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Esquizofrenia: Sintomas e Fatores de Risco

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Esquizofrenia 
Transtorno psiquiátrico que envolve psicose crônica ou 
recorrente 
Síndrome composta por múltiplas doenças que apresentam 
sinais e sintomas semelhantes 
Epidemiologia 
Tipicamente inicia na adolescência 
Indicação de pior prognóstico em homens 
Fatores de risco 
• Viver em área urbana 
• Imigração 
• Complicações obstétricas 
• Idade paterna avançada na concepção 
Gênero e idade 
Igualmente prevalente em homens e mulheres 
Início mais precoce em homens 
Homens têm maior probabilidade de sofrerem sintomas 
negativos 
Mulheres têm maior probabilidade de ter melhor 
funcionamento social antes da doença 
Sexo feminino apresenta melhor prognóstico 
OBS.: início após 45 anos à esquizofrenia de início tardio 
Doenças clínicas 
Maior taxa de mortalidade devido a acidentes e por causas 
naturais 
Condições concomitantes: 
• Transtornos depressivos 
• Transtornos de ansiedade 
• Transtornos por uso de álcool e outras substâncias 
Maior risco de problemas metabólicos e neurológicos 
Infecções e estado de nascimento 
Complicações gestacionais e do parto à sugere processo 
patológico do neurodesenvolvimento 
• Hemorragia 
• Trabalho de parto prematuro 
• Hipóxia fetal 
• Incompatibilidade de grupo sanguíneo (fator Rh) 
• Infecção materna 
Abuso de substâncias 
Comum em pacientes esquizofrênicos 
Abuso de álcool aumenta o risco de hospitalização e de 
sintomas psicóticos 
Uso elevado de Cannabis à maior risco de desenvolver o 
transtorno 
Nicotina 
Nicotina diminui as concentrações sanguíneas de alguns 
antipsicóticos 
O aumento do uso da nicotina pode ser devido a 
anormalidades cerebrais nos receptores nicotínicos (reduzem 
a percepção de estímulos externos) 
• Sua administração parece melhorar alguns 
comprometimentos cognitivos e o parkinsonismo na 
esquizofrenia (ativação de neurônios nicotino-
dependentes) 
Uso de nicotina também pode diminuir sintomas positivos 
Nicotina se torna uma forma de automedicação 
Densidade populacional 
Estressores sociais do contexto urbano podem afetar o 
desenvolvimento da doença em pessoas em risco 
Patogênese 
Fatores genéticos 
 
Fatores bioquímicos 
Dopamina 
Excesso da atividade dopaminérgica à associado à gravidade 
dos sintomas psicóticos positivos 
• Excesso no sistema mesolímbico à sintomas psicóticos 
positivos 
Diminuição no córtex pré-frontal à alguns sintomas cognitivos 
e negativos 
Serotonina 
Excesso de serotonina à sintomas negativos e positivos 
GABA 
Perda de neurônios GABAérgicos, por ex. no hipocampo à 
hiperatividade dos neurônios dopaminérgicos 
OBS.: GABA tem efeito regulador sobre a atividade da 
dopamina 
Glutamato 
Possível que haja hipofunção do receptor de glutamato 
Acetilcolina e nicotina 
Aumento dos receptores muscarínicos e nicotínicos no 
caudado-putame, hipocampo e regiões selecionadas do córtex 
pré-frontal 
Nicotina (estimula alguns receptores da acetilcolina) 
possivelmente corrige um problema neuroquímico 
fundamental na esquizofrenia 
Neuropatologia 
Densidade reduzida de axônios, dendritos e sinapses que 
medeiam as funções associativas do cérebro à perda do 
volume cerebral 
• Possivelmente pela poda excessiva de sinapses durante 
o desenvolvimento 
Outros achados 
• Dilatação dos ventrículos 
• Redução do volume da substância cinzenta 
• Redução das estruturas medidas dos lobos temporais, 
córtex pré-frontal e tálamo 
Alteração nas vias dopaminérgicas 
• Excesso de dopamina na via mesolímbica 
(principalmente no núcleo accumbens): delírio, 
alucinação, agitação psicomotora 
• Déficit de dopamina na via mesocortical: sintomas 
negativos, falta de vontade, retração social 
OBS.: vias dopaminérgicas 
Manifestações clínicas 
Não existem sinais/sintomas patognomônicos 
Sintomas do paciente mudam ao longo do tempo 
Sinais e sintomas pré-mórbidos: 
Pessoas com esquizofrenia geralmente apresentam vários 
domínios de sintomas: 
Sintomas positivos 
Exagero dos processos normais 
Inclui: sintomas de distorção da realidade; pensamentos e 
comportamentos desorganizados 
Alucinações: percepção de um processo sensorial na 
ausência de uma fonte externa 
• Auditivas 
o Forma mais comum 
o Frequentemente vozes; também podem ser: 
músicas, ruídos corporais ou máquinas 
o Podem ser descritos como vindo de dentro da 
cabeça ou de uma fonte externa específica 
o Geralmente é a manifestação da doença mais 
responsiva à medicação antipsicótica 
• Visuais 
o São muitas vezes não formadas (ex.: esferas 
brilhantes ou flashes de cor) 
o Também podem ser descritos objetos totalmente 
formados 
• Somáticas 
o Sentir toques, relações sexuais ou dor 
• Olfativas 
• Gustativas 
Delírios: crença falsa fixa 
• Pessoas com esquizofrenia geralmente têm explicações 
delirantes para suas alucinações 
• Pode ser 
o Bizarro 
§ Claramente implausíveis à não têm a 
possibilidade de serem verdadeiras 
§ Conteúdo não compreensível 
o Não bizarro 
§ Compreensível e com possibilidade de ser 
verdadeiro 
• Também podem ser 
o Ideias de referências 
§ Crenças de que eventos aleatórios ou 
neutros não o são, mas incluem o indivíduo 
de maneira especial 
§ Ocorrências na televisão que entregam uma 
mensagem especial ao indivíduo 
o Gradiosos 
§ Em torno da crença de que a pessoa tem 
algum significado ou poder especial 
o Paranoicos 
§ Clinicamente importantes 
§ Podem impedir que o indivíduo coopere com 
a avaliação ou tratamento 
§ Podem aumentar a probabilidade de 
problemas 
o Niilistas 
§ Crenças incomuns e bizarras de que alguém 
está morto ou que seu corpo está quebrado 
ou não existe 
o Erotomaníacos 
§ Crença de que tem um relacionamento 
especial com alguém 
Desorganização: no comportamento e/ou no pensamento 
Padrões de fala desarticulados e desconectados refletem 
interrupção na organização dos pensamentos da pessoa 
Formas mais comuns de fala anormal à tangencialidade e 
circunstancialidade 
Transtorno do pensamento mais grave inclui: descarrilamento, 
neologismos e salada de palavras 
Sintomas são independentes da gravidade das alucinações ou 
delírios 
• Discurso tangencial 
o Pessoa fica cada vez mais longe do tópico sem 
responder adequadamente a uma pergunta 
• Discurso circunstancial 
o Pessoa acabará respondendo a uma pergunta, 
mas de maneira marcadamente indireta 
• Descarrilamento 
o Pessoa de repente muda de assunto sem qualquer 
lógica 
• Neologismos 
o Criação de palavras novas e peculiares 
• Salada de palavras 
o Palavras são jogadas juntas sem qualquer 
significado sensato 
Sintomas negativos 
Ausência ou diminuição dos processos normais 
Se agrupam em dois componentes: 
• Sintomas de expressão diminuída 
• Sintomas de avolição-apatia 
Gravidade dos sintomas negativos é independente da 
distorção de realidade dos sintomas positivos 
Primários (ou sintomas de déficit): característica central da 
esquizofrenia 
• Muito resistentes ao tratamento 
• Intimamente relacionados ao resultado funcional 
Secundários a outras manifestações da doença ou a seu 
tratamento 
• Ex.: paranoia pode levar ao isolamento social; depressão 
pode levar à anergia 
OBS.: esquizofrenia deficitária à pessoas com esquizofrenia 
que têm sintomas negativos proeminentes como 
manifestação primária da doença 
• Menos propensas a ter delírios com alto conteúdo 
emocional, a ter transtorno depressivo ou transtorno 
por uso de substância 
Comprometimento cognitivo 
Geralmente precede o início de sintomas positivos 
Comprometimento no desempenho de tarefas cognitivas em 
pessoas com esquizofrenia no primeiro episódio geralmente é 
de magnitude semelhante à observada em pessoas com 
múltiplos episódios 
Áreas da cognição mais afetadas: 
• Velocidade de processamento 
• Atenção 
• Memória de trabalho 
• Aprendizagem verbal e memória 
• Aprendizagem visual e memória 
• Funcionamento executivo 
• Compreensão verbal 
• Cognição social 
Sintomas de humor e ansiedadeManifestações físicas associadas 
Distúrbios neurológicos 
Sinais “suaves” envolvem prejuízos sutis da integração 
sensorial, coordenação motora e sequenciamento 
• Ex.: confusão direita-esquerda; agrafestesia; 
aestereognasia 
• Relativamente estáveis e muito associados à medicação 
Catatonia 
Pode se apresentar como: 
• Negativismo extremo (ex.: resistência motora sem 
motivo à instrução ou tentativas de mover a pessoa) 
• Excitação catatônica (ex.: atividade motora excessiva e 
sem propósito) 
Distúrbios metabólicos 
Esquizofrenia está associada a diabetes, hiperlipidemia e 
hipertensão 
Fatores farmacológicos associados a fatores de risco comuns 
no indivíduo com esquizofrenia (ex.: tabagismo e 
sedentarismo) 
Subtipos 
Não são mais amplamente utilizados à muitos pacientes 
oscilam entre os subtipos ao longo dos anos; não predizem a 
evolução da doença nem a resposta ao tratamento 
farmacológico 
Paranoide 
Preocupação com um ou mais delírios ou alucinações auditivas 
frequentes 
Classicamente, é o tipo marcado sobretudo pela presença de 
delírios de perseguição ou grandeza 
Pacientes costumam ter seu primeiro episódio da doença e 
idade mais avançada 
Indivíduos tendem a ser tensos, desconfiados, cautelosos, 
reservados, hostis ou agressivos 
Inteligência nas áreas que não são afetadas pela psicose tende 
a permanecer intacta 
Desorganizado 
Regressão acentuada para um comportamento desinibido e 
desordenado + ausência de sintomas que satisfaçam os 
critérios para o tipo catatônico 
Início costuma ser precoce, geralmente antes dos 25 anos de 
idade 
Geralmente são ativos, mas de uma forma não construtiva, 
sem objetivo 
Transtorno de pensamento pronunciado 
Comportamento social e respostas emocionais são 
inadequados (crises de riso sem razão aparente) 
Catatônico 
Distúrbio acentuado da função motora, que pode envolver 
estupor, negativismo, rigidez, excitação ou posturas bizarras 
Características associadas: estereotipias, maneirismos e 
flexibilidade cérea 
Mutismo é comum 
Durante a excitação catatônica, pacientes necessitam de 
supervisão constante para impedir que machuquem a si 
mesmos ou outras pessoas 
Pode ser necessário atendimento médico devido a 
desnutrição, exaustão, hiperpirexia ou autolesões 
Indiferenciado 
Pacientes que claramente têm esquizofrenia mas que não 
podem ser enquadrados em um subtipo com tanta facilidade 
Residual 
Evidências contínuas do transtorno na ausência de um 
conjunto completo de sintomas ativos ou sintomas suficientes 
para satisfazer o critério de outro tipo de esquizofrenia 
São comuns: 
• Embotamento emocional 
• Retraimento social 
• Comportamento excêntrico 
• Pensamento ilógico 
• Frouxidão leve das associações 
Delírios e alucinações nem sempre ocorrem e não são 
proeminentes nem acompanhados de reações afetivas 
significativas 
História natural 
Fase pré-mórbida 
Alterações no comportamento, observáveis desde a infância 
(identificadas em filhos de indivíduos portadores de 
esquizofrenia) à progredir e estar associadas ao 
desenvolvimento da esquizofrenia 
• Baixa sociabilidade, com predileção por atividades 
solitárias ou ansiedade social 
• Alterações cognitivas (principalmente déficits de 
memória verbal, atenção e funções executivas) 
Fase prodrômica 
Período variável de tempo, geralmente meses, antecedendo 
a eclosão da psicose, em que o indivíduo pode apresentar um 
estado de apreensão e perplexidade sem um foco aparente, 
sendo comum o sentimento de que “algo está para 
acontecer”. 
Geralmente se nota uma mudança no comportamento da 
pessoa, que passa a ficar mais isolada e a demonstrar atitudes 
peculiares e excêntricas, podendo ocorrer sintomas psicóticos 
breves e transitórios. 
Progressão 
O período prodrômico culmina muitas vezes com o primeiro 
episódio de psicose à inicia-se a chamada fase progressiva 
da esquizofrenia, podendo ocorrer deterioração. 
Estabilização 
A esquizofrenia evolui para fase estável, sujeita a recaídas. Os 
sintomas negativos muitas vezes são detectáveis desde o 
princípio, ao passo que os sintomas positivos ocorrem durante 
o período de exacerbação. 
 
Diagnóstico 
A. Dois ou mais dos sintomas característicos abaixo estão 
presentes por uma parte significativa do tempo durante 
um período de um mês (ou menos se tratados com 
sucesso): 
1. Ilusões 
2. Alucinações 
3. Fala desorganizada (por exemplo, descarrilamento 
frequente ou incoerência) 
4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou 
catatônico 
5. Sintomas negativos (ou seja, achatamento afetivo, 
alogia ou avolição) 
B. Durante uma parte significativa do tempo desde o início 
do distúrbio, uma ou mais áreas principais de 
funcionamento, como trabalho, relações interpessoais ou 
autocuidado, estão marcadamente abaixo do nível 
alcançado antes do início. Quando o início é na infância ou 
adolescência: falha em atingir o nível esperado de 
realização interpessoal, acadêmica ou ocupacional. 
C. Sinais contínuos do distúrbio persistem por pelo menos 
seis meses. O período de seis meses deve incluir pelo 
menos um mês de sintomas (ou menos se tratados com 
sucesso) que atendam ao Critério A (ou seja, sintomas da 
fase ativa) e pode incluir períodos de sintomas 
prodrômicos ou residuais. Durante esses períodos 
prodrômicos ou residuais, os sinais do distúrbio podem se 
manifestar apenas por sintomas negativos ou dois ou mais 
sintomas listados no Critério A que se apresentam de 
forma atenuada (por exemplo, crenças estranhas, 
experiências perceptivas incomuns). 
D. O transtorno esquizoafetivo e o transtorno de humor 
com características psicóticas foram descartados porque: 
(1) nenhum episódio depressivo maior, maníaco ou misto 
ocorreu concomitantemente com os sintomas da fase 
ativa; ou (2) se os episódios de humor ocorreram durante 
os sintomas da fase ativa, sua duração total foi breve em 
relação à duração dos períodos ativo e residual. 
E. O distúrbio não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de 
uma substância (por exemplo, uma droga de abuso ou 
medicação) ou a uma condição médica geral. 
F. Se o paciente tiver um histórico de transtorno autista ou 
outro transtorno invasivo do desenvolvimento, o 
diagnóstico adicional de esquizofrenia só é feito se delírios 
ou alucinações proeminentes também estiverem 
presentes por pelo menos um mês (ou menos se 
tratados com sucesso). 
Tratamento 
Farmacoterapia 
Antipsicóticos à pilar do tratamento 
• Antagonizam os receptores de dopamina pós-sinápticos 
no cérebro 
Antipsicóticos de primeira geração (convencionais) à 
antagonistas do receptor de dopamina 
Antipsicóticos de segunda geração à antagonistas de 
serotonina e dopamina 
Psicoterapia 
 
Hospitalização 
Indicada para: 
• Diagnóstico 
• Estabilização da medicação 
• Segurança do paciente (ideação homicida ou suicida) 
• Comportamento flagrantemente desorganizado ou 
inadequado 
Fases 
Tratamento da psicose aguda 
Alívio dos sintomas psicóticos mais graves 
Importante definir se o paciente precisa ou não ser 
hospitalizado 
Geralmente dura de 4 a 8 semanas 
Esquizofrenia aguda normalmente está associada com 
agitação grave, que pode resultar de delírios assustadores, 
alucinações, desconfiança ou outras causas 
OBS.: pode ser difícil diferenciar acatisia de agitação psicótica 
Pode-se usar para acalmar os pacientes: 
• Antipsicóticos 
o Administração IM pode evitar sedação excessiva 
• Benzodiazepínicos 
Tratamento nas fases de estabilização e manutenção 
Objetivos: 
• Prevenir recaída psicótica 
• Ajudar o paciente a melhorar seu nível de 
funcionamento 
Em geral, é recomendado que pacientes com episódios 
múltiplos recebam tratamento de manutenção por pelo 
menos 5 anos

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