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Arquitetura - Aula 11 O Gótico

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE 
CATÓLICA DE MINAS GERAIS
ICSCURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
HISTÓRIA DA ARQUITETURA, DA ARTE E 
DAS CIDADES I
Profa. Mônica E Fonseca
IDADE MÉDIA
A ARTE E A ARQUITETURA 
GÓTICAS
Catedral de Siena – Santa Maria
da Assunção, Itália (1196-1348)
(1215 - consagração) – Fachada
Oeste.
Introdução: aspectos gerais
A arte gótica desenvolveu-se na Europa na última fase da Idade 
Média, também denominada Baixa Idade Média, 
(aproximadamente entre os séculos XII e XIV, estendendo-se, em 
alguns casos, até ao século XVI). 
Das condições históricas da época pode-se dizer que: 
• no aspecto econômico assistia-se a grandes mudanças com o
surgimento de um comércio urbano ativo e a ampliação da
produção de excedentes para troca; manifestava-se a
tendência para a substituição da economia de base agrária por
uma economia na qual o comércio e a produção artesanal
começavam a aparecer como alternativas de crescimento
econômico;
• no aspecto político, surgem as primeiras propostas de
organização dos antigos reinos “bárbaros” em monarquias
unificadas, com bases territorial e cultural definidas;
• no aspecto social, diversificam-se os grupos sociais, em
decorrência da expansão de novas atividades econômicas, em
especial uma burguesia de comerciantes e banqueiros,
enriquecida pelo comércio.
Nomenclatura: gótico
O denominativo GÓTICO surgiu na época do
Renascimento para identificar o tipo de solução artística
que se constituiu na época precedente e, provavelmente,
se referia à sua procedência “bárbara” (dos povos godos
que ocuparam partes do território onde o “estilo” iria se
instalar). Alguns estudiosos julgam que essa
denominação diz respeito todavia à necessidade de
diferenciá-lo do ROMÂNICO, de clara influência clássica.
A Arquitetura
A primeira manifestação do estilo gótico como um todo
articulado ocorreu ainda no início do século XII (por volta
de 1140), com a reforma no coro da abadia de Saint-Denis,
nas imediações de Paris (cerca de 22 Km ao norte).
A partir de então, o estilo se espalha rapidamente
tornando-se em pouco tempo a linguagem dominante para
a expressão arquitetônica no período: Notre-Dame de
Chartres, Notre-Dame de Paris, Notre-Dame de Reims,
dentre outras na França, Alemanha e Inglaterra.
A igreja da abadia de Saint-Denis
Saint-Denis tem sua origem
ainda no século III, como
necrópole do primeiro bispo
de Paris, Saint Denis, morto
sob martírio.
O local tornou-se centro de
peregrinação e mais tarde
abadia.
No século XII teve início a
reforma de seu coro,
promovida pelo abade Suger,
com o lançamento da pedra
fundamental em 1140.
Vista do coro reformado pelo Abade
Suger por volta de 1140.
Tímpano do portal central oeste, com
cena do Juizo Final (c.1135)
Catedral de Notre-Dame de Chartres – França (1145)
Fachada Oeste com o Portal da Glória
ou Pórtico Real. (torre sul 1160; torre
norte 1513)
Torre sul
Torre norte
Catedral de Notre-Dame de Chartres. Espaço sob o telhado. Introdução de estrutura de ferro, após
incêndio ocorrido em 1836.
Vista aérea da
Catedral de Notre-
Dame de Chartres,
com as fachadas sul e
leste.
Catedral de Notre-Dame de Paris – França (1163)
Vista geral da fachada oeste, com destaque do
portal do Juizo Final.
Notre-Dame de Paris. Portal Oeste. “Juizo Final”, com enquadramento das alegorias da Igreja e da
Sinagoga.
Anúncio do Juizo Final, com a assinatura do escultor
TOUSSAINT, que refez o lintel em 1853, sob a direção
de Viollet-le-Duc.
Características principais do estilo gótico
• Arco ogival
• Arcobotante ou botaréu
• Abóbada nervurada
• Amplo emprego do vidro em grandes janelas
Combinados introduzem uma nova proposta estética:
• Anima as massas inertes de pedra,
• Acelera o movimento do espaço,
• Produz um sistema inervado de linhas de ação,
• Produz aparência de imaterial leveza.
Fig. 1: Os tramos retangulares com a projeção
da abóbada nervurada e a função dos arcos
ogivais.
Fig. 2: Os arcobotantes e sistemas de descarga
das forças
Introduzem, também, vantagens técnicas:
• Construção de abóbadas sobre vãos retangulares, com arcos 
ogivais com três graus diferentes de curvatura.
• Duplicação dos pontos de apoio, reduzindo o esforço de cada
um.
• Uso de nervuras como reforço das arestas, permitindo o 
simples preenchimento dos panos entre elas, liberando-os de 
uma função estrutural.
Catedral de Colônia (1248) Catedral de Amiens (1220)
Abóbadas nervuradas, reforçando as arestas e aliviando a carga sobre os panos; seções retangulares,
com a duplicação dos pontos de apoio; distribuição das descargas em feixes de colunelos, gerando a
impressão de leveza.
• Os contrafortes substituem os grossos muramentos entre as
capelas radiais, que constituem, ao redor do deambulatório,
uma franja ininterrupta e ondulante,
• As paredes laterais desaparecem totalmente, produzindo um
efeito de leveza, arejamento e suavidade,
• Surgimento de três níveis nas elevações: arcada no
pavimento térreo; galeria ou trifório no segundo pavimento
e clerestório no terceiro,
• As arcadas são sustentadas, alternadamente, por pilares
compostos que definem divisões maiores.
Plano da Catedral de Chartres.
Sistema de contrafortes e
arcobotantes. Catedral de Chartres.
Capelas radiais e
contrafortes, abolindo
as paredes estruturais.
Arcobotantes. Catedral de Notre Dame, Paris.
Planta da Catedral de Noyon. 
Nave da Catedral de Noyon, c. 1120 - França –
trifório e alternância dos pilares. 
Cronologia/fases
O gótico pode ser dividido em 
três fases: 
• 1a) gótico inicial, primário 
ou primitivo (de 
decoração sóbria); 
• 2a) gótico radiante, ou 
clássico; 
• 3a) gótico flamejante ou 
tardio (de decoração mais 
complicada com soluções 
ornamentais abundantes e 
que lembram chamas).
Catedral de Noyon, c.1120. 
Características gerais da forma arquitetônica
Manifesta-se intensificação da ornamentação das fachadas,
na qual há recorrência de:
Rosáceas preenchidas por vitrais.
Torres altas reforçando a impulsão vertical.
Articulação dos portais em numerosos arcos ogivais
concêntricos, ricamente esculpidos com farta figuração
simbólica, profetas, anjos, etc.
Recorrência da temática do Juízo Final nas portadas,
sendo o Tímpano geralmente ocupado com a figura de
Cristo ou da Virgem.
Busca de expressão de leveza com emprego de
colunelos ou feixes de colunelos, em substituição aos
grossos pilares de seção quadrangular ou cruciforme.
Plantas em formato de cruz latina, buscando-se a implantação do
edifício no sentido Leste-Oeste.
O emprego da abóbada nervurada sublinha a “ossatura” estrutural,
aliviando os panos de fechamento de qualquer função estrutural.
As grossas paredes com pequenas aberturas são substituídas por
amplas janelas preenchidas por vitrais, tendendo à união do trifório e
do clerestório para maior eficiência da iluminação. De qualquer forma
esse efeito sequencial reforça o sentido de impulsão vertical.
A ornamentação, originalmente concentrada na fachada oeste, volta-se
também para as fachadas dos braços do transepto, que, por sua vez,
ampliam-se em grandes volumes transversais.
Surgem arcarias e galerias, às vezes vazadas, nas quais se incluem
sequências de esculturas, representando santos, profetas e reis, a
Corte Celestial.
Ao longo das portadas, distribuem-se figuras encimadas por
baldaquino, apoiadas em pedestal (supedâneo). São as estátuas-
colunas representando figuras santas, profetas, etc. Recebem o nome
de figuras de jamba (jamba = batente).
Catedral de Notre-Dame, Amiens (1220). Elevação (nave lateral), com os níveis da arcada, trifório e
clerestório.
clerestório
Trifório
arcada
clerestório
trifório
arcada
Elevação, parede lateral da
nave, Catedral de Noyon, c.
1120.
Catedral de Reims – França (1211)
Rosáceas
Torres (impulsão vertical)
Arcos ogivais concêntricos
Galerias em arcada com 
estátuas
Estátuas colunas 
(figuras de jamba)
Vitrais da Catedral de Notre-Dame de Chartres:
1.Virgem em Majestade com o Menino Jesus,
2. Visitação e Anunciação,
3. Parábola do Bom Samaritano.
http://www.medievalart.org.uk/Chartres/Chartres_
default.htm
Sainte-Chapelle – Paris (1242-48). Vista geral dos vitrais do coro e da abside. Na Sainte-Chapelle já é
possível notar a fusão dos vãos clerestório e trifório, estabelecendo uma única e imensa janela.
A ESCULTURA
As escultura tendem a se concentrar no exterior dos
edifícios, integrando-se à arquitetura sob a forma de
“estátuas-colunas”, reforçando a impulsão vertical.
As pregas do panejamento (as vestes) caem em sentido
vertical, geralmente pouco profundas, acentuando o
sentido “imaterial” das figuras, evitando a demarcação
dos corpos.
Um jogo curvilíneo, através do movimento da cabeça e
dos braços, acentua-se quase em “ziguezague” nas
esculturas autônomas.
Ampliam-se as proporções, tornando as figuras mais
alongadas, especialmente as figuras femininas, e tem
início uma certa caracterização das feições como forma
psicológica de afirmação do personagem.
Catedral de Reims (1211). Anunciação,
figuras inteiras e detalhe do anjo.
Catedral de Naumburg. Eckhart e
Uta, c.1245, coro Ocidental.
A Virgem entronizada com o Menino Jesus,
c.1260-1280, marfim, 18,4 x 7,3 x 7,6 cm. The
Cloisters Collection. Metropolitan Museum,
Nova York. (Peça proveniente da França,
Paris)
Díptico com cenas
da Coroação da
Virgem e do Juizo
Final, c.1250,
marfim, 12,7 x 13
x 0,9 cm. The
Cloisters
Collection.
Metropolitan
Museum, Nova
York.
A PINTURA
A pintura parietal teve menor importância no período, em
decorrência da pouca definição de espaços no edifício e
devido ao uso dos vitrais.
Aparecerá nos pequenos retábulos voltados à prática da
devoção em privado, com apelo ao requintado e o amor ao
pormenor e à elegância das figuras, numa franca influência
de trabalhos de ourivesaria.
O período apresenta dois grandes ciclos de pintura: a
religiosa e a profana. Ambas com referências místicas
acrescidas de sugestões humanas.
O cromatismo empregado é simbólico, servindo-se de cores
planas e intensas objetivando exprimir a maravilha, no
sentido divino. Revelando desprezo pela realidade sensível
tridimensional. Os fundos geralmente são neutros, ou
constituídos por elementos arquitetônicos e estilizações
da natureza. Os personagens encarnam o contexto da
época, o que se revela pelas roupas, adereços e penteados
representados.
Página de Bíblia, c.1250, Paris. Têmpera e
folha de ouro sobre pergaminho.
Crucificação, séc. XIV, França, têmpera
sobre madeira, fundo em folha de ouro. 0,39
x 0,27 cm. The Cloisters Collection/MET.
Sepultamento de Cristo, c.1390,
esmalte sobre ouro, 8,9 x 7,6 cm.
(frente e verso). Metropolitan
Museum, Nova York.
Giotto di Bondone. Adoração
dos Magos, c.1320, têmpera
sobre madeira sobre fundo em
ouro, 45 x 43 cm. Metropolitan
Museum, Nova York.
Duccio di Buoninsegna. Madonna,
1280, têmpera e ouro sobre madeira,
62 x 34 cm. Galleria Sabauda, Turin.
Cimabue. Maestà, 1280, têmpera sobre
painel, 1,67 x 1,09 cm. Musée du Louvre,
Paris.
ACRÉSCIMOS E COMPLEMENTAÇÕES
Modelo hipotético de um canteiro de obras para a construção da catedral de Strasbourg, por volta de 1250.
http://www.oeuvre-notre-dame.org/cathedrale-de-strasbourg/histoire-cathedrale/techniques-construction-
batisseurs
Amontagem de uma janela realizada no chão,
elevadaparteaparteparaandaimeseaplicada
aos locais.
Igreja de N. Sra. Mãe dos Homens (Consagrada em 27 de maio de 1882) – Santuário do Caraça. Interior da
nave, naves colaterais, abóbadas nervuradas, abside ao fundo, vitrais, galerias laterais sobre o transepto, etc.
Igreja de N. Sra. Mãe dos Homens (Consagrada
em 27 de maio de 1883) – Santuário do Caraça.
Fachada anterior com o portal e a rosácea, vista
lateral direita, com o transepto. A escada que dá
acesso ao adro e sua balaustrada foram parte
da igreja colonial (demolida).
Conjunto do Caraça – vista geral
Referências bibliográficas
ARGAN, G.C. História da Arte Italiana. Da Antiguidade a Duccio. Vol. 1. São 
Paulo: Cosac & Naify, 2003.
BENEVOLO, Leonardo. História da Cidade. São Paulo: Perspectiva, 1999. 
DUBY, Georges. O Tempo das Catedrais. A arte e a sociedade (980-1420). 
Lisboa: Editorial Estampa, 1993. 
ECO, Umberto. Arte e Beleza na Estética Medieval. Rio de Janeiro: Globo, 
1989.
JANSON, H.W. História Geral da Arte. O Mundo Antigo e a Idade Média. 
Vol.1. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
KOCH, Wilfried. Dicionário dos Estilos Arquitetônicos. São Paulo: Martins 
Fontes, 1996.
MUMFORD, Lewis. A Cidade na História. Suas origens, transformaçõs e 
perspectivas. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
NORBERG-SCHULZ, Christian. Arquitectura Occidental. Barcelona: Gustavo 
Gili, 1999.
PANOFSKY, Erwin. Significado nas Artes Visuais. São Paulo: Perspectiva, 
1979.
PANOFSKY, Erwin. Arquitetura Gótica e Escolástica. Sobre a analogia
entre arte, filosofia e teologia na Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 
2001. 
PEVSNER, Nikolaus. Panorama da Arquitetura Ocidental. São Paulo: 
Martins Fontes, 2002. 
FOLLETT, Ken. Os pilares da terra. Rio de Janeiro: Rocco, 2012. (Também
em DVD).
ECO, Umberto. O nome da rosa. Lisboa: Difel, 2004. (Támbém em DVD).
Endereços na internet:
http://www.notredamedeparis.fr/spip.php?rubrique1
http://sainte-chapelle.monuments-nationaux.fr/en/
http://www.catedralesgoticas.es/go_arquitectura.php
http://www.medievalart.org.uk/Chartres/Chartres_default.htm
https://en.wikipedia.org/wiki/Gothic_architecture

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