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1 BBPM V - Aline Bactérias de transmissão sexual – parte 3 TRICHOMONAS o As espécies incluídas são membros da família trichomonadidae o As 3 encontradas no homem são o Trichomonas vaginalis – habitat – trato urogenital o Trichomonas tenax – não patogênico, vive na cavidade oral humana e também de chipanzés e macacos o Thicomonas hominis – não patogênico, habita o trato intestinal humano o Se falar – protozoário com mm ondulante – pensar em trichomonas no trato reprodutor e cruzi na circulação TRANSMISSAO É incontestável que a tricomoníase é uma doença venérea – IST • O T vaginalis é transmitido através da relação sexual e pode sobreviver por mais de uma semana sob o prepúcio do homem sadio após relação sexual sem proteção com a mulher infectada • TRICOMONIASE EM CRIANÇAS → mesmo que na infância a colonização seja difícil, ela pode ocorrer em alguns casos. Mae infectada pode infectar a criança por maus hábitos de higiene • A transmissão sexual é incomum mas pode ocorrer MECANISMO DE PATOGENICIDADE o Adesão → moléculas de superfície na membrana do protozoário que vão atuar como receptores (se ligam aos receptores das nossas células epiteliais do trato vaginal) e começam a colonização→ efeito citopático ou 2 BBPM V - Aline efeito tóxico, que leva ao descolamento das células epiteliais (enzimas hidroliticas liberada pelo protozoário– cisteino-proteases fatores de descolamento de células) → processo inflamatório das células epiteliais (o descolamento das células promove o recrutamento leucocitário)– secreção branca e sem sangue (leucorreia) – descamação do epitélio que pode levar a ulceração quando a proliferação do Trichomonas é muito acentuada. FATORES IMPLICADOS DURANTE A IMPLANTAÇÃO DESSE PROTOZOÁRIO NO TECIDO: A. Modificação microbiota em um ambiente onde tem-se predomínio de lactobacilos, dos bacilos de Doderlein (eubiose) a tendência do pH vaginal é estar ácido, há a liberação de várias defensinas (IgA proteases e vários outros agentes antimicrobianos), o que acaba inibindo a proliferação do T. vaginais. Quando há uma modificação nessa microbiota, com a presença de vários outros microrganismos (desbiose) e diminuição dos bacilos de Doderlein e de lactobacilos, vai haver uma alcalinização do ambiente, que propicia a proliferação desses protozoários. B. Acentuada descamação epitelial isso porque a medida que as células epiteliais vão descamando, elas vão recrutando leucócitos e isso facilita a implantação do T. vaginalis (tem acesso aos tecidos mais internos). C. Acidez local a proliferação e implantação dos microrganismos (vírus, bactérias, protozoários) é favorecida quando há aumento do pH (6,0 – 6,5) D. Alterações hormonais/processo inflamatório ou ação irritativa Ajuda na implantação e proliferação do T. vaginalis justamente porque a alteração hormonal também modifica o microambiente ideal, tornando-o mais alcalino CICLO BIOLOGICO o Monoxemico o Hospedeiro definitivo – mulher e homem (único hospedeiro) 3 BBPM V - Aline o O T vaginalis localiza-se no Trato genital feminino e na uretra e próstata do trato masculino onde se replica por divisão binaria o O parasito não apresenta a forma cística, somente a trofozoita e, portanto, não sobrevive no ambiente externo por muito tempo – mais fácil de ser eliminado porque é muito sensível o Media de vida do T vaginalis na secreção vaginal = 6h e na agua = 2h – portanto o homem tem maior eficácia na transmissão do protozoário, pois no prepúcio ele pode ficar viável por ate 8 dias. PATOGENIA o O T vaginalis tem se destacado como um dos principais patógenos do trato urogenital humano e está associado a sérias complicações de saúde o Problemas relacionados com a gestação → tricomoníase – parto prematuro, baixo peso de recém nascido em gravidas com ruptura espontânea de membrana, baixo peso ao nascer associado a parto prematuro, endometrite pos parto, natimorto, morte neonatal o Problemas relacionados com a fertilidade – o risco de infertilidade é quase 2x maior em mulheres com historia de tricomoníase comparado com as que nunca tiveram tal infecção FACILITAÇÃO DA TRANSMISSÃO DO HIV o Resposta inflamatória induz uma grande infiltração de leucócitos, incluindo células alvo do HIV como linfócitos TCD4 e macrófagos, aos quais o HIV pode se ligar e ganhar acesso E o Pontos hemorrágicos na mucosa, permitindo o acesso direto do vírus para a corrente sanguínea MANIFESTAÇÕES CLINICAS DA DOENÇA o Assintomático – mais comum em homens e é benigno o Sintomático – mais comum em mulheres – vaginite, vulvovaginite e cervicite MULHER o Corrimento → leucorreia (infiltrado de leucócitos que migraram para aquela região – fluido esbranquiçado, bolhoso e abundante, de odor fétido) o Ardor (ação abrasiva do corrimento que é toxico as células ao redor pela presença de enzimas hidrolíticas liberadas pelo protozoário), prurido. o Mais frequentemente no período pos menstrual, dores no baixo ventre, salpingite, mucosa friável, dor durante o ato sexual, dor ao urinar (disuria) e aumento da frequencia miccional (poliuria) HOMEM o Dificuldade para eliminar a primeira urina matinal o Escoriações o Uretrite RESPOSTA IMUNE o Resposta imune protetora – IgA secretora o Reinfecções o Ausência de imunidade adquirida – não tem ativação de linfócitos exacerbada por exemplo o Grande variabilidade de isolados DIAGNOSTICO o O diagnóstico da tricomoníase não pode ter como base somente a apresentação clinica e pode ser confundida com outras ISTs o Deve-se realizar o diagnostico diferencial com o Candidíase o Gonorreia o HPV o Gardnerella vaginalis – não tem inflamação DIAGNOSTICO CLINICO o Quadro muito variável – leucorreia pode ter outras causa sendo que 70% dos casos correspondem a tricomoníase DIAGNOSTICO LABORATORIAL o Direto mulher – secreção vaginal o Homem – sedimento urinário, secreção uretral ou prostática - Cultura 4 BBPM V - Aline -PCR 1. Exame a fresco a. Em uma lamina coloca 1 gota do material colhido; adiciona-se 1 gota de salina; homogeneiza-se; micoscopia 10 a 40x/ o exame deve ser feito logo após a coleta 2. Esfregaço corado a. Material obtido faz o esfregaço; fixa com álcool metílico; cora com giemsa ou gram; imersão 3. Cultura – objetivo: diagnostico, isolamento da amostra e acompanhamento terapêutico. O meio é colocado em tubos juntamente com antibióticos, mantido a 37°C; possível positividade será detectada a partir do 4° dia de incubação - Não é realizada sempre, porque é difícil manter uma cultura de protozoários em laboratório sem contaminar com fungos e bactérias PROFILAXIA o Uso de preservativos o Conversa com o parceiro sexual o Exames preventivos periódicos Candida albicans o São eucariotos, reino FUNGI o Dimorfismo: leveduriforme - que se multiplica por brotamento na membrana – divisão binária) e filamentosa (cresce formando as pseudo hifas - bolor). o Apresentam distribuição cosmopolita à 37°C o crescimento é leveduriforme, enquanto à 25-28°C o crescimento é de pseudo hifas. 5 BBPM V - Aline o Habitat – pele, cavidade oral (30-50%), trato genital (20%) e trato digestivo Modo de infecção: pode ocorrer de forma endógena (translocação do fungo da região de microbiota normal para uma região onde ele tem a capacidade de provocar doença). A mudança de PH e de carga hormonal pode influenciar esse processo, bem como ATB. Ou por contato direto com as pessoas que tem (secreção, beijo). - A discussão sobre cândida auris aumentou com a pandemia → infecção em pacientes com covid PATOGENIA o Podem produzir doença aguda ou crônica, superficial ou profunda, na presença de fatores predisponentes (genéticos, microbiota,imunossupressão, uso de antibióticos, gestação, diabetes, infecções) MANIFESTAÇÕES PRINCIPAIS o Candidíase superficial – pele e unhas o Candidíase sistêmica – biofilmes com a interação com outras cepas de cândida e com outros microrganismos no local que ela estiver) – isso aumenta a capacidade invasiva do fungo o Candidíase vaginal o Candidíase oral ORGANIZAÇÃO DA PAREDE DOS FUNGOS o Possuem parede celular de quitina, mananas e glicanas o Membrana celular contem o ERGOSTEROL (mesmo papel do colesterol) → alvo para os antifúngicos 6 BBPM V - Aline 7 BBPM V - Aline RESPOSTA IMUNE INATA CONTRA CANDIDA ALBICANS Os receptores de superfície dos toll like reconhecem os PANPs presentes na parede celular desses fungos e o seu material genético, dando início a resposta imune contra fungos por dar início a via de sinalização NF-kB, que vai culminar na transcrição gênica de várias enzimas que vão ser liberadas para o meio na forma de citocinas para recrutar células. As mananas e as glicanas também ativam os receptores de membrana do tipo lectinas, que tem uma via de sinalização que também culminam em uma resposta inflamatória pela produção de citocinas/interleucinas. 8 BBPM V - Aline FATORES DE VIRULÊNCIA DA C. ALBICANS: • consegue escapar da fagocitose dos macrófagos inibindo a fusão do lisossomo com o fagossomo (neutraliza as enzimas digestiva) • a mudança de morfologia também ajuda a escapar do sistema imune (atraso no reconhecimento) • presença de enzimas hidrolíticas que quebram defensinas e outros agentes antimicrobianos. • Também tem a capacidade de quebrar IgA que está na mucosa. • Apresenta adesinas semelhantes ao do nosso organismo, escapando do reconhecimento pelo sistema imune. • Forma biofilmes. Esses fatores junto com o tratamento inadequado tem favorecido a resistência dessas cepas. RESPOSTA IMUNE NA MUCOSA ORAL – PREVENÇÃO DA CANDIDIASE ORAL • Imunidade de mucosa associada a IgA – liberação de produtos antimicrobianos da saliva (protease, RNAase) atua no controle da proliferação do fungo. • Ex – por isso o gato quando se machuca se lambe 9 BBPM V - Aline • Biofilmes – associados de leveduras + fatores de virulência (não são todas as cândidas que tem esse papel de disseminação e agregação) • Deve-se considerar fatores de virulência + fatores do hospedeiro (imunossupressão etc) 10 BBPM V - Aline • Quando é albicans – cresce verde no meio de agar • O crescimento da levedura se parece com o de bactérias – a olho nu não é possível diferenciar, apenas coloração gram ou microscopia • Fungigrama – avaliar o fungo e qual antifungico é melhor MANIFESTAÇÕES CLINICAS o Inflamação vulvovaginal – prurido, eritema, corrimento branco, leitoso, branca (diferença com t. vaginalis_, aspecto de queijo o No homem – aparece vermelhidão e uma espécie de nata na ponta do pênis 11 BBPM V - Aline Manifestações clínicas: manchas esbranquiçadas na boca (conhecido como sapinho), vermelhidão em áreas úmidas (virilha, axilas), manifestação na unha, inflamação vulvovaginal com prurido, eritema, corrimento branco, leitoso, com aspecto de queijo/nata (diferenciação com T. vaginalis). No homem, aparece vermelhidão e uma espece de nata na ponta do pênis. CULTURA: o Exame direto do material obtido das lesões o Raspado das lesões cutâneas ou raspado de mucosas – KOH 10% - micoscopio o Cultivo – chomoagar o Teste sorológicos o PCR o Imunoflorescencia TRATAMENTO o Corrigir os fatores predisponentes antes do uso de antifúngico o Compostos de iodo, nistatina, derivados azolicos 12 BBPM V - Aline
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