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Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina Fisiopatologia UCXVII Aterosclerose Transporte de lipídeos pelas micelas e difusão através do epitélio intestinal A absorção de lipídeos da dieta depende: 1. Da presença dos sais biliares (emulsificação). 2. Da quebra pela lipase 3. Do transporte através da parede do epitélio intestinal: Difusão simples Através de transportadores de membrana, que são dois: o MVM-FABP: responsável pela absorção de ácidos graxos de cadeia longa. o Niemann Pick C1 tipo 1 (NPC1L1): via de absorção do colesterol. (A Ezetimiba é o fármaco que bloqueia a captação de colesterol pela inibição da atividade dessa proteína) Síntese de quilomícrons No interior do epitélio borda-em-escova do intestino delgado, os triglicerídeos combinam-se com o colesterol, ésteres de colesterol, fosfolipídios e apolipoproteína B 48 (Apo B-48 formando os quilomícrons. No leito capilar do tecido adiposo e no fígado, os quilomícrons são digeridos pela lipase e os ácidos graxos livres são transportados para os adipócitos. Lipoproteínas No estágio pós absortivo, após todo os quilomícrons ser removidos do sangue, mais de 95% de todos os lipídios estão na forma de lipoproteínas. São produzidas no fígado. A sua função é transportar seus componentes lipídicos no sangue. São constituídas de: Colesterol: ajuda a estabilizar a monocamada de fosfolipídeos Triacilglicerois e ésteres de colesterol: compõe o núcleo apolar da partícula de quilomícron. Triacilglicerois representam mais de 80% da massa Fosfolipídeos: estruturas em monocamada. Fazem a interface entre o núcleo apolar e o ambiente aquoso Apolipoproteínas: são as proteínas que compõe a partícula de quilomícron; agem como sinais na absorção e no metabolismo do conteúdo dos quilomícrons Estas proteínas são classificadas pelas suas densidades medidas por ultracentrifugação. Lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDLs): contém altas concentrações de triglicerídeos e concentrações moderadas de colesterol e fosfolipídios. Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina Lipoproteínas de densidade intermediária (IDLs): São lipoproteínas de muito baixa densidade das quais foi removida uma parte de triglicerídeos → concentração aumentada de colesterol e fosfolipídios. Lipoproteínas de baixa densidade (LDLs): derivadas de lipoproteínas de densidade intermediária com a remoção quase total de triglicerídeos → concentração muito elevada de colesterol e moderadamente elevada de fosfolipídios. Lipoproteínas de alta densidade (HDLs): concentração elevada de proteínas (50%) e concentrações menores de colesterol e fosfolipídios. o Acredita-se que as HDLs são capazes de absorver cristais de colesterol que começam a ser depositados nas paredes das artérias Hipercolesterolemia Hipercolesterolemia é o aumento da concentração de colesterol no sangue. É uma forma de dislipidemia. Na dislipidemia ocorre aumento de captação e oxidação subendoteliais de LDL e, por sua vez, os lipídios oxidados estimulam a produção de moléculas de adesão e citocinas inflamatórias, além da possibilidade de serem antigênicos, incitando a resposta imunomediada por células T e a inflamação na parede arterial. A hipercolesterolemia é o maior fator de risco documentado para o desenvolvimento da aterogênese. A Hipercolesterolemia Familiar é uma doença hereditária autossômica dominante, sendo uma doença genética do metabolismo das lipoproteínas, principalmente por defeito do gene LDLR que codifica o receptor de LDL Aterosclerose Arteriosclerose: espessamento, perda da elasticidade, endurecimento das artérias. Aterosclerose: tipo de arterioesclerose, caracterizada pelo espessamento das artérias em decorrência da formação de placas de ateroma (ateromatosas ou ateroescleróticas) na parede interna desses vasos. Os ateromas se formam sob o endotélio da túnica íntima das artérias. Os ateromas podem obstruir a passagem do sangue arterial e favorecem a formação de trombos (coágulos sanguíneos formados no interior dos vasos) obstrutivos nas artérias, provocando isquemia, hipóxia tecidual e necrose celular Ateroma: placa fibro-gordurosa que se desenvolve na túnica íntima das artérias, formada por colesterol e ésteres de colesterol, macrófagos, linfócitos, células musculares lisas, colágeno e proteoglicanos. Progressão: normal → estria gordurosa → placa fibrosa → placa aterosclerótica → ruptura da placa/fissura e trombose Progressão da aterosclerose Todos os estágios da aterosclerose são considerados uma resposta inflamatória, mediada por citocinas específicas Disfunção endotelial: A lesão endotelial desempenha um papel iniciador primário. O evento crítico inicial na gênese da aterosclerose é a lesão endotelial, caracterizada pela diminuição da produção de óxido nítrico (NO) concomitante à liberação de vários mediadores inflamatórios e moléculas quimioatraentes em resposta à injúria tecidual, desencadeada pelo acúmulo de LDL na parede das artérias. SEM LESÃO ENDOTELIAL RARAMENTE TEM DANO Deposição de lipídios: Os lipídios séricos, particularmente a lipoproteína de baixa densidade (LDL) e a lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL), se ligam às células endoteliais, atravessam o endotélio e são oxidados (só reconheço como ruim se for oxidado) no subendotélio. LDL se liga a proteoglicanos (GAG) da matriz subendotelial, o que contribui ao seu acumulo no local. Formação de estrias gordurosas: O endotélio lesado começa a produzir moléculas de adesão de superfície como V-CAM-1 que permitem adesão de monócitos e linfócitos T ao endotélio e posterior migração para o subendotelio. No subendotélio, os monócitos que Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina migram para o local transformam-se em macrófagos. Esses macrófagos captam os lipídios oxidados, transformando-se em células espumosas. Isto resulta nas lesões ateroscleróticas iniciais típicas, denominadas estrias gordurosas. As membranas de eritrócitos degradados que resultam da ruptura de vasa vasorum e da hemorragia dentro da placa podem ser uma fonte adicional de lipídios dentro das placas. Formação da placa fibrosa ou fibroadiposa: Vários fatores promovem a replicação de células musculares lisas e o aumento da produção de matriz extracelular densa. O resultado é uma placa fibrosa subendotelial com uma capa ou capsula fibrosa, composta por células musculares lisas da íntima, circundadas por tecido conjuntivo (colágeno principalmente) lipídios intra e extracelulares. Para a formação da cápula, Os macrófagos liberam PDGF (fator e crescimento derivado de plaquetas) que promove a proliferação e migração de células musculares lisas provenientes da tunica média. Um processo semelhante à formação óssea provoca calcificação dentro da placa. A placa fibrosa evolui para o ateroma ou placa ateromatosa formada pela cápsula fibrosa e um centro necrótico. O fator de crescimento transformador beta (TGF- β) inibe a colagenase-1, estimula o aumento do fator inibidor do plasminogênio, e modula a proliferação de células musculares lisas e células endoteliais Cápsula fibrosa: células musculares lisas, linfócitos, macrófagos, células espumosas, linfócitos, colágeno, elastina, proteoglicanos e neovascularização Centro necrótico: restos celulares, cálcio, cristais de colesterol, células espumosas Placas As placas ateroscleróticas podem ser estáveis ou instáveis: As placas estáveis regridem, permanecem estáticas ou crescem lentamente ao longo de décadas até que provoquem estenose ou oclusão. As placas instáveis são vulneráveis à erosão, fissura ou ruptura espontâneas, acarretando trombose, oclusão e infarto agudo muito antes de provocarem estenose hemodinamicamente significativa. A maioria dos eventos clínicos resulta de placas instáveis.A rigidez da capa fibrosa e sua resistência à ruptura dependem do equilíbrio relativo de deposição e degradação de colágeno Êmbolo: massa sólida, líquida ou gasosa que se desprende do seu local de origem para fazer uma obstrução a distância Etiologia Combinação de múltiplos fatores de risco cardiovascular Dislipidemia (hipercolesterolemia) Resistência à insulina - Diabetes Hipertensão arterial Tabagismo Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina Sedentarismo e Obesidade Artrite reumatoide Agentes infecciosos Álcool História familiar – genética Os fatores de risco desencadeiam a liberação de citocinas pro-inflamatórias incluindo interleucina -1 (IL- 1) e fator de necrose tumoral (TNF𝝰𝝰). Estes mediadores podem acelerar a aterogênese: Por efeito direto nas lesões Desencadeando a liberação hepática, sinalizada por IL-6 (citocina mensageira), de reagentes de fase aguda (fibrinogênio e inibidor do ativador de plasminogênio tipo 1 – PAI-1), que regulam a trombose e a estabilidade do coágulo, e de proteína C reativa, que favorece o processo de ligação de monócitos ao endotélio, com consequente aumento da formação de células espumosas. Hipertensão: diminui resistência e proteção dos vasos → agride o endotélio → dá início ao processo inflamatório Tabagismo: acelera o processo de aterosclerose → aumento da FC e da PA → elevação dos níveis de monóxido de carbono → elevação dos níveis de LDL e diminuição do HDL → lesão endotelial (aumenta o índice de morte em 200%) Diabetes Mellitus: provoca altos níveis de colesterol no sangue devido ao seu metabolismo diminuído Sedentarismo: aumento dos níveis de colesterol e da pressão arterial OBS.: Doenças reumáticas, lúpus e vasculites podem potencializar a patogênese da ateroesclerose. Consequências clínicas: angina, IAM, hipertrofia ventricular esquerda, insuficiência cardíaca, AVE, insuficiência renal, gangrena de MMII Sinais e sintomas Coronárias: Arritmia cardíaca Angina Taquipneia Carótidas: Cefaleia intensa Aliterações na musculatura facial Perda da consciência Paralisia, especialmente unilateral Impossibilidade de falar Dificuldade visual Perda de coordenação, queda Perda de consciência Membros: Dor Dormência Rins: Aumento da PA Falência renal Diagnóstico Avaliação clínica Testes laboratoriais Ecocardiograma Eletrocardiograma Tomografia Teste ergométrico Angiografia Tratamento Medicamentos: o Estatina o Antiagregantes plaquetários Angioplastia ou cateterismo → stent Bypass coronário
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