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Tutoria 2 - Indicando a realidade

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Tutoria 2 - Indicando a realidade
Conceituar epidemiologia descritiva.
Estudar o que são e a função das
variáveis pessoa, espaço e tempo.
Discorrer sobre os indicadores de
saúde (mortalidade, morbidade,
letalidade, etc).
Definir vulnerabilidade social.
Epidemiologia descritiva (Rouquayrol)
Objetivo central: delinear o perfil
epidemiológico das populações e
possibilitar intervenções de saúde
coletiva contextualizadas por meio do
estudo da frequência e da distribuição
desses eventos em função de
variáveis circunstanciais ligadas ao
tempo, ao lugar e à pessoa.
Influências dos resultados obtidos a
partir dos estudos epidemiológicos
descritivos:
➢ Orientação mais direcionada;
➢ Ações de assistência, prevenção e
controle de doenças;
➢ Refino de hipóteses causais;
➢ Análise de tendências
epidemiológicas a partir do
conhecimento temporal e espacial
de uma doença;
➢ Identificação mais clara de grupos
vulneráveis;
Por que a Epidemiologia descritiva
ganhou espaço nos últimos tempos?
➢ Análise espacial e temporal com
maior precisão de categorização a
partir da exploração de dados;
➢ Intersecção com outras áreas (Ex:
sociologia);
➢ Descentralização do sistema de
saúde estimula a caracterização
dos eventos em nível local com
vistas a ações descentralizadas,
contextualizadas e mais efetivas.
➢ Fundamental para investigação de
doenças emergentes e
reemergentes (Ex: casos de H1N1
em 2009 e Febre Amarela Silvestre
no Brasil - pág. 199 - Rouquayrol).
IMPORTÂNCIA -> COMPREENSÃO DA
DINÂMICA ESPACIAL, TEMPORAL E
INDIVIDUAL PARA O COLETIVO A FIM DE
SE CHEGAR ÀS MEDIDAS MAIS
ADEQUADAS À SITUAÇÃO,
PRINCIPALMENTE POR FORNECEREM AS
PRIMEIRAS PISTAS SOBRE OS FATORES
DETERMINANTES PARA O PROCESSO
SAÚDE-DOENÇA.
Variável epidemiológica relacionada ao
tempo, ao espaço e à pessoa:
1. Tempo: serve para monitorar a
saúde populacional, prever
cenários, direcionar planejamento
de saúde e avaliar impactos das
intervenções.
➢ Intervalo de tempo: quantidade
de tempo entre um evento e outro
(horas, dia, semana, mês, ano).
Outro termo associado: tempo de
incubação - lapso entre a
exposição a fatores de risco e os
primeiros sintomas.
➢ Intervalo cronológico: intervalo
de tempo datado e definido por
marcos cronológicos retirados do
calendário oficial. Ex: datação de
incidência da Poliomioelite (ano a
ano);
➢ Período: partes delimitadas de um
tempo, marcadas
cronologicamente e especificadas.
Fazem sentido ao investigar surtos
que envolvam a ingestão de
alimentos.
Outros conceitos:
➢ Distribuição cronológica: relação
entre sequência de marcos
cronológicos sucessivos e uma
variável de frequência. Usa-se
geralmente anos do calendário.
Possui variantes (mensais, biênios,
triênios). De onde tirar essas
informações? DATA SUS. Ele
possui dados sobre mortalidade,
doenças, agravos e morbidade.
A variável de frequência pode ser
expressa em números absolutos.
Qual o benefício de padronizar?
Facilitar a comparação de
indicadores de saúde por cidades,
estados ou mesmo países com
diferentes tamanhos populacionais.
Objetivo: Propor hipóteses a
serem investigadas a partir de
estudos analíticos e revelar
tendências futuras.
AINDA QUE SEJA EFICIENTE
QUANDO PRATICADA, POSSUI DATA
DE VALIDADE EM VIRTUDE DAS
MUDANÇAS QUE PODEM OCORRER
NO CENÁRIO EPIDEMIOLÓGICO.
Principais variações em relação ao
tempo
➢ Variação atípica: Alterações na
incidência das doenças. (Caso da
COVID? Sim - caso de surtos ou
processos endêmicos. Outros:
cólera, febre amarela,
leishmaniose);
Como saber se é atípica? A partir
da análise dos diagramas de
controle. Termos importantes para
tal:
● Progressão: Período a partir
do qual aquele evento sob
vigilância ultrapassa o limite
superior do diagrama até o
pico de incidência.
● Regressão: período de
maior incidência e a volta da
ocorrência dentro do
esperado.
● Egressão: somatório da
progressão com a regressão
(rompimento do limite
superior do diagrama até
seu retorno à intensidade
esperada).
➢ Variação cíclica: apresenta ciclos
periódicos e regulares
independentes da tendência em
ser ascendente ou descendente.
Surgem pela forma natural da
doença, sem intervenções para
controle. Ex: Sarampo, Rubéola e
Difteria. Poderiam ser induzidas
por vacinações (caso do Brasil com
algumas doenças
imunopreveníveis).
➢ Variação sazonal: quando a
doença ou agravo repete-se
sempre na mesma estação do ano.
Influenciado por períodos mais ou
menos chuvosos, por exemplo. Ex:
picadas de cobra na região
Centro-Oeste, Dengue na Região
Norte, Leptospirose no Sudeste.
Observação: não se limita a
doenças transmissíveis, podendo
ser citadas as alergias, acidentes
de trânsito e queimaduras;
➢ Tendência histórica (ou secular):
Recomenda-se que seja superior a
10 anos de análise. Caracteriza-se
pela incidência/prevalência ou
mortalidade/letalidade de doenças
observadas por longo período de
tempo.
O que explica essas variações?
- Melhoria nos critérios de
diagnóstico que possa
aumentar o número de
casos, mesmo a doença não
sendo tão frequente;
- Mudanças na sobrevida dos
pacientes acometidos por
doenças por causa da
melhora do diagnóstico e
tratamento (Ex: HIV/AIDS);
2. Espaço: já dizia Barcellos
“Se a doença é manifestação
do indivíduo, a situação de
saúde é uma manifestação do
lugar.”
Os diferentes critérios adotados para
organização e subdivisão racional do espaço
constituem as variáveis de lugar, as quais
podem ser agrupadas em variáveis
geopolíticas, variáveis
político-administrativas e variáveis
geográficas.
➢ Variáveis geopolíticas: quando o
espaço é dividido de forma
independente a nível internacional
(exemplo: países da América
latina, países emergentes, países
filiados à ONU). VER MAIS
➢ Variáveis
político-administrativas: separam
artificialmente áreas homogêneas
ou unem áreas diferentes sob
ponto de vista físico, ecológico,
social ou de estrutura produtiva. É
a que melhor se adapta à
disponibilidade de dados. Por quê?
Área delimitada a ponto de permitir
a distinção entre os eventos que
nela ocorrem e disposição de
dados sistemáticos, demandas,
recursos humanos, óbitos e
informações censitárias.
➢ Variáveis geográficas: os fatores
geográficos compõem sistemas
ecológicos mais complexos. A
ecologia e a doença expressam um
cenário epidemiológico que está
associado à estrutura social
vigente dotada de historicidade.
Espaço geográfico: determinada
porção localizada da superfície
terrestre, constituída pelas
rugosidades, águas correntes e
estanques, solo, clima, fauna e
flora, ocupada ou não, modificada
ou não e organizada por um tecido
populacional estruturado, acrescida
dos resultados objetivos de
intervenção do ser humano no
decurso da história.
Paisagem: reflexo do espaço, que
possui elementos naturais e
artificiais.
3. Pessoa
➢ Características gerais;
➢ C. familiares;
➢ C. étnicas;
➢ Nível socioeconômico;
➢ Ocorrências durante a vida
intrauterina e ao nascer;
➢ C. endógenas;
➢ Ocorrências acidentais;
➢ Hábitos e atividades;
Indicadores de saúde (mortalidade,
morbidade, letalidade, fecundidade)
Indicadores de saúde correspondem
às formas de medir as condições de
saúde. O indicador aponta quais as
causas de morte, de doença ou de
agravo. (Ref. 3)
Indicadores de mortalidade geral -
número de óbitos na população
residente em determinado período e
área considerada pela população
residente na área de mesmo período.
Coeficiente de mortalidade
por causas - permite identificar as
causas que mais levam à morte,
considerando a faixa etária, os
diferentes sexos e as regiões em
questão. É calculado através do
número de óbitos por uma causa
específica dividido pela população
residente nessa área e ano.
Coeficiente de mortalidade
infantil - número de óbitos infantis
com menos de 1 ano de vida pelo total
de nascidos vivos de mães residentes
nessa área no ano considerado.
Depende dos dados do Sistema de
Informação de Mortalidade (SIM) e
Sistema de Informação de Nascidos
Vivos (Sinasc).
Coeficiente de mortalidade
materna - medida de risco relativa à
mulher quando grávida, ou seja,
número de óbitos ligados àgestação
dividido pelo número de nascidos
vivos de mães residentes nessa área
ano.
Coeficiente de letalidade -
número de óbitos associados a
determinada doença dividido pelo
número de casos dessa doença nessa
área e ano. É percentual.
Indicadores de morbidade - Os
coeficientes de morbidade auxiliam na
tomada de decisão em saúde pública
e em diversas áreas. Desde a
medicina clínica até a indústria de
seguros de saúde ou de veículos
utilizam os indicadores de morbidade
para análise de risco (KERR-PONTES
& ROUQUAYROL, 2003). Os
indicadores de morbidade mais
utilizados são:
Coeficiente de incidência: número
de casos novos de determinado
agravo ou doença pelo número total
de pessoas expostas em um período
de tempo.
Em casos de gripe (por exemplo), a
incidência aponta a velocidade com
que os casos se propagam. Alta
propagação indica epidemia.
Coeficiente de prevalência:
estabelece relação entre o total de
casos e a população que tem risco de
ter uma determinada doença.
A prevalência pode variar de acordo
com a instituição de novos
tratamentos: as drogas que aumentam
a sobrevida determinam aumento da
prevalência, e as drogas que
diminuem a duração das doenças,
daquelas que têm cura, diminuem os
coeficientes de prevalência. O
aperfeiçoamento de exames
diagnósticos influencia a prevalência,
pois eles podem detectar mais casos.
A prevalência aumenta em caso de
doenças epidêmicas de baixa
letalidade ou de baixo índice de cura,
como a AIDS, a tuberculose, a
hanseníase, a hipertensão arterial e o
diabetes.
Taxa de fecundidade: número médio
de filhos por mulher em idade fértil (15
a 49 anos).
A redução da fecundidade é um
fenômeno presente no Brasil nas
últimas décadas. Resultado: menos
crianças, menor grupo de pessoas
dependentes, porém aumento de
idosos dependentes no lugar de
crianças.
Taxa de natalidade: quantidade de
crianças que nasceram no país a cada
1000 habitantes em um ano.
Existem 3 tipos de medidas básicas de
saúde: os índices absolutos, os
coeficientes e as taxas.
➢ Índices: termo abrangente e
apropriado para referir-se a
todos os descritores da vida e
da saúde.
➢ Indicadores: designar os
índices ajuizados pela
sociedade e especialmente
selecionados pelo observador
para auxiliar na tomada de
decisão. Indicador é o índice
crítico.
○ Enquanto o índice ajuda
na descrição, o indicador
ajuda na tomada de
decisão para a ação
➢ Coeficientes: medidas que
descrevem os fenômenos
observados.
➢ Taxas: termo usado para
designar as medidas auxiliar
nos cálculos de estimativas e
projeções de fenômenos dos
quais não se têm registros
confiáveis. A taxa é o valor
observado quando utilizado
para estimar ou projetar um
valor esperado.
○ Enquanto os coeficientes
descrevem os
fenômenos observados,
as taxas auxiliam o
cálculo dos fenômenos
esperados.
Morbidade
As estatísticas de morbidade têm
como característica fundamental o fato
de serem utilizadas para avaliação do
nível de saúde e para o
aconselhamento de ações de caráter
abrangente que visem melhorar o
estado sanitário da comunidade.
Os dados de morbidade são
essenciais aos estudos de análise do
tipo causa/efeito.
Denominam-se índices de morbidade
as medidas relativas ao
comportamento das doenças e dos
agravos à vida em uma população
exposta.
Morbidade sempre será referente a
uma população predefinida.
Ao se nomear a doença cuja
morbidade está sendo descrita, devem
ficar bastante claros sua conceituação
e também os meios que levaram a seu
diagnóstico.
Seu cálculo: quociente entre o número
de casos de uma doença e o número
de indivíduos da população.
Expressa os riscos de ocorrência e as
chances de existência da morbidade
numa população comparáveis aos de
outras populações.
Ao se definir essa população, devem
ficar claros sua localização espacial, o
intervalo de tempo a que se refere o
estudo e sua abrangência.
Quando já estabelecido o coeficiente
de morbidade, todos os indivíduos
membros da população exposta
definida devem ter iguais chances de
ser ou ter sido examinados. Essa
precondição é preenchida nos
inquéritos epidemiológicos – estudo
das condições de morbidade por
causas específicas, efetuado em
amostra representativa ou no todo de
uma população definida e localizada
no tempo e no espaço; revela a
magnitude que assume a doença.
➢ Inquérito por entrevista: feito
com base numa amostra de
população não institucional, ou
seja, dados recolhidos direto do
informante.
➢ Inquérito por registro: modo
contínuo ou periódico,
utilizando-se de dados
fornecidos por instituições
públicas ou particulares de
saúde.
➢ Inquéritos epidemiológicos:
amostrais ou censitários. São
caros e de difícil execução.
Nascimento
O índice elementar mais
frequentemente usado é o número de
crianças nascidas vivas a cada ano.
Tal índice dá as noções de ocorrência,
frequência de ocorrência e incidência
de ocorrência do evento nascimento
numa população.
A partir dele, calculam-se coeficiente
de natalidade, de morbidade e
mortalidade.
Natalidade: são calculados
coeficientes de natalidade geral,
coeficientes de incidência de
nascimentos a termo e pré-termo e
coeficientes de incidência de
malformações congênitas, entre outros
tantos possíveis, cujo interesse possa
manifestar-se.
➢ Índice elementar: quantificação
de ocorrências (no numerador)
e uma unidade de referência
que se presta à comparação
(no denominador), que
geralmente se apresentam em
unidades, centenas ou milhares
de habitantes, ou outra
referência conveniente
relacionada com o evento no
período de observação.
➢ Índice composto: coeficiente de
natalidade geral, razão que dá
a ideia da incidência anual de
nascimentos vivos no total de
uma população. Permite a
comparabilidade da velocidade
de nascimentos na mesma
população em períodos
diversos e entre populações
diversas. Calculado a partir do
número de nascidos vivos por
mil habitantes num período de
tempo. O coeficiente de
natalidade é um dos
componentes do crescimento
vegetativo ou natural,
juntamente com o coeficiente
de mortalidade. Coeficiente de
natalidade é chamado de taxa
de natalidade ou taxa para
cálculo de natalidade.
Fecundidade: coeficiente geral de
fecundidade é conceituado como a
razão entre o número médio de
nascidos vivos tidos por mulher em
idade fértil de uma população e
calculado diretamente por meio de
estudos censitários pelo somatório dos
coeficientes de fecundidade
específicos por idade. Estimativa
média do número de filhos que uma
mulher teria até o fim de seu período
reprodutivo. É usado como taxa para
cálculo de reposição natural da
população. Esse índice reflete a
disponibilidade das mulheres para a
função reprodutiva. Reflete a mudança
de valores pela sociedade – inserção
da mulher no mercado de trabalho.
Mortalidade
As estatísticas de mortalidade,
integrando as estatísticas de saúde,
aproximam gestores e profissionais a
nortear o diagnóstico inicial da
situação, o planejamento para o
desenvolvimento de ações de
promoção da saúde e de prevenção
de doenças e, finalmente, avaliando a
efetividade das ações executadas e
em execução. Permitem ainda
identificar os diferentes riscos que
uma população tem de morrer por
uma determinada causa em diferentes
áreas geográficas, além de indicar a
severidade de uma doença.
Dados de mortalidade são registrados
pelo Sistema de Informações sobre
Mortalidade (SIM) do Ministério da
Saúde.
Iniciativas para ampliar a abrangência
e a qualidade das informações para o
SIM. Dentre elas:
➢ Busca ativa de óbitos em
serviços de saúde, em
cemitérios e por meio de
inquéritos populacionais
➢ Investigação de óbitos
maternos, infantis e óbitos por
causas básicas mal definidas,
para resgate de informações
complementares sobre sinais,
sintomas e circunstâncias que
precederam a morte.
Complementarmente,
investe-se na capacitação de
médicos para preenchimento
das declarações de óbitos (DO)
e de classificadores de causas
básicas de óbitos.
As causas de morte consideradas
naturais, como as doenças do
aparelho respiratório, as doenças
endocrinometabólicas e as neoplasias,
entre outras, têm como fonte da
informaçãoa DO, registros de
cartórios, inquéritos populacionais,
serviços de saúde e o Serviço de
Verificação de Óbitos (SVO). Aquelas
causas de morte consideradas
acidentes ou originadas da violência
interpessoal ou autoinfligida têm como
fonte da informação o Instituto Médico
Legal (IML).
Em momentos críticos, esses índices
se tornam indicadores para a saúde,
sinais úteis para nortear os rumos que
devem ser dados às ações de saúde
para promoção da vida.
Dois coeficientes mais importantes
envolvendo mortalidade:
➢ Coeficiente de mortalidade
geral: quantifica a intensidade
do risco de morrer que uma
população tem por viver em
determinada área e em
determinado ano sem
especificar as causas, ou grupo
de causas, sexo ou idade das
pessoas que morreram. É
calculado dividindo-se o
número total de óbitos por
todas as causas ocorridos em
determinada área e em
determinado ano pela
população da mesma área e
ano e multiplicado por mil
habitantes, base referencial
para a população exposta. Não
é o coeficiente mais apropriado
para comparação dos riscos de
mortalidade de diferentes
populações. No Brasil, algumas
áreas ainda não possuem
cobertura completa de óbitos.
○ Os óbitos podem ser
identificados por local de
residência ou de
ocorrência. O de
residência dizem sobre
as circunstâncias
epidemiológicas de vida
do paciente, enquanto os
de ocorrência dizem
sobre as circunstâncias
de assistência médica,
conforme os níveis de
complexidade,
organização e
distribuição dos serviços.
➢ Coeficiente de mortalidade
infantil: terminologia utilizada
para designar todos os óbitos
ocorridos em crianças menores
de 1 ano de uma determinada
população num período de
tempo. Para a construção do
coeficiente de mortalidade
infantil é necessário conhecer o
número de óbitos de menores
de 1 ano e o número de
nascidos vivos ocorridos em
determinada área e em
determinado ano. Mede o risco
de morte para as crianças
durante o primeiro ano de vida,
ou seja, a probabilidade entre
mil crianças nascidas vivas de
não concluírem o primeiro
percurso na estrada da vida.
Bom indicador da situação das
estradas da vida, sendo
tipicamente associado ao
julgamento das situações
ambientais e sociais e das
estruturas de assistências à
vida ofertadas à população.
Atribui-se à redução de risco de
morte maiores cuidados na
primeira infância. A mortalidade
infantil permanece como uma
grande preocupação da saúde
pública, distribuída com
desigualdades inter-regionais e
intraurbanas. Concentra-se na
população mais pobre, que
sofre iniquidades.
Vulnerabilidade social vs risco
Vulnerabilidade => origina-se do verbo
latim “vulnerare” (ferir, penetrar). Por isso,
é geralmente associado à predisposição a
desordens ou de susceptibilidade ao
estresse.
Conceito:
“Enquanto risco, segundo as
autoras, foi usado pelos
epidemiologistas em associação
a grupos e populações, a
vulnerabilidade refere-se aos
indivíduos e às suas
suscetibilidades ou predisposições
a respostas ou consequências
negativas” (Yunes, Szymanski).
Relação entre os dois conceitos:
“A vulnerabilidade opera apenas
quando o risco está presente; sem
risco, a vulnerabilidade não tem
efeito” (p. 28).
Outro ponto de vista sobre vulnerabilidade
formulado pelo grupo de pesquisa L. B.
Murphy:
“Susceptibilidade à deterioração de
funcionamento diante de estresse.”
O risco é um processo e não uma variável
em si. (França, Yunes, Szymanski)
Segundo Reppold, as ações individuais
são influenciadas pela vulnerabilidade
associada à pessoa. Exemplo de fator
de risco é o baixo nível socioeconômico.
Oliveira afirma que para ser
considerado vulnerável, não
necessariamente precisa ser APENAS
indigentes. Segundo o autor, pode haver
pessoas vulneráveis acima da linha de
pobreza. Ele diz também que a definição
econômica de vulnerabilidade é
incompleta por não levar em
consideração as condições necessárias
para entender o que leva uma pessoa a
ser considerada vulnerável.
Carneiro & Veiga consideram a
pobreza como a maior aproximação de
fatores de risco, principalmente por parte
das famílias que não conseguem
enfrentar os desafios dessa situação e
nem possuem rede de apoio e/ou
proteção social.
Com isso, eles associam
VULNERABILIDADE+RISCO à
CARÊNCIA + EXCLUSÃO.
Pessoas vulneráveis: sem condições de
reagir aos fatores de risco que as cercam.
Como mudar este cenário? Através da
inclusão, a qual visa melhorar as
condições materiais e promover o acesso
aos serviços públicos.
Risco sob o olhar da Teoria cultural do
risco, por Mary Douglas (estudado por
França et. al):
O julgamento moral está envolvido
com a percepção de risco em nossa
sociedade, visto que a percepção não
é algo natural e que as instituições
sociais o usam para controlar o
comportamento humano, reforçar
normas e melhor coordenar as
instituições.
Ou seja, valoriza a percepção de que os
indivíduos são organizadores ativos na
forma como enxergam os riscos e em
como eles se posicionam a respeito disso
(por meio de políticas públicas, por
exemplo).
Referências
➢ Epidemiologia. 8ª edição.
Rouquayrol.
➢ Janczura R. Risco ou
vulnerabilidade social? Textos
Contextos (Porto Alegre) 2012;
11:301-8.
➢ GALLEGUILLOS, Tatiana Gabriela B.
Epidemiologia - Indicadores de
Saúde e Análise de Dados. Editora
Saraiva, 2014. 9788536520889.
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.c
om.br/#/books/9788536520889/.
Acesso em: 09 mar. 2022.

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