ou seja, devem apresentar tosse para fazermos a busca ativa Diagnostico clinico – Tuberculose pulmonar Principais formas • Tuberculose pulmonar primaria • Pós-primaria ou secundaria • Tuberculose miliar Os sintomas clássicos de tuberculose são • Tosse persistente seca ou produtiva • Febre vespertina • Emagrecimento e sudorese noturna Os sintomas citados a cima são comuns nas 3 formas de tuberculose pulmonar Tuberculose pulmonar primaria Ocorre logo em seguida ao primeiro contato, é mais comum na infância. É caracterizado por quadros insidiosos (lentos), a criança fica irritada, com febre baixa, sudorese noturna e inapetência, tosse nem sempre está presente No exame físico se tem poucos sinais e sintomas da doença Tuberculose pós-primaria ou secundaria É mais comum em adolescentes e adultos jovens, causa tosse seca ou produtiva, tem mais sinais e sintomas pois teoricamente o sistema imunológico é melhor. Importante para investigação pela UBS Pode ocorrer em qualquer idade Exame físico geralmente mostra fácies de doença crônica (foto), mas também pode estar em BEG, n ausculta pulmonar é observados diminuição de murmúrio vesicular, sopro onfórico ou mesmo normal Site p/ auscultar os sons: semiologiamedica.ufop.br/semio-áudios Tuberculose miliar Pode ocorrer tanto na pela evolução da forma primaria quanto na forma secundaria É uma doença sistêmica, grave, mais frequente em paciente HIV+, e imunocomprometidos. Aguda ou subaguda, a aguda tem maior frequência em crianças e em adultos, doença pode ser de forma crônica em idosos e também pode se apresentar como uma doença de febre com origem obscura Sinais e sintomas • Febre • Astenia IMPORTENTE!! 28/10/2020 & 17/11/2020 Bévena Rodrigues Lopes • Tosse • Emagrecimento sem causa aparente • Hepatomegalia 35% • Alteração do SNC 30% dos casos • Alterações cutâneas (lesões eritemas, arredondadas) No raio-x notamos pequenos nódulos aparentemente do mesmo tamanho bem distribuídos por todo o tórax O raio-x não é suficiente para fazer o diagnóstico Diagnostico diferencial: doenças fúngicas, doenças metastáticas como carcinoma de tireoide Aqui temos um granuloma que são os pequenos nódulos analisados no raio-x mostrado anterior Aqui temos a patologia de um granuloma tuberculoso Opacidade escavada e essa pode ter ou não um nível hidroaéreo e esse é mais frequente nos abscessos do que na caverna tuberculosa e na neoplasia, mas isso não é patognomonico, ou seja, não fecha diagnostico, devemos observar a história do paciente para fechar o diagnostico Nessa radiografia podemos pensar em TB devido aos achado, temos uma opacidade alongada no lado direito do tórax e isso faz a gente pensar em componente de fibrose e das 3 faladas a que causa isso é TB. No terço inferior do pulmão esquerdo temos uma tênia redução de transparência o que neste contesto mais a escavação vamos considerar mais um processo infecciosos, portanto uma tuberculose em atividade Diagnostico clinico – Tuberculoses extrapulmonares Principais formas • Tuberculose pleural • Tuberculose pleural tuberculoso • Tuberculose ganglionar periférica • Tuberculose meninoencefálica • Tuberculose pericárdica • Tuberculose óssea 28/10/2020 & 17/11/2020 Bévena Rodrigues Lopes Tuberculose pleural É a forma mais comum da tuberculose da tuberculose extrapulmonar em pessoas não infectadas pelo vírus HIV. Mais comum em jovens Seus sinais e sintomas • dor torácica e dor pleurítica (quando respira doi) • astenia • anorexia e emagrecimento em 70% dospacientes • febre • tosse seca 60% dos casos • pode simular pneumonia bacteriana aguda • há casos que apresentam dispneia Liquido pleural tem predomínio de linfócitos e BAAR em menos 5% dos casos – portanto, baciloscopia não é um bom exame e a cultura em 15% dos casos portanto também não é um bom exame Geralmente utilizamos a adenosina deaminase (ADA) como exame, pois, vai estar aumentada no liquido pleural, teste importante diagnostico A cultura de escarro é positiva em 50% dos casos apenas Tuberculose pleural tuberculoso É consequência da ruptura da cavidade tuberculoso, há liberação de secreção para o espaço pleural o que leva a um pneumotórax no paciente Baciloscopia direta da secreção e a cultura são os exames ouro para diagnostico Vemos uma pulsão toraxica para poder aspirar a secreção Tuberculose ganglionar periférica É mais comum em pacientes vivendo com HIV, em crianças e em <40 anos Tem um aumento subagudo (lento) dos linfonodos, são indolores, assimétricos em pacientes não HIV e simétricos em HIV+, podem aparecer nas regiões cervicais (anterior e posterior) além da região supraclavicular Ao exame os gânglios linfáticos estarão endurecidos ou amolecidos, podem estar aderidos entre si e podem também está profundo, pode ocorrer fistulização, pois a secreção que está no gânglio é eliminada para fora e essa é espontânea, há inflamação da pele e tecidos adjacentes Diagnostico • aspiração uma pulsão de agulha fina direcionada por ultrassom • ressecção ganglionar • Baciloscopia de escarro • exame histopatológico Tuberculose meninoencefálica 28/10/2020 & 17/11/2020 Bévena Rodrigues Lopes Ocorre em 3% dos casos em paciente não HIV e 10% nos HIV+. Pode ser subaguda ou aguda. Na subaguda o paciente terá: • Cefaleia holocraniana • Irritabilidade • Alterações comportamental • Sonolência • Vômitos • Dor abdominal • Anorexia • Febre • Fotofobia • Rigidez de nuca (+ 2 semanas) • Sinais focais envolvendo os pares cranianos ll, lll, lV, Vl e Vll • Hipertensão craniana É uma doença crônica, paciente evolui em várias semanas com cefaleia ate que os pares cranianos sejam comprometidos. Ocorre em concomitância com a doença pulmonar em 59% dos casos Também pode aparecer no encéfalo tuberculomas que se trata de uma forma mais centralizada no SNC. Quadro clinico leva a um processo expansivo intracraniano e neste caso a febre pode estar ausente Diagnostico • Analise bacteriológica do licor • Cultura do licor Tuberculose pericárdica Pode ser subaguda, não está relacionada a TB pulmonar, mas pode ocorrer de forma simultânea a tuberculose pleural Quadro clinico: • Dor torácica • Tose seca • Dispneia • Pode haver febre • Emagrecimento • Astenia • Edema de MMII – devido a IC do lado deito e edema agudo de pulmão do lado esquerdo • Ascite • Tontura • Congestão hepática • Dor no hipocôndrio direito – devido congestão hepática • Tamponamento cardíaco – RARO No pulmão direito temos uma opacidade com estrias lineares, o lado esquerdo esta normal porem temos uma área calcificada na superfície cardíaca temos calcificação na superfície da área cardíaca portanto é uma calcificação pericárdica e quando temos todos esses quadros juntos a principal hipótese diagnostica é calcificação pericárdica tuberculosa 28/10/2020 & 17/11/2020 Bévena Rodrigues Lopes Tuberculose óssea Mais comum em crianças e entre 40-50 anos Se atingir a coluna vertebral é mais comum, as articulações coxofemoral e do joelho, mas pode ocorrer também em outros locais, quando ocorre apenas nas vertebras é chamada de Mall de Pott, o qual representa 1% dos casos de TB comum e é 50% dos casos de TB óssea Quadro clinico • Dor local • Edema • Dor na coluna torácica e lombar • Dor a palpação • Sudorese noturna O quadro de tuberculose apresenta-se no raio-x e na tomografia como uma lesão óssea cavitaria, podendo até romper as vertebras Diagnostico é a partirda punção por mielocultura Exames para diagnostico de tuberculose • Baciloscopia direta o É simples, segura, todos laboratório do SUS deve fazer esse exame, pesquisa de BAAR, pelo método Ziehl-Nielsen o Permite detectar de 60% a 80% dos casos de tuberculose pulmonar em adultos, pois os casos de baciloscopia positiva são os transmissíveis ou a principal forma de transmissão que é o sintomático respiratório o Em crianças a sensibilidade do teste é diminuída pois é difícil obter uma amostra de qualidade o Indicações: ▪ No sintomático respiratório (tosse por 3s ou mais ou 2s ou mais nos casos já falados) ▪ Suspeita clinica ou radiológica de TB pulmonar, independentemente do tempo da tosse ▪ Para acompanhamento de controle da cura dos casos pulmonares o Modo de fazer ▪ No mínimo 2 amostras, primeira é colhida na hora na UBS, e segunda amostra é colida ao despertar no dia seguinte em jejum o Se houver exame negativo, pois, há muitos indícios de tuberculose vamos pedir amostras adicionais 28/10/2020 & 17/11/2020 Bévena Rodrigues Lopes • Teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB o É a amplificação de ácidos nucleicos do M. tuberculosis + PCR p/ resistência a rifampicina o Se indica começar por esse exame o Tem sensibilidade de 90% (cada 100 testes 90 são verdadeiramente positivos e 10 são falsamente positivos) sendo superior a baciloscopia, detecta a resistência a rifampicina em 95% dos casos] o Indicações ▪ Diagnostico de TB pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes em maior vulnerabilidade ▪ Diagnostico para tuberculose extrapulmonar nos materiais biológicos validados (secreção, secreção do empiema) ▪ Triagem a resistência a rifampicina nos casos de retratamento ▪ Triagem da resistência a rifampicina com suspeita de falência (tratamento não obteve êxito) o A sensibilidade para <10 anos é de 66%. Fazer na criança quando existe facilidade na coleta da amostra, não é recomendado no diagnóstico da criança para TB, geralmente neste caso a TB é abacilifera (sem bacilos) Na tuberculose extrapulmonar: liquido, gânglios linfáticos e outros tecidos. A sensibilidade é mais baixa, a amostra negativa não deve excluir tuberculose, sendo necessário manter investigação • Escarro • Escarro induzido • Lavado gástrico – normalmente em criança • Liquor • gânglios linfáticos e outros tecidos IMPORTENTE!! 28/10/2020 & 17/11/2020 Bévena Rodrigues Lopes Diagnostico de casos novos de TB pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes no TRM-TB Casos novos de TB pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes de populações com maior vulnerabilidade Maior vulnerabilidade = profissionais da saúde e populações confinadas (presídio e asilo) 28/10/2020 & 17/11/2020 Bévena Rodrigues Lopes Diagnósticos dos casos de retratamento de TB pulmonar e laríngeo em adultos 28/10/2020 & 17/11/2020 Bévena Rodrigues Lopes AULA DIA 17/11/2020 Cultura para microbactéria É um método de elevada especificidade e sensibilidade no diagnóstico da TB. Nos casos pulmonares com baciloscopia negativa, a cultura escarro pode aumentar em ate 30% o diagnostico bacteriológico da doença Semeadura da amostra em meios de cultura solido e liquido. O mais utilizado é a base de ovo, Lowenstein-Jensen e Ogawa-Kudoh Teste de sensibilidade Os métodos disponíveis para o teste de sensibilidade aos antimicrobianos são meio solido e tem resultado em ate 24 dias de incubação, e o método automatizado que utiliza o meio liquido, como resultados resistentes disponíveis entre 5 a 13 dias Os fármacos testados são: estreptomicina, isoniazida, rifampicina, etambutol e pirazinamida O resultado de cultura confirma o diagnostico de micobacteriose, sendo necessário a identificação de espécie para caracterizar se é um caso de TB ou micobacteria Logo o teste ouro para tuberculose é cultura Diagnostico por imagem • Radiografia de tórax • Tomografia computadorizada de tórax • Outros exames de imagem na avaliação de tuberculose pulmonar e extrapulmonar 1. Radiografia de torax 2. Tomografia computadorizada de tórax 3. Outros exames de imagem na avaliação de tuberculose pulmonar e extrapulmonar 28/10/2020 & 17/11/2020 Bévena Rodrigues Lopes A tomografia por emissão de pósitrons (PET) UTILIZANDO O 18f-fluorodeoxiglicose identifica alterações bioquímicos dos tecidos na tuberculose. Esse método tem sido utilizado no diagnostico e estadiamento de vários tipos de câncer, inclusive pulmonar Cintilografia pulmonar ventilação-perfusão pode ser útil na avaliação pré-operatoria de pacientes com indicação cirúrgica para tratamento de tuberculose, identificando áreas com déficit ventilatório e/ou perfusional Na TB meningoencefálica, a TC e a ressonância nuclear magnética (RNM) do sistema nervoso central tem papel importante no diagnostico precoce da doença. Os achados mais comuns são hidrocefalia, espessamento meníngeo basal e infarto do parênquima cerebral. Na TB óssea, acometimentos dos tecidos moles adjacentes, como abscessos paravertebrais visualizados Diagnostico histopatológico A avaliação histológica de fragmento do tecido obtido por biopsia é o método empregado na investigação das formas pulmonares que se apresentam radiologicamente como doença como doença difusa e nas formas extrapulmonares Vai ser feito a identificação radiológica de granuloma com necrose de caseificação, o que é compatível com o diagnóstico, podendo inclusive confirmar diagnostico Tuberculose miliar - a biopsia transbrônquica, que é feita através da broncofibroscopia, ultrapassa 70% de confiança. A hemocultura é positiva de 20-40% dos casos. A biopsia hepática tem uma sensibilidade de 70-100%. A pulsão óssea tem um rendimento de 16-33%. Tuberculose pleural e empiema pleural - temos 70% de rendimento, a cultura tem 50-60%, associando as duas temos 90% de confiança. A baciloscopia direta dará em 10% dos casos, e a cultura da secreção dará 50% dos casos Tuberculose ganglionar - A baciloscopia é de 10-25%, a cultura é de 50-95% e o histopatológico de 90% Tuberculose do pericárdio - Fragmento da cultura é de 71-100%, na histologia é de 73-100% Espondilite ou Mal de Pott - O melhor procedimento é a biopsia Tuberculose de pele – o diagnostico é feito por baciloscopia ou cultura Diagnostico da infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis Definição É quando uma pessoa saudável é exposta ao bacilo da TB, tem 30% de chance de infectar-se, dependendo do grau de exposição que ela teve (proximidade, ventilação, tempo de convivência), da infectividade do caso índice, também ira depender da quantidade de bacilos eliminado, presença de caverna na radiografia de tórax e fatores imunológicos como por exemplo se a pessoa é HIV+ 28/10/2020 & 17/11/2020 Bévena Rodrigues Lopes As pessoas infectadas normalmente permanecem assintomáticas pelo resto da vida, pois tetão imunidade parcial ao bacio. Esta condição é conhecida como infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB), ou seja, a pessoa tem o bacilo, mas não tem a doença porem pode vir a desenvolver. A OMS estima que ¼ da população mundial tenha ILTB O diagnostico da ILTB é feito pela prova tuberculínica A prova tuberculínica é utilizada para diagnostico de ILTB e pode também auxiliar o diagnostico de tuberculose ativa em crianças Essa prova consiste na inoculação intradérmica com derivado proteico purificado do Mycobacterium para medir a resposta imune celular a estes antígenos. Não há evidencias para a utilização da prova tuberculínica como método auxiliar no diagnostico de tuberculose pulmonar ou extrapulmonar Uma prova tuberculínica positiva não confirmao diagnostico de tuberculose ativa, assim como o contrário, uma prova tuberculina negativa não exclui tuberculose Utilidade da prova tuberculínica • Identificar casos de ILTB em adultos e crianças • Auxiliar no diagnostico de TB ativa em crianças Individuo com PT documentada e resultado > ou igual a 5mm não devem ser retestados, mesmo diante de uma nova exposição ao Mycobacterium tuberculosis 0,1ml na face interna do antebraço esquerdo, vamos aplicar ente a pele e fazer a leitura horas depois 28/10/2020 & 17/11/2020 Bévena Rodrigues Lopes Interpretação A especificidade é alta, de 97, mas pode dar erro, principalmente quando a BCG foi aplicada no primeiro ano de vida, como ocorre no Brasil. Reações falso positivas podem ocorrer em situações com outras Microbactérias ou pessoas vacinadas pela BCG. O que significa que adolescentes e adultos não revacinados com uma prova tuberculínica positiva podem realmente indicar infecção latente de tuberculose, isso pois vai decaindo a imunidade celular da BCG Geralmente utilizamos para interpretar a prova tuberculínica 10mm, se for maior que isso é reator forte, se for de 10-5mm é reator moderado e menor que 5mm é não reator. Se a pessoa for HIV+ a cima de 5mm é reator forte Tratamento 1 Caso novo ou virgem de tratamento (VT): paciente nunca submetido ao tratamento antiTB ou realização de tratamento por menos de 30 dias. 2 Retratamento: paciente que já fez o tratamento antiTB por mais de 30 dias e que necessite de novo tratamento após abandono ou por recidiva (após a cura ou tratamento completo). 3 Recomendado TDO compartilhado com a Atenção Primária. 4 Falência terapêutica: paciente que apresenta persistência de baciloscopia de escarro positiva ao final do tratamento; paciente que inicialmente apresentava baciloscopia fortemente positiva (++ ou +++) e mantém essa positividade até o quarto mês de tratamento; e pacientes com baciloscopia inicialmente positiva, seguida de negativação e nova positividade, por dois meses consecutivos, a partir do quarto mês de tratamento. 28/10/2020 & 17/11/2020 Bévena Rodrigues Lopes Observações: • Quando existir concomitância entre a forma meningoencefálica ou osteoarticular e quaisquer outras apresentações clínicas, utilizar o esquema para TB meningoencefálica ou osteoarticular. • Quando TB osteoarticular de baixa complexidade, pode-se tratar por 6 meses, a critério clínico. • Associar corticosteroide: Prednisona (1 a 2 mg/kg/dia) por quatro semanas ou, nos casos graves de TB meningoencefálica, dexametasona injetável (0,3 a 0,4 mg/kg/dia), por quatro a oito semanas, com redução gradual da dose nas quatro semanas subsequentes. 28/10/2020 & 17/11/2020 Bévena Rodrigues Lopes • Para evitar sequelas, recomenda-se aos pacientes que a fisioterapia, em casos de tuberculose meningoencefálica, seja iniciada o mais cedo possível Esquema Básico para crianças (< 10 anos de idade): 2RHZ/4RH Indicações: • Casos novos e de retratamento (recidiva e reingresso após abandono) que apresentem doença ativa em crianças (< 10 anos de idade), de todas as formas de tuberculose pulmonar e extrapulmonar (Quadro 22), exceto a forma meningoencefálica e osteoarticular. Especialistas podem avaliar individualmente a necessidade de incorporação de outros fármacos ao esquema de tratamento da tuberculose em crianças (ver capítulo Esquemas de Tratamento para Tuberculose). Nesses casos, recomendamos que o seguimento ocorra em unidades de referência secundária e que seja registrado o esquema terapêutico individualizado no Sistema de Informação de Tratamentos Especiais de Tuberculose (SITE-TB). Crianças com TB, infectadas pelo HIV ou desnutridas, deverão receber suplementação de piridoxina – vitamina B6 (5 a 10 mg/dia) (WHO, 2014). Esquema Básico para tratamento da TB meningoencefálica e osteoarticular para crianças Indicações: • Casos novos e de retratamento (recidiva e reingresso após abandono que apresentem doença ativa) de crianças (< 10 anos de idade), com TB meningoencefálica ou osteoarticular. No tratamento da TB meningoencefálica, em crianças, utiliza-se o esquema básico com prolongamento da fase de manutenção para 10 meses, ou seja, o tempo total de tratamento será de 12 meses De modo semelhante, o tratamento da TB osteoarticular deve ser feito por 12 meses. No entanto, casos de baixa complexidade pode ser tratados por 6 meses, a critério clínico No Quadro 23 encontra-se o esquema de tratamento para tuberculose meningoencefálica em crianças. 28/10/2020 & 17/11/2020 Bévena Rodrigues Lopes Observações: • Quando existir concomitância entre a forma meningoencefálica ou osteoarticular e quaisquer outras apresentações clínicas, utilizar o esquema para TB meningoencefálica ou osteoarticular. • Associar corticosteroide: Prednisona (1 a 2 mg/kg/dia) por quatro semanas ou, nos casos graves de tuberculose meningoencefálica, dexametasona injetável (0,3 a 0,4 mg/kg/dia), por quatro a oito semanas, com redução gradual da dose nas quatro semanas subsequentes. • Para evitar sequelas, recomenda-se aos pacientes que a fisioterapia, em casos de tuberculose meningoencefálica, seja iniciada o mais cedo possível. Modalidades de tratamento O tratamento será realizado em regime ambulatorial, preferencialmente em regime de tratamento diretamente observado (TDO) (ver capítulo Adesão). A hospitalização é recomendada nos seguintes casos: • TB meningoencefálica; o intolerância aos medicamentos antiTB incontrolável em ambulatório; o estado geral que não permita tratamento em ambulatório; o intercorrências clínicas e/ou cirúrgicas relacionadas ou não à TB que necessitem de tratamento e/ou procedimento em unidade hospitalar; e o situação de vulnerabilidade social como ausência de residência fixa ou grupos com maior possibilidade de abandono, especialmente se for um caso de retratamento, falência ou multirresistência. 28/10/2020 & 17/11/2020 Bévena Rodrigues Lopes 28/10/2020 & 17/11/2020 Bévena Rodrigues Lopes Diagnostico diferencial (não foi dado em aula) A TB deve ser incluída no diagnóstico diferencial dos casos de febre de origem indeterminada, síndrome consumptiva, pneumonias de resolução lenta e em todo paciente com tosse prolongada sem causa conhecida. A seguir, listamos algumas condições clínicas que fazem diagnóstico diferencial com as principais formas de TB. 28/10/2020 & 17/11/2020 Bévena Rodrigues Lopes Forma pulmonar Na forma pulmonar, o diagnóstico diferencial deve ser feito principalmente com silicose, infecções fúngicas, neoplasias, infecções bacterianas, outras micobacterioses, doenças autoimunes, embolia pulmonar, entre outras Na silicose, a história ocupacional é um importante subsídio para o diagnóstico, lembrando que nesses pacientes a concomitância com a TB ocorre com maior frequência. Nas micoses pulmonares, a história epidemiológica é importante e, diferentemente da TB, a necrose do granuloma é do tipo liquefação, apresentando, radiologicamente, nódulos de múltiplos Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 52 tamanhos, bilaterais e simétricos. Nas vasculites pulmonares, os quadros clínico e radiológico podem eventualmente ser semelhantes, inclusive com presença de hemoptise e nodulações e/ou opacidades pulmonares múltiplas, escavadas e/ou justapleurais, geralmente acompanhadas de doença sistêmica. Na sarcoidose, não há necrose nos granulomas e geralmente são observadas linfonodomegalias hilares, opacidades pulmonares reticulares na radiografia e tomografia computadorizada do tórax, além do comprometimento de outros órgãoscomo pele, olhos e articulações (SEISCENTO et al., 2005).
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