Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
. Afecções do Sistema Urinário Anatomia e Fisiologia • O sistema Urinário é composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra. A urina é formada dentro dos néfrons, flui para dentro do ureter, um longo tubo fibromuscular que conecta cada rim à bexiga. A bexiga urinária é um saco muscular oco, podendo conter cerca de 300 a 5oo ml de urina. Funções do Rim • Formação da Urina (filtração glomerular, reabsorção tubular e secreção tubular). • Excreção de produtos de degradação • Regulação dos eletrólitos Regulação do equilíbrio ácido-básico. • Controle do equilíbrio hídrico • Controle da pressão arterial • Clearance renal • Regulação da produção de eritrócitos • síntese de vitamina D para a forma ativa • Secreção de prostaglandinas. Disfunção do Trato Urinário Superior e inferior. Incontinência Urinária É a perda involuntária ou descontrolada da urina a partir da bexiga. A incontinência urinária, nos pacientes idosos, frequentemente diminui capacidade de manter um estilo de vida independente. Isso aumenta a dependência em relação àqueles que fornecem os cuidados e, com frequência, leva à institucionalização. Idade, sexo e número de partos vaginais anteriores constituem fatores de risco estabelecidos e explicam, em parte, a incidência aumentada nas mulheres. Manifestações Clínicas: Tipos de Incontinência • Incontinência por estresse é a perda involuntária da urina através de uma uretra íntegra em consequência de um súbito aumento na pressão intra-abdominal (espirro, tosse ou mudança de posição).Ela afeta predominantemente mulheres que tiveram partos vaginais e acredita- se que resulta da diminuição da sustentação uretral ou dos níveis ausentes ou decrescentes de estrogênio dentro das paredes uretrais e base da bexiga. • Nos homens é experimentada após uma prostatectomia radical para o câncer de próstata, devido à perda da compressão uretral que a próstata proporcionava antes da cirurgia. • Incontinência por urgência É uma perda involuntária da urina associada à urgência. O paciente tem consciência da necessidade de urinar, mas é incapaz de chegar ao banheiro a tempo. Isso pode ocorrer no paciente com disfunção neurológica que apresenta comprometimento da inibição da contração da bexiga; ou em pacientes com sintomas locais de irritação por infecção do trato urinário inferior ou tumores da bexiga. • Incontinência reflexa É a perda de urina devido relaxamento uretral involuntário na ausência de sensações normais associadas a micção. Isso ocorre com frequência em pacientes paraplégicos, porque eles não possuem a consciência sensorial da necessidade de urinar. • Incontinência por fluxo excessivo É uma perda involuntária de urina associada à distensão excessiva da bexiga. A bexiga não pode se esvaziar normalmente e torna- se hiperdistendida. Apesar da perda frequente de urina, a bexiga nunca se esvazia. Causas: Anormalidades neurológicas (lesões raquimedulares) ou por fatores que obstruem o fluxo da urina (medicamentos, tumores, estenoses e hiperplasia da próstata). Diagnóstico A análise da urina e a cultura são realizadas para identificar infecção, câncer ou cálculo renal, onde poderão identificar as causas da incontinência urinária. Tratamento Terapia Comportamental: Exercícios de Kegel (exercícios da musculatura pélvica). Terapia Farmacológica • Anticolinérgicos: inibem a contração da bexiga e são considerados medicamentos de primeira linha para incontinência por urgência. • Antidepressivos tricíclicos: também diminuem a contrações da bexiga. • Estrogênio: (administrado por via oral, transdérmica ou tópica), é benéfico para todos os tipos de incontinência urinária. O estrogênio diminui a obstrução ao fluxo urinário por restaurar a integridade da mucosa vascular e muscular da uretra. • Tratamento Cirúrgico • As opções cirúrgicas variam de acordo com a anatomia e com o problema fisiológico. Muitos procedimentos envolvem o levantamento e estabilização da bexiga e uretra para restaurar o ângulo uretrovesical normal ou para alongar a uretra. 2.Infecções do Trato Urinário As infecções do trato urinário (ITUs) são causadas por microorganismos patogênicos no trato urinário. Em geral, as ITUs são classificadas como infecções que envolvem o trato urinário superior e inferior. • ITU Inferior: Cistite, uretrite e prostatite. • ITU Superior: Pielonefrite e Nefrite intersticial ITU Não-complicada: Infecção adquirida na comunidade; comum nas mulheres jovens. ITU complicada: Frequentemente nosocomial e relacionada ao cateterismo. Ocorre em pacientes com anormalidades urológicas, gestação, imunossupressão, diabetes melito e obstruções. Fisiopatologia • Diversos mecanismos mantêm a esterilidade da bexiga: a barreira fisiológica da uretra, o fluxo urinário, as várias enzimas e anticorpos antibacterianos e os efeitos antiaderentes mediados pelas células da mucosa da bexiga. • Para que a infecção ocorra, as bactérias devem ter acesso à bexiga, fixar-se no local e colonizar o epitélio do trato urinário para não serem depuradas com a micção, nem evadir-se pelos mecanismos de defesa do hospedeiro e iniciar a inflamação. Muitas ITUs resultam de organismos fecais que ascendem a partir do períneo até a uretra e a bexiga e, em seguida, aderem ás superfícies da mucosa. Bactérias Uropatogênicas • 80 a 90 % das ITUs não complicadas são causadas por E. coli, Enterococcus, Proteus mirabilis, Pseudomonas aeruginosa e Klebsiella e Enterobacter. Manifestações Clínicas • - ITU inferior não complicada (cistite): disúria, polaciúria, urgência, nictúria, incontinência e dor suprapúbica ou pélvica. Hematúria e dor nas costas podem estar presentes. • - ITU superior ( pielonefrite): febre, calafrios, dor no flanco ou lombar, náuseas e vômitos, cefaleia, indisposição e disúria. Diagnóstico • Cultura de Urina: permanece como o padrão máximo na documentação de uma ITU e podem identificar o microorganismo específico existente. Tratamento Farmacológico: • Medicamentos comumente utilizados são: Bactrim e macrodantin. Obs: A função renal deve ser monitorada, pois alguns medicamentos são nefrotóxicos. Profilaxia: Além das medicações o enfermeiro tem papel importante no momento de orientar o paciente quanto a prevenção de novas ITUs e a equipe de enfermagem na manipulação do paciente durante o banho, em pacientes com cateteres vesicais e na ausência deles. Infecção do Trato Urinário Superior Pielonefrite Aguda • É uma infecção bacteriana da pelve renal, túbulos e tecidos intersticial . • As bactérias alcançam a bexiga por meio da uretra e ascendem até o rim. • A pielonefrite é frequentemente secundária ao refluxo uretrovesical, onde a urina reflui da bexiga para dentro dos ureteres. • Outras causas: - A obstrução do trato urinário: tumores da bexiga, estenoses, hiperplasia prostática benigna e cálculos urinários. • Os pacientes com pielonefrite aguda geralmente apresentam rins aumentados, com infiltrações intersticiais de células inflamatórias. Eventualmente, a atrofia e a destruição dos túbulos e dos glomérulos podem sobrevir. Manifestações Clínicas - Calafrios, Febre, Leucocitose, Bacteriúria, Piúria, Dor no Flanco e nas costas. Diagnóstico - Ultra-som, Tomografia, Urinocultura com antibiograma. Tratamento - Antibióticoterapia: Comumente são utilizados: Bactrim, Ciprofloxacina, Gentamicina com ou sem ampicilina, ou cefalosporinas de terceira geração ( Ceftriaxona) . Pielonefrite Crônica Os repetidos surtos de pielonefrite aguda podem levar à pielonefrite crônica. Manifestações Clínicas Os sinais e sintomas perceptíveis podem incluir fadiga, cefaleia, apetite deficiente, polaciúria, sede excessiva e perda de peso. A infecção persistente e recorrente pode produzir cicatrização progressivado rim, com a insuficiência renal sendo o resultado final. Diagnóstico A extensão da doença é avaliada por urografia endovenosa e pelas determinações do Clearance da creatinina e dos níveis de ureia e creatinina. Tratamento Se a urina não fica livre das bactérias, o Bactrim e o macrodantin podem ser empregados para suprimir o crescimento bacteriano. Tratamento de Enfermagem Quando o paciente é hospitalizado, a ingestão e a excreção de líquidos são cuidadosamente mensuradas e registradas. A menos que contra- indicados, os líquidos são encorajados ( 3-4ldia), para diluir a urina , evitar disúria durante a micção e evitar desidratação. A enfermeira verifica a temperatura a cada 4 horas e administra antitérmicos e antibióticos, conforme prescritos.
Compartilhar