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Anestesiologia veterinária - Anestésicos inalatórios, monitoração e bloqueios locorregionais

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ANESTÉSICOS INALATÓRIOS 
Participam principalmente da 
manutenção anestésica, ocorre por meio 
de absorção do anestésico via respiratória, 
atingindo corrente sanguínea e SNC 
produzindo anestesia geral. O ideal é 
realizar a intubação, mas caso não seja 
possível pode ser feito o uso da máscara. 
Anestesia geral inalatória uma condição 
transitória e reversível provocada ao 
sistema nervoso por agentes inalatórios. 
Por ser uma anestesia geral causa 
inconsciência (hipnose), relaxamento 
neuromuscular, analgesia, perda dos 
reflexos protetores e manutenção dos 
reflexos autônomos. É vantajosa pois 
permite maior controle do plano 
anestésico, possui baixa metabolização 
hepática e rápida ação, menor tempo de 
recuperação, permite a administração de 
O2 que é importante para manter a 
 
ANESTESIOLOGIA 
VETERINÁRIA 
Universidade Federal de Uberlândia (UFU) 
ANESTÉSICOS INALATÓRIOS 
Os mecanismos de ação destes agentes são, em grande parte, 
desconhecidos, mas existem três mecanismos que são mais elucidados: 
o Potencialização de receptores GABA e neurotransmissores de 
glicina. 
o Inibem sinapses excitatórias (NMDA e AMPA). 
o Inibem a bomba de sódio (Na+) e potássio (K+) causando 
hiperpolarização dos neurônios. 
Estes fármacos inalatórios possuem características físicos-químicas 
importantes de serem compreendidas para o uso adequado dos agentes: 
o Concentração alveolar mínima - % (CAM - %): Quanto menor a 
CAM de um fármaco mais potente é o fármaco, pois necessita de 
uma concentração menor para produzir seus efeitos. A CAM é a 
concentração de anestésico capaz de abolir movimentos de 
resposta a estímulos doloros em pelo menos 50% dos 
indivíduos. Estes fármacos não possuem dose fixa, e a CAM 
varia de acordo com a espécie e ASA do paciente. As anestesias 
cirúrgicas utilizam mais de uma CAM. 
 
 
 
 
 
1 CAM = Anestesia leve; 
1,5 CAM = Anestesia cirúrgica moderada; 
2 CAM = Anestesia profunda. 
 
oxigenação adequada. Um paciente 
debilitado exige uma menor concentração 
de fármacos, assim como as associações 
reduzem a concentração necessária para 
que os fármacos realizem sua ação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 cães gatos Cavalos 
Halotano 0,87% 0,82% 0,88% 
Isofluorano 1,41% 1,61% 1,31% 
Sevofluorano 2,36% 2,58% 2,31% 
Desfluorano 7,20% 9,79% --- 
 
Quando associado com MPAs eficientes é possível reduzir a 
CAM necessária para cirurgias, o ASA do paciente e o tipo de 
procedimento também vão influenciar. O vaporizador universal 
não mensura a CAM, somente o vaporizador calibrado, assim, 
deve-se ficar atento aos estágios e planos de Guedel. Outros 
fatores que reduzem a CAM: hipóxia, prenhez, idade avançada, 
uso de depressores do SNC, hipotensão, hipóxia, altitude 
(quanto menor a pressão atmosférica mais voláteis os fármacos 
ficam). Já a hipertermia, uso de fármacos estimulantes, 
pacientes agitados ou estressados e hipertensão aumentam a 
CAM. 
o Coeficiente de solubilidade sangue-gás ou de partição sangue-
gás: Refere-se a concentração de anestésico dissolvido nos dois 
meios (alvéolos- meio gasoso e capilar sanguíneo- meio líquido). 
Se o coeficiente do fármaco é alto indica que a indução, 
recuperação e regulação do fármaco é lenta, pois ele demora 
para se concentrar no sangue e da mesma forma para ser 
eliminado. Quando o coeficiente é baixo estas fases são mais 
rápidas. 
o Pressão de vapor: Indica a capacidade de volatização do 
anestésico, todos tem uma pressão de vapor alta, mas varia entre 
os fármacos, quanto maior a pressão de vapor maior a 
capacidade de vaporização. Quanto mais baixo o ponto de 
ebulição (temperatura necessária para o anestésico se 
volatilizar) maior será a pressão de vapor e a sua capacidade de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
se volatilizar. É o principal fator que interfere na velocidade de 
indução e recuperação de um anestésico inalatório, quanto 
maior o coeficiente de partição sangue:gás mais rápida a 
indução e recuperação. Isso porque a pressão parcial do gás no 
espaço alveolar rege a concentração do mesmo no sangue. 
 CAM PRESSÃO DE 
VAPOR (A 
20ºC) 
PONTO DE 
EBULIÇÃO 
CONCENTRAÇÃ
O MÁXIMA 
HALOTANO 0,87 244mmHg 50,2ºC 32% 
ISOFLUORANO 1,3 240mmHg 48ºC 31,6% 
SEVOFLUORANO 2,3 160mmHg 58,5ºC 21% 
DESFLUORANO 7,2 664mmHg 23,5ºC 87,4% 
ÓXIDO NITROSO 105 ----- -88ºC 100% 
 
OBS: O óxido nitroso Vendido na forma de cilindro e a tubulação azul 
presente nos hospitais contém este gás, pois ele não é conservado de 
forma líquido, no geral é pouco usado, sendo mais utilizado na pesquisa, 
sempre em associação. É um gás anestésico e principalmente analgésico, 
mas não deve ser usado isoladamente, representando no máximo 75% 
da mistura, pois é altamente permeável e pode levar a hipóxia. Produz 
uma suave depressão na região cerebral relacionada a sentimentos e 
autocensura (“gás do riso”). 
ANESTÉSICOS INALATÓRIOS MAIS UTILIZADOS ROTINA 
VETERINÁRIA 
o Halotano: Possui solubilidade sanguínea intermediária, baixa 
CAM/alta potência, possui a mais alta potência dentre os mais 
utilizados. Seu odor é doce, não é inflamável, não é irritante, o 
timol é um conservante utilizado para evitar a oxidação do 
halotano quando exposto a luz. O halotano sensibiliza o 
miocárdio as catecolaminas, causa bradicardia por depressão do 
barorreflexo presente no arco aórtico e seio carotídeo, depressão 
respiratória dose-dependente, além disso, com o uso do 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MONITORAÇÃO ANESTÉSICA 
A monitoração anestésica deve ser feita 
durante toda a manutenção anestésica e é 
a chave de toda segurança anestésica, pois 
todos medicamentos possuem efeitos 
colaterais e dependendo do paciente este 
efeito se torna mais ou menos importante. 
Assim, reduz as possíveis complicações ao 
prevê-las. É essencial manter perfusão 
tecidual adequada. 
halotano não se observa mecanismo compensatório a 
hipotensão, realiza uma metabolização hepática mais extensa 
gerando ácido trifluoroacético que é eliminado pela urina. 
Quando comparado ao isofluorano provoca menos 
miorrelaxamento. Está muito relacionado a uma alteração 
fármaco-genética chamada hipertermia maligna ou hipertermia 
anestésica genética que é uma afecção predisposta 
geneticamente que ocorre por aumento da atividade muscular, o 
aumento da temperatura corpórea ocorre rapidamente e na 
maioria dos casos de forma irreversível, relacionado a outros 
fármacos inalatórios, mas ocorre principalmnente com o 
halotano, e há poucos relatos com o sevofluorano. Relatado 
principalmente em humanos e suínos, já sendo relatado 
também em equinos e caninos. Deve-se resfriar o paciente neste 
caso com gelo, soro resfriado, aplicar álcool nos coxins e 
protocolo anestésico pode ser interrompido ou trocado. 
o Isofluorano: É o mais utilizado por ser mais seguro que o 
halotano e mais barato que o sevofluorano. Possui odor 
pungente e irritante, portanto, a indução com a máscara é 
menos aceita pelos pacientes, ação arritmogênica insignificante, 
não sensibiliza o miocárdio, causa depressão cardiovascular 
dose-dependente, aparentemente é mais hipotensor quando 
comparado ao halotano, promove uma vasodilatação mais 
intensa, mas mantém melhor o débito cardíaco, pois não 
deprime o barorreflexo, mantendo o controle através do 
aumento reflexo da frequência cardíaca (FC). Atualmente tem 
sido destacado por sua proteção miocárdica, por causar 
vasodilatação coronariana aumentando a disponibilidade de O2 
no miocárdio e possuir biotransformação mínima. 
o Sevofluorano: É mais seguro quando comparado ao isofluorano, 
mas é mais caro. Possui odor agradável, não pungente, pode 
 
causar leve irritação das vias aéreas. Possui baixa solubilidade 
lipídica, promove estabilidade hemodinâmica e bom 
relaxamento muscular. Não promove depressãodo barorreflexo, 
possui uma biotransformação hepática maior que o isofluorano 
e o desfluorano, mas menos que o halotano (20% de 
biotransformação). 
 
 Cardio 
vascular 
Respiratório Cerebral Renal 
N2O ----- Vol. Corrente 
FR 
Fluxo sang. 
PIC 
Metabolismo 
Fluxo, DU e 
FG 
Halotano PA 
FC 
DC 
Vol. Corrente 
FR 
Fluxo sang. 
PIC 
Metabolismo 
Fluxo, DU e 
FG 
Enfluorano PA 
FC 
DC 
Vol. Corrente 
FR 
Fluxo sang. 
PIC 
Metabolismo 
Fluxo, DU e 
FG 
Isofluorano PA 
FC 
DC 
Vol. Corrente 
FR 
Fluxo sang. 
PIC 
Metabolismo 
Fluxo, DU e 
FG 
Sevofluorano PA 
FC 
DC 
Vol. Corrente 
FR 
Fluxo sang. 
PIC 
Metabolismo 
Fluxo, DU e 
FG 
Tabela de alterações provocadas pelos anestésicos inalatórios 
 
 
Há controversas em relação a abortos e teratogenicidade causados pelos 
anestésicos inalatórios, ainda assim, recomeda-se o uso com cautela em 
gestantes e lactantes. É importante durante o uso destes fármacos 
manter o cuff da sonda orofaringea inflado, evitar o uso de máscaras e é 
ideal utilizar sistemas antipoluentes. 
MONITORAÇÃO ANESTÉSICA 
Equipamentos: 
 Monitores multiparamétricos; 
 Doppler; 
 Estetoscópio; 
 
Os sistemas nervoso, cardiovascular e respiratório devem essencialmente 
serem monitorados durante toda cirurgia, assim como a temperatura, e 
o sistema renal pricipalmente em cirurgias prolongadas. A ficha 
anestésica comprova tudo que foi avaliado durante o transanestésico, ela 
deve ser arquivada junto a ficha do paciente, nela observa-se o estado do 
paciente em intervalos regulares, à cada 5 minutos, e permite visualizar a 
necessidade de ajustes no protocolo anestésico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistema nervoso central (SNC) 
o Avaliar estágios e planos de Guedel; 
o Avaliar o índice biespectral (BIS): utiliza-se um conector na 
região frontal da cabeça e ele mensura a atividade elétrica 
cerebral (eletroencefalograma), mas não é feito com frequência 
na veterinária por ser de interpretação subjetiva. 
Sistema respiratório (SR) 
o Ausultação do tórax com estetoscópio; 
o Atenção para evitar edema pulmonar por excesso de 
fluidoterapia (taxas ideais: 10ml/kg/h para cães e 5ml/kg/h para 
felinos). 
o Avaliar frequência respiratória (FR): Uma FR muito alta não 
permite amplitude respiratória adequada para oxigenar os 
tecidos, a FR muito baixa indica aprofundamento anestésico e 
causa hipoventilação. Ela pode ser avaliada por observação 
 
torácica, com o uso do estetoscópio, observação do balão 
reservatório e pode-se também avaliar a amplitude respiratória. 
o Avaliar mucosas: Mucosas róseas demonstram ventilação 
adequada, apenas em pacientes submetidos ao hemograma e 
com o hemograma dentro dos parâmetros, sendo que um 
paciente anêmico as mucosas estarão pálidas, podem também 
estar ictéricas e outras dependendo da situação do paciente. 
o Capnografia: Indica a pressão parcial de CO2 ao fim da 
expiração (ETCO2), avalia a qualidade da troca gasosa, os 
valores de referência são 35-45mmHg. Na capnografia observa-
se um traçado (capnograma) formado por 4 fases, a fase I é a 
linha de de base inspiratória, a fase II é o traço ascendente 
expiratório, a fase III é o platô expiratório e a IV representa o 
traço descendente expiratório. A ETCO2 pode ficar elevada 
quando há depressão respiratória e consequentemente 
ventilação prejudicada, aumento do metabolismo celular 
(hipertermia ou sepse), e reinalação de CO2 (chegar válvula de 
alívio que pode estar fechada ou por exaustão da cal sodada – 
absorvente de CO2 usado em circuitos anestésicos). A ETCO2 
pode reduzir por parada respiratória ou cardíaca, caso a 
intubação tenha sido feita no esôfago e não na traqueia, 
desconectação do tubo orotraqueal ou por alto fluxo de CO2. 
o Oximetria de pulso (SpO2): Denominada como saturação de O2 
na hemoglobina, demonstra a quantidade de O2 dentro da 
hemoglobina que passa no sensor infravermelho (na língua ou 
outra superfície pouco pigmentada como orelha, pata nos 
felinos, a pigmentação da língua em alguns animais pode 
interferir, assim pode-se colocar na vulva, prepúcio e outros, em 
humanos é colocado no dedo). O valor de referência é à cima de 
95% para pacientes no oxigênio 100% e de 93% para pacientes 
fora do oxigênio. Pode ser alterado por vasoconstrição que 
 
ocorre quando há exposição excessiva da língua, pode-se fazer 
uma massagem no local para melhor o fluxo sanguíneo. Outros 
fatores que podem interferir são: luminosidade, hipotensão, 
pigmentação e outras interferências como movimentos 
mecânicos. 
Sistema cardiovascular (SCV) 
o Auscultação do tórax com o estetoscópio ou pelo estetoscópio 
esofágico. 
o Palpação do pulso periférico na artéria femoral localizada na 
parte interna da coxa. 
o Avaliação das mucosas e TPC. 
o ECG (Eltetrocardiografia): Avalia a atividade elétrica do coração 
(FC e ritmo), fornece diagnósticos como arritmias, desequilíbrios 
eletrolíticos e avalia se a oxigenação adequada. Porém, este 
exame não fornece informações sobre hemodinâmica ou força 
de contratilidade. 
o A frequência cardíaca pode ser avaliada através da palpação 
arterial, torácica, estetoscópios, eletrocardiograma e pela 
oximetria de pulso. 
o A pressão arterial (PA) deve ser mensurada para avaliar o fluxo 
sanguíneo, se está adequado para manter a perfusão tecidual, 
para cães a pressão arterial sistólica (PAS) deve ser à cima de 
90mmHg, e a pressão arterial média (PAM) à cima de 
60mmHg. Já em felinos os parâmetros são PAS >100mmHg e 
PAM > 60mmHg, em animais de grande porte a PAS deve ser 
maior que 90-100mmHg e a PAM maior que 70mmHg. Em 
casos de hipotensão prolongada ocorre vasocontrição renal, 
hipóxia cerebral e em grandes animais, principalmente ocorre 
deficiência na perfusão muscular. Ela pode ser mensurada pelo 
método invasivo/direto através da canulação arterial (maior 
acurácia) e a conecção com um manômetro aneróide (PAM) ou 
 
monitor multiparamêtrico (oferece informações de PAM, PAS e 
PAD). As vantagens deste método é sua precisão em detectar 
hipotensão, monitoração constante e realização da 
hemogasometria arterial. Já as desvantagens é que exige muita 
experiência para canulação arterial, pode provocar hematoma, 
embolias e infecções. Os mais utilizados são os métodos não 
invasivos/indiretos como o doppler arterial e o sistema 
oscilométrico, são de fácil execução e não provocam dano 
tecidual. Em contrapartida são mais imprecisos para detectar 
hipotenção, e pode ser ineficientes em animais muito pequenos. 
o O sistema cardiovascular também pode ser avaliado pelo débito 
cardíaco (DC = FC x VS), termodiluição e pelo ecocardiograma. 
o Hemogasometria: Pode ser feita com sangue arterial ou venoso, 
o sangue deve ser heparinizado e a amostra deve ser processada 
em até 4 horas. 
 
Temperatura 
o A temperatura deve ser mensurada durante a manutenção 
anestésica e deve se manter à cima de 36ºC, ela pode ser 
mensurada pelo sensor multiparamêtrico ou pelo termômetro. 
o O colchão térmico é usado para manter o paciente aquecido 
durante a anestesia para evitar hipotermia, mas deve-se tomar 
cuidado com a temperatura do colchão e o contato direto para 
evitar queimaduras. 
 
 
 
 
 
 
ANESTÉSICOS LOCAIS 
 
Os anestésicos locais são utilizados como adjuvantes em cirurgias em 
pacientes conscientes. Eles agem provocando analgesia por 
dessensibilização das fibras aferentes e inibem a sensibilização central 
ou secundária. Possuem também efeito antiarrítimico e antimicrobiano 
já descoberto com S. aureus, E. coli, P. aeruginosa e E. faecalis. Seu 
mecanismo de ação é a inibição reversivel da excitação e condução do 
impuso nervoso pelas fibras nervosas, sem promover inconsciência, suas 
possíveis apresentações são: pomadas, sprays, injetáveis, géis e geléias. 
 
Fisiologia do potencial de açãoO neurônio em potencial de repouso é negativo, aproximadamente -
70mV, no meio extracelular há uma alta concentração de íons positivos 
quando comparado ao intracelular. Ou seja, há um diferencial de 
potencial entre as membranas, quando ocorre um estímulo abrem-se 
canais de sódio (Na+) e aumenta-se a permeabilidade da membrana a 
estes íons tornando o meio intracelular mais positivo (repolarização). Em 
seguida o neurônio despolariza e passa por um período refratário e 
assim o potencial de ação passa de célula em célula. O mecanismo de 
ação mais aceito para os anestésicos locais é a ligação com canais iônicos 
sódio-seletivos nas fibras nervosas, inibindo a permeabilidade ao sódio e 
a propagação do potencial de ação. 
 
 
 
 
 
 
 
Na estrutura química dos fármacos anestésicos locais observa-se um 
radical aromático, uma cadeia aromática e um grupo amina. Sendo o 
radical aromático uma parte lipofílica, e o grupo amino uma parte 
hidrofílica. Esta estrutura química permite que o anestésico local chegue 
ao seu local de ação por duas vias: Via hidrofóbica (atravessa a 
membrana plasmática para acessar o canal iônico aberto ou fechado) e a 
Via hidrofóbica (uso-dependente). 
o Ésteres (tetracaína, benzocaína e procaína): A grande maioria 
destes fármacos é hidrolisada pela colinesterase plasmática e 
possui durabilidade curta sem conservantes (menor duração). O 
metabolismo da maioria dos ésteres resulta em ácido 
paraaminobenzóico (PABA), que pode ser associado a reações 
alérgicas. 
o Amidas (prolocaína, mepivacaína, bupivacaína e lidocaína): São 
estáveis e não podem ser hidrolisados pela colinesterase, 
possuindo degradação enzimática hepática. 
 
Fatores que interferem na ação de anestésicos locais 
o Peso molecular: Está relacionado com a capacidade de se 
movimentar no canal de sódio que é o canal iônico alvo dos 
anestésicos locais. Quanto menor a molécula menor será seu 
tempo de ação, pois está molécula reduzida se desprende mais 
facilmente do receptor. 
o Solubilidade lipídica: É determinante para a potência anestésica, 
quanto maior a solubilidade lipídica mais facilmente este 
fármaco atingirá o canal iônico. Também aumenta a toxicidade 
e reduz a margem de segurança do anestésico local. Assim, 
quanto mais lipossolúvel o fármaco mais potente será o mesmo. 
o Tipo de fibra alvo para bloqueio: Fibras finas e de condução 
lenta apresentam efeito diante da administração do anestésico 
 
mais rapidamente. Já em fibras grossas e de condução rápida o 
efeito do anestésico é mais lento. Após a administração dos 
anestésicos locais observa-se uma sequência de bloqueios, o 
primeiro bloqueio é da dor, seguido do frio, calor, tato e 
compressão profunda e por fim a função motora. 
o pH do meio: Normalmente anestésicos locais são bases fracas, 
isto é, recebem H+ facilmente se ionizando em meios ácidos. O 
grau de ionização (pKa) também deve ser considerado, sendo 
que quanto maior o pKa menor a velocidade de ação, ou seja, 
maior será o período de latência. Por exemplo, a lidocaína 
possui pKa 7,7 e a bupivacaína 8,1, portanto, a lidocaína possui 
um menor período de latência. Assim, o pH do meio é 
importante, sendo que tecidos infectados tendem a ser mais 
ácidos, desta forma reduz a fração não-ionizada do anestésico 
local aumentando o período de latência do fármaco e reduz seu 
efeito, estes locais infectados também podem apresentar maior 
fluxo sanguíneo local. 
Início rápido Início intermediário Início lento 
Lidocaína Bupivacaína Procaina 
Prilocaína Levobupivacaina Tetracaina 
 Ropivacaina 
 
o Concentração do anestésico: Quando o anestésico é mais 
concentrado ele possui maior capacidade de bloqueio dos canais 
de sódio. Quanto maior a dose maior a eficácia total, reduzindo 
o tempo de latência e aumentando a duração. A concentração 
também está relacionada com o grau de ligação às proteínas 
plasmáticas. É importante se atentar a dose tóxica dos fármacos, 
ex. a dose tóxica de lidocaína é 7mg/kg, em um cão de 10kg e 
uma concentração de 2%: 
𝐷𝑇 =
7𝑚𝑔/𝑘𝑔 ×10𝑘𝑔
20𝑚𝑙
= 3,5𝑚𝑙 
 
Excreção 
o Após a metabolização dos fármacos os produtos gerados podem 
ser excretado pelos rins, uma parte é excretada de forma 
inalterada, sendo que os ésteres normalmente são eliminados 
em maior quantidade de forma inativa quando comparado as 
aminas. 
Fármaco Características Dosagem 
Lidocaína Possui início rápido (5-10min), baixa 
toxicidade, redução de dor pós-
operatória. Sua duração é curta (1,5-
2h), a sobredose causa toxicidade ao 
SNC e colapso cardiovascular. 
2-5mg/kg 
(epidural ou 
infiltraçã e 
bloqueio local 
a 2%). 
Lidocaína (IV) Propriedades anestésicas e 
analgésicas, pode ser usada associada 
ou não, reduz a CAM, provoca 
analgesia, possui ação anti-
inflamatória e antiarritmogênica, 
reduz riscos de íleo-paralítico, protege 
contra lesões de reperfusão. 
 
Bupivacaína 3-4 vezes mais potente que a lidocaína, 
duração longa (2-4 horas), não 
provoca vasodilatação, associação com 
adrenalina aumenta a duração, possui 
95% de ligação com proteínas 
plasmáticas. A toxicidade é baixa, e 
reduz dor pós-operatória, período de 
latência longo (30-40min), sobredoses 
provocam toxicidade ao sistema 
cardiovascular. 
Dose 
máxima: 
2mg/kg; 
2mg/kg 
(epidural ou 
infiltração e 
bloqueio 
local); 
Concentração 
de 0,5% e 
0,75%. 
 
 
 
Místura “eutética de anestésicos locais” (EMLA): Lidocaína (2,5%) + 
Prilocaína (2,5%), é uma pomada oleosa capaz de penetrar a pele íntegra 
e provocar anestesia de pele, ideal para punções venosa ou arterial. 
BLOQUEIOS LOCORREGIONAIS EM PEQUENOS ANIMAIS 
Os bloqueios locorregionais são indicados em anestesias balanceadas 
utilizados para provocar anestesia local somado a anestesia geral, em 
pacientes críticos e como suporte analgésico. É importante diferenciar a 
anestesia geral que promove inconsciência e perda dos reflexos 
protetores da anestesia regional que causa apenas bloqueio nervoso local. 
As modalidades anestésicas regionais são: tópica, por infiltração, 
perineural e espinha (peridural ou intratecal). 
 
Anestesia tópica 
É feita a aplicação de anestésicos topicamente, é eficaz quando aplicada 
sobre mucosas como olhos, laringe, traqueia, esôfago e uretra. As 
apresentações encontradas são: cremes, geleias ou géis (utilizados na 
sonda orotraqueal) aerossóis, pomadas e líquido. Pode ser utilizada em 
diversos casos como suturas simples, biópsias, arteriopunção e 
venopunção (utiliza-se normalmente o EMLA 5%, sendo que esta 
combinação possui uma latência de aproximadamente 30min). 
o Lidocaína (0,5%-10%); 
o Bupivacaína (0,25%-0,5%); 
o Ropivacaína (0,75%-1%); 
o Tetracaína. 
o A latência para qualquer fármaco citado depende da técnica 
utilizada e a eficiência da administração tópica é pequena. 
 
 
 
Anestesia por infiltração 
É uma técnica segura utilizada extravascular por meio de injeção 
diretamente no local, é importante evitar a administração IV (puxa-se o 
êmbolo da seringa pra conferir se não vem sangue) que pode causar 
superdosagem causando desordens no SNC e cardiovascular além de 
não produzir dessensibilização. É importante realizar previamente a 
tricotomia e antissepsia do local e utilizar luvas para aplicação. 
o Lidocaína (5-7mg/kg); 
o Bupivacaína (1,25mg/kg); 
o Ropivacaína (2,5mg/kg). 
Pode ser administrado via intradérmica, subcutânea ou intramuscular, 
em mastectomias, nodulectomias ou suturas pode-se utilizar múltiplas 
injeções que ao adentrarem os tecidos formam o chamado botão 
anestésico que é uma elevação no local de aplicação, posteriormente ele 
se discipa. 
Em casos de mastectomias a anestesia regional por infiltração é feita por 
uma técnica chamada tumescência (500ml de soro fisiológico, 40ml de 
lidocaína e 0,5ml de adrenalina), esta técnica reduz sangramento, 
melhora a divulsão tecidual e a analgesia trans e pós-operatória,deve-se 
respeitar a dose tóxica da lidocaína (7mg/kg – sem vasoconstritor e 
9mg/kg – com vasoconstritor) e a quantidade máxima de volume 
injetável 15ml/kg. É importante ter cuidado em casos de tumores 
ulcerados, inflamatórios e com semeaduras. 
Anestesia peineural 
o Nervo infraorbitário: encontra-se no forame infraorbitário, este 
forame pode ser localizado formando um triângulo onde o 
polegar é colocado na crista facial e o dedo do meio na fossa 
nasal, colocando o indicador medialmente aos dois dedos 
encontra-se o forame infraorbitário. Em cães a dose utilizada é 1-
2ml de lidocaína e em gatos 0,5-1ml. Utiliza-se agulhas 
hipodérmicas e penetra cerca de 0,5cm. É importante não entrar 
 
no forame para evitar lesão nervosa, o intuito não é perfurar o 
nervo. Este bloqueio provoca bloqueio do lábio superior, narinas, 
cavidade nasal, incisivos superiores e molares ipsilateral. 
 
o Nervo mentoniano: Emerge do forame mentoniano localizado 
rostralmente na mandíbula, para localizar o forame em 
pequenos animais utiliza-se a dobra labial como referência 
(entre o segundo pré-molar e o canino) o forame encontra-se 
abaixo desta dobra. Injeta-se 1ml de lidocaína 2% em cães e 
0,5ml em gatos. Provoca bloqueio da porção cranial da 
mandíbula ipsilateral. 
o Nervo mandibular: Emerge do forame mandibular e seu 
bloqueio provoca anestesia em toda a mandíbula ipsilateral. O 
forame mentoniano encontra-se no final da mandíbula, antes 
da asa do atlas onde deve-se inserir a agulha medial rente ao 
tabique ósseo. Injeta-se 1-2ml de lidocaína 2% em cães e 0,5-1ml 
em gatos. 
o Retrobulbar: Deve-se palpar a órbita óssea do olho e inserir a 
agulha rente ao tabique ósseo até a região retrobulbar, pode-se 
entortar levemente a agulha para desviar do olho. Injeta-se 2ml 
de lidocaína 2%, este bloqueio é indicado para cirurgias de 
enucleação. Neste bloqueio tem-se o bloqueio do nervo óptico e 
musculatura, anestesiando o globo ocular, deve-se evitar 
aplicação intravascular e perfuração do globo ocular. 
o Plexo braquial: O bloqueio é realizado suspendendo o membro 
torácido e incerindo no vazio que se forma entre o tórax e o 
membro de forma cranio-caudal, pode se guiar pela artéria 
axilar que o plexo fica próximo a ela. Provoca o bloqueio do 
membro anterior a partir do terço médio, utiliza-se o decúbito 
lateral e deve ser realizado a tricotomia e antissepsia da área, e a 
técnica deve ser repetida mais uma vez respeitando a dose tóxica 
 
dos fármacos. Utiliza-se 5-7mg/kg de lidocaína com ou sem 
vasoconstritor 2% ou 2mg/kg de bupivacaína com ou sem 
vasoconstritor 0,5%. A anestesia ocorre distalmente a 
articulação escápulo-umeral e provoca uma analgesia pós-
operatória longa de até 12 horas, a latência é de 10-40 minutos. 
As principais complicações são: pneumotórax e aplicação 
intravascular. 
Anestesia epidural/peridural 
A aplicação é feita no local epidural, entre a dura-máter e o canal 
vertebral, e é muito utilizada na medicina veterinária. É indicada para 
cirurgia em membros pélvicos, pelve, lombar, região anal ou perianal e 
cauda. Deve-se realizar a tricotomia, antissepsia e utilizar pano e luva 
estéreis. O decúbito ideal é esternal com elevação de cabeça (para evitar 
progressão rápida do anestésico e bloqueio simpático que pode promover 
hipotensão e até apnéia), palpa-se as tuberosidades ilíacas e administra 
entre o espaço L7-S1, estender o membro pélvico cranialmente facilita a 
localização do espaço lombo-sacro. Deve-se perfurar os ligamentos 
supraespinhoso, interespinhoso (intervertebral) e o ligamento amarelo, 
ao perfurar o último ligamento sente-se uma creptação. Pode ser feito o 
teste da gota pendente (coloca no canhão da agulha solução fisiológica 
ou anestésico quando atinge o espaço peridural a gota é sugada pela 
pressão negativa do espaço, em alguns casos de pressão baixa e pacientes 
pequenos pode não ser sugada), perda de resistência (não pode haver 
resistência para administrar o fármaco, deixa-se uma bolha de ar que ao 
administrar o fármaco esta bolha não pode ficar distorcida, pois indica 
resistência), o volume injetado é 1ml/4,5kg ou 0,22ml/kg, em animais à 
cima de 20kg pode ser feito 1ml/10kg. A administração deve ser feita em 
até 1 minuto utilizando agulhas Tuohy em um ângulo de 30-90º. É 
contraindicada em casos de trombocitopenia, coagulopatias, leucocitose, 
dermatites, fraturas de pelve, hipovolemia ou choque e doença 
degenerativa central. 
 
 
 
 
 
Anestesia para orquiectomia 
Para técnicas de castração abertas ou fechadas utiliza-se o bloqueio do 
cordão espermático ou intratesticular ou na linha de incisão, injetando 
ou instilando 0,15ml (pequenos) a 1ml ou um pouco mais para animais 
grandes, respeitando as doses tóxicas (ex. 4mg/kg dividido por 3 – 2 
para o testículo ou cordão e 1 para linha de incisão). 
BLOQUEIOS LOCORREGIONAIS EM GRANDES ANIMAIS 
o Nervo infraorbitário: É utilizado para bloquear a região rostral 
ao forame infraorbitário, onde o nervo emerge, insere a agulha 
cranio caudal, sem adentrar o forame. Provoca anestesia de 
lábio superior, narinas, cavidade nasal, incisivos superiores e 
molares ipsilateral. Localiza-se o forma similar a ténica utilizada 
em pequenos, sendo que o músculo elevador nasolabial 
encontra-se à cima do forame e deve ser deslocado. Deposita-se 
2-3ml de lidocaína 2%, para zebuínos o forame é mais cranial 
normalmente paralelo ao primeiro pré-molar. Utiliza-se o 
escalpe para evitar que a agulha saia do local desejado. 
o Nervo mentoniano: Assim como em pequenos animais ele 
emerge do forame mentoniano localizado na mandibula 
 
rostralmente e seu bloqueio provoca anestesia em regial rostral, 
incisivos e lábio inferior ipsilateral. Deve-se localizar a comissura 
labial e ele fica abaixo dela, é um forame menor e necessita de 
um menor volume de anestésico, e é dificil de ser palpado, 
utiliza-se entre 5-10ml de lidocaína 2%. 
o Bloqueio de pálpebra: É feito um conjunto de bloqueios para 
bloquear toda a pálpebra, para a pálpebra superior é necessário 
bloquear o nervo lacrimal (0,5-1cm a cima da comissura lateral 
da parte superior do olho), 2ml de lidocaína, não introduzir 
muito a agulha, neste caso coloca-se a agulha caudo-cranial, nos 
demais casos é cranio-caudal, 0,5-1 cm da comissura medial 
bloqueia-se o nervo infratroclear, com a mesma quantidade e 
técnica, o nervo surpraorbitário sai pelo forame supraorbitório 
que passa pelo processo zigomático do osso frontal colocar o 
nome, faz um triangulo com o dedo médio na camissura lateral, 
o polegar na medial e o dedo indicador formando um triangulo 
logo no processo zigomático, mesma técnica e quantidade, não 
adentrar o forame. Para pálpebra inferior bloqueia-se o nervo 
zigomático, deposita-se no subcutâneo no terço médio do órbita 
óssea ventralmente a pálpebra inferior (são ramos do nervo 
trigêmio). Não há bloqueio motor até aqui. Bloqueio motor 
palpebral é feito no nervo aurículo palpebral, que está 
dorsolateralmente ao pálpebra superior mais proeminente ao 
arco zigomático, traça-se uma linha imaginária entre comissura 
lateral do olho e pavilhão auricular, e injeta-se na região de 
protuberância óssea do arco zigomático 4ml de lidocaína 2%. 
Desta forma ocorre bloqueio motor da pálpebra superior. 
o Nervo mandibular ou alveolar inferior: Este nervo sai pelo 
forame mandibular que não pode ser palpado, utiliza-se um 
volume maior de anestésico (5-10ml), a meta é depositar o mais 
próximo possível do forame, usa-se uma agulha longa de rosen 
 
tal (150X8), traça-se uma linha imaginária paralela a comissura 
lateral do olho e outra perpendicular a está rente aos dentes, o 
ponto de intersecção indica o forame mandibular, o nervo passa 
medial, e deve-se introduzir a agulha até a intersecção, faz a 
medição da agulha, num ângulo de 90º. Para evitar tecidos 
moles pode-se passar a agulha “raspando”no osso, pode ser 
necessário fazer uma pequena incisão com bisturi ou outra 
agulha, pois esta agulha não é muito cortante, sempre aspirar o 
êmbolo para evitar que esteja em um seio venoso ou arterial, é 
necessário que o animal esteja anestesiado ou sedado. Neste caso 
anestesia-se toda a parte cranial, toda a mandibula e dentes 
inferiores. 
o Anestesia para enucleação: Técnica similar para animais de 
grande porte e de pequeno, para grandes se for feito no tronco o 
animal deve estar muito sedado, ou anestesia geral, + anestesia 
para enucleação. É feito o bloqueio retrobulbubar e todos os 5 
nevos de pálpebra (exceto se estiver com anestesia geral, que ai 
faz só o bloqueio retrobulbuar para analgesia), e pode ser feito 
infiltração em ambas as pálpebras (5ml lidocaína 2%), para 
promover analgesia para a sutura. Para o bloqueio retrobulbar 
palpa-se a comissura medial, sente-se a órbita, coloca-se a 
agulha de 10-15 cm, insere na comissura medial, próximo ao 
osso, até estar atrás do globo ocular, pode ser feito um pequeno 
desvio na agulha para evitar estruturas oculares, o globo ocular 
protundi após a aplicação, não precisa ficam movendo a agulha 
ao redor do olho. 
o Bloqueio paravertebral: Anestesia região de flanco, pode-se 
bloquear L3-L4, mas o animal pode perder o tônus de membros, 
então prioriza-se T13-L1 e L2. Muito usado em bovinos, no 
bloqueio paravertebral distal entra-se paralelo (técnica proximal 
ou de Farquharson), exite um ramo nervoso dorsal e um ventral, 
 
deposita-se 10-15ml no ramo ventral e 5ml no dorsal (nervos 
mais finos), utiliza-se agulha longa (rosental, pode ser feito 
incisão), realiza-se tricotomia e antissepsia. Anestesia infiltrativa 
necessitando deposito de mais anestésico. 
o Bloqueio em linha: Injeta-se 20-30ml de lidocaína 2% na linha 
de incisão, pode-se associar outras técnicas, em bovinos adultos 
não deve-se exceder 250ml para um animal de 500kg, em 
caprinos a dose deve ser menor que 10ml e em equinos não deve-
se exceder 150ml. Provoca analgesia e relaxamento muscular 
incompleto, gasta tempo e maior custo, além do risco de 
toxicidade. 
o L invertido: É feito o bloqueio em duas linhas, uma delas é 
paralela aos processos transversos e a outra paralela a última 
costela, utiliza-se agulha 10-15cm e injeta-se 100ml de lidocaína 
subcutânio ou intramuscular, a latência é de 10-15min. Assim 
como o bloqueio em linha a analgesia e relaxamento muscular é 
incompleto, gasta tempo e possui alto custo, além do risco de 
toxidade. A deposição do anestésico fora do campo operatório 
reduz edemas, hematomas e melhora a cicatrização. 
o Anestesia dos cornos: É feito o bloqueio no ramo córneo do 
nervo zigomáticotemporal (7-10mm de pofundidade) e injeta-se 
5-10ml de lidocaína 2%. Se for feito o bloqueio pericornual 
infiltrativo deve-se administrar uma dose maior de 20ml. 
o Bloqueio para castração: 10-15ml no cordão espermático 
(fechado ou aberto) e em linha de incisão para bovinos. Em 
equinos a linha de incisão é na rafe ou em cima do corpo de 
cada testículo, faz-se a administração na linha de incisão com 
infiltração de 5-10ml, e o bloqueio intratesticular ou de cordão 
espermático, no bloqueio de cordão espermático pode promover 
hemorragias no local. 
 
o Anestesia epidural/peridural: Realiza-se a tricotomia e 
antissepsia, infiltra-se o anestésico (1-2ml de lidocaína) 
formando o botão anestésico. A sedação em equinos é necessária 
e deve-se atentar para evitar produndidade anestésica. Utiliza-
se agulhas calibre 18, 20 ou 22, ou agulhas Tuohy 17 ou 18, o 
ângulo deve ser de 30-90º. Pode ser feito o teste da gota 
pendente e observar a perda de resistência para administração 
dos fármacos e cauda relaxada. Para equinos e bovinos o 
bloqueio pode ser feito em L6-S1, S5-Co1 e Co1-Co2 (epidural 
caudal ou baixa) e em caprinos muda apenas a segunda 
aplicação que é de S4-Co1. Aplica-se um volume de 1-
1,25ml/100kg de lidocaína 2% na dose de 0,25mg/kg. 
o Técnica de Bier: É realizada principalmente para provocar 
anestesia de dígitos em bovinos, e reduz o sangramento local. É 
feito o garrote na região proximal de metacarpo/metatarso com 
a bandagem elástica smart (preferencialmente), localiza-se a 
veia digital dorsal ou palmar e realiza-se a venopunção com 
agulha 40x12 ou scalp, injeta-se lentamente 15-20ml de lidocaína 
2%. O garrote deve ser mantido por no mínimo 20 minutos 
para concentrar a anestesia e evitar que ela se distribua pelo 
corpo, e no máximo 60-90 minutos para evitar necrose tecidual 
e ao término do procedimento o garrote deve ser solto 
lentamente (solta um pouco, conta 1 minuto, aperta novamente 
durante 5 minutos) evitando lesão de reperfusão. 
 
REANIMAÇÃO CÁRDIO-CÉREBRO-PULMONAR (RCCP) 
A RCCP é o protocolo utilizado na parada cardiorrespiratória, baseado 
no Guideleness da Recover inciative e CPR/ECC da American Heart 
association. É um caso de emergência (atendimento imediato), que deve 
ser diferenciado de urgência (o mais rápido possível). Durante uma 
 
parada cardiorrespiratória (PCR) ocorre perda da função cardíaca ou da 
ventilação (pode ser primária ou secundária), caso a perda cardíaca 
ocorra primeiro ocorre perda da ventilação de forma secundária. 
Seguidas de inconsciência por hipóxica em tecidos cerebrais. Para um 
melhor prognóstico é importante o diagnóstico precoce para reduzir a 
lesão cerebral e a outros tecidos por hipóxia, disponibilidade de 
materiais para serem utilizados o mais rápido possível, uma reanimação 
ordenada e organizada com uma equipe treinada. 
Como reconhecer uma PCR? 
o Cianose: indica hipóxia grave prolongada; 
o Alterações respiratórias: aumento ou redução da amplitude 
respiratória, respiração abdominal/paradoxal (edema 
pulmonar, hérnia diafragmática); 
o Hipotensão; 
o Saturação de O2: à cima de 95% com o O2 100% e à cima de 
93% sem o uso de O2 100%; 
o Pulso irregular e/ou fraco: Utiliza-se o pulso femoral, lingual ou 
no tórax; 
o Arritmias: Através da auscultação é possível observar a arritmia, 
mas sem especificar o tipo, e o eletrocardiograma que permite 
especificação. 
Sinais pós-PCR 
o Midríase: Também pode ser observada durante a parada e pode 
ocorrer após a PCR por causa medicamentosa ou não. 
o TPC aumentado ou ausente. 
o Ausência de pulso e movimentos respiratórios. 
o Inconsciência. 
OBS: A convulsão pode ocorrer antes e levar a uma PCR por parada 
respiratória ou depois por hipóxia do tecido cerebral. 
O objetivo da RCCP é o retorno da circulação expontânea e deve seguir o 
protocolo criado pelos Guideliness. 
 
Equipe 
A equipe é constituída de no máximo 5 pessoas que executarão tarefas 
específicas, outras pessoas devem sair do local para não interferir: 
o Líder: dita as regras, checa o processo, realiza a desfibrilação e 
massagem cardíaca interna se necessário. 
o Pessoa 2: Ventilação e intubação. 
o Pessoa 3: Compressão torácica, deve-se alternar com a pessoa 2, 
pois é exaustivo. 
o Pessoa 4: Compressão abdominal, pode não ser feita, mas deve 
ser feita sempre que possível, pois redireciona o fluxo sanguíneo 
para órgãos essenciais. 
o Pessoa 5: Realiza a monitoração, posiciona equipamentos e 
administra fármacos necessários. 
Tipos de paradas cardíacas 
o Assistolia: É a mais frequente na veterinária e observa-se um 
traçado isoelétrico (reto) no eletrocardiograma por ausência de 
atividade elétrica. 
o Dissociação eletromecânica (DEM): Observa-se traçados 
bizarros com atividade elétrica baixa (não confundir com 
bradicardia) e não gera estímulo mecânico. 
o Fibrilação ventricular (FV): Aumento da atividade elétrica 
irregular e desorganizada que não gera estímulo mecânico, por 
ainda possuir atividade elétrica é mais fácil a reanimação. A 
atividade elétrica pode ser chamada de fina (reduzida) ou 
grossa (aumentada) e nenhuma atividade não gera onda nem 
batimentos. 
o Taquicardia sem pulso: o complexoQRS aumenta e não se 
observa onda P, deve-se conferir o pulso, pois neste caso não há 
pulso. 
OBS: O final das paradas é sempre a assistolia, apenas na FV e na 
taquicardia sem pulso utiliza-se desfibrilador. 
 
Equipamentos 
o Ambu; 
o Tubo orotraqueal; 
o Oxigênio; 
o Fármacos; 
o Soro; 
o Equipamentos cirúrgicos estéreis; 
o Laringoscópio; 
o UTI (sempre que possível e deve estar preparada ao máximo). 
 
ABCDE da emergência 
A – via aérea, deve-se realizar a sondagem orotraqueal, sempre 
que possível lembrando de fixar o tubo, realizar a desobstrução 
da via aérea se necessário. Em casos específicos pode-se utilizar 
boca-focinho (faz um túnel com a mão, o ar expirado possuir 
cerca de 15% de O2), a máscara facial pode ser utilizada. A 
punção cricoidea pode ser utilizada em neonatos e selvagens 
pequenos onde insere-se um cateter de maior calibre possível 
(14-16) cranio-caudal abaixo da cartilagem tireoidea e à cima da 
cricóidea acopla um plug de tubo orotraqueal, um ambu ou um 
circuito anestésico (liga-se apenas o O2). Para pacientes maiores 
onde a punção pode ser insuficiente pode se utilizar a 
cricotireoitomia e a traqueotomia onde deve-se passar apenas o 
cuff e não o tubo completo. 
 
B- Ventilação, pode ser feita com o ambu, O2 100%, é 
importante manter a PaO2 entre 80-105mmHg, pode-se usar o 
aparelho anestésico com apenas o O2 ligado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C- Circulação/compressão cardíaca: 100-120 compressões por 
minuto, pode-se utilizar a música “I gotta felling – Black eyed 
pieces” para fornecer o ritmo. O doppler ocular pode ser 
utilizado para chegar se a massagem está sendo eficiente e 
checar se o fluxo está atingindo o cérebro. A massagem é 
realizada em decúbito lateral com o dorso voltado para o 
massagista, uma mão em cima da outra em forma de concha, e 
deve-se afundar de 1/3 a ½ do tórax de forma rítmica, para isso 
lança-se o corpo sobre os braços esticados, retorna o tórax 
completamente antes do movimento seguinte. Não se faz 
intervalos no ciclo que dura 2 minutos, em seguida troca-se com 
outra pessoa e suscessivamente. Esta manobra reestabelece 
apenas 25-30% do débito cardíaco (DC=FCxVS). 
A bomba cardíaca é realizada em animais muito pequenos com 
dedos ao redor dos hemitórax direito e esquerdo e apertando 
um contra o outro. Em pacientes de tórax redondo (barril) onde 
o coração fica longe da parede lateral como pug, bulldog e 
outros prefere-se o decúbito dorsal. Em animais maiores realiza-
se o decúbito lateral na região mais dorsal do tórax e movimenta 
o coração por pressão negativa. A bomba abdominal pode ser 
utilizada sempre, comprimindo o abdome com um faixa e 
redirecionando o fluxo para regiões essenciais, pode-se 
sincronizar (aperta o tórax e solta o abdome, aperta o abdome 
solta o tórax). 
Quando tem 2 ou + socorristas: 10 
movimentos/min com o ambu; 
Com apenas 1 socorrista: fazer 2 ciclos (4 min) 
com apenas compressões cardíacas e depois 
alternar 20 compressões e 2 ventilações. 
 
D- Desfibrilação ou uso de fármacos vasoativos, neste momento 
realiza-se a administração de fármacos, correção de distúrbios 
ácido-base, reposição volêmica, desfibrilação e/ou massagem 
cardíaca interna. 
o Adrenalina (0,01-0,02mg/kg/IV): Em aves pode ser 
administrado dentro da sonda orotraqueal com dose 
10x maior diluida em 5ml. É utilizado para assistolia e 
DEM. Não deve-se realizar a administração 
intracardíaca nunca, pois ela causa hipertensão e reduz 
alta hospitalar. 
o Vasopressina (0,8 UI/kg/IV ou 2x a dose por via 
orotraqueal): Utilizada em refratários a adrenalina. 
o Atropina (0,022-0,044mg/kg/IV): Utilizado em 
assistolia e DEM por excesso de estímulo vagal. 
Normalmente é evitada pois provoca um grande 
desgaste cardíaco. 
o Desfibrilador (4-6J/kg – extracardíaco, 0,5-1,5J/kg – 
intracardíaco): Utilizado em FV e taquicardia sem 
pulso, coloca-se uma pá em cada hemitórax, para 
pacientes muito pequenos pode-se colocar uma pinça 
hemostática em cada hemitórax e chocar a pinça 
(retirar todos os cabos e afastar), intercalar com ciclo de 
2 minutos de RCCP. Pode ser feito de forma mecânica 
com um soco muito forte em região de coração para 
gerar impulso elétrico, senão funcionar pode-se realizar 
um segundo, se o paciente não retornar. 
o Massagem cardíaca interna: Pega-se o coração com a 
mão e movimenta empurrando do ápice para a base. 
Melhora cerca de 50% do DC, recomendado para cães 
de raças grandes, trauma abdominal severo ou torácico, 
 
tamponamento cardíaco, pneumotórax e abertura da 
parede torácica. 
o Dobutamina (2-10mcg/kg/min): Utilizada para 
hipotensão, aumenta força de contração. 
o Noradrenalina (0,1-0,5mcg/kg/min): Utilizada para 
hipotensão, alfa-1 agonista, principalmente causando 
vasoconstrição. 
o Colóide (20ml/kg/dia): Aumenta pressão hidrostrática. 
o Solução hipertônica 2,5% (4-7mg/kg). 
 
 
E- Checar atividade e metas, estabilizar o paciente. 
Metas 
o PAS >100mmHg para gatos e 90mmHg para cães; 
o PAM>65mmHg; 
o PVC: 8-12cmH2O, TEJ 2 sg; 
o SpO2>93%; 
o TPC = 2sg; 
o Lactato menor que 3,2mmol/L em cães e 2,5mmol/L em gatos; 
o DU: 1-2ml/kg/hora; 
o Glasgow > 17; 
 
o T = 37,5-39,3ºC; 
o Delta T <8 (diferença - subtração entre a temperatura sistêmica, 
retal ou esofágica, e periférica mensurada com infravermelho ou 
digital); 
o FC: 70-120bpm (cão) e 160-170 bpm (gatos). 
o Hb > 7mg/dl; 
o Glicemia: 70-170mg/dl (cão), 90-250 mg/dl (gato). 
Sequência correta: 
C-A-B-D-E (parada cardíaca primária) 
A-B-C-D-E (parada respiratória primária) 
 
 
Autor (a): Daniela Fonte Boa Melo; 
Instagram: @daniela.f.b.m

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