Buscar

Sala de Aula _ Estacio aual 10

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Fundamentos de Direito do Trabalho e Legislação
Aula 10: A judicialização de direitos trabalhistas: Atuação
preventiva e reativa de gestores
Apresentação
Este módulo tem por objetivo apresentar noções fundamentais sobre o processo do trabalho, examinando os princípios
processuais aplicáveis ao processo trabalhista e sua respectiva importância.
Analisaremos noções fundamentais sobre a reclamação trabalhista, os sujeitos do processo, a estrutura da Justiça
trabalhista e as formas alternativas de resolução de con�itos.
A aula objetiva fornecer elementos essenciais para a compreensão do fenômeno da judicialização de direitos trabalhistas
e estratégias para uma atuação preventiva e reativa de gestores.
Objetivos
Examinar princípios aplicáveis ao processo do trabalho, noções fundamentais da reclamação trabalhista e sujeitos
processuais;
Descrever a estrutura da Justiça do Trabalho;
Analisar os métodos alternativos de resolução de con�itos.
Princípios do Processo do Trabalho
Conceito e importância dos princípios
A palavra “princípio” traduz a ideia de começo, início, origem. Os
princípios exercem a função de proporcionar sustentação, embasar,
estruturar alguma ideia ou ideologia.
Para tratar do tema princípios do processo do trabalho, inicialmente é preciso compreender o que se entende por
“princípios” no Direito.
É importante esta ponderação inicial, uma vez que existem alguns enfoques possíveis quando tratamos juridicamente de
princípios, a exemplo dos “princípios gerais do Direito”, “princípios constitucionais” e “princípios constitucionais do processo”,
sendo necessário, assim, delimitar os princípios aplicáveis especi�camente ao processo do trabalho.
Caso um princípio processual seja violado pelas partes, ou até mesmo pelo Juiz, o resultado será a nulidade do ato processual,
ou seja, o ato processual que viola um determinado princípio não tem validade.
1
Exemplo
Exemplo: O Juiz que sentencia um processo sem oportunizar ao reclamado a apresentação de sua defesa. Essa sentença é nula
por violação ao princípio do contraditório e da ampla defesa. Foi exatamente este o entendimento do Tribunal Superior do
Trabalho no julgamento do Recurso de Revista nº 107400-09.2006.5.02.0026, em que a 7ª Turma do TST reconheceu a nulidade
absoluta da sentença por inexistência de citação válida no processo.
Indubitável, assim, que o Juiz deve observar e assegurar o cumprimento de todos os princípios processuais na condução do
processo.
Embora a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT não especi�que expressamente os princípios do processo do trabalho, é
possível identi�cá-los através da análise dos princípios constitucionais do processo e da leitura de alguns dispositivos da
própria CLT e do Código de Processo Civil.
Assim, podemos de�nir a existência de três modalidades de princípios processuais:
01 Princípios constitucionais do processo (previstos na Constituição Federal e aplicáveis a todos os processosadministrativos ou judiciais, incluindo os processos trabalhistas);
02 Princípios do Processo Civil que se aplicam ao processo trabalhista;
03 Princípios processuais do processo trabalhista.
Vale destacar os principais princípios aplicáveis ao processo trabalhista.
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0301/aula10.html
javascript:void(0);
 Principais princípios
 Clique no botão acima.
Principais princípios
a) Princípios
Constitucionais do
Processo
Breve Explicação
Princípio da isonomia
processual (Art. 5º, caput,
CF)
O Juiz deve assegurar igualdade de tratamento para as partes. Também conhecido como princípio
da paridade de armas. 
Contudo, na Justiça do Trabalho, considerando o empregado como a parte mais frágil da relação
jurídica, o Juiz pode proporcionar tratamento mais equânime ao trabalhador em determinadas
circunstâncias.
Devido Processo Legal
(Art. 5º, LIV, CF)
Sob a perspectiva processual é considerado como um superprincípio por ser considerado a base
sobre a qual todos os outros princípios e regras se sustentam (NERY JUNIOR, 2017, p. 110). 
Representa que a validade do processo está condicionada ao respeito a todas as garantias
constitucionais e legais processuais; caso contrário, sendo violada uma garantia processual, o ato
deve ser considerado nulo. 
É um princípio fundamental para o Estado Democrático de Direito porque sinaliza que tanto o Juiz
quanto as partes do processo devem respeitar a Constituição e as leis vigentes quando estiverem
litigando. 
Assim sendo, o processo só é “devido”, ou seja, adequado, correto, se estiver em estrita
consonância com os comandos constitucionais e legais.
Contraditório e ampla
defesa (Art. 5º, LV, da CF)
São garantias fundamentais do processo, mas não se confundem. O contraditório é o direito que
toda parte tem de apresentar sua versão sobre os fatos apurados no processo. 
Ampla defesa, por sua vez, é o direito da parte produzir todos os meios de prova permitidos em
Direito para provar suas razões e demonstrar, ao Juiz, o acerto/licitude de sua conduta no caso que
está sendo examinado.
Princípio do acesso à
Justiça, direito de ação
ou Inafastabilidade do
controle jurisdicional (Art.
5º, XXXV, da CF);
Toda pessoa tem direito de acionar o Poder Judiciário para buscar a tutela jurisdicional, ou seja, a
proteção que provém do Estado através da aplicação das leis. 
Ainda que a pessoa não tenha recursos financeiros, esse fator não será um obstáculo para o acesso
à Justiça, uma vez que a própria Constituição Federal assegura que serão providos aos
hipossuficientes econômicos os benefícios da Justiça Gratuita (gratuidade processual), bem como
existe uma carreira de Estado para defender os interesses dos menos favorecidos, que é a
Defensoria Pública.
Imparcialidade do Juiz
(Art. 93, IX, e 95 da CF);
O Juiz deve ser imparcial, ou seja, não pode ter vínculos com as partes que influenciem na
formação de sua convicção. 
O CPC estabelece hipóteses de impedimento e suspeição em que o Juiz deve declarar a
impossibilidade de julgar o caso e o processo será remetido a outro magistrado. 
É uma garantia fundamental para preservar a lisura, probidade e justiça do julgamento.
Motivação das decisões
judiciais (Art. 93, IX, CF)
Todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas, motivadas, ou seja, o Juiz deve expor o
raciocínio desenvolvido, os argumentos jurídicos e a análise das provas para demonstrar como
alcançou o entendimento sobre a decisão proferida.
Princípio da
proibição/vedação da
decisão surpresa
As partes não podem ser surpreendidas pelo Juiz. Assim, deve-se seguir o procedimento
estabelecido pela lei com todas as garantias processuais sendo asseguradas para as partes.
Princípio da
proibição/vedação da
prova ilícita (Art. 5º, LVI,
CF)
As provas ilícitas não podem ser utilizadas nos processos judiciais. Assim sendo, caso alguma prova
tenha sido obtida com a violação de direitos fundamentais, ou contrariando a legislação vigente,
essa prova deve ser descartada, desentranhada dos autos do processo, e o Juiz deve considerar
que essa prova nunca existiu.
Princípio da celeridade
processual ou duração
razoável do processo
(Art. 5º, LXXVIII, CF)
O processo judicial deve se desenvolver em um tempo razoável, adequado, ou seja, o Juiz deve
coibir manobras protelatórias das partes que visam atrasar o andamento processual. Celeridade
não se confunde com velocidade ou rapidez. 
A ideia é que o processo se desenvolva num tempo adequado às particularidades da causa. Assim,
um processo mais simples deve demorar menos tempo para ser encerrado, enquanto um processo
mais complexo exigirá mais tempo para ser julgado em definitivo.
b) Princípios do
Processo Civil
aplicáveis ao
Processo do
Trabalho
Breve Explicação
Princípio dispositivo ou
da inércia jurisdicional
(Art. 2º, CPC)
Considerando a inércia jurisdicional, o Juiz só pode agir se for provocado pelo jurisdicionado.
Significa dizer que, salvo raríssimas exceções legais, o Juiz deve ser acionado através de uma
petição inicial que autorizea intervenção do Estado-Juiz no exercício do poder jurisdicional, ou
seja, o poder-dever de aplicar o Direito no caso concreto, resolvendo o litígio (conflito) e
pacificando o corpo social.
Princípio da
Eventualidade (Art. 336,
CPC)
Está interligado ao direito de defesa. Por esse princípio, a parte tem a obrigação de se defender
lançando todos os argumentos defensivos que tiver. Assim, se eventualmente o Juiz não acatar o
primeiro argumento, passará a analisar os demais.
Princípio do Ônus da
Prova (Art. 373, CPC e
Art. 818, CLT)
Em regra, aquele que alega um determinado fato deverá prová-lo. Contudo, no processo
trabalhista, muitas vezes as provas documentais estão em poder do empregador; então, o Juiz
determinará que as apresente em Juízo.
Princípio da lealdade
processual (ou boa-fé)
(Art. 5º, 79 a 81, CPC)
As partes devem se comportar de forma honesta durante todo o processo. Assim, todo
comportamento desleal, trapaceiro e desonesto deve ser repreendido pelo Juiz, inclusive com a
imposição de sanções, a exemplo da litigância de má-fé.
Princípio da cooperação
ou colaboração
Está relacionado com o princípio da lealdade processual, pois reclamante, reclamado e o Juiz
devem cooperar entre si para que o processo tramite regularmente e alcance o seu objetivo.
Princípio do duplo grau
de jurisdição
Em regra, as partes têm direito a um recurso que leve a revisão da decisão discutida a um Tribunal
hierarquicamente superior, que revisará o julgamento.
c) Princípios do
Direito Processual
do Trabalho
Breve Explicação
Princípio dispositivo ou
da inércia jurisdicional
(Art. 2º, CPC)
Considerando a inércia jurisdicional, o Juiz só pode agir se for provocado pelo jurisdicionado.
Significa dizer que, salvo raríssimas exceções legais, o Juiz deve ser acionado através de uma
petição inicial que autorize a intervenção do Estado-Juiz no exercício do poder jurisdicional, ou
seja, o poder-dever de aplicar o Direito no caso concreto, resolvendo o litígio (conflito) e
pacificando o corpo social.
Princípio da
Eventualidade (Art. 336,
CPC)
Está interligado ao direito de defesa. Por esse princípio, a parte tem a obrigação de se defender
lançando todos os argumentos defensivos que tiver. Assim, se eventualmente o Juiz não acatar o
primeiro argumento, passará a analisar os demais.
Princípio do Ônus da
Prova (Art. 373, CPC e
Art. 818, CLT)
Em regra, aquele que alega um determinado fato deverá prová-lo. Contudo, no processo
trabalhista, muitas vezes as provas documentais estão em poder do empregador; então, o Juiz
determinará que as apresente em Juízo.
Princípio da lealdade
processual (ou boa-fé)
(Art. 5º, 79 a 81, CPC)
As partes devem se comportar de forma honesta durante todo o processo. Assim, todo
comportamento desleal, trapaceiro e desonesto deve ser repreendido pelo Juiz, inclusive com a
imposição de sanções, a exemplo da litigância de má-fé.
Princípio da cooperação
ou colaboração
Está relacionado com o princípio da lealdade processual, pois reclamante, reclamado e o Juiz
devem cooperar entre si para que o processo tramite regularmente e alcance o seu objetivo.
Princípio do duplo grau
de jurisdição
Em regra, as partes têm direito a um recurso que leve a revisão da decisão discutida a um Tribunal
hierarquicamente superior, que revisará o julgamento.
Justiça do Trabalho
A Justiça do Trabalho integra o Poder Judiciário Brasileiro (art. 92, incisos II-A, IV, CF). De acordo com o art. 111, CF, são órgãos
da Justiça do Trabalho:
1
Tribunal Superior do Trabalho (TST)
2
Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs)
3
Juízes do Trabalho
Nesse sentido, merece destaque que os Juízes Federais do Trabalho, que
são aprovados mediante concurso público de provas e títulos, atuam em
primeira instância nas Varas Federais do Trabalho (art. 116, CF); os
Desembargadores Federais do Trabalho atuam nos Tribunais Regionais do
Trabalho (órgãos de segunda instância); o Tribunal Superior do Trabalho é
composto por 27 ministros e tem sede na Capital Federal e jurisdição em
todo o território nacional.
É importante registrar que, após a decisão do TST, ainda
cabe recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal,
que é a última instância do Poder Judiciário brasileiro.
A título de exemplo, uma reclamação trabalhista que seja
ajuizada em uma das Varas do Trabalho de Araçatuba/SP
(1ª instância), ao ser julgada pelo Juiz Federal do Trabalho,
da sentença cabe recurso ordinário para o Tribunal Regional
do Trabalho da 15ª Região em Campinas/SP (2ª instância).
Com o julgamento do recurso ordinário, do acórdão do TRT
15, cabe recurso de revista para o Tribunal Superior do
Trabalho, sediado em Brasília. Com o julgamento do
recurso, do acórdão do TST ainda é possível ajuizar recurso
extraordinário ao Supremo Tribunal Federal (STF), também
sediado em Brasília/DF.
Identi�ca-se, assim, que qualquer processo trabalhista, no
Brasil, pode percorrer até quatro instâncias, embora não seja
obrigatório que isso aconteça.
Signi�ca dizer que uma reclamação trabalhista pode ser
encerrada em primeiro grau, com a sentença proferida pelo
Juiz do Trabalho, ou no TRT, ou no TST, ou no STF, o que
explica, por vezes, a morosidade para se alcançar o
julgamento de�nitivo do processo.
A estrutura do Poder Judiciário brasileiro é dividida em Justiça Comum (Estadual e Federal) e Justiça Especializada (Justiça Militar, Justiça
Eleitoral e Justiça do Trabalho). Assim, a Constituição Federal estabelece a competência de cada juiz e tribunal, e é possível identificar que a
Justiça Comum Estadual – que julga casos envolvendo a área cível e criminal, principalmente – é a mais presente nos municípios brasileiros.
Assim sendo, é necessário ponderar que a Justiça do Trabalho não está em todos os municípios . Ao contrário, geralmente encontramos
as Varas do Trabalho sediadas em cidades de médio ou grande porte, e os 24 Tribunais Regionais do Trabalho existentes no Brasil,
atualmente, são sediados nas capitais dos Estados ou cidades de grande porte. Como visto, a Justiça do Trabalho se trata de justiça
especializada ou especial que tem competência para o julgamento de processos envolvendo relações de trabalho e emprego, conforme
determina o artigo 114 da Constituição Federal brasileira (CF).
2
3
4
 Fonte: Shutterstock por Mike Fouque
A CLT reforça essa ideia ao indicar que os dissídios, oriundos das relações entre empregados e empregadores, bem como de
trabalhadores avulsos e seus tomadores de serviços, em atividades reguladas na legislação social, serão dirimidos pela Justiça
do Trabalho, na forma estabelecida pelo processo judiciário do trabalho (art. 643, CLT).
Saiba mais
Tanto os Tribunais Regionais do Trabalho quanto o Tribunal Superior do Trabalho detém competência originária (processos que
se iniciam diretamente no Tribunal) e recursal (o Tribunal é provocado a julgar um recurso contra uma decisão proferida por órgão
hierarquicamente inferior).
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0301/aula10.html
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0301/aula10.html
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0301/aula10.html
Reclamação trabalhista
Conceito
Para que a Justiça do Trabalho seja acionada, é necessário o ajuizamento de uma reclamação trabalhista.
A reclamação trabalhista é a petição inicial do processo
trabalhista, ou seja, é o documento que narrará os fatos, o Direito e
veiculará os pedidos do reclamante (autor da ação).
5
É o ato processual que, uma vez ajuizado, provoca o Estado-Juiz a exercer sua função jurisdicional na resolução de con�itos.
Nos processos que se iniciam nas Varas do Trabalho, com o ajuizamento da reclamação trabalhista, a ação será julgada em
primeira instância por uma sentença proferida pelo Juiz do Trabalho.
É na reclamação trabalhista que se de�ne o objeto do processo, ou seja, o que o autor pretende obter no Poder Judiciário.
Tanto é assim, que o Juiz estará vinculado aos limites do pedido formulado pelo reclamante (princípio da congruência)e não
poderá decidir concedendo a mais do que foi pedido ou objeto diverso.
Dois exemplos para uma melhor compreensão:
(a) Imagine que o reclamante requereu a
condenação da empresa ao pagamento de
adicional de insalubridade. Ao sentenciar o
processo, o Juiz entende que não cabe
adicional de insalubridade, mas condena a
empresa ao pagamento de danos morais.
Se o reclamante não pediu danos
morais, mesmo que exista um suporte
fático-probatório que autorize essa
condenação, o Juiz não poderá
condenar a empresa, pois isso não foi
requerido pelo reclamante;
(b) Imagine que o reclamante requereu a
condenação da empresa ao pagamento de
adicional de insalubridade de grau médio.
Após a realização da perícia, o Juiz
identi�ca que existia insalubridade de grau
máximo.
Contudo, como foi requerido apenas o
pagamento de insalubridade de grau
médio, o Juiz não poderá conceder mais
do que foi pedido, e deverá julgar a
causa concedendo apenas a
insalubridade de grau médio requerida.
 
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0301/aula10.html
Através da reclamação trabalhista se leva ao conhecimento
do Juiz os fatos, a exposição dos fundamentos jurídicos e
os pedidos. Com a leitura da petição inicial, o reclamado
(que é a parte contrária, ocupando o polo passivo da relação
jurídico-processual) terá conhecimento sobre os
argumentos do autor para poder respondê-los em sua
contestação.
Com a reclamação trabalhista e a contestação, o Juiz
autorizará a produção das provas requeridas pelas partes
que se �zerem necessárias para a elucidação do caso
concreto. Ex.: Produção de perícia, oitiva de testemunhas,
exibição de documentos etc.
Assim, garantindo o contraditório e a ampla defesa, a
paridade de armas e a isonomia processual, encerrará a
atividade jurisdicional de primeiro grau, ao julgar o caso
proferindo uma sentença.
 Fonte: Shutterstock por Proxima Studio
Previsão legal e requisitos da reclamação trabalhista
O processo do trabalho é regido, principalmente, pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT (Decreto-Lei nº 5.452/43).
Contudo, havendo omissão, ou seja, caso a CLT não discipline especi�camente uma determinada matéria processual, deve-se
aplicar, subsidiariamente, o Código de Processo Civil – CPC (Lei 13.105/2015).
Depreende-se que a reclamação trabalhista pode ser escrita ou verbal. O fato de qualquer pessoa poder se dirigir diretamente à
Vara do Trabalho para formalizar sua reclamação trabalhista, ainda que verbalmente, bem demonstra a simpli�cação do
procedimento para possibilitar o efetivo acesso à Justiça.
Contudo, embora o empregado possa postular em juízo sem estar representado por um advogado, é sempre recomendável que
constitua defesa técnica, uma vez que o reclamante pode não ter conhecimento de todos os direitos que tem e até mesmo
enfrentar di�culdades para entender o processo judicial.
Da análise conjunta entre o art. 840, §1º, CLT e art. 319, CPC, depreende-se
que são requisitos da petição inicial (reclamação trabalhista):
a) Endereçamento: O juízo a que é dirigida a petição;
b) Quali�cação das partes (reclamante e reclamado): Nome completo,
nacionalidade, estado civil, pro�ssão, RG, CPF ou CNPJ (tratando-se de
pessoa jurídica), endereço, endereço eletrônico (e-mail).
c) Narração dos fatos: Versão apresentada pelo autor sobre os fatos
ensejadores do Direito;
d) Exposição dos fundamentos jurídicos do pedido: Apresentação das
razões jurídicas, com base na legislação, jurisprudência, documentos,
demais provas etc.
e) Pedido: Pretensão do autor, ou seja, o que ele busca alcançar caso seja
deferido o seu pedido.
f) De�nição do valor da causa;
g) Indicação das provas.
Sujeitos na relação processual
Os sujeitos na relação processual são as pessoas que atuam e participam diretamente no processo, quais sejam: As partes,
seus respectivos advogados ou defensores públicos, o Ministério Público, terceiros (que podem intervir no processo), o Juiz e
os auxiliares da Justiça.
Clique nos botões para ver as informações.
No processo trabalhista, o autor da ação (polo ativo), ou seja, aquele que propõe a reclamação trabalhista, é chamado de
reclamante (ou requerente, autor). Por sua vez, a reclamação trabalhista é proposta em face do reclamado (ou requerido,
réu), que integra o polo passivo da demanda.
Assim, imagine que José ajuíze uma reclamação trabalhista em face da empresa X. José será o reclamante e a empresa
X a reclamada.
No Brasil, toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos (Art. 1º, Código Civil) tem capacidade para estar em
juízo (art. 70, CPC). A reclamação trabalhista pode ser ajuizada pela própria pessoa interessada (de forma verbal,
conforme estudado no item anterior) ou através de advogados.
Porém, também é possível que o Sindicato da Categoria ou o Ministério Público do Trabalho ajuízem ações representando
os interesses dos empregados.
O art. 77 do Código de Processo Civil determina os deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que, de
qualquer forma, participem do processo.
Ressalte-se que, caso as partes violem os mencionados deveres processuais, poderão ensejar a condenação por litigância
de má-fé, indenização por dano processual e, em casos especí�cos, até mesmo assédio processual.
No que se refere aos advogados, o reclamante deverá constituir sua defesa técnica através de uma procuração,
conferindo todos os poderes de representação em juízo.
O cliente deve se atentar aos poderes que está transmitindo ao advogado, uma vez que a procuração pode ser �rmada na
modalidade Ad Judicia et extra, que confere ao defensor poderes para transigir (�rmar acordo), pagar e dar quitação, entre
outros.
Partes e seus advogados 
José Cairo Jr. ensina que “veri�ca-se a intervenção de terceiros quando uma pessoa ingressa em um processo que,
originariamente, não é parte, por iniciativa própria ou por provocação do reclamante ou do reclamado” (2018, p. 283).
Signi�ca dizer que, em algumas situações autorizadas por lei, alguém que não faz parte do processo judicial pode ser
convocado a integrar a relação jurídico-processual. Exemplo: Imagine num acidente automobilístico em que A processa B.
Ocorre que B, por ter um seguro, poderá convocar a seguradora para fazer parte do processo judicial. Esse é um exemplo
de chamamento ao processo.
São formas de intervenção de terceiros admitida no processo do trabalho brasileiro:
a) Assistência;
b) Denunciação da lide;
c) Chamamento ao processo;
d) Incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
e) Amicus curiae.
Terceiros que podem intervir no processo 
O Ministério Público do Trabalho (MPT) é considerado função essencial à Justiça pela Constituição da República de 1988
(Artigos 127 e 128, inciso I, alínea “b”, CF).
Nos artigos 83 a 86 da Lei Complementar 75/93, observamos um detalhamento da competência, dos órgãos e da carreira
do MPT. O Código de Processo Civil também determina que o Ministério Público atuará na defesa da ordem jurídica, do
regime democrático e dos interesses e direitos sociais e individuais indisponíveis (art. 176).
Em juízo, o Ministério Público do Trabalho poderá atuar no processo em duas funções distintas: a) autor da ação ou b)
�scal da lei (custos legis).
Como autor da ação, o órgão ministerial tem legitimidade para a propositura de ação civil pública ou ações coletivas, a
exemplo do art. 114, §3º, CF, que determina que, “em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do
interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho
decidir o con�ito”.
Ademais, o CPC também dispõe de que o Ministério Público exercerá o direito de ação em conformidade com suas
atribuições constitucionais (art. 177).
Contudo, o Ministério Público do Trabalho também poderá atuar, ainda que não seja parte no processo trabalhista, caso
vislumbre a presença de interesse público ou social. Nesse caso, o MPT deverá o�ciar como custoslegis, por expressa
determinação do art. 83, inciso II, da Lei Complementar 75/93.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) 
Na Justiça do Trabalho, os juízes – bacharéis em direito que cumpram os requisitos legais e sejam aprovados no
concurso da magistratura trabalhista – são responsáveis por conduzir os processos judiciais em primeiro grau (primeira
instância).
Assim, quando uma reclamação trabalhista é ajuizada, o Juiz do Trabalho deverá veri�car seus requisitos de
admissibilidade, determinar a citação do reclamado para que integre a relação jurídico-processual e apresente
contestação, analisar os argumentos e documentos apresentados pelas partes, deferir ou indeferir os pedidos de
produção de prova, presidir as audiências – quando for necessária a produção de prova oral como ouvir o reclamante ou
reclamado, oitiva de testemunhas, peritos etc. – conceder ou indeferir os pedidos de tutela provisória, a exemplo dos
pedidos de decisão liminar, satisfativas ou cautelares, em que antes da sentença o Juiz já pode conceder,
provisoriamente, o pedido de alguma das partes, e, ao �nal do procedimento, encerrada a instrução processual, o
magistrado deverá proferir sentença.
Após o trânsito em julgado do processo de conhecimento, é o Juiz do Trabalho que conduzirá a fase de execução
trabalhista em que, caso não haja cumprimento voluntário da parte que foi condenada a alguma obrigação de pagar, fazer
ou não fazer, ou entregar coisa, iniciar-se-á o cumprimento de sentença, em que o Juiz deve autorizar todos os meios
executivos (penhora on line, penhora de bens, penhora de faturamento, penhora “na boca do caixa”, arresto, sequestro,
inscrição do devedor nos cadastros de inadimplência etc.) para que se obtenha a satisfação do Direito do exequente (a
parte que executa a decisão judicial transitada em julgado).
É importante ressaltar que o Juiz deve ser imparcial e, para assegurar que isso aconteça, o Código de Processo Civil
estabelece hipóteses de impedimento (art. 144, CPC) e suspeição (art. 145, CPC) do Juiz, situação em que o magistrado
deverá se declarar impedido de julgar a causa, e o processo será remetido a outro Juiz.
Assim, a título de exemplo, o Juiz não pode julgar um processo envolvendo um amigo íntimo, um inimigo ou sócio etc.
O art. 149 do CPC dispõe que são auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam determinadas pelas
normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o o�cial de justiça, o perito, o depositário, o
administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o
regulador de avarias.
É evidente que estes auxiliares não participam de todos os processos, mas, a depender da necessidade que surja no caso
concreto, serão convocados pelo Juiz para atuar no feito.
O Juiz e os auxiliares da Justiça 
Meios Alternativos na Solução de Con�itos (MASC)
De acordo com o Relatório “Justiça em números” do CNJ (Conselho Nacional de Justiça)., no ano de 2019 foram ajuizadas
quase 3.5 milhões de novas ações na Justiça do Trabalho brasileira. Neste cenário de milhões de reclamações trabalhistas
sendo ajuizadas anualmente, tem ganhado força nos últimos anos um movimento de incentivo aos meios alternativos na
solução de con�itos.
Saiba mais
javascript:void(0);
Tanto é assim que o novo Código de Processo Civil de 2015, de forma simbólica, logo no seu art. 3º, a�rma que:
o Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos con�itos (§2º);
e que a conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de con�itos deverão ser estimulados por juízes,
advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial (§3º).
É interessante notar que, no mesmo art. 3º, CPC, também temos o comando de que é permitida a arbitragem, na forma da lei
(§1º).
Trata-se de uma tendência de implantar uma nova mentalidade, uma nova ideologia na cultura jurídica brasileira, qual seja:
Oportunizar às partes todas as condições para que obtenham a autocomposição, vale dizer, proporcionar condições
adequadas e incentivos para que as próprias partes cheguem consensualmente a um acordo, evitando-se:
a) o ajuizamento de um processo judicial; ou
b) que as partes �quem litigando por anos até a obtenção de uma decisão judicial de�nitiva que, uma vez transitada em
julgado, caso não seja cumprida voluntariamente, se desdobraria numa fase de execução através do cumprimento de
sentença.
Clique nos botões para ver as informações.
6
Na conciliação busca-se incentivar as próprias partes a alcançaram a solução consensual do litígio. Os conciliadores
acabam tendo postura mais ativa, propondo sugestões de resolução do con�ito, mas são as partes que devem decidir, em
comum acordo.
O conciliador deve ter por características a neutralidade e capacidade de diálogo; contudo, não decide nada, apenas auxilia
as partes que poderão obter um acordo ou não.
É importante pontuar que a conciliação pode se dar no curso de um processo judicial (pelo próprio Juiz ou por
pro�ssionais habilitados junto ao Poder Judiciário) ou até mesmo fora dele (conciliação extrajudicial).
Embora possa propor alternativas, os conciliadores não podem pressionar as partes, devendo manter uma postura
cordial, respeitosa e equilibrada. Os conciliadores podem colaborar caso exista negociação entre as partes apresentando
sugestões, mas a decisão �nal deve ser sempre das partes.
Autocomposição através da conciliação 
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0301/aula10.html
Na mediação, o mediador adota uma postura mais neutra, mais contida, no sentido de apenas organizar o diálogo entre
as partes. Diferente do conciliador – que apresenta sugestões –, o mediador não propõe nada, apenas cria condições
adequadas para que as próprias partes dialoguem e alcancem uma solução.
Deve manter a ordem e mediar o diálogo, mas as tratativas, propostas e contrapostas são travadas diretamente entre as
partes, sem a colaboração do mediador.
A mediação não foca apenas no litígio (con�ito de interesses), mas também objetiva a restauração de vínculos entre as
partes. Dessa forma, caso obtenha êxito, além de resolver o problema, a mediação também reestabelece uma boa
convivência entre os litigantes.
Assim como na conciliação, podem ser feitas uma ou várias sessões para se obter um resultado positivo e que satisfaça
o interesse de todos os envolvidos. Aliás, é natural que uma única sessão seja insu�ciente, pois as partes, após
dialogarem e ouvirem propostas e contrapropostas, podem necessitar de mais tempo para pensar melhor. Nada impede
que sejam marcadas outras sessões até se alcançar o acordo.
Atenção: Fatores comuns à mediação e conciliação
Tanto a conciliação quanto a mediação podem ser judicial ou extrajudicial, ou seja, podem se dar no curso de um
processo já ajuizado ou até mesmo antes dele, e se mostram alternativas muito vantajosas em comparação com o
enfrentamento de uma demanda judicial por alguns fatores como:
Celeridade: Caso as partes cheguem a um acordo, obtém-se a solução do problema muito mais rapidamente do que o
enfrentamento de um processo judicial até a decisão de�nitiva.
Economicidade: As partes poderão economizar recursos �nanceiros que seriam despendidos no pagamento de custos e
despesas judiciais, honorários advocatícios de sucumbência etc.
Reestabelecimento de vínculos: O diálogo, além de possibilitar um acordo que encerre o con�ito de interesses, também
pode reestabelecer uma convivência harmônica e respeitosa entre as partes.
Ressalte-se que, na Justiça do Trabalho, existe uma fase processual especí�ca para a tentativa de acordo, denominada de
audiência inicial. Nesta audiência inicial não se produz prova, em regra, ou seja, não é destinada para ouvir testemunhas,
peritos, as partes etc. Ela tem por objetivo veri�car se existe alguma proposta de acordo e para alguns requerimentos ao
Juiz.
Caso seja celebrado acordo entreas partes, o Juiz homologará o acordo por sentença e o processo será encerrado. Caso
não exista acordo, o processo segue o seu procedimento.
Entretanto, nada impede que o acordo seja obtido pelas partes em qualquer fase do processo, cabendo ao Juiz promover,
a qualquer tempo, a autocomposição (Art. 139, V, CPC), e, exatamente por isso, sempre que presidir uma audiência – seja
inicial, seja de instrução e julgamento – orientar as partes sobre a possibilidade de acordo e questioná-las sobre ela.
Ademais, com o novo Código de Processo Civil de 2015, também se criou, para os processos cíveis, uma audiência
especí�ca para a tentativa de acordo, denominada de audiência de conciliação ou de mediação (art. 334, CPC).
Por �m, é necessário advertir que não são todos os con�itos de interesses ou processos judiciais que admitem a
conciliação ou mediação, uma vez que os direitos envolvidos devem admitir a transação (acordo), o que é mais comum
nos direitos patrimoniais disponíveis, ou seja, em relações jurídicas disciplinadas pelo Código Civil, Código de Defesa do
Consumidor, Código Comercial etc.
A título de exemplo, num caso envolvendo Direito Penal, como uma agressão que caracterize violência doméstica, não
poderá existir acordo, e a mediação ou conciliação estarão descartadas.
Autocomposição através da mediação 
A arbitragem é disciplinada pela Lei nº 9.307/96, que foi atualizada pela 13.129/2015 e só pode ser utilizada para o
julgamento de litígios que envolvam direitos patrimoniais disponíveis. Trata-se de uma tendência moderna de evitar-se a
via tradicional do processo judicial que se desenvolve perante o Poder Judiciário.
Na arbitragem, as próprias partes, de comum acordo, escolhem um terceiro (árbitro) que julgará o litígio. Não se trata de
um Juiz que integra o Poder Judiciário brasileiro, mas de um pro�ssional neutro e imparcial que tenha a con�ança mútua
das partes e, geralmente, seja um especialista naquele assunto.
As partes podem escolher mais de um árbitro (desde que seja sempre em número ímpar) e a sentença arbitral se tornará
título executivo judicial (art. 515, VII, CPC), o que signi�ca dizer que poderá ser executada como se fosse uma sentença
judicial.
As partes também podem estabelecer o procedimento do processo arbitral, as etapas e os prazos. Além de possibilitar
uma simpli�cação do procedimento, surgem como vantagens da arbitragem a celeridade (um processo arbitral, em regra,
é julgamento em tempo muito menor do que um processo judicial) e o sigilo (haja vista que, em regra, os processos
judiciais são públicos).
Contudo, ressalte-se que os árbitros também devem incentivar a autocomposição.
A decisão arbitral não precisa ser con�rmada ou homologada pelo Poder Judiciário, mas isso não exclui a possibilidade
de discutir nulidades da decisão em um processo judicial.
Arbitragem 
Atividades
1. João, que foi demitido pela empresa X, decide ajuizar reclamação trabalhista. Vai até a Vara do Trabalho e, verbalmente, sem
estar acompanhado por advogado, registra a reclamação trabalhista. O Juiz do Trabalho determina a citação da empresa, mas o
O�cial de Justiça não consegue citá-la.
Signi�ca dizer que a empresa sequer tinha conhecimento da reclamação trabalhista ajuizada em seu desfavor. Mesmo sem a
citação, o Juiz profere decisão (sentença) condenando a empresa conforme o pedido formulado por João. Diante deste contexto,
assinale a alternativa correta:
a) A reclamação trabalhista não poderia ter sido admitida, haja vista que João não constituiu advogado para representá-lo.
b) O Juiz agiu corretamente, respeitando o princípio do devido processo legal.
c) A decisão do Juiz é nula por violar o princípio do contraditório e da ampla defesa, uma vez que a falta de citação válida resulta em
nulidade.
d) A decisão do Juiz foi correta, pois está de acordo com o princípio da oralidade e da informalidade.
2. Lucas ajuizou reclamação trabalhista requerendo o reconhecimento de que o trabalho por ele desenvolvido caracterizaria
insalubridade de grau médio. Ao responder à reclamação trabalhista, a empresa requereu a produção de prova pericial. Após a
realização da perícia �cou constatado que a atividade desenvolvida por Lucas con�gura insalubridade de grau médio.
Diante deste contexto, assinale a alternativa correta:
a) O Juiz deverá condenar a empresa ao pagamento de adicional de insalubridade de grau máximo, acompanhando o resultado da
perícia.
b) O Juiz deverá condenar a empresa ao pagamento de insalubridade de grau médio, conforme requerido por Lucas em sua petição
inicial.
c) Caso o Juiz entenda que Lucas também tem direito a danos morais, além da insalubridade de grau médio, ele poderá condenar a
empresa em danos morais.
d) O pedido de Lucas deve ser julgado improcedente porque a perícia não concluiu pela insalubridade de grau médio.
3. Maria ajuíza reclamação trabalhista em face da empresa Y. O Juiz do Trabalho profere sentença e Maria decide recorrer da
decisão. Diante deste contexto, assinale a alternativa correta:
a) Maria deverá recorrer ao TRT – Tribunal Regional do Trabalho.
b) Maria deverá recorrer ao TST – Tribunal Superior do Trabalho.
c) Maria deverá recorrer ao STF – Supremo Tribunal Federal.
d) Da decisão do Juiz do Trabalho não cabe recurso.
4. Sobre os métodos alternativos para a resolução de con�itos, assinale a alternativa correta:
a) Na mediação, o mediador deve ter uma postura mais ativa, e, além de criar condições para o diálogo, deve propor soluções e auxiliar as
partes a alcançarem um acordo.
b) Na Justiça do Trabalho, o Juiz tentará a conciliação das partes na audiência inicial. Caso não tenha êxito, não existe outra oportunidade
para a tentativa de conciliação.
c) Para ter validade, a sentença arbitral precisa ser confirmada pelo Juiz do Trabalho.
d) A conciliação deve ser incentivada a qualquer tempo, e o Juiz poderá tentar conciliar as partes em qualquer fase do processo.
5. Sobre as vantagens ou benefícios dos meios alternativos de resolução de con�itos, assinale a alternativa incorreta:
a) Uma das principais vantagens da conciliação é a celeridade na resolução do conflito.
b) Admite a arbitragem para julgar todo e qualquer tipo de conflito envolvendo qualquer tipo de direito.
c) A mediação pode ser realizada em uma ou várias sessões, até que as partes alcancem um acordo.
d) A conciliação e mediação podem se dar num processo já em curso ou fora dele, na modalidade extrajudicial.
e) A conciliação e mediação devem ser estimuladas a todo tempo e, além de resolver o conflito, também reestabelece uma convivência
harmônica entre as partes.
Notas
Princípios 1
Princípios são certas ideias básicas, ou fundamentais, sobre as quais se apoiam todas as ciências. São como os alicerces de
uma construção, que se situam fora da edi�cação, mas sem cujo apoio esta não se sustenta. Nenhuma ciência será
su�cientemente sólida nem serão coerentes entre si os conceitos e soluções propostas, se não for construída, desenvolvida e
praticada em consonância com essas ideias, ou princípios. Daí dizer a boa doutrina que, como o nome indica, os princípios
atuam realmente como um começo de toda construção cientí�ca (Miguel Reale). Como toda ciência, a teoria do processo
apoia-se em certos princípios fundamentais situados à sua base, os quais devem ser observados na elaboração das leis
processuais, em sua interpretação e em sua aplicação em casos concretos. Os princípios do direito e da ciência do processo
são principalmente aqueles estabelecidos na Constituição Federal, como o da inafastabilidade do controle jurisdicional, o do
contraditório, o do devido processo legal, o da proporcionalidade, o da igualdade das partes, o do juiz natural, o da publicidade
dos atos processuais, o do duplo grau de jurisdição etc. (DINAMARCO, BADARÓ, LOPES, 2020, p. 79)
Municípios 2
Nas comarcas não abrangidas pela jurisdição da Justiça do Trabalho, a sua competência pode ser atribuída ao juiz de direito,
com recurso para o Tribunal Regional do Trabalho (CF, art.112). (ALVIM, 2018, p. 49)
Tribunais Regionais do Trabalho 3
Um TRT para cada Estado federado, salvo Acre, Roraima, Amapá e Tocantins, que são jurisdicionados pelos TRTs com sede em
Rondônia, Amazonas, Pará e Distrito Federal, respectivamente. O Estado de São Paulo tem dois Tribunais Regionais do
Trabalho, com sede em São Paulo (2ª Região) e outro com sede em Campinas (15ª Região). (CAIRO JR, 2018, p.123)
Tribunais Regionais do Trabalho 4
Para Cândido Rangel Dinamarco: “São especiais as Justiças que exercem a chamada jurisdição especial, referente a ramos do
direito substancial especial. A Justiça Eleitoral trata com o direito eleitoral; a Justiça do Trabalho, com direito e relações do
trabalho; a Justiça Militar, com o direito penal militar. São comuns as que exercem a jurisdição comum, em relação a con�itos
regidos preponderantemente pelo direito substancial comum (direito civil, direito comercial, direito administrativo). Tais são a
Justiça Federal, as Justiças dos Estados e a Justiça do Distrito Federal e Territórios, que atuam segundo as regras do direito
processual civil e do direito processual penal comuns. OS processos conduzidos pelas Justiças especiais são regidos por
ramos do direito processual especial – direito processual do trabalho, direito processual penal militar, direito processual
eleitoral. (DINAMARCO, 2020, p. 497-498).
Petição inicial 5
José Cairo Jr. leciona que “Já a petição inicial é a materialização de um ato processual por meio do qual o autor da ação
provoca a atuação do Poder Judiciário, por intermédio do exercício do seu direito público e subjetivo de ação. Nesse contexto o
autor narra os fatos, expõe sua pretensão, solicita a entrega da tutela jurisdicional para solução do con�ito de interesses
caracterizado pela pretensão resistida e dá início à relação jurídica processual trabalhista. É um dos atos processuais mais
importantes no âmbito do processo, visto que é a partir dele que se de�ne a futura atuação da parte contrária (com a
apresentação da defesa pelo reclamado) e impõe os limites para a prolação da sentença, responsável pelo �m da relação
processual de conhecimento, com ou sem a resolução do mérito”(CAIRO JR, 2018, p. 429).
Nova ideologia 6
A autocomposição passa a ser uma alternativa bastante interessante do ponto de vista do sistema de soluções dos litígios
sempre que tratarmos de direitos disponíveis. A autocomposição bilateral pode ser fruto de: (a) a negociação, em que as partes
tentam acordar a solução do litígio sem a intervenção de um terceiro apto a ajudá-las nesse propósito, bem como (b) a
conciliação e (c) a mediação, estas duas caracterizadas pelo fato de um terceiro capacitado cooperar com as partes na
formação do resultado (SOUZA, CARACIOLA, ASSIS, FERNANDES, DELLORE, 2017, p. 12-13).
Referências
ALVIM, J.E. Carreira; Teoria geral do processo. 21.ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2018.
CAIRO JR., J. Curso de direito processual do trabalho. 12.ed. Salvador: Editora JusPodivm, 2018.
NERY JR., N. Princípios do processo na constituição federal. 13.ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2017.
DINAMARCO, C.R. Instituições de direito processual civil. 10.ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2020.
DINAMARCO, C.R.; BADARÓ, G.H.R.I.; LOPES, B.V.C. Teoria geral do processo. 32.ed. São Paulo: Malheiros Editores. 2020.
SOUZA, A.P. et al. Teoria geral do processo contemporâneo. 2.ed. São Paulo: Editora Atlas (GEN), 2017.
Próxima aula
Explore mais
Explore +
Leia sobre A estrutura da Justiça trabalhista https://www.tst.jus.br/web/acesso-a-informacao/justica-do-trabalho.
Leia o texto Mediação no processo do trabalho: in�uência do novo Código de Processo Civil https://as1.trt3.jus.br/bd-
trt3/bitstream/handle/11103/27290/Revista%2092%20TRT%203%20Regiao-171-186.pdf?sequence=2&isAllowed=y.
javascript:void(0);
javascript:void(0);

Outros materiais