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Universidade Federal de Campina Grande Centro de Engenharia Elétrica e Informática - CEEI Aluno: Jefferson Xavier Conrado Matrícula: 120211049 Disciplina: Física Experimental l Professor: Wilton Pereira Da Silva TERMODINÂMICA – TERMÔMETRO A GÁS A VOLUME CONSTANTE 17 de Março, 2022 Introdução O que é o termômetro de gás a volume constante? Em um termômetro de gás a volume constante, uma amostra de gás enche um bulbo e uma mangueira ligada a um manômetro de tubo aberto com mercúrio. O bulbo é posicionado em contato térmico com o sistema do qual queremos determinar a temperatura. Um tubo dobrável permite erguer ou abaixar um reservatório com mercúrio, fazendo com que a superfície do mercúrio no ramo esquerdo do manômetro coincida sempre com o zero da escala. Assim, podemos manter constante o volume da amostra de gás, apesar do aumento ou diminuição da sua temperatura. Neste termômetro, a propriedade termométrica é a pressão da amostra de gás no bulbo. Podemos determinar essa pressão pela lei de Stevin: P = PA + ρgh em que PA é a pressão atmosférica, ρ é a densidade do mercúrio, g é o módulo da aceleração da gravidade e h é o desnível do mercúrio que medimos na escala do manômetro. Se o gás no bulbo se comporta como gás ideal, podemos relacionar sua pressão com sua temperatura pela equação de Clapeyron: PV = nRT(P) Nesta expressão, escrevemos T(P) porque a temperatura do gás no bulbo depende da pressão. Por outro lado, o ponto triplo da água é um estado bem definido, em que suas três fases, líquida, sólida e de vapor, coexistem em equilíbrio a uma temperatura de 0,01 oC ou 273,16 K. A escala associada ao termômetro que estamos discutindo tem um único ponto fixo, definido em função do ponto triplo da água pela relação: Tt ≡ 273,16 K Se o gás no bulbo tem a temperatura do ponto triplo da água, podemos escrever, pela equação de Clapeyron: https://www.ufsm.br/cursos/graduacao/santa-maria/fisica/2020/02/21/leis-dos-fluidos-ideais/ PtV = nR(273,16 K) Desta forma, comparando as duas expressões provenientes da equação de Clapeyron, obtemos: T(P) = (273,16 K)[P/Pt] e tomamos a temperatura T(P) assim definida como sendo a temperatura da amostra de gás no bulbo e também a temperatura do sistema. Na prática, medimos Pt (colocando o bulbo de gás em contato térmico com água no ponto triplo) e P (colocando o bulbo de gás em contato térmico com o sistema cuja temperatura desejamos determinar) para amostras de gás cada vez mais rarefeitas e tomamos a temperatura da amostra de gás no bulbo e do sistema como sendo o resultado desse processo de limite. Como os gases reais se comportam como gases ideais no limite de baixas pressões, esta escala é chamada escala termométrica de gás ideal. Esta escala de temperatura é independente de qualquer propriedade de qualquer gás em particular, mas depende das propriedades dos gases ideais. A escala termométrica Kelvin é independente de qualquer propriedade de qualquer substância e, por isso, é uma escala absoluta. De qualquer modo, a escala Kelvin e a escala de gás ideal são idênticas no intervalo de temperatura em que o termômetro de gás a volume constante pode ser usado. Objetivos O objetivo deste experimento e estudar o comportamento da pressão exercida por um gás (ar) em função da sua temperatura, a volume constante, e através deste estudo, determinar a temperatura do zero absoluto e o coeficiente de pressão β do gás em uma temperatura Material Utilizado Fogareiro, Kitassato, Becker, Termômetro, Manômetro de mercúrio, Suportes, Funil, Mangueiras e Válvula. https://www.ufsm.br/cursos/graduacao/santa-maria/fisica/2020/02/21/o-que-e-um-gas-ideal/ https://www.ufsm.br/cursos/graduacao/santa-maria/fisica/2020/02/21/o-que-e-um-gas-ideal/ Montagem Do Esquema Procedimentos e Analises 1- Para dar procedimento ao experimento, inicialmente é fundamental que a válvula do centro do tubo, do lado direito do manômetro, encontre-se aberta, e que o reservatório de mercúrio esteja na parte de baixo da haste. Dessa maneira, a etapa inicial será zerar o manômetro, ou seja, os dois meniscos de mercúrio/ar têm de ficarem no mesmo nível da escala. 2- O passo seguinte consiste em colocar água no béquer, e posicioná-lo sobre o fogareiro. 3- Na sequência, o kitassato vedado, comportando o ar, é introduzido no béquer. depois disso, a válvula é fechada e o fogareiro é ligado para esquentar o ar do kitassato, por meio da técnica de “banho-maria”. Consequentemente, observa-se que, com o aquecimento, o menisco de mercúrio/ar do ramo direito do manômetro começa a baixar seu nível lentamente. Desse modo, para este menisco voltar a sua posição inicial, é necessário subir o reservatório de mercúrio para manter o volume de ar confinado com valor constante. 4- Durante o desenrolar do experimento, quando o termômetro do kitassato estiver marcando 32oC aproximadamente, têm de se realizar a leitura de forma paralela da temperatura Tc e da pressão manométrica Δh do ar. O sistema do processo é repetido 5 vezes, a partir da alternância da temperatura em mais ou menos 5oC. Importante: Considere -273,15 como o valor verdadeiro para a temperatura do zero absoluto para calcular o seu erro percentual. Os seguintes dados foram coletados: 1 2 3 4 5 6 Δh(cmHg) 1,9 3,5 5,1 5,9 6,5 8,2 Tc (oC) 32,0 37,0 43,0 46,0 49,0 57,0 Tabela 1. Utilizando a ferramenta (LAB Fit), tem-se a possibilidade de realizar a análise gráfica da pressão versus a temperatura absoluta do ar, e estabelecer os parâmetros a e c. Para esse fim, é necessário saber a equação de estado dos gases ideais, que pode ser reescrita como P = aTc + c, e preencher a Tabela de N° 2, sabendo que a pressão absoluta é P = Po + Δh, com Po = 71,5 cmHg. Obtemos os seguintes resultados: 1 2 3 4 5 6 Tc (oC) 32,0 37,0 43,0 46,0 49,0 57,0 P (cmHg) 73,4 75,0 76,6 77,4 78,0 79,7 Tabela 2: pressão x temperatura. Gráfico Parâmetros: Teoria dos erros: A= (0,2513 ± 0,018) B= (65,63 ± 0,5271) Dessa forma, podemos determinar a temperatura do zero absoluto em Celsius, através da fórmula : Tc = - c \ a Tc = -65,63 \ 0,2513 Tc = - 261,2 oC Erro percentual cometido na determinação dos valores de A e B: Є = −261−(−273,15) −273,15 , 𝑙𝑜𝑔𝑜: є = −4,4% Conclusão Desse modo, é valido concluir que se manipulássemos água no manômetro, ao invés de mercúrio, o ramo esquerdo do tubo deverá ser 13,6 vezes maior, considerando que a densidade do mercúrio é 13,6 g/cm3, e a da água é 1 g/cm3. Outrossim, o benefício na utilização de um manômetro de água é que se teria uma precisão superior na determinação da pressão manométrica, uma vez que o deslocamento de água seria maior, entretanto, como desvantagem, precisaria trabalhar com um tubo em U bem maior, o que seria bem mais complexo. Em caso de vazadura do ar, por causa do fechamento imperfeito da válvula, iria acarretar em um erro nos valores de medição da temperatura e da pressão manométrica. Na temperatura do zero absoluto, as moléculas de qualquer gás encontram-se em completo repouso, ou seja, como não há movimento algum, a energia cinética da molécula é zero.
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