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RESUMO SESSÃO 8- AAS

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SESSAO 8 – AAS – THAIS M. SOUTO
MORTALIDADE INFANTIL E FETAL
A mortalidade fetal partilha com a mortalidade neonatal precoce as mesmas circunstâncias e etiologia que influenciam o resultado para o feto no final da gestação e para a criança nas primeiras horas e dias de vida.
A mortalidade perinatal – óbitos fetais e neonatais precoces com peso ao nascer a partir de 500 g e/ou 22 semanas de idade gestacional.
Diversos fatores têm contribuído para a mudança no perfil de mortalidade infantil, entre os quais se destacam: 
· Aumento do acesso ao saneamento básico, 
· Queda da taxa de fecundidade, 
· Melhoria geral das condições de vida, da segurança alimentar e nutricional e do grau de instrução das mulheres, 
· Maior acesso aos serviços de saúde e ampliação da cobertura da Estratégia de Saúde da Família, 
· Avanço das tecnologias médicas, em especial a imunização e terapia de reidratação oral, 
· O aumento da prevalência do aleitamento materno.
A maior queda da TMI nas últimas décadas ocorreu na Região Nordeste, cerca de 5,5% ao ano entre 1990 e 2007. No entanto, as regiões Nordeste e Norte permanecem com os níveis mais elevados de mortalidade infantil no país.
A redução média anual da taxa de mortalidade infantil (TMI) no País foi de 4,8% ao ano, entre 1990 e 2007, tendo o componente pós-neonatal (28 dias a um ano de vida incompleto) apresentado a maior tendência de queda (7,3% ao ano) e o componente neonatal precoce (0 a 6 dias de vida) a menor, 3,1% ao ano
A maioria das mortes é potencialmente Evitável, estando associada à desnutrição e doenças infecciosas, principalmente a diarreia e a pneumonia.
As afecções perinatais se mantêm como a primeira causa. As anomalias congênitas aparecem em segundo lugar desde 1999, e pela primeira vez, em 2007, as doenças do aparelho respiratório passam a representar a terceira causa de morte infantil, no lugar das doenças infecciosas e parasitárias
A prematuridade e suas complicações foram incluídas nessa classificação no grupo de óbitos Reduzíveis por Adequada Atenção ao Recém nascido.
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (COEFICIENTE DE MORTALIDADE INFANTIL)
Número de óbitos de menores de um ano de idade, por mil nascidos vivos, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado
· Estima o risco de morte dos nascidos vivos durante o seu primeiro ano de vida
· Reflete de maneira geral, as condições de desenvolvimento socioeconômico e infraestrutura ambiental, bem como o acesso e a qualidade dos recursos disponíveis para atenção à saúde materna e da população infantil. 
· Direto:
· Indireto: estimativa por técnicas demográficas especiais. Os dados provenientes deste método têm sido adotados para os estados que apresentam cobertura do SINASC inferior a 90% ou que não atingem o valor de 80% de um índice composto, especialmente criado, que combina a cobertura de óbitos infantis com a regularidade do SIM
TAXA DE MORTALIDADE NEONATAL PRECOCE (COEFICIENTE DE MORTALIDADE NEONATAL PRECOCE)
Número de óbitos de crianças de 0 a 6 dias de vida completos, por mil nascidos vivos, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado
· Estima o risco de um nascido vivo morrer durante a primeira semana de vida
· Reflete de maneira geral, as condições socioeconômicas e de saúde da mãe, bem como a inadequada assistência pré-natal, ao parto e ao recém-nascido
· Indireto: Aplica-se, sobre a taxa de mortalidade infantil estimada pelo IBGE, a proporção de óbitos de crianças de 0 a 6 dias de vida completos informados no SIM (percentual em relação ao total de óbitos de menores de um ano, excluídos os de idade ignorada).
TAXA DE MORTALIDADE NEONATAL TARDIA (COEFICIENTE DE MORTALIDADE NEONATAL TARDIA)
Número de óbitos de crianças de 7 a 27 dias de vida completos, por mil nascidos vivos, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. 
· Direto:
· Indireto: Aplica-se, sobre a taxa de mortalidade infantil estimada pelo IBGE, a proporção de óbitos de crianças de 7 a 27 dias de vida completos informados no SIM.
TAXA DE MORTALIDADE PÓS-NEONATAL (TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL TARDIA, COEFICIENTE DE MORTALIDADE PÓS-NEONATAL) 
Número de óbitos de crianças de 28 a 364 dias de vida completos, por mil nascidos vivos, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. 
· Quando a taxa de mortalidade infantil é alta, a mortalidade pós-neonatal é, frequentemente, o componente mais elevado
· Direto:
TAXA DE MORTALIDADE PERINATAL (COEFICIENTE DE MORTALIDADE PERINATAL) 
· Número de óbitos ocorridos no período perinatal por mil nascimentos totais, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. 
· O período perinatal começa em 22 semanas completas (ou 154 dias) de gestação e termina aos sete dias completos após o nascimento, ou seja, de 0 a 6 dias de vida (período neonatal precoce).
TAXA DE MORTALIDADE FETAL (COEFICIENTE DE MORTALIDADE FETAL) 
Número de óbitos fetais (ocorridos a partir da 22ª semana completa de gestação, ou 154 dias ou fetos com peso igual ou superior a 500g ou estatura a partir de 25cm) por mil nascimentos totais, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado.
Estima o risco de um feto nascer sem qualquer sinal de vida. 
ÓBITO FETAL OU NATIMORTO
É a morte do produto da gestação antes da expulsão de sua extração completa do corpo materno, independente da duração da gravidez
· Declaração de Nascido Vivo: documento padrão do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos, que tem como finalidade cumprir as exigências legais de registro de nascimentos vivos, atender princípios de cidadania e servir como fonte de dados para as estatísticas de saúde
· Vigilância epidemiológica do óbito infantil e fetal
A Portaria GM nº 1.172 de 15 de junho de 2004, preconiza que é atribuição do componente municipal do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde a “vigilância epidemiológica e o monitoramento da mortalidade infantil e materna”, e dos Estados, “de forma complementar a atuação dos municípios”.
· Deve-se verificar nas regionais, municípios ou distritos de saúde, de acordo com a realidade local, se o fluxo das DO está organizado e se é ágil. É necessário formalizar esse fluxo e adotar medidas que assegurem a chegada das DO nas secretarias municipais, o mais breve possível.
São critérios mínimos sugeridos para investigação dos óbitos de residentes no município ou Regional: 
 Pós-neonatais (28 dias a 1 ano incompleto de vida). 
· Neonatais (0 a 27 dias de vida) 
· Fetais (natimortos) 
· Óbitos ocorridos em domicílio
· A vigilância do óbito compreende as seguintes etapas: 
· Identificação do óbito. 
· Aplicação dos critérios de inclusão / exclusão. 
· Entrevista domiciliar. 
· Levantamento de dados dos serviços de saúde. 
· Prontuários de unidades básicas de saúde (UBS), dos serviços de urgência, de ambulatório de especialidades. 
· Prontuários hospitalares.
· Laudos de necropsia/anatomopatológico. 
· Resumo, discussão e conclusão sobre o caso. 
· Análise de evitabilidade. 
· Identificação dos problemas relacionados aos óbitos. 
· Identificação das medidas de prevenção/intervenção necessárias. 
CLASSIFICAÇÃO DE WIGGLESWORTH EXPANDIDA
 
Essa classificação propõe nove grupos de causas de óbitos e aponta os principais grupos de causas de óbito fetal e infantil, considerando o peso ao nascer e a relação com as circunstâncias do óbito e o momento da assistência à saúde.
Grupo 1. Malformação congênita (grave ou letal / potencialmente letal.
Grupo 2 – Morte fetal anteparto: mortes fetais ocorridas antes do trabalho de parto
Grupo 3 – Morte intraparto (‘asfixia’, ‘anóxia’, sofrimento fetal agudo ou ‘trauma’): Óbitos fetais ou infantis; Esta categoria reúne bebês que sobreviveriam se não tivessem ocorrido complicações/problemas durante o trabalho de parto e parto
Grupo 4 – Imaturidade/ prematuridade: Aplica-se apenas a bebês nascidos vivos que morrem devido à imaturidade pulmonar, deficiência de surfactante, hemorragia intra-ventricularou outras conseqüências tardias da prematuridade – incluindo dano pulmonar crônico. Incluir todo neonato com peso ao nascer menor que 1000 gramas.
Grupo 5 – Infecção: Aplica-se aos óbitos fetais e infantis em que há evidência clara de infecção microbiológica que pode ter causado a morte. Podem ser enquadrados em duas subcategorias: 
– 5a- Infecções perinatais/materna 
– 5b- Pneumonias, diarréias, outras infecções
Grupo 6 – Outras causas específicas de morte: Em caso de condição fetal, neonatal ou pediátrica específica reconhecida, não contemplada nos grupos anteriores de causas.
Grupo 7 – Causa externa: Morte provocada por acidente ou violência confirmada deve ser codificada neste grupo.
Grupo 8 – Morte súbita, causa desconhecida: Inclui mortes de causa desconhecida de bebês nascidos vivos. Pode ser modificada após exame post-mortem
Grupo 9 – Não classificada: Deve ser usada como último recurso (óbito infantil) e maior detalhamento deve ser fornecido se esta opção é registrada
DECLARAÇÃO DE ÓBITO (DO)
Tem como finalidade cumprir as exigências legais de registro de óbitos, atender princípios de cidadania e servir como fonte de dados para as estatísticas de saúde. O médico é o responsável por todas as informações contidas na DO
· MORTALIDADE MATERNA
Morte materna é a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término da gestação. Quanto às causas da morte, predominaram as obstétricas diretas, com destaque para as doenças hipertensivas e as síndromes hemorrágicas.
A maior parte dos óbitos foram devido a causas diretas (64,7%), sendo os transtornos hipertensivos a segunda maior (22,9%)
MORTE MATERNA OBSTÉTRICA DIRETA 
É aquela que ocorre por complicações obstétricas durante gravidez, parto ou puerpério devido a intervenções, omissões, tratamento incorreto.
MORTE MATERNA OBSTÉTRICA INDIRETA 
É aquela resultante de doenças que existiam antes da gestação ou que se desenvolveram durante esse período, não provocadas por causas obstétricas diretas, mas agravadas pelos efeitos fisiológicos da gravidez
MORTE MATERNA NÃO OBSTÉTRICA 
É a resultante de causas incidentais ou acidentais não relacionadas à gravidez e seu manejo. Estes óbitos não são incluídos no cálculo da razão de mortalidade materna.
MORTE MATERNA TARDIA 
É a morte de uma mulher, devido a causas obstétricas diretas ou indiretas, que ocorre num período superior a 42 dias e inferior a um ano após o fim da gravidez
MORTE MATERNA DECLARADA
A morte materna é considerada declarada quando as informações registradas na declaração de óbito (DO) permitem classificar o óbito como materno. 
MORTE MATERNA NÃO DECLARADA 
A morte materna é considerada como não declarada quando as informações registradas na DO não permitem classificar o óbito como materno. Apenas com os dados obtidos na investigação é que se descobre tratar-se de morte materna.
MORTE MATERNA PRESUMÍVEL OU MASCARADA 
É considerada morte materna mascarada aquela cuja causa básica, relacionada ao estado gravídico-puerperal, não consta na DO por falhas no preenchimento
MORTE RELACIONADA À GRAVIDEZ 
É a morte de uma mulher durante o período gestacional ou até 42 dias após o término da gravidez, qualquer que tenha sido a causa do óbito.
Comitê de Mortalidade Materna
Finalidades e Funções:
Estimulo à Criação de Comitês
Investigação de Óbitos
Análise do Óbito
Informação
Educação
Definição de Medidas Preventivas
Mobilização
Caráter dos Comitês
 
Os comitês são fundamentalmente interinstitucionais e multiprofissionais. Têm uma atuação técnico-científica, sigilosa, não-coercitiva ou punitiva, com função eminentemente educativa e de acompanhamento da execução de políticas públicas.
Composição 
· A escolha dos membros dos comitês de morte materna depende das características das instituições e da população de cada região.
· A representação do Ministério Público nos comitês é da maior relevância para definir formas inovadoras de garantir a implementação das medidas preventivas definidas pelos comitês
Podem ser compostos por representantes das seguintes instituições:
1. Secretarias de saúde
2. Conselho Regional de Medicina; 
3. Conselho Regional de Enfermagem; 
4. Sociedades científicas (ginecologia e obstetrícia, pediatria e enfermagem obstétrica, entre outras); 
5. Movimento de mulheres; 
6. Movimento de mulheres negras e índias; 
7. Faculdades de medicina, enfermagem e saúde pública; 
8. Conselhos de saúde; 
9. Ministério Público; 
10. Secretarias, coordenadorias ou conselhos de defesa dos direitos da mulher.
Organização dos Comitês 
Embora municípios e instituições de saúde tenham autonomia para organizar comitês de morte materna, é mais comum que eles se estabeleçam a partir da formação do Comitê Estadual de Morte Materna (CEMM). É importante que comitês municipais e hospitalares estejam vinculados às secretarias estaduais de saúde.
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DO ÓBITO MATERNO
No dia 28 de maio de 2003, o Dr. Humberto Costa assinou a Portaria n.º 653 (Anexo C), estabelecendo que o óbito materno passa a ser considerado evento de notificação compulsória.
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE DOS POVOS INDÍGENAS
O propósito desta política é garantir aos povos indígenas o acesso à atenção integral à saúde, de acordo com os princípios e diretrizes do SUS, contemplando a diversidade social, cultural, geográfica, histórica e política de modo a favorecer a superação dos fatores que tornam essa população mais vulnerável aos agravos à saúde de maior magnitude e transcendência entre os brasileiros, reconhecendo a eficácia de sua medicina e o direito desses povos à sua cultura.
DIRETRIZES: Devem orientar a definição de instrumentos de planejamento, implementação, avaliação e controle das ações de atenção à saúde dos povos indígenas
1. Organização dos serviços de atenção à saúde dos povos indígenas na forma de Distritos Sanitários Especiais e Pólos-Base, no nível local, onde a atenção primária e os serviços de referência se situam; 
2. Preparação de recursos humanos para atuação em contexto intercultural; 
A formação e a capacitação de indígenas como agentes de saúde é uma estratégia que visa favorecer a apropriação, pelos povos indígenas, de conhecimentos e recursos técnicos da medicina ocidental, não de modo a substituir, mas de somar ao acervo de terapias e outras práticas culturais próprias, tradicionais ou não.
O Programa de Formação de Agentes Indígenas de Saúde deverá ser concebido como parte do processo de construção dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas
A capacitação dos recursos humanos para a saúde indígena deverá ser priorizada como instrumento fundamental de adequação das ações dos profissionais e serviços de saúde do SUS às especificidades da atenção à saúde dos povos indígenas e às novas realidades técnicas, legais, políticas e de organização dos serviços
As instituições de ensino e pesquisa serão estimuladas a produzir conhecimentos e tecnologias adequadas para a solução dos problemas de interesse das comunidades e propor programas especiais que facilitem a inserção de alunos de origem indígena, garantindo-lhes as facilidades necessárias ao entendimento do currículo regular
3. Monitoramento das ações de saúde dirigidas aos povos indígenas; 
Para acompanhar as ações de saúde desenvolvidas no âmbito do Distrito Sanitário, será organizado sistema de informações, na perspectiva do Sistema de Vigilância em Saúde, voltado para a população indígena
Esse sistema deverá identificar informações que atendam às necessidades de cada nível gerencial, fornecendo subsídios para a construção de indicadores que avaliem a saúde e, indiretamente, a atenção à saúde, como a organização dos serviços no Distrito Sanitário, particularmente no que diz respeito ao acesso, à sua cobertura e à sua efetividade.
Servirão também para identificar e divulgar os fatores condicionantes e determinantes da saúde, estabelecer prioridades na alocação de recursos e orientação programática, facilitando a participação das comunidades no planejamento e na avaliação das ações.
O Acompanhamentoe Avaliação desta política terá como base o Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena - SIASI-
4. Articulação dos sistemas tradicionais indígenas de saúde; 
Esses sistemas tradicionais de saúde são, ainda hoje, o principal recurso de atenção à saúde da população indígena, apesar da presença de estruturas de saúde ocidentais
Os sistemas tradicionais indígenas de saúde são baseados em uma abordagem holística de saúde, cujo princípio é a harmonia de indivíduos, famílias e comunidades com o universo que os rodeia
As práticas de cura respondem a uma lógica interna de cada comunidade indígena e são o produto de sua relação particular com o mundo espiritual e os seres do ambiente em que vivem. 
Essas práticas e concepções são, geralmente, recursos de saúde de eficácias empírica e simbólica, de acordo com a definição mais recente de saúde da Organização Mundial de Saúde
O princípio que permeia todas as diretrizes da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas é o respeito às concepções, valores e práticas relativos ao processo saúde-doença próprios a cada sociedade indígena e a seus diversos especialistas.
5. Promoção do uso adequado e racional de medicamentos; 
As ações que envolvem, direta ou indiretamente, a assistência farmacêutica no contexto da atenção à saúde indígena, tais como seleção, programação, aquisição, acondicionamento, estoque, distribuição, controle e vigilância - nesta compreendida a dispensação e a prescrição -, devem partir, em primeiro lugar, das necessidades e da realidade epidemiológica de cada Distrito Sanitário e estar orientadas para garantir os medicamentos necessários.
Devem também compor essas ações as práticas de saúde tradicionais dos povos indígenas, que envolvem o conhecimento e o uso de plantas medicinais e demais produtos da farmacopéia tradicional no tratamento de doenças e outros agravos a saúde.
Essa prática deve ser valorizada e incentivada, articulando-a com as demais ações de saúde dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas.
OS PRESSUPOSTOS QUE DEVEM ORIENTAR OS GESTORES:
· Descentralização da gestão da assistência farmacêutica no âmbito dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas; 
· Promoção do uso racional dos medicamentos essenciais básicos e incentivo e valorização das práticas farmacológicas tradicionais; 
· Avaliação e adaptação dos protocolos padronizados de intervenção terapêutica e dos respectivos esquemas de tratamento
· Controle de qualidade e vigilância em relação a possíveis efeitos iatrogênicos, por meio de estudos clínicos, epidemiológicos e antropológicos específicos;
· Promoção de ações educativas no sentido de se garantir adesão do paciente ao tratamento, inibir as práticas e os riscos relacionados com a automedicação
· Autonomia dos povos indígenas quanto à realização ou autorização de levantamentos e divulgação da farmacopéia tradicional indígena
6. Promoção de ações específicas em situações especiais;
7. Promoção da ética na pesquisa e nas ações de atenção à saúde envolvendo comunidades indígenas; 
8. Promoção de ambientes saudáveis e proteção da saúde indígena; 
9. Controle social.
LEI 9.836/99
Acrescenta dispositivos à Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, que "dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências", instituindo o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.
Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o atendimento das populações indígenas, em todo o território nacional, coletiva ou individualmente, obedecerão ao disposto nesta Lei.
Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, componente do Sistema Único de Saúde – SUS
Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.
Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema instituído por esta Lei com os órgãos responsáveis pela Política Indígena do País.
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições governamentais e não-governamentais poderão atuar complementarmente no custeio e execução das ações.
Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração a realidade local e as especificidades da cultura dos povos indígenas e o modelo a ser adotado para a atenção à saúde indígena, que se deve pautar por uma abordagem diferenciada e global, contemplando os aspectos de assistência à saúde, saneamento básico, nutrição, habitação, meio ambiente, demarcação de terras, educação sanitária e integração institucional.
Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá ser, como o SUS, descentralizado, hierarquizado e regionalizado.
Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a participar dos organismos colegiados de formulação, acompanhamento e avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho Nacional de Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, quando for o caso."
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO NEGRA
As mulheres negras grávidas morrem mais de causas maternas, a exemplo da hipertensão própria da gravidez, que as brancas; as crianças negras morrem mais por doenças infecciosas e desnutrição;
Doenças e agravos prevalentes na população negra:
a) geneticamente determinados – tais como a anemia falciforme, deficiência de glicose 6-fosfato desidrogenase, foliculite; 
b) adquiridos em condições desfavoráveis – desnutrição, anemia ferropriva, doenças do trabalho, DST/HIV/aids, mortes violentas, mortalidade infantil elevada, abortos sépticos, sofrimento psíquico, estresse, depressão, tuberculose, transtornos mentais (derivados do uso abusivo de álcool e outras drogas); 
c) de evolução agravada ou tratamento dificultado – hipertensão arterial, diabetes melito, coronariopatias, insuficiência renal crônica, câncer, miomatoses 
Dimensões interdependentes de análise em combate e prevenção do racismo:
(1) a das relações interpessoais:
Diz respeito às relações que se estabelecem entre dirigentes e servidores, entre os próprios servidores e entre os servidores e os usuários dos serviços.
(2) a político-programática:
Caracterizada pela produção e disseminação de informações sobre as experiências diferentes e/ou desiguais
Igualmente importante é o princípio da eqüidade. A iniqüidade racial, como fenômeno social amplo, vem sendo combatida pelas políticas de promoção da igualdade racial, regidas pela Lei n.º 10.678/03, que criou a SEPPIR.
O SUS, como um sistema em constante processo de aperfeiçoamento, na implantação e implementação do Pacto pela Saúde, instituído por meio da Portaria n.º 399, de 22 de fevereiro de 2006, compromete-se com o combate às iniqüidades de ordem socioeconômica e cultural que atingem a população negra brasileira.
Diretrizes Gerais 
· Inclusão dos temas Racismo e Saúde da População Negra nos processos de formação e educação permanente dos trabalhadores da saúde e no exercício do controle social na saúde
· Ampliação e fortalecimento da participação do Movimento Social Negro nas instâncias de controle social das políticas de saúde, em consonância com os princípios da gestão participativa do SUS, adotados no Pacto pela Saúde. 
· Incentivo à produção do conhecimento científico e tecnológico em saúde da população negra.
· Promoção do reconhecimento dos saberes e práticas populares de saúde, incluindo aqueles preservados pelas religiões de matrizes africanas. 
· Implementação do processo de monitoramento e avaliação das ações pertinentes ao combate ao racismo e à redução das desigualdades étnico-raciais no campo da saúde nas distintas esferas de governo. 
· Desenvolvimento de processos de informação, comunicação e educação, que desconstruam estigmas e preconceitos, fortaleçam uma identidade negra positiva e contribuam para a redução das vulnerabilidades.
· Objetivo Geral:
Promover a saúde integral da população negra, priorizando a redução das desigualdades étnico-raciais, o combate ao racismo e à discriminação nas instituições e serviços do SUS.
· Objetivos Específicos:
· Garantir e ampliaro acesso da população negra residente em áreas urbanas, em particular nas regiões periféricas dos grandes centros, às ações e aos serviços de saúde
· Definir e pactuar, junto às três esferas de governo, indicadores e metas para a promoção da eqüidade étnico-racial na saúde.
O PROGRAMA BRASIL QUILOMBOLA
O Programa Brasil Quilombola compreende um conjunto de ações, denominada “Agenda Social Quilombola” (Decreto nº 6.261/2007), voltadas para a melhoria das condições de vida e ampliação do acesso a bens e serviços públicos das pessoas que vivem em comunidades de quilombos no Brasil. Essas ações são desenvolvidas de forma integrada pelos diversos órgãos do Governo Federal responsáveis pela execução dessas ações.
Eixo 1: Acesso a Terra 
Execução e acompanhamento dos trâmites necessários para a regularização fundiária das áreas de quilombo, que constituem título coletivo de posse das terras tradicionalmente ocupadas. O processo se inicia com a certificação das comunidades e se encerra na titulação
Eixo 2: Infraestrutura e Qualidade de Vida 
Consolidação de mecanismos efetivos para destinação de obras de infraestrutura (habitação, saneamento, eletrificação, comunicação e vias de acesso) e construção de equipamentos sociais destinados a atender as demandas, notadamente as de saúde, educação e assistência social.
Eixo 3: Inclusão Produtiva e Desenvolvimento Local 
Apoio ao desenvolvimento produtivo local e autonomia econômica, baseado na identidade cultural e nos recursos naturais presentes no território, visando a sustentabilidade ambiental, social, cultural, econômica e política das comunidades.
Eixo 4: Direitos e Cidadania 
Fomento de iniciativas de garantia de direitos promovidas por diferentes órgãos públicos e organizações da sociedade civil, estimulando a participação ativa dos representantes quilombolas nos espaços coletivos de controle e participação social, como os conselhos e fóruns locais e nacionais de políticas públicas
· Este Ministério, por meio da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, tem desenvolvido e executado diversas iniciativas para cumprir essa Agenda:
Eixo 1: Regularização Fundiária
O Ministério, por intermédio da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, tem transferido recursos para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), ao qual compete a identificação, o reconhecimento, a delimitação, a demarcação e a titulação das terras ocupadas 
Eixo 2: Fomento ao acesso a água
O Ministério, por intermédio da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, firmou parceria com o Ministério da Cidadania com o objetivo de incluir comunidades quilombolas entre os públicos atendidos pelo Programa Cisternas na capacitação para operação e na construção de cisternas para o público quilombola localizado em regiões de difícil acesso a água de qualidade.
Eixo 3: Oportunidade para todos
O Projeto “Oportunidade para todos” tem por objetivo a capacitação em empreendedorismo e cooperativismo e o aprimoramento de técnicas de agricultura familiar, para que os povos tradicionais possam, a partir dos conhecimentos adquiridos, desenvolver atividades produtivas que gerem trabalho e renda, promovendo igualdade étnico-racial e, ao mesmo tempo, preservando suas tradições culturais.
Eixo 4: Censo Demográfico
O Ministério, por intermédio da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, tem buscado trocar dados e informações cadastrais com o IBGE, visando a facilitação da operação do Censo Demográfico 2021 nos territórios quilombolas e o mapeamento da realidade das comunidades remanescentes de quilombos.

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