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História da Educação De Surdos

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História da Educação De Surdos
 
· Na europa e nos EUA
 
1. Antiguidade Greco-Romana
"(...) os surdos não eram seres humanos competentes"
 
Sem audição > sem fala > sem linguagem > sem pensamento
 
Para Aristóteles, um dos traços definidores para nossa condição humana é a nossa linguagem. Portanto, considerava que os surdos não eram humanos.
 
Os romanos partilhavam da mesma visão. Os surdos eram inclusive privados de seus direitos legais e confundidos com retardados mentais (não podiam fazer testamentos e precisavam de um curador). 
 
2. Idade Média
 
Os surdos eram proibidos de casar na igreja católica até o século XII. Acreditava-se que a alma dos surdos não era imortal pois eles não podiam falar os Sacramentos.
3. Idade Moderna
 
Ocorre uma mudança nessa situação com o surgimento de educadores de surdos, como por exemplo Pedro Ponce de León.
-> educava filhos surdos de famílias nobres, com o principal motivo de garantir que essas crianças pudessem ter direito a suas heranças. O objetivo era a oralidade.
-> teve êxito no ensino da fala, leitura, escrita e até filosofia. Importante para mostrar a sociedade da época que os surdos eram sim capazes de aprender.
-> seu trabalho serviu de base para os
 métodos e educadores que o seguiram.
 
Juan Pablo Bonet
-> Apropria-se do método de León e publica uma obra em 1620 no qual descreve os metodos de ensino para surdos (alfabeto manual, escrita, língua de sinais e manipulação dos órgãos fonoarticulatórios)
 
O método de Bonet se tornou referência para os educadores da época, que acabaram disseminando suas idéias em várias partes da Europa
 
 Pereire (países de língua latina)
Bonet Amman (países de língua alemã)
Wallis (nas ilhas britânicas)
 
O foco de todas essas idéias de Bonet era a oralidade, porém fazia uso dos sinais e do alfabeto manual.
 
Pereire e Wallis, curiosamente, abandonaram a intenção de oralização de surdos no final de suas carreiras pois se convenceram de que a linguagem de sinais era a melhor forma de counicação para essas pessoas.
 
Charles-Michel de l'Epée
 
-> Fundador do primeiro Instituto para educação de surdos do mundo, o Instituto Nacional para Surdos-Mudos, em Paris (1760).
-> primeiro educador a reconhecer que os surdos têm uma lingua (não precisam aprender uma lingua oral para terem linguagem)
-> em sua visão, a oralização deixa de ser o foco
Ele considerava os sinais que os surdos usavam insuficientes para o aprendizado da leitura e escrita do francês e, por essa razão, inventou os sinais metódicos, que consistem na apropriação dos sinais da língua de sinais, modificados de forma que possam representar mais fielente a estrutura da lingua francesa escrita.
4. Idade Contemporânea
 
Thomas Gallaudet 
· Viajou para a Europa em busca de métodos de educação de surdos
· Realizou um estágio no Instituto Nacional para Surdos-Mudos de Paris, onde conheceu Laurent Clerc.
 
Laurent Clerc
· Ensinou para Gallaudet a lingua de sinais francesas e também os sinais metódicos de l'Eppé.
· Retornou com Gallaudet para os EUA, onde formam a primeira escola de surdos deste país, a Hartford School.
 
Hartford School (Connecticut)
· Além da linguagem de sinais já utilizada pelas crianças, foram integrados outros recursos comunicativos, como os sinais metódicos adaptados, a própria LSF(Linguagem de Sinais Francesas), alfabeto manual francês e ASL
 
Gallaudet University
· Fundada por Edward Gallaudet, filho de Thomas Gallaudet.
· Hoje é a única uinversidade de surdos de todo o mundo.
 
A educação de surdos até 1880 pode ser vista como tendo foco na oralização e fazendo uso da linguagem de sinais como apoio (método combinado). Isso muda após o Congresso de Milão.
 
Congresso de Milão
 
 
Reuniram-se educadores de surdos de vários países (e apenas um educador SURDO). Decidiu-se que, a partir daquele momento, a educação de surdos abandonaria os sinais em detrimento da priorização da oralização.
Ou seja, a partir daquele momento, as escolas de surdo adotariam o chamado Método Oral Puro (fala - finalidade da educação)
 
Como forma de garantir que as crianças surdas não sinalizariam no ambiente escolar, os oralistas defenderam o afastamento/exclusão de professores surdos das escolas e a proibição do uso da lingua de sinais no ambiente escolar.
 
"Dada a superioridade incontestável da fala sobre os Sinais para reintegrar os surdos-mudos na vida social e para dar-lhes maior facilidade de linguagem,.... (Este congresso) declara que o método de articulação deve ter preferência sobre o de Sinais na instrução e educação dos surdos-mudos. O método oral puro deve ser preferido porque o uso simultâneo de Sinais e fala tem a desvantagem de prejudicar a fala, a leitura orofacial e a precisão de ideias"

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