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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE DIREITO ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS SÃO PAULO 2019 DOUGLAS PEREIRA CAVALCANTE DE SOUZA RA: D88971-0 GRAZIELA LOPES DE SOUSA RA D94324-3 LAISSA VITÓRIA ALVES REIS DOS SANTOS RA N49979-6 MAGNO MASTERSON DA CONCEIÇÃO RA N50395-5 MILENA NUNES ALECRIM RA F03646-4 “QUARENTENA: SUSPENSÃO AOS EX-JUÍZES E EX-PROMOTORES PARA O EXERCÍCIO DA ADVOCACIA” SÃO PAULO 2019 DOUGLAS PEREIRA CAVALCANTE DE SOUZA RA: D88971-0 GRAZIELA LOPES DE SOUSA RA D94324-3 LAISSA VITÓRIA ALVES REIS DOS SANTOS RA N49979-6 MAGNO MASTERSON DA CONCEIÇÃO RA N50395-5 MILENA NUNES ALECRIM RA F03646-4 ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA Trabalho apresentado à UNIP – Universidade Paulista, como parte do conceito da Disciplina de APS – Atividades Prática Supervisionadas. Professora: Raquel Pereira Nunes SÃO PAULO 2019 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 4 1.1 Conflito de Interesse entre Órgãos Federais e o impedimento de exercer a advocacia ........................................................................................................................... 4 2 DISCUSSÃO .................................................................................................................... 5 2.1 O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil ........................................ 5 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................... 6 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 7 4 1 INTRODUÇÃO 1.1 Conflito de Interesse entre Órgãos Federais e o Impedimento de Exercer a Advocacia Nesta Atividade Prática Supervisionada (APS), temos como objetivo a elaboração de uma pesquisa sobre o Projeto de Lei nº 341 de 2017 de autoria do Senador Ataídes de Oliveira, que consiste em determinar uma quarentena de três anos para ex-juízes e ex-promotores para o exercício da advocacia privada. Esse impedimento tem efeito nos tribunais no qual se afastaram ou em juízos cuja extensão de atividades possa haver conflito de interesses ou uso de informação privilegiada. Durante a votação, a emenda de autoria do Senador Ronaldo Caiado foi mantida. No texto, são adicionadas ao original situações de conflito de interesses que envolvem servidores federais citados na lei 12.813/13. A partir desta, os ex- juízes e ex-promotores não podem divulgar ou fazer uso de informações privilegiadas obtidas quando exerciam os cargos anteriores. O senador Ataídes de Oliveira fez menção que a emenda constitucional 45/04 proíbe juízes e procuradores que exercessem a advocacia por três anos após a aposentadoria ou exoneração. Porém, essa emenda carece de regulamentação e vem permitindo que casos, como o do ex-procurador Marcello Miller e os dos irmãos Joesley e Wesley Batista, do grupo J&F, aconteçam: (...) a Associação dos Magistrados do Brasil ajuizou ação direta de inconstitucionalidade pleiteando a declaração de inconstitucionalidade do artigo 144, inciso VIII, do CPC, que estabelece haver impedimento do juiz nos processos “em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou 5 colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório” (ADI 5.953)1. 2 DISCUSSÃO 2.1 O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil Na pesquisa é visto que o conflito de normas se estabelece pela relação entre interesses institucionais e princípios difusos que alcançam o direito ao exercício da profissão. Em uma esfera, busca-se dirimir os males da corrupção2 que envolve também, o judiciário. E, em outro polo, um cenário da defesa dos princípios constitucionais mais fundamentais como a “livre iniciativa” e o “livre exercício da profissão” são postos. A PLS 341/2017, acrescenta novos impedimentos aos juízes, além de tornarem esse impedimento de forma “contagiosa” aos outros profissionais que também tiveram relação com o processo. Tornando também impedidos outros profissionais de atuarem nas áreas afins do judiciário. [...] Não se questiona que o juiz, para o exercício de seu mister, deve ter alguns atributos, que se constituem como uma garantia do cidadão, inerente ao devido processo legal. É importante, diz o professor Rui Portanova, “que seja um juiz independente, ou seja, que não se renda a pressões e fatores externos a sua consciência e que esteja consciente dos fatores ideológicos que moverão sua decisão”. Além disso, “deve ser imparcial, ou seja, distante dos 1 No regime processual anterior (artigo 134 do CPC/73), fixava-se o impedimento do magistrado para atuar em processo no qual postulasse como advogado seu cônjuge, companheiro ou parente (até 2º grau), tendo o novo Código de Processo Civil ampliado essa hipótese para as situações em que o cônjuge, companheiro ou parente (até 3º grau) seja membro de escritório de advocacia, “mesmo que não intervenha diretamente no processo” (artigo 144, inciso III, parágrafo 3º, do CPC). Com o dispositivo impugnado na ADI, o CPC trouxe ainda regra mais ampla de impedimento, para também afastar magistrado dos processos nas situações em que o escritório integrado por cônjuge, companheiro ou parente (até 3º grau) do juiz tenha a PARTE como seu cliente, ainda que o processo específico seja patrocinado por outro escritório. 2 O vocábulo corrupção derivado latim corruptione, processo ou efeito de corromper. Significa decomposição, putrefação, devassidão, advém do suborno ou peita, indica uma degeneração social, algo altamente reprovável, sendo sinônimo de imoralidade. Ferreira Filho (2004.p. 18) oportunamente aduz que “suas raízes se insinuam no cerne da alma humana, eis que os atos que a caracterizam se encontram ligados a uma fraqueza moral” (DE ANDRADE, 2017). 6 interesses pessoais das partes em litígio”. E, concluindo, “deve ser um julgador devidamente investido no cargo, que não delegue seus poderes nem fuja do compromisso de julgar”3 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Na discussão entre os participantes deste APS, verificou-se que a rigidez do governo em tentar impossibilitar o “tráfico de influência” - plausível de ser feito por aqueles que direta e/ou indiretamente tiveram contato com processos - antes da “exoneração” -, e que continuam em trâmite, nas mesmas circunscrições em que esse “impedido” escolheu advogar, tem sentido prático e justifica sua existência. Ainda, neste mesmo sentido, o grupo entende que a proposta corrobora e se mostra coerente em identificar essa forma de “suspeição” aos que tiveram algum tipo de relação com a tutela jurídica sob suspeita. Em se tratando do Projeto de Lei do Senado (PLS 341/17), unanimemente defendemos sê-la de vital importância para a segurança da informação jurisdicionada. Porém, nos parece, por vezes, desarrazoada e desproporcional – quando trata da mesma forma, os impedimentos de pessoas ligadas aos escritórios e não somente ao magistrado diretamente envolvido. Ainda, assim, vemos que essa emenda é mais do que necessária, pois acentua atenção ao período sociocultural - no qual vivemos. Contudo, asseveramos, que o Projeto de Lei busca refrear o uso inadequado da informação sob proteção da justiça, além de interromper o uso de lacunas legais a favor de interesses escusos.As ações do governo devem promover cada vez mais a proteção dos direitos dos participantes, envolvidos e interessados. Nesta perspectiva, deve garantir a proteção da pessoa humana, sem comprometer o sigilo das informações pessoais e o devido processo legal. 3 https://www.conjur.com.br/2018-ago-18/observatorio-constitucional-constitucional-regra-impedimento- art-144-inc-viii-cpc?imprimir=1 7 REFERÊNCIAS DE ANDRADE, Jackeline Póvoas Santos. O combate à corrupção no Brasil e a Lei n. 12.846/2013: a busca pela efetividade da Lei e celeridade do processo de responsabilização através do Acordo de Leniência. Revista Digital de Direito Administrativo, v. 4, n. 1, p. 170-203, 2017. Disponível em:<www.periodicos.usp.br/rdda/article/view/120090>Acesso em: 05mai.2019. DO BRASIL, Senado Federal. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1988. CONGRESSO NACIONAL. Comissão Mista da Medida Provisória nº 703, de 21 de dezembro de 2015. Exposição de Motivos nº 00207/2015 MP/AGU/CGU/ MJ. Altera a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, para dispor sobre acordos de leniência. Disponível em: <http://www.senado.leg.br/atividade/rotinas/materia/getPDF.asp?t=186419&tp=1>. Acesso em: 05mai.2019. OPERAÇÃO LAVA JATO. In: WIKIPÉDIA, a Enciclopédia Livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2016. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org-/w/index.php?title=Opera% C3%A7%C3%A3o_Lava_Jato&oldid-=45848575>. Acesso em: 30mai.2019.
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