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1 CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAL I CAROLINE DE SOUZA CAVALCANTE I. ARSENAL CIRÚGICO É o conjunto de instrumentais e materiais que são utilizados nas cirurgias bucomaxilofacial. Existe uma sequência pra montagem da mesa cirúrgica, essa organização facilita a visualização dos instrumentais que serão utilizados durante os procedimentos. EXAME CLÍNICO ANESTESIA DIÉRESE EXÉRESE HEMOSTASIA SÍNTESE INST. COMPLEMENTAR Exame clínico: Espelho, explorador e pinça clínica Anestesia: Carpule, tubete, anestésico tópico e agulha Diérese: Cabo de bisturi n°3, lâminas n°15 e tesoura de ponta reta (para incisar); Espátula n°7, descolador de molt, sindesmoto (para descolar); Caneta de alta rotação, cinzel, brocas cirúrgicas, alveolótomo. Exérese: Extrator saldin n°2, curva(11 e 12), reta apical, fórceps. Hemostasia: Cubeta p/soro, seringa p/ irrigação, pinça hemostática, gazes. Síntese: Porta agulha, tesoura reta ou curva, fio de sutura, pinça reta, agulha. Complementar: Cureta, lima, pinça allis, pote dappen, aspirador, afastador I. INDICAÇÕES E CONTRA INDICAÇÕES DAS EXODONTIAS Os dentes são extraídos por diversas razões e que deve basear em diretrizes que norteiam a indicação para uma exodontia, para que esse procedimento não seja equivocado e possa trazer um prejuízo para o paciente quanto para o dentista.; Essas indicações dependem da situação atual do paciente e não são regras absolutas. CÁRIES PROFUNDAS É a razão mais comum para a exodontia. Esse dente acometido só é removido quando está severamente cariado que não pode ser restaurado, dependendo da sua extensão e gravidade. NECROSE PULPAR Em casos que não é mais indicado o tratamento endodôntico, seja devido ao custo financeiro ou dificuldade em realizar o procedimento por o canal esta calcificado, tortuoso e não tratável. 2 CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAL I CAROLINE DE SOUZA CAVALCANTE Doença periodontal/ dentes supranumerários/questões financeiras/ indicações ortodônticas/dentes mal posicionados/ dentes associados a lesões patológicas/ radioterapia/ fratur as Dentes decíduos/ indicação protética/ urgências/pericoronarite/ reabsorção radicular Existem casos em que um dente apresente requisitos para sua remoção, mas devido a outros fatores a exodontia é contraindicada. Em algumas situações a contraindicação pode ser modificada por meio de cuidados ou tratamentos específicos para tal condição apresentada, e caso o problema seja resolvido, a exodontia pode ser feita. Essas contraindicações podem ser de ordem sistêmica ou loca: SISTÊMICA Essas contraindicações são devido a problemas de saúde sistêmico que impedem a extração devido o paciente encontra-se debilidade e sem possibilidade de resistir ao trauma cirúrgico; Pacientes com diabetes decoscompensada e falência renal com uremia severa fazem parte desse grupo, no entanto, pacientes diabéticos controlados podem ser submetidos ao procedimento tratados como pacientes razoavelmente saudáveis. Os pacientes que estão com leucemia ou linfoma não devem passar pelo procedimento devido as complicações que a doença sistêmica acarreta, como diminuição dos glóbulos brancos e plaquetas que vai gerar uma maior possibilidade de desenvolver infecção e hemorragia. Alterações cardiovasculares em pacientes que tomam diariamente anticoagulante (ASS, Somalgin tamponado ou Maveram) Pacientes que teve infarto do miocárdio a menos de 6 meses Pacientes que teve AVC a menos de 6 meses Hemofílico (Solicitar ao médico a medicação) Anemia (deve-se fazer o hemograma completo) Pacientes com insuficiência renal crônica só após 24h da hemodiálise (fazer profilaxia antibiótica 1g amoxicilina 1h antes) Pacientes com hipertensão arterial severa (< 160x<100mmg) pois apresentam risco de sangramento, insuficiência aguda do miocárdio e AVC devido ao estresse do procedimento. 3 CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAL I CAROLINE DE SOUZA CAVALCANTE A gravidez é contraindicada para pacientes que estejam no 1° ou 3° trimestre; Gravidez sem risco pode atender. LOCAL Histórico de radioterapia na região, a extração deve ser feita com cautela devido a possibilidade de causa osteoradionecrose; Dentes que tenham envolvimento com neoplasias malignas não devem ser removidos, pois o procedimento pode disseminar células malginas e causar metástase; Pacientes com pericoronarite só devem ser tratados depois de solucionar a inflamação (uso de antibiótico, antiinflamatótios e analgésicos); Hemangiomas devido ao risco de hemorragias; Abscessos dentoalveolar agudos não é uma contraindicação absoluta, mas é pq devido ao comprometimento sistêmico como edema, trismo dificulta a exodontia. Por isso deve ser cronificar a lesão e só depois fazer a extração. II. TÉCNICAS CIRÚRGICAS Antes do dente ser extraído deve passar por uma avaliação clínica e radiográfica para análise da dificuldade do procedimento e o seu planejamento. AVALIAÇÃO CLÍNICA Durante a avaliação clínica dos dentes a serem extraídos deve se observar como será o acesso ao dente, qual a amplitude da abertura da boca do paciente, se o mesmo está com alguma redução de abertura e qual sua possível causa (trismo,dtm, fibrose muscular), se o paciente estiver com trismo devido a uma infecção, primeiro trata a infecção para o paciente conseguir abrir mais a boca; Verificar o posicionamento do dente, as condições dos tec.moles (infecção, inflamação, recessão). A mobilidade do dente leva em consideração pois pode nos levar a um planejamento diferente, se o dente tiver com uma mobilidade maior que o normal pode suspeitar de doença periodontal severa, que nesse caso irá facilitar a exodontia. No entanto, se o dente tiver uma mobilidade menor que o normal pode ser que o mesmo tenha uma hipercementose ou anquilose das raízes que irá precisar de um planejamento mais complexo e uma exodontia mais complicada. 4 CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAL I CAROLINE DE SOUZA CAVALCANTE As condições da coroa são importantes avaliar se tem cáries extensas, grandes restaurações de amalgama, dente tratado endodonticamente, nesses casos em que a coroa está mais fragilizada e precisa ter um cuidado para não a destruís durante a exodontia, podendo até escolher técnicas diferentes. Além disso, observar a relação do dente a ser extraído com os seus adjacentes (apinhamento dentário, impactação). EXAMES RADIOGRÁFICOS As imagens radiográficas são de extrema importância para o planejamento e execução de uma exodontia, é a partir dela que saberemos os detalhes morfológicos do dente no qual não pode ser observado apenas clinicamente. As radiografias periapicais são as principais, pois mostram com maior detalhamento a região de periápice; As radiografias panorâmicas dão uma visão geral da boca do paciente, mas apenas com essa radiografia não recomenda fazer a exodontia, pois a mesma não mostra com detalhes a região periapical do dente a ser extraído; As radiografias interproximais não são indicadas para esse procedimento cirúrgico; Em casos mais específicos o cirurgião dentista pode solicitar uma tomografia (dentes inclusos, associados a alguma lesão patológica, dentes com proximidades do canal mandibular). Os exames de imagens tem o objetivo de verificar n° e morfologias das raízes, condições das estruturas mineralizadas dos dentes, presença de restaurações, relações com estruturas vitais (seio maxilar, canal mandibular, forame mentoniano), além das características estruturais dos o.maxilares e mandibulares e as condições de implantação do dente(avaliar densidade do o.adjacente, o osso mais radiolúcido é menos denso e mais fácil extração, já o osso mais radiopaco tem densidade maior e difícil extração). POSIÇÃO DA CADEIRA Extração na maxila: Plano oclusal formando um ângulo de 60° com o solo, altura no nível ou ligeiramenteabaixo do cotovelo do operador (Pac. Deitado com a boca aberta e o pescoço um pouco para trás) Extração mandibular: Plano oclusal paralelo ao solo e cadeira mais baixa, o paciente fica mais sentado. 5 CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAL I CAROLINE DE SOUZA CAVALCANTE As exodontia podem ser via alveolar: quando a estrutura óssea do alvéolo é preservada; Já as exodontia via não alveolar há a remoção óssea vestibular parcial ou total, nesses casos a intervenção não deve ser feita por lingual devido a estruturas nobres (glândulas salivares e nervo lingual) que podem ser afetados. ETAPAS 1. Antissepsia intra e extra oral 2. Anestesia 3. Sindesmotomia 4. Luxação e extração com fórceps ou extratores 5. Curetagem (se necessário) 6. Alveoloplastia (se necessário) 7. Sutura SINDESMOTOMIA É a divulsão dos tecidos moles no nível do colo dentário, irá descolar o tecido gengival ao redor do dente para desinserção das fibras gengivais e crestos dentais; permite que o fórceps ou extrator seja posicionado mais apicalmente sem interferência e injúrias aos tecidos moles; pode se usar o sindesmoto, descoladores (freer e molt) ou bisturi (quando a incisão na papila é necessária). CURETAGEM A realização desse procedimento só é indicada em casos específicos quando você verifica na radiografia uma lesão periapical no pré-operatório e após a exodontia a lesão não vier inserida no dente; também em casos que há detritos dentro do alvéolo (cálculo, amálgama ou fragmento dentário); Remoção de tecido de granulação (doença periodontal). No entanto, a curetagem vigorosa nas paredes do alvéolo produz injúria adicional e pode retardar o processo de cicatrização. ALVEOLOPLASTIA Procedimento feito apenas quando necessário, em casos que precise fazer uma regularização das corticais ósseas, removendo espículas ósseas e septos filiformes e retentivos ou fraturados. Técnica utilizada para correção dos rebordos alveolares. III. TÉCNICA CIRÚGICA – FÓRCEPS INDICAÇÕES 6 CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAL I CAROLINE DE SOUZA CAVALCANTE O uso do fórceps é indicado para dentes que estejam o mais integro possível para haver uma adaptação melhor do instrumento; O dente precisa está normalmente implantado, anatomicamente normal, raízes com ponto de apoio para adaptação do fórceps. Esse instrumental irá se adaptar no colo dentário anatómico, deve ter o cuidado para quando for utiliza-lo não apreender tecido mole (gengiva) e dilacerar, por isso anteriormente deve fazer a sindesmotomia. SELEÇÃO DE FÓRCEPS Os fórcepses mais retos são utilizados em dentes superiores e os mais curvos nos dentes inferiores; - SUPERIORES Incisivos 1 ou 99; Todos os dentes anteriores e pré molares 150; Molares 18R (direita) e 18L (esquerda); - INFERIORES Todos os dentes anteriores e pré molares 151 Canino 203 Raízes 151 (tb pra raízes de molares quando as mesmas estão divididas) Molares 16 (adapta na bifurcação) 17 (dentes com raízes fusionadas) FORÇAS As forças executadas no fórceps são duas: Manutenção: Força para manter o fórceps adaptado no colo dentário Descolamento: Força para fazer movimentação do dente dentro do alvéolo MOVIMENTO O fórceps pode aplicar movimentos principais para luxar os dentes e expandir o alvéolo ósseo: Impulsão Pressão apical que é feita em direção ao fundo do alvéolo, para cima em dentes superiores e para baixo em dentes inferiores; O objetivo desse movimento é de comprimir e esmagar as fibras apicais e estender as fibras laterais; Além disso, obtém apoio para fazer o próximo movimento, lateralidade. Lateralidade São movimentos pendulares no sentido vestíbulo lingual; O objetivo é estirar algumas fibras laterais e romper outras. 7 CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAL I CAROLINE DE SOUZA CAVALCANTE Rotação Feitas em raízes cônicas ou únicas( no incisivo lateral não faz porque a raiz tem uma inclinação para palatina/distal); Auxilia na dilatação e rompe o restante das fibras. Tração Remover dente do alvéolo quando já houve devida expansão óssea; Parte final do processo de extração dentária. IV. TÉCNICA CIRÚRGICA – EXTRATORES As exodontia que são indicadas a serem feitas com extratores são de dentes não irrompidos, dentes ectópicos, muito cariados, com inclinação acentuada, raízes residuais/fraturadas, e também podem ser usados em conjugação com o fórceps para auxiliar na luxação. Os instrumentos são formados por cabo, haste e ponta ativa; quanto maior a haste maior será o rendimento do instrumento, maior haste menor força aplicada para se obter o resultado. Os extratores são universais para todos os dentes, sendo eles o Reto n° 2 e Curvo 1R e 1L (Seldin) e os Apicais. PRINCÍPIOS DE AÇÃO O posicionamento correto do instrumento exige que a ponta ativa fique em direção oblíqua ao longo eixo do dente, entre a raiz e a cortical óssea, para que se possa aplicar os movimentos corretos. Potência (P): Força desenvolvida pelo cirurgião no cabo do extrator Ponto de apoio (A): Representado pelos septos ósseos alveolares Resistência (R): Representada pela porção radicular Existem princípios mecânicos que envolvem a exodontia: As alavancas são usadas, primairamente,como elevadores; Mecanismo para transmitir uma força modesta; As alavancas podem ser de dois tipos Alavanca interfixa O extrator é introduzido numa direção oblíqua ao longo eixo do dente, apoiado sobre o tecido ósseo e deslocado gradativamente em sentido horizontal. O deslocamento do dente será no sentido oposto ao sentido do extrator. O ponto fixo está entre a potência aplicada e a resistência. Alavanca inter-resistente O extrator introduzido numa direção oblíqua ao longo do eixo do dente, apoiado sobre tecido ósseo e deslocado gradativamente em sentido vertical. O deslocamento do dente será vertical no sentido da cortical óssea oposta, no mesmo sentido do extrator. 8 CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAL I CAROLINE DE SOUZA CAVALCANTE Cunha A ponta ativa do instrumento é introduzida numa direção oblíqua ao longo eixo do dente ou raiz a ser extraída. A luxação do dente ocorre à medida que introduzimos o extrator em sentido apical. Se baseia no princípio que dois corpos não ocupam o mesmo lugar. Sarrilho O extrator é introduzido perpendicularmente ao longo eixo do dente, apoiando sobre o septo ósseo. Esta ação baseia-se nos movimentos de torção aplicados ao cabo do extrator, o que resultará no mesmo movimento, em amplitude menor, na ponta ativa do instrumento. O cabo funciona como eixo e a ponta do extrator atua como uma roda e eleva a raiz para fora do alvéolo. V. TÉCNICA CIRÚRGICA – RETALHOS É uma técnica cirúrgica feita em campo aberto e por uma via não alveolar; O termo retalho indica uma divisão dos tecidos moles que é demarcada por uma incisão, possui seu próprio suprimento sanguíneo, permite acesso cirúrgico aos tecidos subjacentes, pode ser recolocado na posição original e ser mantido com suturas e que espera que cicatrize. Usados para obter acesso ao dente subjacente e as estruturas ósseas. A incisão que é feita é do tipo mucoperiosteal, pois envolve mucosa, submucosa e periósteo, a lâmina durante a incisão precisa tocar no osso. 1) A base do retalho deve ser mais ampla que a margem livre para manter o suprimento sanguíneo adequado. 2) Deve ter um tamanho adequado para ter visualização da área para inserção de todos os instrumentos. 9 CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAL I CAROLINE DE SOUZA CAVALCANTE 3) Deve ser mantido afastadoo do campo operatório por um afastador que deve ser apoiado sobre osso sadio 4) Incisão reta, continua e loga 5) O comprimento do retalho envelope é na direção antero posterior, geralmente estende-se dois dentes anteriores a um dente posterior a área da cirurgia 6) Se for feita relaxante deve estender desde um dente anterioraté um posterior da área da cirurgia. 7) Evitar lesões a estruturas vitais 8) Incisões relaxantes devem ser evitadas no aspecto posterior palatino 9) A incisão relaxante é uma vertical oblíqua TIPOS DE RETALHOS Envelope Incisão sulcular em pacientes dentados, em pacientes edentulo, a incisão é feita ao longo da cicatriz da crista do rebordo. Newmann/triangular Incisão sulcular possui uma incisão relaxante vertical, retalho de três ângulos; Fornece acesso maior; A relaxante pode causa uma demora moderada de cicatrização. Wassmund Uma incisão sulcular e duas relaxantes verticais; Raramente indicada, por mais que o acesso fique maior, normalmente uma incisão triangular é suficiente. Semilunar/Partch Oferece acesso ao ápice radicular; Evita trauma a papila e a margem gengival, mas oferece um acesso limitado. Incisão em “Y” Util para acesso ao osso palatino para a remoção de um torus palatino. Incisar os tecidos moles de posterior para anterior; O descolamento do retalho inicia-se pela papila com descolador de molt/free; A incisão relaxante não deve ser feita no palato nem na lingual devido ao risco de danificar estruturas nobres (nervos, vasos, glândulas); O retalho deve ser divergente para a base e convergente para a margem para não necrosar; O primeiro ponto da sutura é dado é perto do ângulo, depois nas papilas e por último na relaxante. 10 CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAL I CAROLINE DE SOUZA CAVALCANTE Uma dica para descolamento do tecido onde está muito aderido ao osso é fazer uma anestesia subperiosteal. INDICAÇÕES PARA EXTRAÇÃO ABERTA Em alguns casos a extração em campo aberto pode ser menos traumática para o paciente que um a extração a campo fechado, isso deve ser levado em consideração pelo dentista; Em casos que executar uma extração a campo fechado pode resultar em colocar força excessiva que comprometa e frature o dente, pode se optar pela técnica de retalho; Se verificar pelas radiografias que o paciente possui uma cortical óssea vestibular muito densa (comum em idosos e em pessoas com bruxismo/Apertamento); O dente em questão possui hipercementose ou grave dilaceração; Se o paciente possui expansão do seio maxilar a ponto de incluir as raízes dos molares superiores; dentes com coroa fragilizada (carie extensa, restaurações); resto radiculares. OSTECTOMIA É a técnica cirúrgica onde previamente a luxação dentária, realiza-se a incisão e descolamento do retalho mucoperiosteao e remoção de uma porção da cortical alveolar (1/2 a 2/3 do comprimento da raiz) de preferência no lado vestibular. O objetivo do procedimento é diminuir a resistência óssea e tornar relativamente mais fácil a remoção, reduzindo a força necessária para luxar o dente. ODONTOSSECÇÃO Técnica cirúrgica que visa o corte/secção do dente, possibilita a remoção individual das raízes, criação de ponto de apoio para extratores, vias de deslocamento alternativo para as raízes, menos força aplicada, diminuição da resistência ao deslocamento imposto pelas outras raízes quando unidas; pode ser utilizado em dentes unirradiculares ou multirradiculares com o auxílio da caneta de alta rotação; Em dentes multirradiculares é indicado para separação das raízes de um dente para sua extração ser individualizada; separação de uma parte da coroa; separação da coroa de suas raízes; separação de uma raiz em dois ou mais fragmentos; Em dentes unirradiculares é feito em dentes normalmente implantados; dentes retidos e exodontia por apicectomia. 11 CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAL I CAROLINE DE SOUZA CAVALCANTE A odontossecção facilita a extração, diminui o tempo operatório e é menos traumático para o paciente. No entanto, esse procedimento não pode ser realizado em dentes que possuem as raízes fusionadas. VI. ACIDENTES E COMPLICAÇÕES DAS EXODONTIAS ACIDENTES ACIDENTES COM O USO DO FÓRCEPS Uso de fórceps impróprio; preensão incorreta no dente pela suas pontas ativas; na mecânica da exodontia; lembrar de adaptar o fórceps primeiro por lingual. DESGARRAMENTO DA MUCOSA Incisão das papilas, sindesmotomia, adaptação incorreta do fórceps FRATURA DA TUBEROSIDADE DA MAXILA Essa fratura pode fazer com que haja abertura do seio maxilar e para identificar realiza a manobra de valsala (deve prescrever analgésico, antinflamatorio e antibiótico), pode causar também uma fístula bucosinusal (que é a cronificação da comunicação bucosinusal; Acontece em 2° ou 3° molares isolados, retidos ou com hipercementose. FRATURA DA COROA (é o de menos) Força excessiva que foi aplicada durante a exodontia; fórceps mal adaptado; resistência do dente diminuída (devido prótese, restaurações, tratamento endodôntico) FRATURAS RADICULARES Ocorre quando fórceps está mal adaptado e devido ser uma região de menor resistência levando a dilacerações; Essas fraturas pode ser devido aos movimentos de rotação em raízes achatadas. LESÕES EM DENTES VIZINHOS OU DO ARCO OPOSTO Devido a adaptação indevida do extrator ou pelo manejo defeituoso do fórceps EXTRAÇÕES EQUIVOCADAS Pode acontecer devido a ansiedade do profissional em realizar a extração e não prestar atenção no dente que será extraído; o paciente chegar em seu consultório e dizer que determinado dente está doendo e quer extrai-lo e o 12 CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAL I CAROLINE DE SOUZA CAVALCANTE profissional não faz nennum exame clínico e radiográfico para confirmar; a falta de radiografias. LUXAÇÃO E FRATURA DA MANDIBULA PENETRAÇÃO DE RAIZ OU DENTE NO SEIO MAXILAR ABERTURA DA CAVIDADE NASAL (EM DENTES ANTERIORES) PENETRAÇÃO DO DENTE NAS VIAS RESPIRATÓRIAS E DIGESTIVAS LESÕES DAS PARTES MOLES Lingua, lábios, bochechas, palato, assoalho bucal. LESÃO DE NERVOS E VASOS ENFISEMA PÓS EXTRAÇÃO (entrada de ar nos tecidos) COMPLICAÇÕES Dor pós operatória (deve sempre prescrever analgésicos) Alveolite Edema e hematoma (compressas frias) Hemorragia (evitar cuspir, baixar a cabeça, deve morder gases nos primeiros 15 minutos) VII. PRINCÍPIOS DO PÓS OPERATÓRIO E PROCESSO DE REPARO Sempre que submetemos o paciente a um procedimento cirúrgico ele terá uma reação inflamatória com todos os sintomas (dor, rubor, calor, edema e perda de função). A medicação prescrita tem o objetivo de aliviar a sintomatologia e propiciar ao paciente um pós-operatório menos doloroso. A prescrição deve ser legível, sem rasuras e evitar abreviaturas. Deve conter dados de identificação e endereço do profissional ou instituição; dados de identificação e endereço do paciente; vias de administração (uso interno: via enteral oral ou retal; uso externo: via parenteral intravascular, intramuscular, bochecho, aplicações tópicas, meios físicos, calor ou gelo); nome farmacêutico ( de preferência) ou comercial do medicamento, concentração, forma de apresentação, quantidade total ou estimada do medicamento a ser adquirido, doses e intervalos, orientações específicas, como horário ou recomendações (se houver dor, em caso de vômitos); local, data, assinatura e carimbo (CRO). RECOMENDAÇÕES 13 CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAL I CAROLINE DE SOUZA CAVALCANTE Devem ser escritas ou impressas em folhetos, lidas, explicadas e entregues ao paciente. Tem o objetivo de propiciar um pós tranquilo e conduzido; prevenir infecção no alvéolo; buscar ação anti-inflamatória; prevenir hemorragia alveolar; não traumatizar a ferida operatória com alimentação; Não fumar nos dois primeiros dias; Não cuspir frequentemente; Não fazer bochecho nos dois primeiros dias; Evitar exposição ao sol e ao calor; Manter a gaze estéril sobre o local da extração por 1h, troca-la em intervalos de 10min, se necessário; Escovar os dentes, manter higiene bucal cuidadosa, sempre que se alimentar; Evitar esforços físicos – repouso relativo; Dormircom cabeça elevada, use travesseiro um pouco mais alto que o habitual; Retornar para remoção dos pontos e controle pós-operatório em 8 dias; Tomar a medicação prescrita; Alimentação líquida ou pastosa por aproximadamente 1 semana, sendo fria ou gelada no 1° e no 2°dia; Aumentar a consistência e temperatura da dieta gradativamente; Não ingerir bebida alcoolica durante o uso dos medicamentos; Fazer compressa com gelo no local até 48h após, colocar sobre o rosto na região da extração (proteger com vaselina ou creme); Após 48h pode usar clorexidina (por no máximo 7 dias); SINAIS E SINTOMAS DO PÓS OPERATÓRIO DOR Para diminuir a sintomatologia dolorosa deve sempre prescrever analgésico para o paciente tomar nas primeiras horas e depois caso houver dor; No entanto, essa sintomatologia pode aumentar caso o paciente não siga as recomendações; há um diferença no tipo da dor, a prevista devido ao trauma que é em até 72h após o procedimento, e a dor tardia devido alveolite. 14 CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAL I CAROLINE DE SOUZA CAVALCANTE Uso interno: DIPIRONA 500 mg ------ 08 comprimidos Tomar 01 comprimido a cada 6h, via oral por 2 dias ou em caso de dor Para paciente alérgicos a dipirona: PARACETAMOL 750mg ----- 8 comprimidos 1 a cada 4h ou 6h, via oral por 2 dias ou em caso de dor A associação de nimesulida e dipirona pode ser feita também quando a cirurgia é maior, sendo o tylex medicação de resgate. Em casos de dor intensa: Você pode prever que a dor será mais intensa em casos de procedimentos mais traumáticos (osteoctomia, extração 3°molar, enxerto) ou o paciente liga dizendo que com dipirona/paracetamol a dor não está passando (medicação de resgate). TYLEX 30 mg ---- 1 caixa 1 a cada 4h, via oral, ou em caso de dor intensa. Para prescrever esse medicamento deve ser em receituário especial, pois é um opióide (paracetamol + codeína); EQUIMOSE Compressa morna/úmida; pode associar com o uso de heparina, é opcional (uso tópico) Trombofah SANGRAMENTO Deve se fazer compressa no alvéolo com gaze EDEMA Normalmente tem o edema quando o trauma é maior, principalmente quando usa alta rotação durante o procedimento; Em uma cirurgia mais simples basta prescrever analgésico; Em casos mais complexos prescrever nimesulida; Os AINES são efetivos pois possuem efeito analgésico,anti-inflamatório e antipirético, além de controlar dor leve e moderada e amenizar a resposta inflamatória ao trauma cirúgico; Para dor e edema pode prescrever: USO INTERNO DICLOFENACO SÓDIO 50 mg --- 08 comprimidos 15 CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAL I CAROLINE DE SOUZA CAVALCANTE Tomar 1 comprimido a cada 8h, via oral, por 4 dias. NIMESULIDA 100mg – 01 caixa Tomar 1 comprimido a cada 12h, via oral, por 4 dias. TRISMO E ABERTURA DO ALVÉOLO PROCESSO DE REPARO DO ALVÉOLO 1) Logo após a extração, ocorre sangramento e formação de coágulo na porção superior do alvéolo; 2) Após 48-72h, ocorre a fase proliferativa, com a proliferação do tecido de granulação bastante vascularizado e proliferação tecidual nas bordas (é nessa fase em que é formada a rede de fibrina); 3) Em seguida, há o estabelecimento de um TC imaturo, de um tecido ósseo primário (deposto da periferia para o centro do alvéolo) com fechamento do alvéolo dentário; 4) Após 21 dias: início da mineralização do TC(formação de um osso condensado, mineralizado, porém imaturo ainda), com maturação do processo alveolar e formação de trabéculas ósseas radiograficamente radiolúcidas; 5) Após 4-6 meses: remodelação completa do alvéolo e lâmina dura indistinguível. USO DE ANTIBIÓTICOS Pode ser usado de forma terapêutica ou profilática; PROFILÁTICA Usa no pré operatório AMOXILICINA 1g, via oral, 1h hora antes do procedimento. Se for para prevenção de endocardite usa 2g. Para pacientes alérgicos a penicilina: ERITROMICINA 1g, via oral, 1h antes ou CLINDAMICINA 600mg, via oral, 1h antes. Esse uso é indicado para pacientes que possuem algum comprometimento sistêmico, quando a cirurgia é maior ( + exposição do osso) e a condição bucal é precária. Risco de endocardite bacteriana( doenças cardíacas congênitas, prolapso de válvula mitral, doenças valvulares adquiridas, sopro cardíaco persistente, cardiomiopatia hipertrófica, endocardite prévia e portadores de válvulas cardíacas protéticas alto risco) 16 CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAL I CAROLINE DE SOUZA CAVALCANTE Febre reumática Anomalias de válvulas cardíacas Próteses ou enxertos valvulares Pacientes imunocomprometidos Outras doenças USO TERAPÊUTICO
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