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Distúrbios Circulatórios Hiperemia e Congestão Definição: aumento de volume sanguíneo em um tecido. Ocorre por dois mecanismos distintos: Hiperemia ativa: processo ativo, resultante de dilatação arteriolar com aumento do influxo sanguíneo. ● Hiperemia ativa fisiológica: músculo esquelético durante exercício e aparelho digestório após as refeições. ● Hiperemia ativa patológica: inflamação. Hiperemia passiva ou congestão: processo passivo resultante do comprometimento do fluxo de saída do sangue venoso de um tecido. ● Congestão generalizada: insuficiência cardíaca congestiva. ● Congestão localizada: obstrução venosa, compressão extrínseca. Consequências: perfusão inadequada, hipóxia e lesão celular. Edema e efusão Definição: acúmulo de fluido intersticial ou em cavidades naturais (efusão). Classificação: Edema inflamatório: aumento da permeabilidade vascular por ação de mediadores químicos → EXSUDATO. Edema não inflamatório: disfunção hemodinâmica localizada ou generalizada → TRANSUDATO. Mecanismos de edema não inflamatório: ● Aumento de pressão hidrostática: trombose venosa profunda, ICC. ● Diminuição da pressão coloidosmótica: hipoproteinemia - síndrome nefrótica, cirrose hepática, desnutrição proteico-calórica, síndromes de má absorção. ● Retenção de sódio e água: doença renal descompensada, ICC com hipoperfusão renal (ativação do sistema renina- angiotensina- aldosterona). ● Obstrução linfática: obstrução por neoplasias, linfedema pós-cirúrgico, parasitos. Etiofisiopatogenia Alterações de fluxo e calibre vascular: aumento transitório do tônus simpático (vasoconstrição reflexa) e posterior vasodilatação quimicamente mediada e sustentada. Hemostasia ● Conjunto de fatores responsáveis pela manutenção do sangue no interior do espaço vascular ● processo fisiológico de controle de sangramento quando ocorre lesão vascular ● ação integrada de três componentes: ○ vasos sanguíneos endotélio e tecido conjuntivo ○ plaquetas ○ sistema de coagulação Endotélio vascular ● integridade do endotélio mantém hemostasia ● lesão vascular (exposição colágeno subendotelial) - plug hemostático Sistema de coagulação Compreende uma série de transformações de pró-enzimas em enzimas ativas que culminam na formação de trombina que converterá o fibrinogênio em fibrina ● duas vias de ativação ● síntese hepática ● cálcio ● fatores dependentes de vitamina k Fases de hemostasia ● hemostasia primária ○ ocorre nos primeiros segundos e minutos após a injúria vascular ● hemostasia secundária ○ ocorre nas primeiras horas ● hemostasia terciária ○ inicia-se concomitantemente à hemostasia primária Trombose ● processo patológico caracterizado pela solidificação do sangue dentro do vasos ou do coração, em indivíduos vivo ● coágulo: massa não estruturada de sangue fora dos vasos ou coração ou formada por coagulação após a morte Etiopatogênese ● desequilíbrio da hemostasia - ativação patológica ● patogênese - tríade de virchow ○ lesão endotelial ○ fluxo sanguíneo anormal ○ hipercoagulabilidade ● atuam de forma independente ou em conjunto Lesão endotelial ● causas de disfunção endotelial ● perda endotelial - lesão endotelial direta (lesão vascular - exposição colágeno subendotelial) ○ lesão vascular traumática ou inflamatória (ativação neutrófilos) ○ endotoxinas bacterianas ○ placa de ateromatosa ○ fluxo turbulento sobre valvas cicatrizadas invasão neoplasias malignas ● disfunção endotelial (redução síntese substancia antitrombóticas) ○ hipercolesterolemia ○ produtos absorvidos da fumaça do cigarro Alterações no fluxo sanguíneo normal Estase ● principal causa de trombo venoso ● rompimento do fluxo laminar - plaquetas contato com endotélio ● impedem diluição dos fatores coagulantes ● retardam o fluxo dos inibidores do fator coagulante ● promovem ativação celular endotelial Turbulência ● causa trombose endotelial arterial e cardíaca ● modificam fluxo laminar - plaquetas contato com endotélio ● turbulência do fluxo lesa endotélio Hipercoagulabilidade ● Disfunções secundárias - adquiridas ○ politraumatismo ○ pos parto e pós operatórios ○ tabagismo ○ neoplasias ○ viremias ○ queimaduras ○ policitemia/trombocitose ○ obesidade ○ excesso de estrógeno e progesterona ● Disfunção primárias - genéticas ○ fator V de Leiden: resistente à inativação pela proteína C Aspecto morfológico ● desenvolve-se em qualquer lugar no sistema cardiovascular ● aderidos a parede em que se foram ● tamanhos e formas variáveis ○ depende: ○ local de origem ○ circunstâncias de seu desenvolvimento Trombose classificação dos trombos Constituição/ formação ● branco ou fibrinosos - aglutinação (lesão endotelial) ● vermelho - coagulação (por estase) ● mistos - aglutinação + coagulação (estrias de zahn) Situação ● oclusivo ou obliterante ● mural ou parietal Trombos arteriais ou cardíacos ● começam no local da lesão endotelial ou turbulência ● crescem em direção retrógrada ao ponto de ligação ● laminações aparentes: linhas de zahn ● camada claras de plaquetas e fibrinas/ camadas escuras de hemácia ● geralmente não oclusivos Trombos venosos ● ocorrem no local de estase ● crescem em direção ao fluxo sanguíneo ● normalmente oclusivos ● formado por hemácias presas em uma rede de fibrina, plaquetas e formam-se em área de estase após ativação do sistema de coagulação Destino do trombo Organização e Recanalização ● equilíbrio coagulação e fibrinólise ● PI - fagocitose restos fibrina e hemácias ● proliferação de fibroblastos e células endoteliais ○ incorporados na parede vascular espessada - restabelece o fluxo vascular ○ recanalização: crescimento capilares neoformados - restabelecimento parcial do fluxo Embolia é a obstrução de um vaso por um êmbolo que não se mistura com o sangue êmbolo: massa intravascular sólida, líquida ou gasosa que é carregada pelo sangue para um local distante do seu ponto de origem Tipos de êmbolos Sólido ● trombos (tromboêmbolo) 95% ● restos necróticos ● bactérias e parasitas ● células tumorais metastáticas ● fragmentos de medula óssea (fraturas) ● fragmentos de placas ateromatosas destacadas ● corpos estranhos Líquidos ● gordura ● líquido amniótico (parto) Gasosos ● penetração de ar nos vasos ● síndrome da descompressão aguda Tipos de embolia ● embolia de líquido amniótico ● embolia gasosa ● embolia gordurosa ● tromboembolismo pulmonar ● tromboembolismo sistêmico Embolia de líquido amniótico ● complicação grave (1 em cada 50.000 partos) ● rupturas membrana placenta ou veias uterinas ● líquido amniótico: PGF2 e componentes fetais - pró coagulantes Embolia gordurosa Embolia gasosa ● causas: procedimentos obstétricos, pneumotórax ● doença da descompressão hemodiálise ● circulação extracorpórea Ar respirado em altas pressões - quantidades elevadas de gás (nitrogênio) dissolvem-se no sangue e tecidos - despressurização rápida - nitrogênio expande-se e borbulha formando êmbolos gasosos - ativação coagulação Choque Hemodinâmico 1- defina pressão arterial R: Força que o sangue faz sobre as paredes dos vasos sanguíneos 2- descreva os determinantes da pressão arterial R: Débito cardíaco e resistência periférica 3- discuta a importância fisiológica da pressão arterial R: Garantir a perfusão tecidual Definição ● distúrbio hemodinâmico agudo e sistêmico caracterizado pela incapacidade do sistema circulatório em manter a pressão arterial em níveis suficientes para garantir a perfusão tecidual. Resultado: hipóxia generalizada ex: acidentes automobilístico com lesão vascular, com perda significativa de volemia - choque hipovolêmico ↳ estágio inicial: perfusão mantida por mecanismo compensatórios (taquicardia, vasoconstrição periférica) ↳ estágio progressivo: piora circulatória, hipoperfusão e desarranjo bioquímico/metabólico (acidose). ↳ estágio irreversível: dano tecidual tão grave que a sobrevivência não é possível, mesmo se corrigidas as alterações hemodinâmicas (falência de múltiplos órgãos). importante - saber identificar o choque antes de chegar no estágioirreversível Características clínicas gerais ● letargia ● pele ”malhada” - vasoconstrição periférica ● alteração do estado mental ● diminuição do débito urinário ● lentificação da perfusão periférica ● taquicardia ● taquipneia caso clínico 1 João, 19 anos, procurou atendimento médico em pronto-socorro com queixa de diarreia e vômitos desde ontem à noite. Iniciou dor abdominal difusa, em cólicas, por volta das 19h de ontem. Teve 8 episódios de diarreia ontem e 5 hoje. As fezes são líquidas, esverdeadas, em grande quantidade. Nega presença de sangue ou restos alimentares. Náuseas importantes, não consegue se alimentar ou beber água desde hoje cedo. Teve 5 episódios de vômitos amarelados hoje. Nega febre. Relata ter ido com a família a uma festa ontem e todos que ingeriram uma maionese encontram-se com quadro similar. Ao exame físico: mau estado geral, mucosas secas, palidez moderada, eupneico, afebril, acianótico, anictérico, sudorese fria, pele pegajosa. FC= 102 bpm. PA= 110/70 mmHg. Tempo de perfusão periférica (TPP) = 3 segundos. Temperatura = 35,8°C. FR= 15 irpm. Ausculta cardiopulmonar sem alterações. Abdome plano, flácido, pouco doloroso difusamente à palpação, ruídos hidroaéreos aumentados. Descompressão brusca negativa. Tarefas: 1- descreva achados do exame físico que se correlacionam com estado de choque hemodinâmico. R: Mau estado geral, mucosas secas , palidez moderada, taquicardia, taquipnéia, sudorese fria, pele pegajosa (fase inicial do choque ) 2- descreva o tipo de choque hemodinâmico apresentado pelo paciente. R: Choque Hipovolêmico 3- discuta ou esquematize a etiopatogênese do choque hemodinâmico diagnosticado. R: O quadro de diarreias e vômitos e a não ingestão de água, causaram a desidratação e redução do volume sanguíneo e, consequentemente, prejuízo na perfusão sanguínea. conduta: repor volume Choque Hipovolêmico Etiologia ● Hemorragia ● Vômito ● Diarreia ● Perdas cutâneas (queimaduras) Caso clínico 2 Fabíola, 38 anos, procurou atendimento médico em pronto-socorro com queixa de falta de ar há 1 hora. Descreve crise de falta de ar intensa, de início súbito, acompanhada de sensação de opressão retroesternal. Estava dando aula quando iniciou os sintomas. Estava assintomática até então. Relata tonturas desde o início da dispneia, que junto à falta de ar a impedem de andar ou fazer qualquer esforço. Teve edema da perna esquerda na última semana, pouco doloroso. Usa anticoncepcional oral combinado há oito anos. Ao exame físico: mau estado geral, corada, hidratada, afebril, anictérica, acianótica, dispneica. FR= 28 irpm. SatO2= 82%. FC= 119 bpm. PA= 80/56 mmHg. TPP = 4”. Edema unilateral na perna esquerda, moderado, frio, compressível, pouco doloroso, até a metade da coxa. Evolução: levada à sala de emergência, recebeu oxigenoterapia e medidas de suporte, porém evoluiu a óbito após 15 minutos da chegada ao serviço. Encaminhada para autopsia. Tarefas: 1- descreva achados do exame físico que se correlacionam com estado de choque hemodinâmico. R: saturação baixa, hipotensão, edema frio (transudato) na perna esquerda e dispneia, taquicardia 2- descreva o tipo de choque hemodinâmico apresentado pela paciente. R: Choque obstrutivo 3- discuta ou esquematize a etiopatogênese do choque hemodinâmico diagnosticado. R: A embolia pulmonar massiva causa aumento da pós-carga ventricular diminuindo a função diastólica trombo em sela Caso clínico 3 Nathalia, 18 anos, procurou atendimento médico em pronto-socorro com queixa de inchaço nos olhos e lábios. Há cerca de 30 minutos começou a inchar os lábios e as pálpebras. Relata tonturas associadas, não está conseguindo ficar em pé por medo de cair. Nega falta de ar, rouquidão ou sibilância. Nega prurido. Nega dor torácica. Refere ter tomado há cerca de uma hora um comprimido para cólicas menstruais que uma amiga lhe deu, mas não sabe a composição nem o nome comercial. Sabe ser alérgica a dipirona – teve lesões de pele no passado e evita tomar. Ao exame físico: regular a mau estado geral, edema palpebral e labial importante. Corada, hidratada, febril (T=38°C), acianótica, anictérica, eupneica. FC= 104 bpm. FR = 20 irpm. PA= 76/30 mmHg. SatO2= 99%. TPP = 2”. Sem estridor laríngeo ou disfonia. Ausculta cardiopulmonar sem alterações. Algum edema (discreto) de membros inferiores e das mãos. anafilaxia Tarefas: 1- descreva achados do exame físico que se correlacionam com estado de choque hemodinâmico. R: hipotensa 2- descreva o tipo de choque hemodinâmico apresentado pela paciente. R: Distribuitivo 3- discuta ou esquematize a etiopatogênese do choque hemodinâmico diagnosticado. R: dilatação arterial devido à anafilaxia, que causa diminuição da pré carga, debito cardíaco diminuído Choque Distribuitivo Anafilático - exposição a alérgenos em indivíduos previamente sensibilizados. Neurogênico - perda do tônus simpático por anestesia ou trauma raquimedular. Caso clínico 4 Carlos, 56 anos, possui antecedentes de hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia e diabetes mellitus tipo 2. Deu entrada no pronto-socorro com queixa de dor epigástrica em queimação de forte intensidade e de início súbito, com irradiação para o membro superior esquerdo e mandíbula, associada à sudorese fria, náuseas e tontura. Relata que no último ano apresentou vários episódios de dor semelhantes, que surgiam quando caminhava por mais do que dois quarteirões, mas como a dor melhorava com repouso (angina estável) , tinha decidido não procurar atenção médica. Ao exame físico apresentava-se em regular estado geral, ansioso, sudorese fria, boa perfusão periférica, PA: 140/90mmHg, FC: 119 bpm, FR: 20 irpm. À ausculta pulmonar apresentava estertores finos em ambas as bases. Ausculta cardíaca sem alterações. Após o diagnóstico do eletrocardiograma, foram coletados marcadores cardíacos (dosagens obtidas: mioglobina: 2,5 μg/mL (ref. até 0,15 μg/mL) e CK-MB: 15 ng/L (ref. até 5,0 ng/L)). Em 15 minutos foi encaminhado para a sala de hemodinâmica e submetido à trombólise farmacológica. No entanto, evoluiu com arritmia (fibrilação ventricular) e disfunção hemodinâmica aguda (choque). A tríade de Virchow, composta por hipercoagulabilidade, estase venosa e lesão endotelial, permanece sendo um modelo útil para a interação de fatores genéticos e gatilhos ambientais que causam trombose. Tarefas: 1- descreva o tipo de choque hemodinâmico apresentado pelo paciente. R: Choque cardiogênico 2- discuta ou esquematize a etiopatogênese do choque hemodinâmico diagnosticado. R: Hipertensão e diabetes favorecendo a formação da placa a aterosclerose, trombose, tromboembolia, infarto, diminuição de débito cardíaco, hipóxia e choque Etiologia possíveis ● infarto ● miocardites ● disfunção mecânica ● arritmias Caso clínico 5 João, 38 anos, procurou atendimento médico queixa de falta de ar e febre há 4 dias. Iniciou tosse com expectoração amarelada. Dispneia inicialmente leve, que veio piorando de ontem para cá – no momento com dispneia mesmo em repouso. Teve febre não medida desde o início do quadro. Dor torácica ventilatório-dependente em face lateral do hemitórax direito há dois dias. Hoje notou tonturas, fraqueza e sensação de desmaio. Usou cefalexina por conta própria desde ontem, porque já tinha o remédio em casa. Ao exame físico: mau estado geral, corado, hidratado, taquidispneico, febril, acianótico, anictérico. FC= 115 bpm. PA= 85/60 mmHg. SatO2= 96%. FR= 24 ipm. T= 39,7°C. TPP= 6”. Ausculta pulmonar: estertores crepitantes grosseiros em base direita, roncos difusos. Laboratório: Hb=13,6g/dl (ref. 14-18g/dL); Leucócitos= 24.000 (3% mielócitos; 8% bastonetes; 79% segmentados; 8% linfócitos); Plaquetas = 100.000/mm3 (ref. 150.000-350.000/mm3); uréia= 75 mg/dl (ref: 13-40 mg/dL); creatinina= 2,5mg/dl (0,6-1,4md/dLNa=140 mEq/L ref. 135-145mEq/L); K= 5,5mEq/L (ref. 3,5-5,0mEq/L). AST= 243mg/dl; ALT= 251mg/dl. Gasometria arterial: pH=7,22 (ref. 7,35-7,45), pO2= 65 (ref. 80-100mmHg), pCO2= 36 (ref. 35-35mmHg); bic= 12mEq/L (ref. 22- 28mEq/L), Sat= 92% (> 95%). Lactatoarterial = 55mg/dL (ref. até 14mg/dL). Radiografia de tórax: broncopneumonia. Conduta: o paciente foi internado para condutas (expansão volêmica e antibioticoterapia e amplo espectro). Tarefas: 1- descreva achados do exame físico que se correlacionam com estado de choque hemodinâmico. R: taquipneico, hipotenso, febril, ausculta pulmonar alterada 2- descreva o tipo de choque R:hemodinâmico apresentado pela paciente. Choque séptico 3- discuta ou esquematize a etiopatogênese do choque hemodinâmico diagnosticado. R: Vasodilatação devido à infecção de microrganismo externo (bactéria), causando hipóxia e perda de tecidos 4- discuta as alterações em exames laboratoriais. R: sepse: resposta inflamatória desregulada à infecção com disfunção orgânica A Síndrome de Sheehan consiste em um quadro de hipopituitarismo provocado por uma necrose hipofisária, normalmente secundária a hipotensão ou choque, que tem como causa uma hemorragia extensa durante ou logo após o parto A síndrome Waterhouse-Friderichsen, também conhecida como púrpura fulminans, é definida como necrose hemorrágica maciça e aguda das glândulas supra-renais (apoplexia adrenal), no decurso de sepse grave Hemorragia e infarto Definição ● extravasamento de sangue do interior dos vasos sanguíneos ou câmaras cardíacas para o meio externo ou cavidades pré-formadas Quais mecanismos que podem gerar uma hemorragia? Hemorragia por rexe: ocorre por ruptura da parede vascular com saída do sangue em jato Principais causas ● traumatismo ● enfraquecimento da parede vascular - hipertensão ● aumento da pressão sanguínea (ex: trauma, ruptura, estresse da parede vascular, necrose, cirurgias) Hemorragia por diapedese: se manifesta sem aparente solução de continuidade da parede do vaso hemácias saem por capilares entre as células endoteliais causas: ● processos inflamatórios ● lesão endotelial por endotoxinas (meningococo) ● lesão vascular por hipersensibilidade Hemorragia por diabrose: digestão química da parede do vaso (subtipo do rexe) Principais causas ● digestão enzimática (úlcera pépticas, pancreatite (esteatonecrose) , cavernas na tuberculose) Hemorragia externa: o sangue extravasa para o meio externo (ex: sangramento em pele) Hemorragia interna com fluxo externo: o sangue extravasa para a luz de vísceras ocas e pode ser visualizado direta ou indiretamente (ex. sangramento digestivo ou genitourinário). Hemorragia interna (oculta): o sangue extravasa para o interstício ou parênquima de vísceras e para o interior de cavidades anatômicas (ex: sangramento em cavidade peritoneal, pericárdica, interstício de víscera) Sinais Clínicos ● Sinal de Cullen ● Sinal de Grey- Turner Diástase (tendência para) hemorragia 1. escorbuto - defeito na membrana basal dos vasos. Vitamina C - síntese de colágeno 2. Aplasia da medula óssea (Quimioterapia, Infecção) - redução da produção de plaquetas e coagulação intravascular 3. Hemofilia - Diminuição da atividade do fator VIII - redução da coagulação - plaquetas e endotélio normais Petéquia: pontos hemorrágicos medindo 1-3mm de diâmetro. podem acometer pele, mucosa ou serosa ( teste clínico de dengue hemorrágica - trombocitopenia) Púrpuras: pontos hemorrágicos medindo 3-5mm ( até 1cm). Podem ser planas ou discretamente elevadas, coalescentes) Equimose: hemorragias planas ou discretamente elevadas com mais de 1cm de extensão de extensão. podem apresentar aspecto de sufusão Hematoma: acúmulo de sangue intersticial ou e cavidades pré-formadas levando a um aumento de volume Hemorragia recente - hemácias íntegras Hemorragia antiga - hemossiderina Caso Clínico Carlos, 56 anos, possui antecedentes de hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia e diabetes mellitus tipo 2. Deu entrada no pronto-socorro com queixa de dor precordial de forte intensidade e de início súbito, com irradiação para o membro superior esquerdo e mandíbula, associada à sudorese fria, náuseas e tontura. Ao exame físico apresentava-se em regular estado geral, ansioso, sudorese fria, boa perfusão periférica, PA: 140/90 mmHg, FC: 46 bpm, FR: 20 irpm. À ausculta pulmonar apresentava estertores finos em ambas as bases. Ausculta cardíaca sem alterações. Após o diagnóstico do eletrocardiograma (supradesnivelamento de segmento ST em derivação correspondente à parede anterior), foram coletados marcadores cardíacos (dosagens obtidas: mioglobina: 2,5 μg/mL (ref. até 0,15 μg/mL) e CK-MB (aumentam após 3h) : 15 ng/L (ref. até 5,0 ng/L)). Foi encaminhado para a sala de hemodinâmica para ser clinicamente estabilizado e aguarda cateterismo. 1 - descreva os processos patológicos básico e específico que se associam com a condição apresentada pelo paciente. 2 - discuta a fisiopatologia da elevação sérica de marcadores cardíacos. Infarto Definição: área de necrose isquêmica decorrente da obstrução do suprimento arterial ou venoso de um órgão. Fatores que influenciam: 1- tipo de suprimento vascular do órgão afetado. 2- taxa de oclusão do vaso. 3- vulnerabilidade do tecido à isquemia. 4- hipoxemia. Etiologias: trombose arterial, embolia, vasoespasmo, compressão vascular extrínseca, torção de pedículo vascular, ruptura vascular, encarceramento de hérnias, trombose venosa (menos comum - congestão). Classificação ● Infarto branco ou anêmico: coloração pálida, branco-amarelada. Ocorre em órgãos sólidos com circulação terminal. (necrose coagulativa - exceto SNC) ● Infarto vermelho ou hemorrágico: coloração avermelhada. Ocorre em órgãos com dupla circulação ou com rica rede de anastomoses vasculares. Também podem ocorrer em áreas de obstrução vascular associada à congestão (torções) ou em tecidos reperfundidos. Transformação hemorrágica Processo de transformação de um infarto isquêmico para um infarto hemorrágico após um período relativamente longo. Causas ● uso de trombolíticos (fármaco) ● lise fisiológica do trombo consequências: piora do quadro ● pela imagem percebemos que esse não é o primeiro infarto desse miocárdio ● na área infartada ocorreu uma transformação hemorrágica Isquemia e reperfusão a reperfusão pode causar morte por apoptose, podendo aumentar a área de necrose Infarto branco ou anêmico hiperemia reativa - represamento de sangue e consequente extravasamento Necrose liquefativa na isquemia do SNC - decorre do padrão de resposta tecidual. Macrófagos infiltram a área e produzem liquefação por fagocitose do tecido necrótico. 1- Defina hemorragia 2- Discuta seus principais mecanismo envolvidos nas síntese hemorragias 3- Defina infarto 4- Descreva a fisiopatologia do infarto branco 5- Descreve a fisiopatologia do infarto vermelho 6- Quais os tipos de necrose envolvidas nos infartos (órgãos sólidos e SNC) Marque a alternativa que descreve o tipo de choque que pode se desenvolver em um indivíduo apresentando tamponamento cardíaco, condição em que ocorre acúmulo de fluido no espaço pericárdico. R: CHOQUE OBSTRUTIVO Marque a alternativa que nomeia o tipo de choque que ocorre em consequência de um infarto do miocárdio R: CHOQUE CARDIOGÊNICO Marque a alternativa que descreve o tipo de choque esperado em paciente que apresentam reações anafiláticas mediadas por IgE R: CHOQUE DISTRIBUTIVO Marque a alternativa que descreve o tipo de choque que pode ocorrer na evolução clínica de uma ruptura esplênica traumática R: CHOQUE HIPOVOLÊMICO Marque a alternativa que nomeia o tipo de choque que pode ocorrer na evolução clínica de um infarto intestinal transmural R: CHOQUE SÉPTICO Adolescente de 15 anos ao sair da escola encontra-se com o menino que ela é apaixonada. Imediatamente sente um rubor facial, Aponte a alternativa correta que determina o processo fisiopatológico relacionado a esse rubor facial. R: EXPANSÃO DO LEITO VASCULAR OCASIONANDO HIPEREMIA ATIVA FACIAL Homem, 49 anos, apresenta condição estável após ter sofrido um infarto na parede ventricular anterior esquerda. O paciente recebeu terapia com agente anti-arrítmicos. Após 3 dias, o paciente desenvolveu grave falta de ar e um ecocardiograma mostrou a existência deuma fração de ejeção marcantemente diminuída. O paciente morreu 2 horas depois. Na necropsia, qual das seguintes alterações microscópicas pode ter ocorrido em seus pulmões R: CONGESTÃO DOS CAPILARES ALVEOLARES COM FORMAÇÃO DE TRANSUDATO NOS ALVÉOLOS DEVIDO AO INFARTO NA PAREDE VENTRICULAR ESQUERDA Menino, 7 anos, vem apresentando letargia progressiva há 1 semana. Ao exame físico, observam-se edema periorbital e edema com cacifo nos tornozelos, porém o paciente estava normotenso e sem febre. Os estudos laboratoriais mostraram uma albuminúria marcante. A administração do diurético tiazina aumentou sua produção de urina e resolveu o edema. Qual das seguintes alterações no sangue do menino pode ter potencializado o edema observado? R: AUMENTO DA CONCENTRAÇÃO DE SÓDIO. Mulher, 58 anos de idade diagnosticada com câncer na mama esquerda foi submetida a uma mastectomia com dissecção do linfonodo axilar. No pós-operatório, a paciente desenvolveu um inchaço acentuado em seu braço esquerdo, o qual persistiu por vários meses. Ao exame físico, sua temperatura era de 36,9℃. O braço esquerdo não apresentava sensibilidade nem eritema, e a paciente não sentia dor ao movê-lo ou tocá-lo. Qual dos seguintes mecanismos melhor descrever tais achados? R: LINFEDEMA Mulher, 45 anos, trabalha como caixa de banco há 15 anos. Nos últimos 20 dias percebeu que ao final de seu turno de 8 horas a parte inferior de suas pernas e seus pés estavam inchados, embora não estivessem assim no início do dia. Não havia dor nem eritema associados ao inchaço, A mulher é sadia e não toma nenhum medicamento. Os testes laboratoriais revelam que as funções hepática e renal estão normais. Qual dos seguintes mecanismos melhor explica este fenômeno? R: AUMENTO DA PRESSÃO HIDROSTÁTICA Uma adolescente de 16 anos dá entrada ao pronto-atendimento com quadro geral de febre ( 39 ° C), cefaléia persistente, dores musculares e articulares intensas, náuseas e vômitos com evolução de 4 dias. Ao exame físico, apresenta quadro geral de prostração, desidratação e presença de múltiplos pontos hemorrágicos (1-2 mm) distribuídos pelas pele do tronco,e membros superiores e inferiores. Exames hematológicos mostravam um padrão de leucopenia e plaquetopenia que comprovaram o diagnóstico clínico de dengue. Quando ao caso clínico, pode-se afirmar que o padrão morfológico das lesões hemorrágicas descritas na pele da paciente eram compatíveis com: R: PETÉQUIAS POR FALHA NO MECANISMO DE FORMAÇÃO DE TAMPÕES PRIMÁRIOS Um homem de 67 anos, diabetico e hipertenso em uso irregular de seus medicamentos, percebe dor torácica subesternal irradiando para a mandíbula do lado esquerdo. O paciente é levado para a emergência, onde constata um quadro de infarto agudo subendocárdico devido a uma obstrução da artéria coronária descendente anterior esquerda. Um procedimento de cateterismo é iniciado e logo após realizado, o paciente entra em parada cardiorrespiratória não respondendo às manobras de reanimação. O corpo é encaminhado para o serviço de verificação de óbitos, Sobre o caso apresentado, é correto afirmar que o padrão morfológico do infarto cardíaco encontrado R: PODERIA SER DO TIPO HEMORRÁGICO DEVIDO À REPERFUSÃO TECIDUAL RÁPIDA DA ÁREA NECRÓTICA APÓS O CATETERISMO Infarto pulmonares, normalmente decorrem de consequências isquêmicas no trajeto das artérias pulmonares. Assinale a afirmativa correta quanto ao padrão morfológico dos infartos observados nesta situação e o motivo responsável por este fenômeno R: INFARTO HEMORRÁGICO DEVIDO À DUPLA CIRCULAÇÃO PROVIDA PELAS ARTÉRIAS PULMONARES E BRÔNQUICAS Infartos recentes e antigos diferem em alguns aspectos macroscópicos que podem auxiliar na definição das sequelas provocadas por esta condição e predizer o tempo de desenvolvimento do evento isquêmico causador, Com base nesta informação, assinale a alternativa que melhor representa aspectos diferenciais entre os infartos recentes e antigos R: INFARTOS ANTIGOS SÃO ATRÓFICOS E SUBSTITUÍDOS NORMALMENTE POR CICATRIZ FIBROSA J.P, 57 anos, comerciante, etilista de longa data. Nos últimos meses, refere indigestão, perda do apetite, dor abdominal e fezes com odor fétido e aspecto diferente. Informa melhora a dor abdominal quando se alimenta e ao uso de antiácidos efervescentes. Encaminhado ao gastroenterologista, o paciente foi submetido a uma endoscopia que mostrou um quadro de gastrite generalizada e a presença de uma úlcera duodenal hemorrágica. Com relação ao caso apresentado, é possível afirmar que o mecanismo responsável pela hemorragia através da úlcera e o tipo de sangramento quanto ao meio de extravasamento são: R: DIABROSE E SANGRAMENTO INTERNO COM FLUXO EXTERNO PPB: DISTÚRBIO CIRCULATÓRIO PPE: HEMORRAGIA NOMENCLATURA ESPECÍFICA: PETÉQUIAS PPB: DISTÚRBIO CIRCULATÓRIO PPE: HEMORRAGIA NOMENCLATURA ESPECÍFICA: HEMATOMA PPB: DISTÚRBIO CIRCULATÓRIO PPE: INFARTO BRANCO/ ANÊMICO PPB: DISTÚRBIO CIRCULATÓRIO PPE: INFARTO VERMELHO HEMORRÁGICO MICRO - NECROSE HEMORRÁGICA PPB: DISTÚRBIO CIRCULATÓRIO PPE: INFARTO BRANCO/ ANÊMICO PPB: DISTÚRBIO CIRCULATÓRIO PPE: HEMORRAGIA NOMENCLATURA ESPECÍFICA: HEMOPERICÁRDIO PPB: DISTÚRBIO CIRCULATÓRIO PPE: INFARTO BRANCO/ ANÊMICO