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Fisiologia do equilíbrio

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Natália Cariello Brotas Corrêa – Terceiro Período 
Conferência 3 – Fisiologia do equilíbrio 
O labirinto vestibular responde a duas perguntas 
básicas para a condição humana: 
• Para onde estou indo? 
• Qual caminho é para cima? 
Indica a direção. 
O labirinto vestibular é sensível a: 
• Aceleração angular principal (canais 
semicirculares) 
• Aceleração linear da cabeça (sáculo e 
utrículo) 
Sistema Vestibular 
Está contido na orelha interna. A orelha interna 
localiza-se no osso temporal e contém em seu 
interior o labirinto membranoso. 
 
Existe o labirinto anterior e posterior. 
O labirinto posterior é composto por dois sistemas 
de cavidades ósseas: 
• Canais semicirculares 
• Vestíbulo 
O labirinto anterior contém os órgãos de 
sensibilidade de audição: 
• Cóclea 
Vascularização e inervação da orelha interna 
 
A artéria labiríntica, originada da artéria cerebelar 
anteroinferior realiza a nutrição de todas as 
estruturas. 
Líquidos do labirinto 
 
Perilinfa → Dentro da rampa vestibular e da rampa 
timpânica 
Endolinfa → No ducto coclear ou rampa média 
Canal semicircular, utrículo e sáculo – endolinfa 
Entre os canais e os ossos – perilinfa 
Perilinfa possui grande quantidade de sódio e 
menos potássio, se assemelha ao plasma. Já a 
endolinfa é rica em potássio. 
Sistema Vestibular Humano 
É onde se localizam os receptores de posição e 
movimento da cabeça. É constituído de: 
• Aparelho sensorial periférico (labirinto) 
• Mecanismo processador no SNC 
• Mecanismo gerador de reações motoras, 
oculares e posturais 
Esse sistema trabalha inconscientemente e seu 
funcionamento conjunto é bilateral. 
Fisiologia vestibular 
Funções do labirinto vestibular: 
• Transformar as forças provocadas pela 
aceleração da cabeça e da gravidade em um 
sinal biológico. 
• Informar os centros nervosos sobre a 
velocidade da cabeça e sua posição no 
espaço. 
• Iniciar alguns reflexos necessários para a 
estabilização do olhar, da cabeça e do corpo. 
Órgãos do sistema vestibular 
• Três canais semicirculares 
Detectam aceleração angular (estímulos rotacionais) 
• Dois órgãos otolíticos (sáculo e utrículo) 
Detectam a aceleração linear (movimentos para 
frente e para trás, para cima e para baixo) e 
Natália Cariello Brotas Corrêa – Terceiro Período 
mudanças na posição da cabeça em relação à 
gravidade. 
Anatomia do vestíbulo e dos canais 
semicirculares 
• Vestíbulo membranoso 
Duas vesículas: utrículo e sáculo 
Órgão sensorial: mácula 
Utrículo → Lápilus 
Determinação da orientação da cabeça quando a 
pessoa está ereta. 
Sáculo → Rágata: 
Importante para o equilíbrio quando a pessoa está 
em decúbito 
 
A mácula do sáculo é horizontal, enquanto a mácula 
sacular é vertical. 
 
Célula ciliada = estereocílios e um cinocílio 
Os cílios ficam dentro de uma substância gelatinosa 
(água, ácido hialurônico). Em cima dessa substância 
gelatinosa existem vários cristais de carbonato de 
cálcio, denominados otólitos. 
Arranjo dos cílios em cada utrículo 
Permite detectar a aceleração linear em qualquer 
direção no plano horizontal. 
 
Os utrículos estão dispostos bilateralmente e assim 
o SN recebe informação adicional do lado 
contralateral. 
As células ciliadas dirigem-se para a região central, 
denominada stríola. 
No sáculo, as células fogem da stríola. 
 
Os órgãos otolíticos sentem a aceleração linear 
O sáculo sente a aceleração no plano vertical-sagital. 
- Para cima e para baixo (por isso sentem a 
gravidade) 
- Para frente e para trás (sagital) 
O utrículo sente aceleração do plano horizontal. 
Natália Cariello Brotas Corrêa – Terceiro Período 
 
Canais iônicos 
As células ciliadas possuem um filamento para a 
entrada de potássio e cálcio. 
Essas células precisam estar banhadas de endolinfa, 
produzida na estria vascular. 
Quando o estereocílios é desviado para cima do 
cinocílio → Abertura de canais → Influxo de cálcio e 
potássio → Despolarização → Abertura de canais de 
cálcio voltagem dependente → Aumento do cálcio 
no citosol da célula ciliada → Manda sinais para as 
vesículas com neurotransmissores → Liberação dos 
neurotransmissores na fenda sináptica 
 
Além disso, na cutícula há um afundamento, que é 
um dos gatilhos para que ocorra a despolarização. 
O movimento dos cinocílio sobre os estereocílios → 
Causa hiperpolarização da célula → Diminui a 
liberação de neurotransmissores → Diminui o 
estímulo nas fibras aferentes 
Canais semicirculares 
Ampola é o órgão sensorial dos canais 
semicirculares 
A função dos canais é alertar o SNC sobre variações 
na velocidade e na direção da rotação da cabeça nos 
três planos espaciais (aceleração angular), função 
preditiva na manutenção do equilíbrio. 
Princípios de navegação vestibular: 3 pares 
sinérgicos: representando os planos espaciais (axial, 
coronal e sagital). 
O epitélio dos canais semicirculares se diferencia em 
órgãos sensoriais, as cristas ampolares. 
As cristas são células de sustentação e células 
ciliadas altamente diferenciadas. 
A cúpula é uma estrutura gelatinosa que recobre a 
crista, composta por mucopolissacarídeos, que se 
estende à parede oposta da ampola e atua como um 
meio elástico que pode ser deformado pelo 
movimento da endolinfa. 
 
Em cada canal semicircular existe uma crista 
ampular. 
Os canais semicirculares detectam a aceleração 
angular ou rotatória. A aceleração produz um 
movimento inercial da endolinfa que movimentará 
os cílios na ampola do canal semicircular. 
 
1. Movimento rotatório da cabeça 
2. Deslocamento inercial da endolinfa em 
sentido oposto 
3. Pressão da cúpula 
4. Deflete e movimenta estereocílio sobre 
cinocílio 
5. Entrada de K na célula ciliar 
6. Abertura de canais de cálcio 
7. Despolarização e liberação de 
neurotransmissores e estímulo sensorial 
Conforme a rotação da cabeça ocorrerá um padrão 
de movimento inercial da endolinfa dentro do canal 
semicircular que deformará a cúpula gelatinosa. 
Natália Cariello Brotas Corrêa – Terceiro Período 
Há canais semicirculares lateral (horizontal), 
posterior e superior (anterior). 
Estímulos opostos simétricos geram equilíbrio. 
Funcionam aos pares (excitação em um lado é 
acompanhada de inibição no outro). 
Os canais semicirculares são funcionalmente 
interligados. Eles estão aproximadamente nos 
mesmos planos que os músculos extraoculares: 
- Canais horizontais: reto lateral e medial 
- Canais anterior esquerdo e posterior direito: retos 
verticais esquerdo, oblíquos direitos 
- Canais anterior direito e posterior esquerdo: retos 
verticais direitos, oblíquos esquerdos. 
Cada canal excita um par de músculos e inibe um par 
de músculos em seu plano. Os canais contralaterais 
excitam os músculos que são inibidos no lado 
oposto e vice-versa. 
Correntes endolinfáticas 
Detecção da rotação da cabeça: assimetria 
Ampulípeta 
Arco → Ampola 
Ampulífuga 
Ampola → Arco 
 
A informação sobre o sentido e intensidade da 
aceleração detectada pelas cristas ampulares chega 
ao SNC conjuntamente: quando a crista ampular de 
um lado é excitada, a do outro é inibida. 
Plano de rotação determina qual canal será 
estimulado 
Canais horizontais → Rotação no plano horizontal 
Canais anterior esquerdo e posterior direito → 
Rotação no plano vertical inclinada 45º 
anteriormente para a esquerda 
Canais anterior direito e posterior esquerdo → 
Rotação no plano vertical inclinada 45º 
anteriormente para a direita 
 
Orientação espacial 
Interação de 3 sistemas: 
• Sistema estatocinético 
Composto pelo labirinto posterior, vias labirínticas e 
núcleos vestibulares e conexões. 
• Sistema proprioceptivo 
Composto por interoceptores (articulações e fusos 
musculares) e exteroceptores (táteis nas plantas dos 
pés e nas palmas das mãos). 
• Sistema visual 
Composto pelos globos oculares, musculatura 
paraocular (músculos oculomotores) e núcleos dos 
III,IV e VI pares cranianos (oculomotor, troclear e 
abducente). 
Reflexos fundamentais para o equilíbrio 
• Reflexo vestíbulo-ocular 
Comandam o movimento dos olhos em direção 
oposta para manter a orientação em relação ao 
ambiente. 
Possui função de coordenar os movimentos dos 
olhos com os da cabeça para manter constante o 
campo visual. Quando a cabeça gira para a direita, 
os olhos movem-se para a esquerda visando manter 
a fixação original. 
Movimento ocular lento para o lado oposto e 
movimento ocular rápido para o mesmo local de 
rotação da cabeça. 
 
Natália Cariello Brotas Corrêa – Terceiro Período 
• Reflexo vestíbulo-espinal 
Ajusta a postura para mudanças rápidas na posição 
do corpo. 
• Reflexo vestíbulo-cerebelar 
Ajustam a posição e o tônus muscular do tronco e 
membros para a nova posição que estaremos 
prestes a assumir. 
Vestibulopatias 
• Tontura 
Todas as manifestações de desequilíbrio 
85% de origem labiríntica 
É um termo inespecífico: significados diferentes para 
pessoas diferentes 
Pode significar: vertigem, síncope, pré-síncope, 
fraqueza, tonturas, ansiedade, anemia, depressão, 
instabilidade 
• Labirintite 
Enfermidade mais rara 
Caracterizada por uma inflamação ou infecção do 
labirinto 
• Vertigem 
É uma percepção ilusória de movimento, de origem 
periférica ou central 
Vertigem objetiva: sensação é de que o meio em 
volta está girando 
Vertigem subjetiva: sensação é de que o corpo gira 
e o meio está parado 
Vertigem não é manifestação exclusiva de doenças 
vestibulares, podendo estar presente em patologias 
como crise epiléptica, alterações oculomotoras, aura 
de enxaqueca, hipoglicemia, dentre outros. 
A vertigem é apenas um tipo de tontura. 
É um sintoma, não um diagnóstico. 
Surge por causa de uma assimetria no sistema 
vestibular devido a danos ou disfunção do labirinto, 
nervo vestibular, ou estruturas vestibulares centrais 
no tronco cerebral. 
Fisiopatologia 
Crise vertiginosa: falência labiríntica unilateral. 
Assimetria → Hipoestimulação ou hiperestimulação 
 
 
Causas de vertigem 
 
A maioria é devido a vertigem posicional paroxística 
benigna (VPPB). 
Vertigem posiciona paroxística benigna 
Frequente em adultos e idosos 
Causa mais comum de vertigem à mudança de 
posição da cabeça (deitar-se; rolar na cama; 
levantar-se; olhar para cima; virar a cabeça de um 
aldo para o outro. 
Pode causar náusea e vômito 
Curta duração, de segundos (20-30 segundos) 
Canal semicircular posterior é o mais envolvido 
Doença autolimitada com resolução espontânea 
Etiologia: 
Ductolitíase, cupulolitíase, trauma, disfunção 
hormonal ovariana, disglicemias, hiperlipidemia, 
vascular 
Patogênese: 
Cálculos de carbonato de cálcio (otólitos) flutuam 
livremente pela endolinfa do canal semicircular, 
explicando as características do nistagmo. 
Durante o movimento da cabeça, otólitos 
deslocados flutuam no canal semicircular provocam 
estímulo anormal apenas de um lado, causando 
vertigem. 
A mácula possui camada espessa gelatinosa, com 
água. O idoso perde água corporal, ressecando a 
mácula, desprendendo os otólitos, que entram no 
canal semicircular ao movimento. 
O diagnóstico é realizado com a manobra de Dix-
Hallpike. Paciente sentado, cabeça virada a 45º para 
a direita em seguida colocar em posição supina com 
a cabeça a 20º abaixo da mesa de exame. Ele 
apresentará nistagmo. Fazer bilateralmente. Essa 
manobra é diagnóstica. O nistagmo tem que ser em 
direção ao lado lesado. 
 
Natália Cariello Brotas Corrêa – Terceiro Período 
Tratamento: 
O tratamento é autolimitado. Realizar a Manobra de 
Epley. Girar a cabeça a 90º, girar mais 45º para ficar 
posterior e colocar o paciente sentado. 
Doença de Meniere 
Sintomas característicos: Tríade clássica 
Crises de vertigem recorrentes 
Hipoacusia de caráter flutuante 
Plenitude aural (pressão na orelha afetada) 
Zumbidos 
Crise de vertigem → Duração de 20 minutos ou 
mais, com náuseas e/ou vômitos 
São necessárias pelo menos dois episódios para 
firmar o diagnóstico 
Adultos, 20-40 anos, F=M 
Em 30% dos casos é unilateral 
Atenção: associado a perda auditiva 
Elevação da pressão hidrostática → Hipertensão do 
sistema 
Causas da hidropsia: 
Obstrução do ducto ou saco endolinfático 
Alteração na absorção da endolinfa 
Lesão imunológica no ouvido interno (níveis 
elevados de Ig na endolinfa) 
Patogênese: 
Hidropsia endolinfática leva a distorção da 
membrana de Reissner no labirinto membranoso. 
Hipertensão → Microrupturas da membrana de 
Reissner → Crises de vertigem, hipoacusia, 
zumbidos → Cicatrização → Hipoacusia flutuante 
(melhora da audição) 
Tratamento sintomático: 
Clínico → Para prevenir crises subsequentes: 
Betaistina 8 a 24 mg duas vezes ao dia 
Cirúrgico → Labirintectomia, neurectomia vestibular, 
descompressão do saco endolinfático 
Labirintite 
Associada a perda de audição e zumbido 
Envolve os sistemas cocleares e vestibulares 
Tem início abrupto 
É normalmente contínua 
Quatro tipos de labirintite: 
- Serosa: devido a infecção das meninges 
- Supurativa aguda: infecção bacteriana na orelha 
média 
- Tóxica: aminoglicosídeos, vancomicina, 
eritromicina, barbituricos, álcool, fenitoina, 
furosemida, quinidina, salicilatos 
- Crônica: fístulas, colesteatoma 
Neuronite vestibular (labirintite aguda) 
Etiologia viral suspeita (IVAS prévia – inflamação do 
nervo ou núcleo vestibular) 
Pode ser relacionada a herpes 
Vertigem de início súbito que aumenta em 
intensidade ao longo de várias horas e 
gradualmente diminui ao longo de vários dias 
Vertigem leve que pode durar 2 a 3 semanas, é 
autolimitada 
Pode ter sintomas auditivos 
Maior incidência na 3ª e 5ª décadas 
Álcool 
Normalmente, a cúpula tem flutuabilidade neutra na 
endolinfa que o rodei 
O álcool é menos denso do que a água 
Ingerindo álcool, ele entra na corrente sanguínea, e 
depois na cúpula. A cúpula se torna menos densa 
flutuando na endolinfa. Ocorre uma inclinação das 
células ciliadas, como se estivesse girando. Isso da 
uma sensação de rotação. 
Hipofunção vestibular e envelhecimento 
Envelhecimento → Reduz o número de células 
ciliares e de neurônios vestibulares; alterações dos 
canais semicirculares; alterações degenerativas nas 
otocônias dos utrículos e do sáculo 
Hipoatividade do envelhecimento → Diminui os 
impulsos sensoriais globais no idoso 
No SV → Atraso ou menor eficácia nas respostas 
motoras necessárias à manutenção de equilíbrio, 
associado com menor presença de quedas 
Levando a: instabilidade, síncope (escurecimento 
visual) e vertigem (sensação rotatória) 
Aspectos psicológicos do desequilíbrio no idoso 
Aspecto emocional: 
Natália Cariello Brotas Corrêa – Terceiro Período 
- Medo de sair desacompanhado ou ficar em casa 
sozinho 
- Vergonha dos sintomas gerados pela tontura 
Aspecto funcional: 
- Prejuízo nas atividades profissionais, domésticas, 
sociais, de lazer, restringindo e criando dependência 
para a realização de tarefas. 
Aspecto psicossocial: 
- Sentimentos negativos, interferindo nas atividades 
de vida diárias dos indivíduos

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