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Roteiro-Dirigido-de-gestao-de-pessoas-MENTORIA-1 0

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1 WWW.HERONLEMOS.COM.BR 
MENTORIA IFCE 
Evolução dos Modelos de Gestão de Pessoas 
 
Definição de Recursos Humanos 
 
Para Chiavenato (1999), o termo RH ou Gestão de Pessoas pode ter três significados diferentes: 
 
✓ RH como função ou departamento: RH é a unidade operacional que funciona como órgão de 
staff, isto é, como elemento prestador de serviços nas áreas de recrutamento, seleção, treina-
mento, remuneração, comunicação, higiene e segurança do trabalho, benefícios, etc; 
 
✓ RH como um conjunto de práticas de recursos humanos: RH se refere ao modo como a or-
ganização opera suas atividades de recrutamento, seleção, treinamento, remuneração, benefí-
cios, comunicação, higiene e segurança do trabalho; 
 
✓ RH como profissão: RH se refere aos profissionais que trabalham em tempo integral em pa-
péis diretamente relacionados com recursos humanos, a saber: selecionadores, treinadores, 
administradores de salários e benefícios, engenheiros de segurança, médicos do trabalho, etc. 
 
Segundo Toledo (1986), Recursos Humanos seriam o ramo de especialização da ciência da Adminis-
tração que desenvolve todas as ações que têm como objetivo a integração do trabalhador no con-
texto da organização e o aumento de sua produtividade. 
 
Pode-se dizer que o DRH é uma área multidisciplinar com ação em todas as esferas de todas as 
áreas de negócios. No passado, sua principal função era apenas intermediar a relação de empresários 
e funcionários, sendo um órgão relativamente isolado da direção da empresa. Atualmente é conside-
rado um grande diferencial e sinônimo de modernização para as empresas. 
 
Evolução dos modelos de gestão de pessoas (Na Perspectiva de CHIAVENATO) 
 
O século XX trouxe grandes mudanças e transformações que influenciaram poderosamente as organi-
zações, a administração e o comportamento. Foi o século que pode ser definido como o das burocra-
cias ou das fábricas, apesar da mudança que se acelerou nas últimas décadas. 
 
E, sem dúvida alguma, as mudanças e as transformações que aconteceram marcaram indelevelmente a 
maneira de administrar as pessoas. Neste sentido, pode-se visualizar ao longo do século XX três eras 
organizacionais distintas: a Era da Industrialização Clássica, a Era da Industrialização Neoclássica e a 
Era da Informação. A visão das características de cada uma delas permite compreender melhor as filo-
sofias e as práticas de lidar com as pessoas que participam das organizações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 WWW.HERONLEMOS.COM.BR 
MENTORIA IFCE 
Era da Industrialização Clássica 
 
A era da industrialização clássica ocorreu entre o período de 1900 a 1950, representando assim a in-
tensificação da industrialização que começou com a revolução industrial. Foi nesse período que a es-
trutura organizacional foi caracterizada por um formato piramidal e centralizador, com departamenta-
lização funcional, modelo burocrático, centralização das decisões no topo, estabelecimento de regras e 
regulamentos internos para disciplinar e padronizar o comportamento dos participantes (CHIAVENA-
TO, 2006). 
 
Nessa época existia a figura do capataz, o qual era responsável pelas funções do atual departamento 
de recursos humanos hoje, como contratação e demissão de funcionários em uma fábrica. E, a partir 
de 1910, iniciou-se o taylorismo, ideia que revolucionou o mundo dos negócios com seus experi-
mentos, os quais tiveram sua principal ênfase nas tarefas, no modo como os funcionários realizavam 
os seus deveres. 
 
Castro et al. (2002) afirmam: a partir dos anos 1910 tem início o taylorismo, forma prescritiva de gestão 
em que o controle burocrático assumiu o mundo dos negócios. O modelo de organização racional do 
trabalho de Frederick Taylor (1987) consolidou-se no início do século como o primeiro estruturado 
sobre gestão de recursos humanos que, embora não idealizado como tal, era derivado na teoria e na 
prática das suas noções de gestão em torno de pressupostos de um “homem econômico” e daquilo 
que seus críticos mais tarde chamaram de “hipótese de populacho”. 
 
Percebe-se, nessa época, que a maior preocupação dos gestores era com a produção da organização, 
com a posição que cada trabalhador ocupava, com sua função dentro do organograma, havendo uma 
ênfase nos processos mecânicos, e não havia uma visão ou preocupação com o homem em si, pois, 
como foi declarado, existiam os pressupostos de um homem econômico, ou seja, que o ser humano é 
motivado exclusivamente pelas recompensas financeiras e materiais, só pensa em dinheiro. 
 
Em se tratando da gestão de pessoas, o mais marcante dessa época era o modo de como as pessoas 
eram visualizadas e consideradas pelas organizações, pois elas eram enxergadas como parte dos 
recursos da empresa e não como seres com capacidades cognitivas intelectuais; tinha-se uma vi-
são muito restritiva e bitolada, a qual desconsiderava os fatores humanos, principalmente as emoções 
e necessidades básicas. 
 
Chiavenato (2006, p.24) afirma: As pessoas eram consideradas recursos de produção, juntamente 
com outros recursos organizacionais, como máquinas, equipamentos e o capital dentro da con-
cepção dos três fatores tradicionais de produção: natureza, capital e trabalho. E por essa concep-
ção, a administração das pessoas era tradicionalmente denominada Relações Industriais. Tudo para 
servir à tecnologia. O homem era ainda considerado um apêndice da máquina. 
 
É possível verificar um grande contraste com a atual Gestão de Pessoas. Pois, nas organizações mo-
dernas e mais bem-sucedidas, o capital humano é o seu maior bem e é considerado como tal, de-
monstrando o motivo da verdadeira existência das organizações: as pessoas. 
 
 
 
 
 3 WWW.HERONLEMOS.COM.BR 
MENTORIA IFCE 
 
 
 
 
Nesse contexto, a cultura organizacional predominante era voltada para o passado e para a conserva-
ção das tradições e valores tradicionais. As pessoas eram consideradas recursos de produção, junta-
mente a outros recursos organizacionais, como máquinas, equipamentos e capital, na conjunção típica 
dos três fatores tradicionais de produção: natureza, capital e trabalho. 
 
 
 
 
 
 4 WWW.HERONLEMOS.COM.BR 
MENTORIA IFCE 
Era da Industrialização Neoclássica 
 
Compreendendo o período de 1950 a 1990, tendo início no final da Segunda Guerra Mundial, a in-
dustrialização neoclássica trouxe grandes mudanças no mundo das organizações. Segundo Chiavenato 
(2006, p.24), “as mudanças passaram a serem mais rápidas, mais intensas e pouco previsíveis”. 
 
Dessa forma, com todo esse avanço, os modelos funcional e burocrático, centralizador e piramidal 
não conseguiam acompanhar na mesma velocidade, com isso “as organizações tentaram novos 
modelos de estruturas que pudessem proporcionar-lhes mais inovação e melhor ajustamento às novas 
condições”. 
 
Foi nessa época que surgiram os novos modelos de estrutura organizacional, com os quais se 
buscaram estratégias que pudessem proporcionar inovação e acompanhar os avanços do mundo 
industrial. E através dessa busca e tentativa de melhoramento, os recursos humanos começaram a ser 
valorizados, pois se perceberam os seus importantes papéis, deixando-se agora para trás a antiga 
visão das Relações Industriais do homem – o qual era visto como um mero componente indus-
trial – em nome de um conceito mais evoluído da Administração de Recursos Humanos. 
 
Conforme Chiavenato (2006): A cultura organizacional deixou de privilegiar as tradições passadas e 
passou a concentrar-se no presente, enquanto o conservantismo cedeu lugar à inovação. A velha con-
cepção de Relações Industriais foi substituída por uma visão da Administração de Recursos Humanos. 
As pessoas como recursos vivos e não como fatores inermes de produção. 
 
 
 
 
 
 
 5 WWW.HERONLEMOS.COM.BR 
MENTORIA IFCE 
 
 
Era da Informação 
 
A era da informação teve seu início por volta de 1990 e se estende até a época atual. O seu principalfator característico é a mudança, pois, como se vê, o mundo está em constante evolução e avanço. A 
informação encontra-se em constante velocidade, permitindo, assim, que haja uma maior competiti-
vidade entre as organizações. 
Um grande fator de destaque é a tecnologia, que surge com grande avanço; o computador ganha 
espaço na vida diária dos executivos e nos processos nas fábricas, facilitando assim a produção e tra-
zendo economia às atividades desenvolvidas. Assim houve também a exigência de habilidades especí-
ficas para manipular os novos equipamentos que surgiram. 
 
Fidelis e Banov (2007, p.23) afirmam: Aceleram-se as mudanças tecnológicas alterando a forma de ge-
renciar pessoas. Tecnologia de produção exige habilidades específicas. Nos escritórios, muitas funções 
passam a ser desenvolvidas por máquinas, com maior eficiência e economia. O microcomputador co-
meça a fazer parte da vida do executivo e aparecer nas fábricas. 
 
Segundo Chiavenato (2006), os processos organizacionais tornam-se mais importantes do que os 
órgãos que constituem a organização. Com isso, já é possível verificar um grande contraste com a 
era clássica, quando havia uma estrutura estática e burocrática. 
 
Assim, ainda na visão de Chiavenato (2006, p.25): Os órgãos (sejam departamentos ou divisões) tor-
nam-se provisórios e não definitivos, os cargos e funções passaram a serem constantemente rede-
finidos em razão das mudanças no ambiente e na tecnologia, os produtos e serviços passaram a 
ser continuamente ajustados às demandas e necessidades do cliente, agora dotado de hábitos 
mutáveis e exigentes. 
 
 
 
 
 6 WWW.HERONLEMOS.COM.BR 
MENTORIA IFCE 
As estruturas com órgãos estáveis passam a não ser mais predominantes, pois o novo ambiente ne-
cessita de equipes multifuncionais de trabalho. Dessa forma, as empresas começam a funcionar sem 
limites de tempo, espaço ou distância (CHIAVENATO, 2006). 
 
Outro ponto relevante é que o mercado de trabalho industrial perdeu sua procura em virtude do mer-
cado de serviços, pois “o trabalho manual passou a ser substituído pelo trabalho mental” (CHIAVENA-
TO, 2006, p.25). 
 
Nesse contexto, as pessoas passaram a ser enxergadas como seres inteligentes, com capacidades 
singulares, conhecimento e habilidades. Dessa forma, o significado da Gestão de Pessoas teve uma 
grande conversão, do ponto em que um indivíduo era visto como uma máquina para o maior bem 
intangível das organizações. 
 
Assim, para Chiavenato (2006) a Administração de Recursos Humanos representa a maneira como 
as organizações procuram lidar com as pessoas que trabalham em conjunto em plena era da in-
formação. Não mais como recursos organizacionais que precisam ser passivamente administrados, 
mas como seres inteligentes e proativos, capazes de responsabilidades e iniciativa, dotados de habili-
dade e conhecimentos que ajudam a administrar os demais recursos organizacionais inertes e sem 
vida própria. 
 
Assim, a Gestão de Pessoas tem se tornado cada vez mais importante nas organizações, fazendo-se 
então a necessidade de estudar esse tão importante papel das mesmas, e salientar sua relevância para 
as mudanças que ocorrem no universo empresarial. 
 
 
 
 
 
 
 
 7 WWW.HERONLEMOS.COM.BR 
MENTORIA IFCE 
 
 
Os novos paradigmas do Século XXI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 WWW.HERONLEMOS.COM.BR 
MENTORIA IFCE 
As três etapas das organizações no decorrer do século XX. 
 
Mudanças e transformações na área de RH 
 
 
 
 
 9 WWW.HERONLEMOS.COM.BR 
MENTORIA IFCE 
As três etapas da gestão de pessoas 
 
 
GESTÃO DE PESSOAS 
 
O movimento da globalização caracterizado pelo cenário econômico de acirrada competitividade, 
pela versatilidade e exigências cada vez maior do mercado, pela busca da otimização de processos e 
da redução de custos, segue sua marcha de forma implacável, fazendo com que países, organizações e 
economias mudem seus padrões e se readaptem para sobreviver. 
 
Através desse novo olhar as organizações passarão a ver as pessoas como seres dotados de inteligên-
cia, conhecimento e habilidades para serem novos parceiros da organização. Assim a organização pas-
sou a adquirir uma vantagem competitiva (VILAS et all, 2009). 
 
É bem mais barato administrar inteligência, do que tocar a empresa exclusivamente com a força de 
capital financeiro, que depende da força humana (CHIAVENATO, 2000). 
 
De acordo com o autor: 
 
O capital somente será bem aplicado quando for inteligente bem investido e administrado. Para tanto, 
administrar pessoas vem antes, durante e depois da administração do capital ou da administração de 
qualquer outro recurso empresarial, como máquinas, equipamentos, instalações, cliente etc. As empre-
 
 
 
 10 WWW.HERONLEMOS.COM.BR 
MENTORIA IFCE 
sas bem-sucedidas deram-se conta disso e voltaram-se para seus funcionários como os elementos 
alavancadores de resultados dentro da organização. (CHIAVENATO, 2000, p.2) 
 
A partir disso, o setor de Gestão de Pessoas passou a ser olhado com mais atenção. Ribeiro (2005) 
destaca que hoje o profissional de Recursos Humanos precisa saber diferenciar as pessoas com quem 
trabalha, pois elas possuem personalidades e histórias de vida próprias e diferentes entre si, além de 
possuírem conhecimentos, habilidades e capacidades adequadas a gestão dos recursos organizacio-
nais. É essencial que este profissional entenda que as pessoas não são apenas recursos. 
 
Para Fisher e Fleury (1998), Gestão de Pessoas é o conjunto de políticas e práticas definidas de 
uma organização para orientar o comportamento humano e as relações interpessoais no ambi-
ente de trabalho. Conforme Gil (2001, p. 17), "Gestão de Pessoas é a função gerencial que visa à 
cooperação das pessoas que atuam nas organizações para o alcance dos objetivos tanto organi-
zacionais quanto individuais". 
 
De acordo com Coutinho (2006), a Gestão de Pessoas baseia-se no fato de que o desempenho de 
uma organização depende fortemente da contribuição das pessoas que a compõem e da forma 
como elas estão organizadas, são estimuladas e capacitadas, e como são mantidas num ambien-
te de trabalho e num clima organizacional adequados. 
 
O atual modelo de GP visa em primeiro lugar o ser humano, buscando incentivá-lo, inová-lo e me-
lhorá-lo, a fim de que ele possa atingir níveis mais elevados de competência, criatividade e reali-
zação profissional e individual. Isso fará com que, consequentemente, a empresa consiga atingir 
seus resultados. O setor modernamente tem sido responsável pelo recrutamento, seleção, planeja-
mento de RH, orientação, motivação, treinamento, desenvolvimento, remuneração, relações 
sindicais, segurança e bem-estar de seus colaboradores, sempre se mantendo vinculado ao objeti-
vo de encontrar, atrair e manter as pessoas de que precisa a organização. 
 
Velho papel dos Recursos Humanos versus novo papel dos Recursos Humanos 
 
Com todas essas transformações ocorridas globalmente, a área de RH vem sofrendo fortes mudanças. 
As diferenças entre o velho e o novo papel dos recursos humanos nos últimos tempos são capazes de 
demonstrar a evolução dessa área. 
 
De acordo com Claro e Nickel (2002, p. 17), o RH apresenta um novo formato, apresentando mudan-
ças que vem acontecendo de forma gradual. Para os autores, “já faz algum tempo que a área de Re-
cursos Humanos passou de um simples departamento de pessoal para um agente de transformação 
na organização, provocando mudanças e oferecendo sustentação na implantação das mesmas”. A 
comparação entre os velhos e os novos papeis do setor de Recursos Humanos podem ser vistas no 
quadro a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 11 WWW.HERONLEMOS.COM.BR 
MENTORIA IFCE 
VELHO PAPEL DO RH NOVO PAPEL DO RH 
✓ Controlar rigidamente a carreira dos funci-
onários; 
 
✓ Manter as escalas salariais em segredo; 
 
✓ Manter a avaliação de potencial como uma 
tarefa exclusiva deRH; manter um clima 
organizacional adequado; 
 
✓ Manter tudo que dizia respeito a recursos 
humanos em segredo e conservar a ima-
gem de recursos humanos com um depar-
tamento fechado e a parte da organização; 
 
✓ Valorizar excessivamente a área, em detri-
mento dos objetivos estratégicos da em-
presa; 
 
✓ Pressupor que as atividades operacionais e 
de linha de frente não funcionam sem a 
presença de recursos humanos; 
 
✓ Oferecer treinamento para todos, de ma-
neira indiscriminada; 
 
✓ Fazer com que os custos de pessoal não 
digam respeito apenas à área de recursos 
humanos, mas também a cada setor, res-
pectivamente. 
✓ Propor, definir e garantir um conjunto de 
normas e procedimentos alinhados com os 
princípios empresariais e de acordo com a 
legislação trabalhista; 
 
✓ Criar e operar sistemas que permitam que 
as oportunidades de emprego e desenvol-
vimento de carreira estejam disponíveis a 
todos; 
 
✓ Dar suporte às demais unidades da empre-
sa e agir como facilitador nos processos de 
administração de pessoas; 
 
✓ Administrar instrumentos que possibilitem 
uma remuneração competitiva aos funcio-
nários; 
 
✓ Buscar a diversidade, com o objetivo de 
aumentar o capital intelectual de modo a 
garantir a capacidade de atualização e ino-
vação da empresa; 
 
✓ Ver as pessoas e a organização como seres 
espirituais e ajudá-las a dar o próximo pas-
so em seu processo de desenvolvimento; 
 
✓ Ter no treinamento uma ferramenta para 
retenção do capital humano, desenvolven-
do novas competências para a atual era 
empresarial, além de dignificar o trabalho 
e o ser humano. 
Quadro: O velho e o novo papel dos Recursos Humanos. 
Fonte: Ribeiro (2005). 
 
Para Chiavenato (2011), empresas bem-sucedidas se organizaram e passaram a investir nos Recursos 
Humanos, visto que esses recursos são visualizados como peças chaves, responsáveis pelo sucesso ou 
não da empresa. 
 
 
 
 12 WWW.HERONLEMOS.COM.BR 
MENTORIA IFCE 
Equilíbrio organizacional 
 
Conceitos básicos desta teoria: 
 
✓ Incentivos ou alicientes: são os "pagamentos" que a organização faz aos seus participantes (p. 
ex: salários, benefícios, prêmios de produção, elogios, promoções, reconhecimento, etc.) 
 
✓ Utilidade dos incentivos: cada incentivo possui determinado valor de utilidade que varia de 
um indivíduo para outro. 
 
✓ Contribuições: são os "pagamentos" que cada participante efetua à organização (p. ex: traba-
lho, dedicação, esforço, assiduidade, pontualidade, lealdade, reconhecimento, etc.) 
 
✓ Utilidade das contribuições: é o valor que o esforço de cada indivíduo tem para a organiza-
ção, a fim de que esta alcance seus objetivos. 
 
Postulados básicos desta teoria: 
 
✓ Uma organização é um sistema de comportamentos sociais inter-relacionados de numerosas 
pessoas, que são os participantes da organização; 
 
✓ Cada participante e cada grupo de participantes recebe incentivos(recompensas) em troca dos 
quais faz contribuições à organização; 
 
✓ Todo o participante manterá sua participação na organização enquanto os incentivos que lhe 
são oferecidos forem iguais ou maiores do que as contribuições que lhe são exigidos; 
 
✓ As contribuições trazidas pelos vários grupos de participantes constituem a fonte na qual 
a organização se supre e se alimenta dos incentivos que oferece aos participantes; 
 
✓ A organização continuará existindo somente enquanto as contribuições forem suficientes para 
proporcionar incentivos em qualidade bastante para induzirem os participantes à prestação de 
contribuições. 
 
Os cinco subsistemas de Gestão de Pessoas 
 
O termo sistema é definido como o conjunto de elementos unidos por alguma forma de intera-
ção ou interdependência. Nos subsistemas, tem-se um conjunto menor de partes que, no caso espe-
cífico. Os cinco subsistemas têm assuntos distintos e interligados, cujo resultado global aumenta 
desde que estes (subsistemas) estejam articulados e sintonizados entre si (CHIAVENATO, 2006). 
Os cinco subsistemas formam um processo global. Esse dinamismo atrai as pessoas, mantendo-as 
aplicadas em suas tarefas dentro da organização e por ela (organização) monitorada. Na prática, al-
guns ou um subsistema pode se desenvolver mais do que o outro. Isso ocorre quando a organização 
(os gestores) privilegia mais um subsistema do que o outro, provocando desníveis entre eles. 
 
 
 
 13 WWW.HERONLEMOS.COM.BR 
MENTORIA IFCE 
Subsistema Atividades 
 
Provisão de Recursos Hu-
manos 
Pesquisa de mercado de recursos humanos 
Recrutamento 
Seleção 
Integração 
 
Aplicação de Recursos Hu-
manos 
Análise e descrição de cargos 
Planejamento e alocação de recursos humanos 
Plano de carreiras 
Avaliação de desempenho 
 
Manutenção de Recursos 
Humanos 
Administração de salários 
Benefícios sociais 
Higiene e segurança do trabalho 
Relações trabalhistas 
 
Desenvolvimento de Re-
cursos Humanos 
Treinamento 
Desenvolvimento de recursos humanos 
Desenvolvimento organizacional 
 
Monitoração de Recursos 
Humanos 
Banco de dados 
Sistema de informação 
Auditoria de Recursos Humanos 
 
Processo de gestão de pessoas 
 
O processo de gestão de pessoas para Chiavenato (2005) é um conjunto integrado de processos 
dinâmicos e interativos que compreende seis processos básicos: Processo de Agregar Pessoas, Pro-
cesso de Aplicar Pessoas, Processos de Recompensar Pessoas, Processo de Desenvolver Pessoas, 
Processos de Manter Pessoas e o Processo de Monitorar Pessoas. 
 
 
 
 
 
 
 14 WWW.HERONLEMOS.COM.BR 
MENTORIA IFCE 
Subsistemas de Gestão de Pessoas em Seis Políticas ou Processos 
Política de 
agregar pes-
soas: 
 
São os processos utilizados para incluir novas pessoas na empresa. Podem ser de-
nominados processos de provisão ou de suprimento de pessoas. Incluem planeja-
mento de RH, pesquisa de mercado, recrutamento e seleção de pessoas, bem como 
estar relacionada à adaptação dos novos participantes ao ambiente organizacional. 
 
Política de 
aplicar pes-
soas 
São os processos utilizados para a integração dos novos participantes ao ambiente 
organizacional (programas de integração), desenhar as atividades que as pessoas 
realizarão na empresa, orientar e acompanhar seu desempenho. Incluem desenho 
organizacional e desenho de cargos, análise e descrição de cargos, movimentação 
interna (transferências, remoções, alocações) e avaliação de desempenho. 
Política de 
recompensar 
pessoas 
São os processos utilizados para incentivar as pessoas e satisfazer suas necessida-
des individuais mais elevadas. Incluem recompensas, remuneração e benefícios. 
Política de 
manter pes-
soas 
São os serviços sociais, como criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias 
para as atividades das pessoas. Incluem programas de higiene e segurança, quali-
dade de vida (QVT) e manutenção de relações sindicais. 
Política de 
desenvolver 
pessoas 
São os processos utilizados para capacitar e incrementar o desenvolvimento profis-
sional e pessoal. Incluem treinamento e desenvolvimento das pessoas, desenvolvi-
mento organizacional e planejamento de carreiras. 
Política de 
monitorar 
pessoas 
São os processos utilizados para acompanhar e controlar as atividades das pessoas 
e verificar resultados. Incluem banco de dados, sistemas de informações gerenciais 
e auditoria. 
 
Todas essas políticas estão intimamente relacionadas entre si, de tal maneira que se interpene-
tram e se influenciam reciprocamente. Cada política tende a favorecer ou prejudicar as demais, 
quando bem ou mal utilizadas. Um processo malfeito de agregar pessoas passa a exigir um pro-
cesso de desenvolver pessoas mais intenso para compensar as suas falhas. Além do mais, todas 
essas políticas são desenhadas de acordo com as exigências das influências ambientais externas 
e das influências organizacionais internas para obter a melhorcompatibilização entre si. Trata-
se, pois, de um modelo de diagnóstico de gestão de pessoas. 
 
GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS 
 
A gestão estratégica é o conjunto de decisões e ações estratégicas que determinam o desempe-
nho de uma corporação em longo prazo. Hoje, a gestão estratégica evoluiu a ponto de que seu prin-
cipal valor é ajudar a organização a operar de maneira bem-sucedida em um ambiente dinâmico e 
complexo. Para serem competitivas em ambientes dinâmicos, as corporações estão se tornando me-
nos burocráticas e mais flexíveis. 
 
A abordagem estratégica de recursos humanos delineou-se a partir da década de 1980 diante da ne-
cessidade de aferição e gestão do impacto do capital humano na consecução de estratégias organiza-
cionais, tornando-o uma vantagem competitiva (Fischer, 2001). 
 
 
 
 
 15 WWW.HERONLEMOS.COM.BR 
MENTORIA IFCE 
Wrigt e McMahan (1992), em estudo realizado para delinear a teoria da gestão estratégica de pessoas, 
identificaram as diferenças básicas destas com relação à gestão tradicional de pessoas. Segundo os 
autores, o que diferencia a gestão estratégica de pessoas são dois integradores que a torna macroor-
ganizacional e consistente do ponto de vista de uma política: a integração vertical e a integração hori-
zontal. 
 
• Integração vertical: busca o alinhamento das práticas de gestão de pessoas com os obje-
tivos e as estratégias organizacionais. 
 
• Integração horizontal: refere-se à atuação coordenada das diversas atividades de gestão 
de pessoas, tais como: recrutamento e seleção, capacitação, remuneração, avaliação de de-
sempenho, entre outras. 
 
Estratégia organizacional 
 
A estratégia organizacional refere-se ao comportamento global e integrado da empresa em rela-
ção ao ambiente que a circunda. Quase sempre, estratégia significa mudança organizada. Toda orga-
nização precisa ter um padrão de comportamento holístico e sistêmico em relação ao mundo de ne-
gócios que a circunda e no qual opera. Geralmente, a estratégia organizacional envolve os seguintes 
aspectos fundamentais: 
 
✓ É definida pelo nível institucional da organização: pela ampla participação de todos os de-
mais níveis e negociação quanto aos interesses e objetivos envolvidos. 
 
✓ É projetada no longo prazo: e define o futuro e o destino da organização. Nesse sentido, ela 
atende à missão, focaliza a visão organizacional e enfatiza os objetivos organizacionais de longo 
prazo. 
 
✓ Envolve a organização na totalidade: para a obtenção de efeitos sinérgicos. A estratégia é um 
imenso mutirão de esforços convergentes, coordenados e integrados para proporcionar resul-
tados alavancados e globais. A estratégia é desdobrada em uma cascata de táticas, cada qual 
desdobrada em uma cascata de operações. Na verdade, a estratégia organizacional não é a so-
ma das táticas departamentais ou de suas operações, é muito mais do que isso. Para obter si-
nergia, a estratégia precisa ser global e total, não apenas um conjunto de ações isoladas e fra-
gmentadas. 
 
✓ É um mecanismo de aprendizagem organizacional: pelo qual a empresa aprende com a re-
troação decorrente dos erros e acertos nas suas decisões e ações globais. Obviamente, não é a 
organização que aprende, mas as pessoas que dela participam e que utilizam sua bagagem de 
conhecimentos e competências. 
 
 
 
 16 WWW.HERONLEMOS.COM.BR 
MENTORIA IFCE 
Em resumo, problemas globais requerem soluções globais. A estratégia é a saída para isso. A estraté-
gia parte dos objetivos planejados da missão e da visão que se pretende realizar e é balizada por dois 
tipos de análise. 
 
De um lado, a análise ambiental para verificar e analisar as oportunidades que devem ser aproveitadas 
e as ameaças que devem ser neutralizadas ou evitadas. Trata-se de um mapeamento ambiental para 
saber o que há no entorno. De outro lado, a análise organizacional para verificar e analisar os pontos 
fortes e fracos da empresa. Trata-se de um levantamento das habilidades e capacidades da empresa 
que precisam ser plenamente aplicadas e de seus pontos nevrálgicos que precisam ser corrigidos ou 
melhorados. Trata-se de um levantamento interno para saber qual é a vocação da empresa e no que 
ela pode ser mais bem-sucedida. As pessoas podem constituir o ponto forte – a principal vantagem 
competitiva da empresa – ou o ponto fraco – a principal desvantagem competitiva –, dependendo da 
maneira como elas são administradas. 
 
 
 
A estratégia organizacional representa a maneira pela qual a empresa se comporta diante do ambi-
ente que a circunda, procurando aproveitar as oportunidades possíveis do ambiente e neutralizar as 
ameaças potenciais que rondam os negócios. É puro jogo de cintura. Além disso, a estratégia organi-
zacional tem os seus desdobramentos: ela reflete a maneira pela qual a empresa procura maximizar as 
forças reais e potenciais da melhor maneira e minimizar as fraquezas reais e potenciais. 
 
 
 
 
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MENTORIA IFCE 
A estratégia organizacional é um conjunto de manobras que se desenvolve em um ambiente compe-
titivo: deve aproveitar as oportunidades externas e esquivar-se das ameaças ambientais, ao mesmo 
tempo em que busca aplicar mais intensamente as forças internas e corrigir as fraquezas internas. A 
estratégia representa o caminho escolhido pela empresa para enfrentar as turbulências externas e 
aproveitar os recursos e competências da melhor maneira possível. Quanto maior a mudança ambien-
tal, mais necessária será a ação estratégica, desde que ágil e flexível para aglutinar e permitir a adoção 
rápida de novos rumos e novas saídas. Essa é a razão de sucesso das empresas que sabem tirar provei-
to das situações e das circunstâncias. Jogo de cintura e arrancadas rápidas e velozes são necessárias. 
 
 
 
A estratégia organizacional mexe com toda a organização. A partir da missão e da visão de futu-
ro, a estratégia deve alinhar a estrutura e a cultura organizacionais. Ou seja, tanto a estrutura 
quanto a cultura precisam se ajustar à estratégia para que possa ser executada com sucesso. Além dis-
so, os processos organizacionais precisam também estar alinhados à estratégia a fim de que os objeti-
vos organizacionais sejam alcançados com êxito pela sinergia provocada pelo conjunto. 
 
A estratégia precisa funcionar como um programa global para a consecução de objetivos organizacio-
nais e deve receber o consenso geral e ser capaz de motivar e envolver todos os colaboradores da or-
ganização. Deve ser difundida e comunicada para servir como o fio condutor de toda a ação organiza-
cional. 
 
 
 
 
 
 
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MENTORIA IFCE 
DICA DO HERON 
O planejamento estratégico de uma empresa depende da missão, da visão, dos objetivos organi-
zacionais e da própria estratégia organizacional. A definição desses elementos-chave é de suma 
relevância para definir para onde a organização vai direcionar as pessoas no sentido de se com-
prometerem com os resultados esperados. Nesse aspecto, reside o papel mais relevante da ges-
tão de pessoas, que é fazer com que os colaboradores saibam o real sentido do esforço conjunto 
para atingir os objetivos organizacionais e, assim, serem beneficiados. O planejamento estratégico 
de gestão de pessoas deve ser parte integrante do planejamento estratégico da organização. 
 
O planejamento estratégico de gestão de pessoas refere-se à maneira como a função de gestão 
de pessoas pode contribuir para o alcance dos objetivos organizacionais e, simultaneamente, fa-
vorecer e incentivar o alcance dos objetivos individuais dos funcionários. 
 
O planejamento de gestão de pessoas deve estar totalmente integrado e envolvido na es-
tratégia organizacional. 
 
O planejamento estratégico de RH deve ser integrado ao planejamento estratégico organizacional 
e com o apoio e a participação dos vários setores e níveis da organização. Devem-se levar em 
conta, também, os fatoresque afetam o planejamento estratégico de gestão de pessoas, que 
são os índices de absenteísmo (ausentismo) e rotatividade (turnover). 
 
Desdobramentos da estratégia 
 
A estratégia precisa ser planejada com antecipação e deve ser estendida no longo prazo. Ela requer 
um planejamento estratégico para ser colocada em ação. 
 
Em geral, o planejamento estratégico é desdobrado em planos táticos e estes em planos operacionais. 
 
• Planejamento estratégico: refere-se à organização como uma totalidade e indica como a estraté-
gia global deverá ser formulada e executada. Suas principais características são: 
 
✓ É holístico e sistêmico, envolve o todo organizacional em relação ao contexto ambiental. 
 
✓ Seu horizonte temporal é de longo prazo. 
 
✓ É definido pela cúpula da organização. 
 
• Planejamento tático: refere-se ao meio de campo da organização para cada unidade organizacio-
nal ou departamento da empresa. Suas características são: 
 
 
 
 
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MENTORIA IFCE 
✓ Indica a participação de cada unidade no planejamento global. Refere-se a cada área ou depar-
tamento da empresa. 
 
✓ Seu horizonte temporal é de médio prazo, geralmente um ano. 
 
✓ É definido por cada unidade organizacional como contribuição ao planejamento estratégico. 
 
• Planejamento operacional: refere-se à base da organização envolvendo cada tarefa ou atividade da 
empresa. Suas características são: 
 
✓ Indica como cada tarefa, operação ou atividade deverá contribuir para o planejamento tático da 
unidade. 
 
✓ Seu horizonte temporal é de curto prazo, geralmente um mês. 
 
✓ É definido para cada tarefa, operação ou atividade exclusivamente. 
 
Todo planejamento se subordina a uma filosofia de ação. Ackoff aponta três tipos de filosofia do pla-
nejamento estratégico: 
 
1. Planejamento conservador ou defensivo: é o planejamento voltado para a estabilidade e a manu-
tenção da situação existente. As decisões são tomadas no sentido de obter bons resultados, mas não 
necessariamente melhores ou ótimos, pois dificilmente farão mudanças radicais na organização. A ên-
fase é conservar e manter as práticas vigentes. Está mais preocupado em identificar e sanar deficiên-
cias e problemas internos do que em explorar novas oportunidades. Sua base é retrospectiva para 
aproveitar a experiência passada e projetá-la para o futuro. 
 
2. Planejamento otimizante ou analítico: é o planejamento voltado para a adaptabilidade e a inova-
ção da organização. As decisões são tomadas no sentido de obter os melhores resultados possíveis 
para a organização, seja minimizando recursos para alcançar determinado desempenho ou objetivo, 
seja maximizando o desempenho para melhor utilizar os recursos disponíveis. Está baseado na preo-
cupação em melhorar as práticas vigentes na organização. Sua base é incremental no sentido de me-
lhorar continuamente as operações, tornando-as melhores a cada dia. 
 
3. Planejamento prospectivo ou ofensivo: é o planejamento voltado para as contingências e para o 
futuro da organização. As decisões são tomadas no sentido de compatibilizar diferentes interesses 
envolvidos pela composição capaz de levar a resultados para o desenvolvimento natural da organiza-
ção e ajustá-la às contingências que surgem no meio do caminho. É o contrário do planejamento re-
trospectivo que procura a eliminação das deficiências localizadas no passado da organização. Sua base 
 
 
 
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MENTORIA IFCE 
é a aderência ao futuro no sentido de se ajustar às novas demandas ambientais e se preparar para as 
futuras contingências, quando eventualmente ocorrerem. 
 
Em todos os casos, o planejamento consiste na tomada antecipada de decisões. Trata-se de decidir 
agora o que fazer antes que ocorra a ação necessária. Não se trata da previsão das decisões que deve-
rão ser tomadas no futuro, mas da tomada de decisões que produzirão efeitos e consequências futu-
ras. 
 
 
 
Planejamento estratégico de GP 
 
A cada determinada estratégia organizacional deve corresponder um planejamento estratégico de GP, 
que deve ser parte integrante do planejamento estratégico da organização. Quase sempre o primeiro 
busca uma maneira de integrar a função de GP nos objetivos globais da empresa. 
 
Um dos aspectos mais importantes do planejamento estratégico de GP é o alinhamento da função 
de GP com a estratégia organizacional. É necessário traduzir os objetivos e as estratégias organiza-
cionais em objetivos e estratégias de GP. Isso é feito pelo planejamento estratégico de GP. Assim, o 
planejamento estratégico de GP refere-se à maneira como a função de GP deve contribuir para o 
alcance dos objetivos organizacionais e, simultaneamente, favorecer e incentivar o alcance dos obje-
tivos funcionais de suas áreas e dos objetivos individuais dos funcionários. Trata-se de alinhar talentos 
e competências com as necessidades da organização. 
 
 
 
 
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MENTORIA IFCE 
 
 
Relações entre o planejamento estratégico de GP e o planejamento estratégico da organização 
 
O planejamento estratégico de GP não mais se restringe apenas à quantidade de pessoas necessá-
rias às operações da empresa, envolve muito mais do que isso. Ele começa com a missão e a visão or-
ganizacional, a definição dos objetivos a atingir e precisa lidar com competências disponíveis e aquelas 
necessárias ao sucesso organizacional. Envolve também a criação do clima e da cultura corporativa 
favorável ao alcance dos objetivos, arquitetura organizacional adequada, estilo de gestão e modela-
gem do trabalho, além de incentivos pelo alcance de objetivos e uma plataforma que permita aos exe-
cutivos – como gestores de pessoas – trabalhar adequadamente com suas equipes. 
 
Na outra ponta, quando o planejamento estratégico de GP é feito isoladamente pelos especialistas da 
área e sem nenhuma preocupação ou articulação com o planejamento estratégico da organização, 
como um planejamento introvertido e auto-orientado para a função de GP, recebe o nome de plane-
jamento autônomo e isolado de GP. Funciona como um estranho no ninho. Ambos – planejamento 
adaptativo e planejamento autônomo – não funcionam bem pelo fato de não estarem perfeitamente 
integrados no plano maior. O ideal é o planejamento estratégico de GP integrado ao planejamento 
estratégico da organização. 
 
 
 
 
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MENTORIA IFCE 
 
 
Tipos de planejamento estratégico de GP 
 
O planejamento estratégico de GP refere-se à maneira como a função de GP deve contribuir para o 
alcance dos objetivos organizacionais e, ao mesmo tempo, favorecer e incentivar o alcance dos objeti-
vos funcionais das diversas áreas da organização e dos objetivos individuais dos funcionários. Trata-se 
de alinhar talentos e competências com as necessidades da organização para que todos saiam ga-
nhando. Assim, o planejamento estratégico da GP se subordina à estratégia organizacional, seja ela 
conservadora/defensiva ou prospectiva/ofensiva. 
 
 
 
 
 
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MENTORIA IFCE 
Planejamento estratégico de gestão de pessoas com base em competências 
 
Trata-se de um modelo mais global de atuação em que a GP está plugada nas necessidades organiza-
cionais mais amplas envolvendo competências essenciais e apoio ativo e proativo aos negócios da 
empresa. Tudo isso para construir constantemente vantagens competitivas. 
 
O planejamento da GP com base em competências é feito a partir das seguintes etapas: 
 
1. Definição da visão de futuro e dos objetivos organizacionais a serem alcançados em função de de-
terminado período. 
 
2. Definição das competências organizacionais necessárias para o alcance desses objetivos. 
 
3. Avaliação das competências que a organização já possui. 
 
4. Estimativa da lacuna (gap) entre as competências requeridas e as competências possuídas pela or-
ganização. 
 
5. Desdobramento da lacuna em termosde competências organizacionais a serem criadas ou adquiri-
das. 
 
6. Desdobramento da lacuna em termos de competências funcionais de cada área da organização 
(como finanças, marketing, produção/operações/logística, GP). 
 
7. Desdobramento da lacuna em termos de competências gerenciais ou administrativas que cada exe-
cutivo ou gerente deve possuir para lidar com sua equipe. 
 
8. Desdobramento da lacuna em termos de competências individuais que cada pessoa da organização 
deve possuir. 
 
9. Programas de treinamento e desenvolvimento (T&D) e desenvolvimento organizacional (DO) para a 
construção interna das competências requeridas. 
 
10. Programas de recrutamento e seleção para agregar talentos na obtenção externa das competên-
cias requeridas. 
 
11. Avaliação constante dos resultados alcançados e retroação ao sistema. 
 
Nas etapas 5 a 8, os desdobramentos são classificados entre as competências que devem ser 
construídas ou desenvolvidas internamente (por meio de processos de T&D e DO) e as que de-
vem ser adquiridas por aporte de novos talentos na organização (por processos de agregação de 
talentos). Sem dúvida, o planejamento de GP, quando feito por competências, permite uma vi-
são mais integrada das necessidades próximas e futuras da organização em relação ao negócio e 
ao futuro. 
 
 
 
 24 WWW.HERONLEMOS.COM.BR 
MENTORIA IFCE 
 
Assim, o planejamento estratégico de GP deve começar com o esclarecimento de quatro questões bá-
sicas: 
 
1. Quais são os objetivos organizacionais a alcançar? 
 
2. Quais são as competências essenciais necessárias para alcançá-los? 
 
3. Quais são as competências essenciais que a organização já possui? 
 
4. Quais são as competências essenciais requeridas que a organização precisa construir? 
 
Em função do gap existente entre as competências possuídas e as competências necessárias, há dois 
tipos de decisão a tomar: 
 
1. Pode-se construir e desenvolver as competências requeridas que a organização ainda não dispõe? 
Então se trata de uma questão de criar e desenvolver competências internamente, ou seja, buscar den-
tro da organização os talentos para neles criar e desenvolver tais competências. 
 
2. Pode-se adquirir externamente as competências requeridas que a organização ainda não dispõe? 
Então se trata de uma questão de agregar competências, isto é, buscar fora da empresa e agregar os 
talentos que disponham de tais competências. 
 
 
 
 
 
 25 WWW.HERONLEMOS.COM.BR 
MENTORIA IFCE 
No primeiro caso, os processos de desenvolver pessoas são fundamentais para o sucesso organizacio-
nal e se tornam estratégicos para a organização. No segundo caso, os processos de agregar pessoas 
ocupam o pódio e passam a ser estratégicos para a organização. Isso mostra o caráter contingencial 
da GP. As competências dependem sempre da criação e desenvolvimento de talentos. 
 
Contudo, as competências organizacionais são múltiplas e complexas, constituindo muito mais um 
sistema integrado do que um simples conjunto de blocos de construção. Elas se organizam em uma 
hierarquia cujo desdobramento começa pelas competências organizacionais da organização como um 
todo, vindo a seguir as competências funcionais de cada uma de suas áreas (como marketing, finanças, 
produção/operações, RH, tecnologia), depois as competências gerenciais ou administrativas de cada 
executivo como gestor de pessoas – indo desde o presidente até o supervisor mais elementar – e na 
base as competências individuais de cada funcionário. Um sistema integrado cujo dinâmico arcabouço 
reúne um complexo elenco de conhecimentos, habilidades e competências sempre pronto e disponí-
vel para aproveitar as oportunidades que surgem no mundo dos negócios antes que os concorrentes 
o façam. 
 
 
 
O desafio está em diagnosticar as competências necessárias a cada organização para então identificar 
e avaliar sua presença. 
 
 
 
 
 
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MENTORIA IFCE 
 
 
Elas envolvem um extenso portfólio de talentos e mais o envoltório que os cerca e dinamiza, como a 
arquitetura organizacional, a cultura corporativa, o estilo de gestão e a modelagem do trabalho. Sem 
esses elementos, que constituem o seu ambiente de trabalho, o talento se torna impotente para reali-
zar qualquer coisa que acrescente valor à organização. Não basta buscar e reter talentos, é preciso 
proporcionar a eles o contexto básico para que possam se desenvolver, crescer e produzir resultados 
que agreguem valor ao negócio da organização. 
 
Dessa maneira, a arquitetura e a cultura organizacional, o estilo de gestão e a modelagem do 
trabalho constituem a plataforma básica e o entorno adequado para que os talentos possam 
fazer acontecer. Assim, a GP requer necessariamente a intervenção nessas quatro variáveis no sentido 
de proporcionar um ambiente de trabalho que favoreça e impulsione o trabalho do talento humano. 
Elas são os elementos habilitadores que incentivam e dão oportunidades ao talento. Isso faz parte do 
planejamento estratégico da GP. Não basta cuidar apenas de pessoas, mas principalmente do contexto 
no qual trabalham. Isso significa dimensionar significativamente a amplitude de trabalho da GP. 
 
 
 
 
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MENTORIA IFCE 
 
 
Em seu conjunto, as competências organizacionais proporcionam vantagens competitivas para a 
organização. Elas são imprescindíveis para o sucesso organizacional, pois constituem a base da com-
petitividade da organização. 
 
 
 
 
 
 28 WWW.HERONLEMOS.COM.BR 
MENTORIA IFCE 
Modelos de planejamento tático de gestão de pessoas 
 
Modelos de planejamento tático podem tanto focar o nível intermediário (gerencial) da organização – 
envolvendo todos os executivos como gestores de pessoas –, como atuar especificamente em cada 
departamento ou unidade organizacional para garantir o alcance de metas e objetivos táticos. Quase 
sempre são modelos em que a GP atua no nível gerencial quando se pretende que os executivos se-
jam os gestores de pessoas. Nesse caso, envolve mudanças na cultura organizacional para que haja 
aceitação dessa delegação e descentralização. Os executivos precisam aceitar suas novas incumbências 
de aprender a lidar com pessoas e com práticas de GP. Além do aprendizado dessas práticas – como 
selecionar pessoas, entrevistar, treinar, tomar decisões sobre pessoas –, torna-se também necessário 
mudar o estilo de gestão dos executivos. Estes precisam deixar de ser comandantes e mandantes para 
se tornarem líderes de sua equipe de colaboradores. Aspectos como liderança, comunicação, trabalho 
em equipe, motivação e aspectos comportamentais são fundamentais no planejamento tático de GP. 
Outrossim, também os funcionários precisam mudar em termos de atitudes e comportamentos. Preci-
sam aprender a aprender, assumir riscos, inovar, criar novas habilidades e competências, trabalhar em 
equipe e se envolver em um papel cada vez mais criativo e proativo na organização. Assim, os mode-
los táticos de planejamento de GP são menos quantitativos e mais qualitativos. 
 
Modelos de planejamento operacional de Gestão de pessoas 
 
Ocorre que, apesar de sua importância, o planejamento referente a pessoas nem sempre é da respon-
sabilidade do órgão de RH da organização. 
 
Assim, as principais bases do planejamento operacional de GP são: a demanda de trabalho e o for-
necimento de trabalho. O que é preciso e o que é possível são os dois lados da moeda. A Figura 
abaixo fornece uma ideia das bases do planejamento operacional de RH. 
 
 
 
 
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MENTORIA IFCE 
 
 
 
Quase sempre as organizações utilizam modelos operacionais para o planejamento de GP. São mode-
los quantitativos e simples baseados na experiência anterior, ou seja, com base em dados estatísticos 
ou na história passada. São geralmente restritos ao nível operacional da organização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30 WWW.HERONLEMOS.COM.BRMENTORIA IFCE 
 
 
Existem vários modelos operacionais de planejamento de GP. Alguns são genéricos e abrangem toda a 
organização, enquanto outros são específicos para determinados níveis ou unidades organizacionais. 
 
Modelo baseado na procura estimada do produto ou serviço 
 
Baseia-se no conceito de que as necessidades de pessoal são uma variável dependente da procura 
estimada do produto (quando indústria) ou do serviço (quando organização não industrial). A relação 
entre as duas variáveis – número de funcionários e procura do produto/serviço – é influenciada 
por variações na produtividade, tecnologia, disponibilidade interna e externa de recursos finan-
ceiros e disponibilidade de pessoas na organização. Qualquer acréscimo de produtividade decor-
rente de mudança na tecnologia poderá trazer redução das necessidades de pessoal por unidade adi-
cional de produto/serviço ou redução do preço do produto/serviço, de tal maneira que resulte em 
aumento de vendas e, consequentemente, aumento das necessidades de pessoal. Este modelo utiliza 
previsões ou extrapolações de dados históricos e está voltado predominantemente para o nível opera-
cional da organização. 
 
Não considera possíveis fatos imprevistos, como estratégias dos concorrentes, situação do mercado 
de clientes, greves, falta de matéria-prima, etc. É extremamente limitado porque se reduz a aspectos 
quantitativos: quantas pessoas serão necessárias nos vários postos de trabalho para produzir determi-
nada quantidade de produto ou serviço oferecido pela organização. 
 
 
 
 
 
 
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MENTORIA IFCE 
Modelo baseado em segmentos de cargos 
 
Também está restrito ao nível operacional da organização. É o modelo de planejamento de pessoal 
operacional utilizado por empresas de grande porte, como a Standard Oil. O modelo consiste em: 
 
• Escolher um fator estratégico: como nível de vendas ou produção, plano de expansão, cujas varia-
ções afetem as necessidades de pessoal. 
 
• Estabelecer os níveis históricos (passado) e futuros: para cada fator estratégico. 
 
• Determinar os níveis históricos da força de trabalho: para cada unidade. 
 
• Projetar os níveis futuros de força de trabalho: para cada unidade, pela correlação com a projeção 
dos níveis (históricos e futuros) do fator estratégico correspondente. 
 
Algumas empresas, como a IBM, preferem calcular suas necessidades totais de pessoal operacional 
com base em projeções relacionadas apenas com certos segmentos (ou famílias) de cargos de sua for-
ça de trabalho que apresentam variações maiores. Suas limitações são similares ao modelo baseado na 
procura estimada do produto/serviço. 
 
Modelo de substituição de postos-chave 
 
É um modelo que recebe os nomes de mapas de substituição ou organogramas de carreira para o 
planejamento de funcionários. Trata-se de uma representação visual de quem substitui quem na 
eventualidade de alguma possível vaga futura na organização. Cada retângulo do organograma 
apresenta o nome do funcionário com algumas informações básicas para a tomada de decisão. 
 
Cada funcionário é classificado em três alternativas de promovabilidade: 
1. Funcionário pronto para promoção imediata. 
2. Funcionário que requer maior experiência no cargo atual. 
3. Funcionário com substituto já preparado. 
 
Além disso, o desempenho de cada funcionário é avaliado da seguinte maneira: 
• Desempenho excepcional. 
• Desempenho satisfatório. 
• Desempenho regular. 
• Desempenho fraco. 
 
Cada retângulo do organograma de substituição apresenta o nome e a idade do funcionário no seg-
mento superior e, no segmento inferior, o nome dos possíveis substitutos, com seus nomes, idades, 
características e antecedidos pela classificação de promovabilidade e avaliação do desempenho. Pode 
ser utilizado em planos de carreira e incluir também programas de preparação e desenvolvimento dos 
funcionários para melhorar e acelerar sua carreira. 
 
 
 
 
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MENTORIA IFCE 
A Figura abaixo considera a informação mínima para uma tomada de decisão a respeito das futuras 
substituições na organização em função do status dos vários candidatos internos. Esse status depende 
de duas variáveis: o desempenho atual e a promovabilidade. O desempenho atual é obtido por meio 
de avaliações de desempenho, opiniões dos gerentes, pares e subordinados. A promovabilidade é ba-
seada no desempenho e nas estimativas de sucesso futuro nas novas oportunidades. Existem sistemas 
sofisticados de tecnologia da informação (TI) com inventários e registros que oferecem amplas infor-
mações, como formação escolar, experiência profissional anterior, cargos ocupados, desempenho, as-
pirações e objetivos pessoais. Na verdade, este modelo funciona como um plano de carreiras. 
 
 
Modelo baseado no fluxo de pessoal 
 
É um modelo que mapeia o fluxo das pessoas para dentro, através e para fora da organização. A 
análise histórica do movimento de entradas, saídas, promoções e transferências internas de funcioná-
rios permite a predição de curto prazo das necessidades de pessoal na organização, se não houver 
mudanças no contexto. Trata-se de um modelo vegetativo e conservador, de natureza contábil e 
quantitativa, adequado a organizações estáveis e sem planos de expansão, nas quais a preocupação é 
apenas preencher as vagas existentes e dar continuidade ao cotidiano. 
 
 
 
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MENTORIA IFCE 
 
 
Esse modelo permite antecipar as consequências de contingências como a política de promoções da 
organização, aumento da rotatividade ou dificuldades de recrutamento, etc. É muito útil na análise das 
consequências do plano de carreiras, quando a organização adota uma política consistente nesse sen-
tido. Todavia, suas limitações são evidentes por ser apenas um modelo quantitativo. 
 
Modelo de planejamento operacional integrado 
 
É um modelo mais amplo e abrangente que os anteriores. Do ponto de vista de provisão de insumos 
humanos, o planejamento operacional integrado leva em conta quatro fatores ou variáveis interveni-
entes: 
 
1. Volume de produção planejado pela organização. 
 
2. Mudanças tecnológicas que alterem a produtividade do pessoal. 
 
3. Oferta e procura no mercado e no comportamento da clientela. 
 
4. Planejamento de carreiras na organização. 
 
 
 
 
 34 WWW.HERONLEMOS.COM.BR 
MENTORIA IFCE 
 
 
Do ponto de vista do fluxo interno, o planejamento operacional integrado leva em conta a composi-
ção mutável da força de trabalho da organização, acompanhando as entradas e saídas, bem como a 
movimentação interna. 
 
 
 
 
 
 35 WWW.HERONLEMOS.COM.BR 
MENTORIA IFCE 
Na prática, o modelo integrado é um modelo sistêmico e um pouco mais abrangente de plane-
jamento operacional, que permite um diagnóstico razoável para a tomada de decisões sobre a 
força de trabalho. 
 
Contudo, a maioria dos modelos operacionais apresentados constitui esquemas quantitativos e numé-
ricos tratando as pessoas como ativos tangíveis, deixando de lado aspectos intangíveis importantes, 
como habilidades, conhecimentos, competências, etc. Tratam as pessoas como quantidades que de-
vem ser preservadas na organização sem se importar como elas deveriam ser caracterizadas em ter-
mos de talentos, capital humano ou capital intelectual. 
 
Objetivos da gestão estratégica de pessoas 
 
O processo de gestão estratégica de pessoas tem como objetivo principal produzir decisões e 
ações que sustentem o caminho das organizações na direção da sua visão, missão, objetivos estratégi-
cos e valores organizacionais. Uma vez atrelada às estratégias da empresa, a área de gestão de pesso-
as passa a ter uma visibilidade cada vez maior nas organizações. No entanto, para uma estratégia or-
ganizacional dar certo, é necessário levar em consideração os recursos humanos disponíveis nessa or-
ganização e a sua utilização otimizada dentro da empresa, cabendoà área de gestão de pessoas viabi-
lizar o alcance dos objetivos traçados estrategicamente pela organização, influenciando o comporta-
mento organizacional (BARDUCHI; MIGLINSKI, 2006). 
 
Nesse sentido, segundo Mascarenhas (2008), para alinhar o comportamento organizacional às deman-
das e às estratégias da organização, é necessário que a área de recursos humanos extrapole os limites 
das práticas tradicionais de gestão de pessoas, tornando-se, uma área menos operacional por meio da 
adoção de práticas e atividades focadas nos objetivos e na estratégia da organização. 
 
Características da administração estratégica de recursos humanos: 
 
a) explicitamente reconhece os impactos do ambiente externo; 
 
b) reconhece o impacto da competição e a dinâmica do mercado de trabalho; 
 
c) apresenta foco no longo prazo; 
 
d) enfatiza a escolha e a tomada de decisão; 
 
e) considera todas as pessoas da empresa, e não somente o grupo de executivos ou o de empregados 
operacionais; 
 
f) está integrada com a estratégia corporativa e com as demais estratégias funcionais. 
 
A estratégia de recursos humanos para Albuquerque (2002) deve seguir as etapas de formulação e 
implementação da estratégia organizacional, conforme o quadro abaixo: 
 
 
 
 
 36 WWW.HERONLEMOS.COM.BR 
MENTORIA IFCE 
 
O autor também destaca a importância do feedback contínuo de informações entre as diversas etapas 
do processo de formulação por meio de avaliações de resultados ao longo do desenvolvimento da 
estratégia. 
 
Friedman et al (2000) fornecem exemplos com relação ao alinhamento que deve existir entre o plane-
jamento estratégico da organização e a área de recursos humanos. Seja na remuneração, ou na área 
de treinamento, as decisões estratégicas da cúpula podem estar indo em uma direção, enquanto as 
decisões do diretor de RH se chocam com a visão da empresa. 
 
Ulrich (2002) afirma que ter os profissionais de RH como parceiros estratégicos, adquirindo respeito e 
credibilidade e alcançando excelência organizacional por meio do diagnóstico facilita o processo de 
converter as estratégias em ações. Para isso, a administração de RH deve realizar determinadas ativi-
dades: 
 
a) definir uma arquitetura organizacional e ser capaz de utilizá-la para traduzir a estratégia em ação; 
 
b) aprender a realizar um diagnóstico organizacional eficaz fazendo boas perguntas e gerando práticas 
alternativas criativas e oportunas; 
 
c) ser capaz de fixar prioridades para as iniciativas e, em seguida, cumprilas até o fim. 
 
Marras (2002) complementa e destaca que a administração estratégica de RH tem como foco a otimi-
zação dos resultados da empresa e o desenvolvimento das pessoas que nela atuam. Para o autor, é 
necessário então considerar a real função da administração de recursos humanos, a qual consiste em: 
 
“assessorar e prestar subsídio cognitivo à cúpula da empresa em questões relacionadas à 
qualidade dos talentos que compõem a organização, políticas de manutenção do RH, pro-
dutividade e qualidade total, definindo macrodiretrizes da empresa, de modo a alterar o 
 
 
 
 37 WWW.HERONLEMOS.COM.BR 
MENTORIA IFCE 
perfil dos resultados e, portanto, dos lucros da empresa, agregando valor por meio do capi-
tal humano” (MARRAS, 2002). 
 
Diante disso, é possível perceber a relevância de uma reestruturação de valores na área de gestão de 
pessoas. No entanto, esse processo de aprendizado requer um grande envolvimento do empresariado 
com o RH, iniciando com alteração não só nos valores, mas das convicções e práticas que envolvem as 
atividades de recursos humanos. A fórmula para as organizações de sucesso se resume à “compatibili-
zação e integração das políticas de Recursos Humanos às suas culturas e no forte envolvimento dos 
seus donos com as questões de RH” (AQUINO apud GIRARDI, 2008, p.34). 
 
Função de staff e responsabilidade de linha 
 
Ponto I – A diferença entre gerir pessoas e desenvolver pessoas 
 
Gerir pessoas é uma responsabilidade de cada gerente, que por sua vez deve receber orientação do 
staff a respeito das políticas e procedimentos adotados pela organização. 
 
Ponto II – O fim do monopólio dos Recursos Humanos 
 
O monopólio do ARH esta desaparecendo, e também o seu antigo isolamento e distanciamento das 
principais decisões e ações da empresa. Nunca o ARH foi tão necessário como neste momento de 
mudança e transição só que seu papel está se tornando diferente e inovador 
 
Ponto III – O desafio centralização versus descentralização 
 
Gradativamente a área de ARH esta deixando de ser a prestadora de serviços especializados de recur-
sos humanos, abandonando paulatinamente suas operações burocráticas e se transformando cada vez 
mais em uma área de consultoria interna para preparar e orientar os gerentes de nível médio para a no-
va realidade. Esses passam a ser nos novos gestores de pessoal dentro das empresas, o que significa 
decisões em relação as pessoas passam a ser da alçada dos gerentes e não mais exclusivamente da 
área de ARH 
 
 
 
 
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ESQUEMATIZANDO OS ESTUDOS!!!!! 
A descentralização da área de gestão de pessoas trouxe consigo um dos principais paradigmas da 
atuação da área de gestão de pessoas, responsabilidade de linha e função de staff (estafe). 
 
Na área de ARH, sempre predominou uma forte tendência para a centralização e a concentração 
de serviços para as demais áreas empresariais, a tal ponto que recrutamento e seleção, admissão, 
integração, treinamento e desenvolvimento, administração de salários e remuneração, administra-
ção de benefícios, higiene e segurança do trabalho e avaliação de desempenho eram estritamente 
concentrados na área de gestão de pessoas, com pouca participação gerencial das demais áreas. 
 
No entanto, para atuar de forma estratégica, tais atividades operacionais deveriam deixar de ser 
executadas pela área de gestão de pessoas, cabendo à área as atividades estratégias. Tornou-se 
necessária, portanto, a divisão das atividades de gestão de pessoas, sendo cada gestor responsá-
vel pelos recursos humanos alocados em seu departamento (responsabilidade de linha) e, para 
que essa atividade seja executada da melhor forma possível, a área de gestão de pessoas passa a 
atuar como órgão de assessoria e consultoria, para proporcionar aos gestores a devida orientação 
(regulamentos, normas e procedimentos) sobre como administrar seus profissionais (função de 
staff). O quadro a seguir resume essas principais diferenças. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Fatores que intervêm no planejamento operacional de GP 
 
Além dos elementos levados em conta nos vários modelos de planejamento de RH, existem inúmeros 
outros fatores intervenientes, como o absenteísmo, a rotatividade e a mudança nos requisitos da força 
de trabalho. Estes fatores intervenientes provocam fortes alterações no planejamento operacional de 
GP. 
 
Absenteísmo 
 
Ter funcionários nem sempre significa tê-los trabalhando durante todos os momentos do horário de 
trabalho. As ausências dos empregados ao trabalho provocam certas distorções quando se referem ao 
volume e à disponibilidade da força de trabalho. Ausências são faltas ou atrasos ao trabalho. O absen-
teísmo, na sua concepção mais ampla, é sua principal consequência. O oposto do absenteísmo é a 
presença. Esta se refere a quanto tempo o funcionário está disponível para o trabalho. 
 
Absenteísmo ou ausentismo é a frequência e/ou duração do tempo de trabalho perdido, quando 
os colaboradores não comparecem ao trabalho. O absenteísmo constitui a soma dos períodos 
em que os colaboradores se encontram ausentes do trabalho, seja por falta, atraso ou algum 
motivo interveniente. A fórmula do índice de absenteísmo do Bureau of National Affairs (BNA) é a 
seguinte: 
 
 
 
A fórmula BNA reflete o número de dias de ausências dosfuncionários, mas não inclui as ausências 
por atrasos de minutos ou horas. Algumas empresas preferem transformar os dias em horas para in-
cluir faltas e também os atrasos: 
 
 
 
Para capturar o custo total das ausências é preciso incluir todos os dias de trabalho perdidos por qual-
quer motivo (como dias de afastamento por férias, doença, maternidade, acidentes de trabalho e li-
cenças de toda espécie). Ou então calcular as chamadas presenças pobres, que incluem apenas aque-
las ausências que os empregados podem controlar pessoalmente (como faltas ou atrasos por motivos 
particulares, perfeitamente evitáveis). O índice de absenteísmo pode ser mensal ou anual. Se o índice 
 
 
 
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mensal for de 2%, por exemplo, a organização conta na realidade com 98% de sua força de trabalho 
no período. É a indisponibilidade dos funcionários para o trabalho. 
 
As causas e as consequências das ausências foram intensamente estudadas por pesquisas que mos-
tram que o absenteísmo é afetado pela capacidade profissional das pessoas e pela sua motivação para 
o trabalho, além de fatores internos e externos ao trabalho. 
 
A capacidade de assiduidade ao trabalho pode ser reduzida por barreiras à presença, como doenças, 
acidentes, responsabilidades familiares e particulares e problemas de transporte para o local de traba-
lho. A motivação para a assiduidade é afetada pelas práticas organizacionais (como recompensas à 
assiduidade e punições ao absenteísmo), pela cultura de ausência (quando faltas ou atrasos são consi-
derados aceitáveis ou inaceitáveis) e atitudes, valores e objetivos dos funcionários. 
 
Organizações bem-sucedidas estão incentivando a presença e desestimulando as ausências ao traba-
lho por meio de práticas gerenciais e culturais que privilegiem a participação, ao mesmo tempo que 
desenvolvam atitudes, valores e objetivos dos funcionários favoráveis à participação. 
 
Rotatividade de pessoal 
 
A rotatividade de pessoal (turnover) é o resultado da saída de alguns colaboradores e a entrada 
de outros para substituí-los no trabalho. Para compensar as saídas, as organizações passam por um 
processo contínuo e dinâmico de negentropia (ou entropia negativa, para manter a integridade e so-
breviver). Como estão sempre perdendo energia e recursos, precisam se alimentar de mais energia e 
recursos para garantir o equilíbrio. 
 
A rotatividade refere-se ao fluxo de entradas e saídas de pessoas em uma organização, ou seja, 
às entradas de pessoas para compensar as saídas de pessoas das organizações. 
 
Cada desligamento quase sempre corresponde à admissão de um substituto como reposição. Isso sig-
nifica que o fluxo de saídas (desligamentos, demissões e aposentadorias) deve ser compensado pelo 
fluxo equivalente de entradas (admissões) de pessoas. 
 
O desligamento ocorre quando uma pessoa deixa de ser membro de uma organização. Existem dois 
tipos de desligamento: o desligamento por iniciativa do funcionário e o desligamento por iniciativa da 
organização. 
 
1. Desligamento por iniciativa do funcionário: ocorre quando o funcionário decide, por razões pes-
soais ou profissionais, encerrar a relação de trabalho com o empregador. A decisão de desligar-se de-
pende de duas percepções. A primeira é o nível de insatisfação do funcionário com o trabalho. A se-
gunda é o número de alternativas atrativas que ele visualiza fora da organização, isto é, no mercado 
de trabalho. O funcionário pode estar insatisfeito com o trabalho em si, com o ambiente de trabalho 
ou com ambos. Mas quando as organizações pretendem reduzir o tamanho de sua força de trabalho 
sem se enredar nos aspectos negativos de um corte unilateral, elas oferecem incentivos financeiros 
para tornar o desligamento mais atrativo para o funcionário, como os planos de demissão espontânea 
 
 
 
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(PDE). Esses planos envolvem o pagamento de alguns meses de salário, dependendo do tempo de 
casa, e a extensão da assistência médico-hospitalar por alguns meses. 
 
2. Desligamento por iniciativa da organização (demissão): ocorre quando a organização decide 
desligar o funcionário, seja para substituí-los por outros mais adequados às suas necessidades, seja 
para corrigir problemas de seleção inadequada, seja para reduzir sua força de trabalho. Algumas mu-
danças efetuadas no sistema de trabalho podem provocar redução de horas de trabalho, transferên-
cias, recolocações, compartilhamento de tarefas e demissões de funcionários. Para reduzir o impacto 
dessas mudanças organizacionais, o remédio tem sido o corte de horas extras, o congelamento de 
admissões, a redução provisória da jornada de trabalho, o trabalho em casa (home office) e, sobretudo, 
a reciclagem profissional pelo treinamento contínuo e intensivo. Quando a demissão se torna indis-
pensável, as organizações utilizam critérios discutidos e negociados com seus funcionários ou sindica-
tos, para evitar problemas de queda do moral e da fidelidade que afetam a produtividade, minimizar 
possíveis ações judiciais e assistir aos ex-funcionários na procura de empregos comparáveis no merca-
do de trabalho por outplacement (recolocação profissional). O outplacement é um processo de recolo-
cação conduzido por empresas de consultoria contratadas pela organização que assessoram ex-
funcionários na busca de uma recolocação no mercado de trabalho. 
 
Daí a necessidade de mensurar o nível de desligamentos na organização. O índice de desligamentos 
mede a proporção dos desligamentos em relação ao tamanho da força de trabalho. A fórmula mais 
utilizada é o número de pessoas que se desligaram durante determinado período (um mês ou um ano) 
em relação ao número médio de colaboradores existente. Essa fórmula, contudo, funciona apenas em 
relação às saídas e não considera as entradas de pessoal na organização. 
 
 
 
 
 
 
 
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A rotatividade não é uma causa, mas o efeito de algumas variáveis externas e internas. Entre as variá-
veis externas estão a situação de oferta e procura do mercado de RH, a conjuntura econômica, as 
oportunidades de empregos, etc. Entre as variáveis internas estão a política salarial e de benefícios que 
a organização oferece, o estilo de gestão, as oportunidades de crescimento interno, o desenho dos 
cargos, o relacionamento humano, as condições físicas e psicológicas de trabalho. A estrutura e a cul-
tura organizacional são responsáveis por boa parte dessas variáveis internas. 
 
As informações a respeito dessas variáveis externas e internas são obtidas na entrevista de desliga-
mento feita com os colaboradores que se desligam da organização e após a efetivação do desliga-
mento para evitar qualquer compromisso pessoal. A entrevista de desligamento é realizada por um 
especialista em GP ou gerente de linha e abrange os seguintes aspectos: 
 
• Motivo que determinou o desligamento (por iniciativa da organização ou do colaborador). 
 
• Opinião do colaborador a respeito da empresa, do gerente e dos colegas. 
 
• Opinião a respeito do cargo, horário de trabalho e condições de trabalho. 
 
Níveis de atuação da gestão de pessoas 
 
Em função do exposto, a GP pode atuar em três níveis distintos. Em cada um desses níveis, a GP assu-
me diferentes responsabilidades e papéis: 
 
1. No nível operacional: ela se torna burocrática, rotineira e executora de práticas e atividades espe-
cializadas ao lidar direta e exclusivamente com pessoas. 
 
2. No nível tático ou intermediário: ela se transforma em consultoria interna para apoiar e ajudar 
executivos e gerentes como gestores de pessoas. 
 
3. No nível institucional ou estratégico: ela se torna facilitadora e apoiadora dos negócios da orga-
nização. 
 
 
 
 
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O caminho pela frente é transformar a GP emuma futura parceira do negócio da organização por 
meio de consultoria à área de negócios. Na verdade, esse caminho poderia ser um quarto nível mais 
abrangente de atuação da área: a GP como facilitadora dos negócios da organização com foco em 
resultados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Análise e Descrição de Cargos 
 
Conceito de Cargo 
 
Segundo Chiavenato (1999), o cargo é uma composição de atividades desempenhadas por uma 
pessoa – o ocupante – que podem ser englobadas em um todo unificado e que figura em certa 
posição formal do organograma da empresa. A posição do cargo no organograma define o seu 
nível hierárquico, a subordinação (a quem presta responsabilidade), os subordinados (sobre quem 
exerce autoridade) e o departamento ou divisão onde está localizado. 
 
A maneira como as pessoas trabalham nas organizações depende, basicamente, de como seu trabalho 
foi planejado, modelado e organizado; em suma, como foi feita a distribuição das tarefas. Dentro des-
sa definição é necessário identificar a diferença entre cargo, função e tarefa. 
 
✓ Tarefa: refere-se à menor unidade componente do trabalho e pode ser definida como as ativi-
dades executadas por determinado profissional. 
 
✓ Função: é formada pelo conjunto de tarefas desempenhadas por uma ou mais pessoas. 
 
✓ Cargo: indica a posição hierárquica que uma pessoa ocupa na empresa e o conjunto de atribui-
ções a ela conferido. 
 
DESENHO DE CARGOS 
 
O desenho de cargos (job design) envolve a especificação do conteúdo de cada cargo, dos méto-
dos de trabalho e das relações com os demais cargos. Constitui a maneira como cada cargo é es-
truturado e dimensionado. Desenhar um cargo significa definir quatro condições básicas: 
 
✓ o conjunto de tarefas ou atribuições que o ocupante deverá desempenhar (qual é o conteúdo 
do cargo); 
 
✓ como as tarefas ou as atribuições deverão ser desempenhadas (quais são os métodos e os pro-
cessos de trabalho); 
 
✓ a quem o ocupante do cargo deverá se reportar (responsabilidade), isto é, quem é o seu supe-
rior imediato; 
 
✓ quem o ocupante do cargo deverá supervisionar ou dirigir (autoridade), isto é, quem são os 
seus subordinados ou as pessoas que dele dependem para trabalhar. 
 
 
 
 
 
 
 
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Modelos de desenho de cargos, segundo Chiavenato (1999) 
 
Modelo clássico ou tradicional 
 
É o desenho de cargos apregoado pelos engenheiros da Administração Científica no início do século 
XX. 
 
No modelo clássico, as pessoas eram vistas como apêndices da máquina; demonstrava a frag-
mentação do trabalho, dividido na linha de produção. O modelo clássico apresenta ênfase na efici-
ência e no conservadorismo dos cargos, sendo projetado para alcançar a redução de custos, a padro-
nização das atividades e o apoio à tecnologia. 
 
Este modelo, no entanto, traz como desvantagem o fato de descrever cargos simples e repetitivos e de 
propiciar a desmotivação por causa do trabalho individualizado, monótono e monopolizado pela che-
fia. 
 
Modelo humanístico 
 
O modelo humanístico é também denominado modelo de relações humanas, pelo fato de ter surgido 
com a experiência de Hawthorne. Foi a partir dela que surgiu a Escola de Relações Humanas, na déca-
da de 1930. O movimento humanista foi uma reação pendular ao mecanicismo da administração tradi-
cional da época e tentou substituir a engenharia industrial pelas ciências sociais, a organização 
formal pela organização informal, a chefia pela liderança, o incentivo salarial pelas recompensas 
sociais e simbólicas, o comportamento individual pelo comportamento em grupo e o organo-
grama pelo sociograma. 
 
Modelo contingencial 
 
O modelo contingencial representa a abordagem mais ampla e complexa, pelo fato de considerar 
três variáveis simultaneamente: as pessoas, a tarefa e a estrutura da organização. O nome con-
tingencial decorre da adequação do desenho do cargo e dessas três variáveis. Como estas assu-
mem características diferentes, o resultado é relativo, contingente e não fixo, ou padronizável. 
 
No modelo contingencial, o desenho do cargo não se baseia na presunção de estabilidade e perma-
nência dos objetivos e dos processos organizacionais, mas, ao contrário, é dinâmico e baseia-se na 
contínua mudança e revisão do cargo, como uma responsabilidade básica colocada nas mãos do ge-
rente ou de sua equipe de trabalho. 
 
Conceito de Descrição de Cargos 
 
Descrever um cargo significa relacionar o que o ocupante faz, como faz, sob quais condições faz e por 
que faz. A descrição de cargo é um retrato simplificado do conteúdo e das principais responsabi-
lidades do cargo. Ela define o que o ocupante faz, quando faz, como faz, onde faz e por que faz. 
 
 
 
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MENTORIA IFCE 
A descrição do cargo relaciona de maneira breve as tarefas, os deveres e as responsabilidades do car-
go. 
 
Conceito de Análise de Cargos (especificação do cargo) 
 
Analisar um cargo significa detalhar o que o cargo exige de seu ocupante em termos de conheci-
mentos, habilidades e capacidades, para que possa desempenhá-lo adequadamente. A análise é 
feita a partir da descrição do cargo. Embora sejam intimamente relacionadas, a diferença é que, en-
quanto a descrição de cargos focaliza o conteúdo do cargo (o que o ocupante faz, quando faz, como 
faz e por que faz), a análise de cargos procura determinar os requisitos físicos e mentais que o 
ocupante deve possuir, as responsabilidades que o cargo lhe impõe e as condições em que o 
trabalho deve ser feito. 
 
Enriquecimento de Cargo 
 
O enriquecimento de cargo representa uma forma de elevar a responsabilidade, os objetivos e os 
desafios das tarefas do cargo, podendo ser vertical (adição de responsabilidades de níveis de comple-
xidade mais elevados) ou horizontal (adição de responsabilidade no mesmo nível de complexidade). 
 
Por meio do enriquecimento de cargo, é possível reorganizar e ampliar o cargo, proporcionando o 
acréscimo de variedade, autonomia, significado, identidade e retroação e contribuindo para a satisfa-
ção do funcionário. 
 
Segundo Chiavenato (1999), o enriquecimento do cargo pode proporcionar: 
 
✓ Elevada motivação intrínseca do trabalho; 
 
✓ Desempenho de alta qualidade; 
 
✓ Elevada satisfação com o trabalho; 
 
✓ Redução de rotatividade e absenteísmo. 
 
Métodos de avaliação de cargos 
 
Consiste na divisão em dois grupos: 
 
➢ Métodos não quantitativos (escalonamento de cargos por categorias e graus pré-
determinados); 
 
➢ Métodos quantitativos (comparação por fatores e avaliação por pontos); (Chiavenato, 2003, 
p.44). 
 
 
 
 
 
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MENTORIA IFCE 
a) Método de avaliação por escalonamento 
 
Método de comparação simples, que relaciona os cargos de maneira crescente ou decrescente em 
relação ao critério de comparação, onde cada cargo é comparado aos demais (Chiavenato, 2003, p.45). 
 
Para Bohlander, Snell e Sherman (2003, p. 261): O sistema de escalonamento de cargos organiza os 
cargos com base em seu valor relativo. Uma técnica usada para classificar os cargos consiste em fazer 
os classificadores elaborar lista dos deveres e responsabilidades de cada cargo na ordem de importân-
cia deles. 
 
b) Método da comparação por fatores 
 
Utiliza o princípio de avaliação por pontos, baseado no método do escalonamento, respaldado pelos 
fatores físicos, mentais, condições de trabalho, habilidades específicas e de responsabilidades para 
analisar os cargos. 
 
De acordo com Decenzo e Robbins (2001, p. 193), “o método de comparação por fatores é um méto-
do de ordenação sofisticada e quantitativa. Os avaliadores selecionam os cargos chaves na organiza-
ção para serem os padrões”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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