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Página 1 de 7 SOI - IV APG - 10 A. Fígado e vesícula biliar • Introdução - Características: Glândula mais pesada do corpo e tamanho perde somente para pele - Localização: encontra-se inferiormente ao diafragma, ocupa parte do hipocôndrio direito e parte de regiões epigástricas - Vesícula biliar: em forma de pera, na depressão da face posterior do fígado • Anatomia do fígado e da vesícula biliar - Recoberto por peritônio visceral e totalmente por tecido conjuntivo denso irregular (profundamente ao peritônio) - Divisão: dividido em dois lobos: direito (maior) e esquerdo (menor): apresenta lobo quadrado inferior e caudado posterior - Suspensão do fígado: realizado pelo ligamento falciforme (estende-se da face inferior do diafragma entre os dois lobos ate a parte superior), e ligamentos coronários (extensões da parietal) - Vesícula biliar: contem: fundo da vesícula biliar, corpo da vesícula, e colo da vesícula • Histologia do fígado e da vesícula biliar - Componentes do fígado: Hepatócitos: principais células funcionais do fígado, realiza várias funções: metabólicas, secretoras e endócrinas; organização = lâmina hepáticas; espaço entre os hepatócitos = para os canalículos = secreção de bile Canalículos: coletam a bile produzida pelos hepatócitos, segue ate os ductos biliares → juntam formando ductos hepáticos direito e esquerdo → se juntam formando o ducto hepático comum → junta ao ducto cístico da vesícula = ducto colédoco (bile entra no delgado) Sinusoides hepáticos: capilares permeáveis entre os hepatócitos, recebem sangue oxigenado de ramos da artéria hepática e sangue venoso rico em nutrientes de ramos da veia porta do fígado (sangue de órgãos gastrintestinais e baço). Convergem e entregam sangue para uma veia central → sangue flui para veias hepáticas → drenam para veia cava inferior (presença de células estreladas: destroem eritrócitos, leucócitos, bactérias e materiais estranhos que vieram do canal alimentar) Triade portal: ducto biliar + ramo da artéria hepática + ramo da veia hepática - Organizações dos componentes hepáticos (3 tipos) Lóbulo hepático: apresenta formato de hexágono, com a veia central no centro, e ao redor há fileiras de hepatócitos e em três cantos há uma tríade portal Lóbulo portal: enfatiza a secreção exócrina (ducto biliar da tríade portal), centro do lóbulo portal (linhas imaginarias formam triangulo com veias centrais e a tríade portal no meio) Ácino hepático: massa que inclui partes de dois lóbulos hepáticos vizinhos, com os hepatócitos divididos em três zonas; células da zona 1: primeiras a receber oxigênio, nutrientes e toxinas do sangue da tríade portal (regenera rápido); células da zona 3: são as mais distantes da tríade (regenera lento); células da zona 2: meio termo. - Componentes da vesícula: Túnica mucosa: composta por epitélio colunar simples disposto em pregas (como o estomago) (ausência de tela submucosa) Túnica muscular media: fibras de musculo liso (contração dessas fibras musculares = ejeção do conteúdo da vesícula para o ducto cístico) Revestimento exterior: peritônio visceral • Suprimento sanguíneo para o fígado - Sangue para o fígado: proveniente de duas fontes: Artéria hepática: apresenta sangue oxigenado Veia porta do fígado: recebe sangue venoso contendo nutrientes, fármacos, microrganismos e toxinas do canal alimentar OBJETIVOS – APG 10 • Rever a morfofisiologia hepática e sistema porta • Compreender a etiopatogenia, manifestações clinicas, complicações e diagnóstico da cirrose e da hipertensão portal • Discutir os prejuízos interpessoais ocasionados pela dependência alcoólica Observação: cirrose e hipertensão portal (importante) Cirrose: tratar da cirrose compensada e descompensada (não compensada), e complicações da cirrose Hipertensão portal: Causas pre-hepaticas, intra- hepaticas e pos hepaticas (diferenciar a etiologia) Complicações da hipertensão portal: foco em ascite Página 2 de 7 SOI - IV APG - 10 - Absorção: todos elementos são absorvidos pelos hepatócitos (os necessários), demais são secretados de volta ao sangue para a veia central de um lóbulo até ir para uma veia hepática. • Funções do fígado e da vesícula biliar - Hepatócitos: secretam diariamente 800 a 1000 ml de bile (ph 7,6 a 8,8) - Bilirrubina: principal pigmento biliar (fagocitose de eritrócitos velhos = ferro, globina e bilirrubina) (ferro e globina = reciclados) (bilirrubina no intestino = decomposta = estercobilina) - Sais biliares: junto a bilirrubina, papel na emulsificação da gordura, ajudam na absorção de lipídeos também. (sua presença no sangue vindo do trato intestinal para o fígado faz os hepatócitos produzirem mais bile → indicativo de digestão e absorção no intestino) (musculo do esfíncter da ampola hepatopancreática controla liberação) - Funções gerais do fígado: Metabolismo de carboidratos: fígado cliva glicogênio em glicose e libera para o sangue; converte aminoácidos e ácido lático em glicose; converte frutose e galactose em glicose. Caso a glicemia esteja elevada: converte glicose em glicogênio e triglicérides = armazenamento Metabolismo de lipídeos: hepatócitos armazenam triglicerídeos, clivam ácidos graxos para gerar ATP, sintetizam lipoproteínas que transportam ácidos graxos, triglicerídeos e colesterol para outras células do corpo. Metabolismo de proteínas: desaminam (removem grupo amino) dos aminoácidos = utilizados para gerar ATP ou serem convertidos em gordura; Amônia resultante é convertida em ureia (menos toxica) e vai para a urina; sintetiza maior parte de proteínas plasmáticas Metabolismo de Fármacos: desintoxica substancias, ex: álcool e excreta medicamentos na bile. Excreção de bilirrubina: derivada do grupo heme, absorvida pelo fígado e secretada na bile; sai no intestino sendo metabolizada. Síntese de sais biliares: usados no intestino delgado para absorção e emulsificação de gordura Armazenamento: fígado armazena vitaminas (A,B, D, E e K) e minerais (fero e cobre), liberados quando há necessidade do corpo. Fagocitose: células estreladas fagocitam eritrócitos envelhecidos, leucócitos e bactérias. B. Sistema porta • Introdução - Transporta sangue venoso dos órgãos gastrointestinais e baço para o fígado - Veia porta transporta sangue de uma rede capilar para outra - Veia porta do fígado recebe sangue dos órgãos gastrointestinais e este flui para os vasos sinusoides - Processo: refeição → sangue da veia porta do fígado rico em nutrientes → fígado modifica antes de ir para a circulação geral - Veia porta do fígado: veia mesentérica superior + esplênica Veia mesentérica superior: drena sangue do intestino delgado, parte do grosso, estomago e pâncreas (por meio de veias jejunais, ileais, cólicas etc.) Veia esplênica: drena sangue do estomago, pâncreas, e parte do grosso (por veias gástricas, pancreáticas, etc) Veia mesentérica inferior: (se abre na veia esplênica) drena sangue de partes do grosso (por veias retal, sigmódea, etc) - Veias gástricas direita e esquerda: se abrem diretamente no fígado, drena do estomago - Veia cística: abre diretamente no fígado, drena da vesícula biliar • Processo - Veia porta do fígado: fígado recebe sangue desoxigenado e rico em nutrientes - Artéria hepática: fígado recebe sangue oxigenado O sangue oxigenado e o venoso (da tríade portal) se mistura nos vasos sinusoides, indo em direção para veia cava no centro do lóbulo, assim, sangue acaba deixando os vasos pelas veias hepáticas que drenam para a veia cava inferior. (o trajeto da bile é ao contrário, indo em direção a tríade) • Introdução - Combinação de vários fatores etiológicos: morte, regeneraçãocelular, degradação e formação da matriz extracelular - Caracterização: fibrose difusa, micro e macronódulos • Aspectos patogênicos - Doenças crônicas do fígado: a maioria associa-se a fibrogênese devido a lesão dos hepatócitos, e Página 3 de 7 SOI - IV APG - 10 resultante acumulo de proteínas na matriz extracelular. - Células participantes: células endoteliais, células de Kupffer, células estelares e perissinusoidais do espaço de Disse. - Processo: perpetuação da agressão → capilarização dos sinusoides (perda de fenestrações, afetando trocas gasosas com hepatócitos) → deposição de laminina, colágeno tipo IV e perlecans → Células estreladas se tornam miofobriblastos = contraindo e diminuindo o diâmetro dos sinusoides = risco de hipertensão portal intra-hepática → Participação de fatores liberados por macrófagos liberados = IL-1, fator de necrose tumoral, prostaglandinas, e substancias inflamatórias • Classificação anatômica - Critério: diâmetro dos nódulos de regeneração e espessura de septos fibrosos; gerando três tipos de cirrose: Micronodular: representada por nódulos pequenos, uniformes e com pouca variação de tamanho; com septos finos que os separam e envolve todo o lóbulo Macronodular: representada por nódulos maiores, multilobulares; com septos de tamanhos variados Mista: coexistência em um mesmo paciente de micro e macro nódulos. • Classificação etiológica - INFECCIOSA: lesão celular imunomediada, decorrente na hepatite crônica, portadores do vírus das hepatites B, D, e C. - HEPATITE AUTOIMUNE: inflamação do fígado de causa desconhecida, com necrose periférica. Todo o processo se relaciona com a citotoxidade imunocelular, mediada por anticorpos (se dirigem a proteínas dos hepatócitos) (mesmo com uso de imunossupressores, com o tempo pode ter evolução para cirrose) - ALCOÓLICA: caracterizada por agressão hepatocelular em pacientes com ingesta alcoólica excessiva, relaciona-se com predisposição genética. O acumulo do derivado da quebra do álcool (acetadeido) no fígado induz as células estreladas a produzirem colágeno. Além disso, tem a participação de citocinas pelas células de Kupffer, reduzida defesa antioxidantes que contribuem para a patologia, acarretando na instalação de cirrose e possível evolução para Carcinoma hepatocelular. - OBSTRUÇÃO BILIAR: Colangite crônica destrutiva não superativa: doença crônica do fígado resultante de um ataque desregulado dos linfócitos citotóxicos no epitélio dos ductos biliares causando a lesão hepatoceluar e colestase. Colangite esclerosante primaria: doença crônica de etiologia desconhecida, com inflamação do ducto biliar e fibrose. Atresia de vias biliares: caracterizada por obstrução completa dos ductos biliares a partir do hilo ate o duodeno, resultando em fibrose gradual e destruição de estruturas biliares intra e extra-hepaticas. Fibrose cística: desordem das glândulas devido a gene defeituoso (7q31), há produção e cumulo excessivo de muco, fibrose do ducto biliar/canalículos e eventualmente a cirrose hepática. Hipoplasia biliar intra-hepática: de etiologia desconhecida, comum em indivíduos com anormalidades cromossômicas, ex: síndrome de Down Síndrome de Alagille: doença genética, com comprometimento dos ductos biliares intra-hepáticos até a fibrose cirrose, sendo caracterizada pelo comprometimento sistêmico Sarcoidose: doença crônica e sistêmica, com envolvimento hepático em ate 90% dos pacientes, inicialmente assintomático ate a destruição de ductos biliares intra-hepáticos (caracterizado histologicamente com granulomas não caseosos) - FÁRMACOS: diferentes fármacos e seus metabólitos podem produzir hepatite crônica ativa e cirrose, com a presença de granulomas ou não, necrose periférica, infiltrado inflamatório periporta, entre outros. Ex de medicamentos: clorpromazina. - METABÓLICA: Doença de Wilson: erro inato do metabolismo, com defeito na excreção de cobre na bile, causando acumulo do metal no fígado, cérebro e córnea. A doença se manifesta com hepatite crônica ativa e/ou cirrose, insuficiência hepática fulminante, manifestações neurológicas e psiquiátricas. Hemacromatose hereditária: doença herdada, com ocorrência de duas mutações (fenótipos C282Y, H63D). É característico níveis séricos elevados de ferritina. O excesso de ferro acumulando-se no fígado (zona 1) levando a fibrose e cirrose hepática. Deficiência da alfa antitripsina: um inibidor de protease sérica, na fase grave relacionada com a troca Página 4 de 7 SOI - IV APG - 10 de ácido glutâmico por lisina, desenvolvendo em adultos a hepatite crônica e cirrose. Galactosemia: caracterizada por deficiências em varias enzimas, ex: a galactoquinase, comprometendo o fígado e causando hepatoesplenomegalia e hipertensão portal. (há cirrose) Glicogenoses: distúrbios no metabolismo do glicogênio, com deficiências de 8 enzimas gerando problemas de armazenamento do carboidrato no fígado, levando a agressão hepatocelular. Tirosinemia: desordem no metabolismo dos aminoácidos, com 4 tipos: tirosinemia hereditária 1, 2, 3, e alcaptonúria: com fase aguda: insuficiência hepática; e fase crônica: hepatoesplenomegalia, fibrose, cirrose micro e depois macronodular. Porfirias: doenças causadas por anormalidade na síntese do heme, relacionada com deficiência de enzimas, ex a eritro-hepática: com excesso na produção de protoporfirinas = formação de agregados insolúveis = fibrose e cirrose micronodular. - ESTEATO-HEPATITE NÃO ALCOÓLICA: responsável por até 80% dos casos de elevação de aminotransferases e gamaglutamiltransferases, observada em obesos com hipertensão arterial, hiperglicemia etc. Há hipersecreção de leptina e grelina = estimula células estrelada do fígado e matriz, acentuada produção de radicais livres e baixa exportação hepática de ácidos graxos e lipídeos. - VASCULAR: caracterizado por obstáculo no fluxo sanguíneo hepático (situações de hipercoabilidade, uso de anticoncepcionais), acarretando em dilatação de sinusoides, cirrose e hipertensão portal - CRIPTOGÊNICA: representa 5 a 15% das cirroses, caracterizada por arranjos vasculares anormais, septos fibrosos e regeneração nodular. Predomina entre as mulheres. • Aspectos fisiopatológicos - Instalação da fibrose e da regeneração nodular = aparecimento de hipertensão portal - Distúrbio hemodinâmico: formação de extensa rede de circulação colateral na tentativa de aumentar o retorno venoso para a circulação cardiopulmonar e aliviar o sistema portal (as varizes esofagogástricas). - Circulação renal: dependendo do estágio pode se encontrar alterada, devido a modificações na circulação, onde há redução do fluxo renal para o córtex renal (vasoconstrição de arteríolas aferentes) → diminuição da filtração glomerular = maior reabsorção de sódio e água. - Distúrbios hematológicos: anemia: decorrente de hemólise, deficiência na absorção de ferro; leucopenia e plaquetopenia: geradas devido ao hiperesplenismo; deficiência de fatores que favorecem a coagulação: fator V, com sangramentos espontâneos. - Aminoácidos plasmáticos: alteração vai depender do nível de comprometimento da cirrose. (tirosina, fenilalanina, e outras podem estar aumentadas) - Infecções bacterianas: a alta incidência esta associada a desregulação nos sistemas de defesa com a depressão funcional do sistema reticulo endotelial e deterioração da imunidade celular. • Manifestações clinicas - A magnitude das manifestações clinicas está associada com o grau de comprometimento hepático e da intensidade da fibrose. - Fases iniciais: não apresenta quaisquer sinais ou sintomas - Cirrose hepática compensada: pobre em sinais e sintomas, suspeita-se por alterações físicas:hepatoesplenomegalia durante exames físicos (pode apresentar uso de bebidas alcoólicas, astenia, edema, lentidão de raciocínio, emagrecimento, até diarreia) (podem manter nessa fase por toda vida, vindo a falecerem depois de evolução para hipertensão portal) - Cirrose hepática descompensada: paciente levado ao médico por apresentar complicações da cirrose hepática, como: ascite, encefalopatia, e hemorragia digestiva alta. Apresenta fraqueza progressiva, sinais de comprometimento de estado nutricional e diminuição de massa muscular. Acometimento por infecção bacteriana (gram- negativa), necrose celular ou carcinoma hepatocelular. Geralmente apresentam hálito hepático decorrente da hiper-hemólise, hiperpigmentação da pele, dedo hipocrático, com unhas esbranquiçadas, alteração de distribuição de pelos pubianos, ginecomastia, sinais de circulação colateral = em regiões periumbilical, epigástrica, e face anterior do tórax. O fígado pode apresentar endurecido e aumentado, ou, diminuído e não palpável. • Aspectos laboratoriais - Albumina: sintetizada pelo fígado, na cirrose, se encontra com níveis séricos diminuídos. - Alfa antitripsina: ocorrem na doença hepática a deficiência dessa proteína. Página 5 de 7 SOI - IV APG - 10 - Aminotransferases (alanina-aminotransferase e aspartato-aminotransferase): alteração sérica indica agressão e comprometimento hepático. - Gamaglutamiltransferase e fosfatase alcalina: enzimas canaliculares = valores alterados em processos de envolvimento biliar (cirrose biliar primária) (Gamaglutamiltransferase é elevada na cirrose alcoólica) - Bilirrubina sérica: aumentada em pacientes cirróticos (bilirrubinúria e urobilinúria) • Métodos de imagens - Visam a detecção de complicações: redução volumétrica do fígado, sinais de hipertensão portal e carcinoma hepatocelular - ULTRASSONOGRAFIA: cirrose caracterizada por padrão ecográfico heterogêneo e grosseiro. A anatomia apresenta-se alterada devido a atrofia do lobo hepático direito e segmento medial do esquerdo e do caudado. Sinais ultrassonograficos de hipertensão portal: espenomegalia, ascite, e presença de circulação colateral. Trombose da veia porta: presença de imagens ecogênicas intraluminares e confirmada com o uso de Doppler colorido. O CHC pode invadir vasos e causar redução do fluxo (padrão variável e não especifico) - TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA: em estágios inicias não apresenta alterações, com a progressão da doença, identifica modularidades sobre a superfície do órgão. Alterações anatômicas, hipertrofia e atrofia e achados de HP são os mesmos achados na ultrassonografia. Pode ser impossível distinguir lesões nodulares displásicas de nódulos de regeneração ou da fase inicial de CHC. (fase inicial do CHC de difícil detecção podendo confundir com nódulos, pode ser massa solitária ou múltipla) Resultados melhores = Tomografia computadorizada helicoidal = injeção de contraste desde fase arterial ate a venosa. (possível aparecimento de pseudolesões = variações na perfusão da artéria) - RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: usada para detectar lesões hepáticas focais em pacientes com a cirrose. Fornece uma descrição anatômica detalhada e informações importantes em relação a lesões focais e difusas do fígado. (identifica cirrose e complicação HP) - ANGIOGRAFIA DE TRONCO CELÍACO: avalia arquitetura de ramos arteriais e venosos no fígado cirrótico - SUPRA-HEPATOVENOGRAFIA: cateterismo de veias hepáticas, nível acima de 12mmHg = risco de sangramento desses vasos (HP) - ANGIORESSONANCIA MAGNETICA: avalia o sistema venoso portal, avalia volumetricamente o fígado, baço e distribuição da vasculatura portal - ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA: definição de varizes esofágicas, gástricas, e gastropatia hipertensiva portal. Identifica sede de lesões hemorrágicas, interrompendo sangramento. (cola biológica) • Prognostico - O aparecimento de complicações como ascite e insuficiência renal são responsáveis por diminuir consideravelmente a sobrevida de pacientes cirróticos. • Complicações HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA: 12 a 30% dos casos, ocorre devido à redução volumétrica do fígado, distorção da arquitetura vascular do sistema porta e esplenomegalia. ASCITE E REPERCURSÕES RENAIS: como consequência da hipertensão portal, baixa síntese de albumina, associada com a hiperatividade renina-angiotensina- aldosterona e nervo simpático os pacientes apresentam retenção de sódio e água resultando em edema de membros inferiores e ascite. Na cirrose pré-ascite há uma hiperatividade do sistema simpático e sistemas renina-angiotensina- aldosterona e a elevação de receptores para angiotensina II. O sistema endócrino renina - angiotensina é de suma importância para regulação homeostase e pressão arterial. Onde há a secreção de angiotensina I que posteriormente se transforma em II, atuando em receptores das células glomerulosas, liberando aldosterona e promovendo a rápida absorção de sódio e água. Nas fases iniciais da instalação da ascite, com o aumento sanguíneo, o volume e o debito cardíaco aumenta e o corpo tenta regular através de uma redistribuição de liquido. A presença de baixo volume Página 6 de 7 SOI - IV APG - 10 intravascular colabora para o sequestro de liquido para cavidade peritoneal, contribuindo para a formação da ascite. A eliminação de liquido se torna reduzida, devido ao baixo fluxo renal e filtração glomerular, agravando ainda mais o quadro. ENCEFALOPATIA HEPÁTICA: insuficiência hepatocelular + redução volumétrica do fígado + destruição de arquitetura vascular + presença de circulação colateral e anastomoses naturais = risco de substancias proteicas de origem intestinal atingem circulação sistêmica e altere o estado mental de pacientes. SINDROME HAPATOPULMONAR: aumento de pressão pulmonar/hipertensão sem a presença de doença cardíaca HIDROTÓRAX HEPÁTICO: presença de derrame pleural (+500ml). Predomina entre alcoólatras e relaciona-se com transferência de liquido intraperitoneal ao tórax por meio de comunicações transdiafragmáticas. O aumento da resistência ao fluxo sanguíneo portal pode se desenvolver devido varias causas, são elas: Pré-hepaticas: trombose obstrutiva, estreitamento da veia porta antes da sua ramificação, esplenomegalia maciça com aumento do fluxo venoso esplênico. Intra-hepaticas: cirrose é dominante, menos frequentes: esquisotossomose, alteração gordurosa maciça, sarcoidose, e doenças que afetam a microcirculação portal. Pós-hepaticas: insuficiência cardíaca direita severa, pericardite construtiva e obstrução do fluxo da veia hepática. - Fisiopatologia da hipertensão portal: resistência ao fluxo portal ao nível dos sinusoides e aumento do fluxo portal - Resistencia ao fluxo portal: causada pela contração de células da musculatura lisa vascular e miofibroblastos e pela interrupção do fluxo sanguíneo por cicatrização e formação de nódulos parenquimatosos. (há diminuição na produção de oxido nítrico, aumento da liberação de endotelina-1, angiotensinogenio) - Remodelagem sinusoidal e derivações intra- hepáticas interferem na troca metabólica entre sangue sinusal e hepatócitos - Fator importante: aumento no fluxo de sangue venoso portal devido uma circulação hiperdinâmica (causado pela vasodilatação arterial = principalmente esplênica) (o NO se encontrou expressivo nessa patologia) • Complicações da hipertensão portal - ASCITE: acumulo de liquido em excesso na cavidade abdominal, geralmente causada pela cirrose e detectável quando há acumulo de mais de 500ml. O liquido é seroso e apresenta albumina. O influxo de neutrófilos indica infecção,já a presença de células sanguíneas indica possível câncer intra abdominal disseminado. Tem-se como mecanismo 3 fatores: Hipertensão sinusoidal: devido a ela, as forças de Straling estão alteradas, impelindo o liquido para o espaço de Disse, sendo removido pelos linfáticos hepáticos. Percolação da linfa hepática para a cavidade peritoneal: na cirrose o fluxo linfático hepático pode atingir 20/L dia, excedendo a capacidade do ducto torácico. Vasodilatação esplâncnica e circulação hemodinâmica: a vasodilatação esplâncnica tende a reduzir a pressão arterial. Com o agravamento da vasodilatação, a frequência cardíaca e debito não conseguem manter a PA = ação de vasoconstritores (sistema renina-angiotensina) (hipertensão portal + vasodilatação + retenção de sódio e água = aumento da perfusão dos capilares intersticiais = extravasamento de liquido para a cavidade abdominal) - DERIVAÇÕES PORTOSSISTEMICAS: Com a elevação da pressão portal = influxo invertido para a circulação sistêmica com dilatação de vasos colaterais e pelo desenvolvimento de novos vasos. Aparecimento de veias ao redor e no interior do reto, já junção gastresofágica, ligamento falciforme do fígado. - ESPLENOMEGALIA: congestão duradoura = esplenomegalia congestiva. Esplenomegalia maciça pode induzir secundariamente anormalidades hematológicas = trombocitopenia e pancitopenia. • Complicações extras - Sindrome hepatopulmonar: observado em 30% de pacientes com cirrose e hipertensão portal, há o Página 7 de 7 SOI - IV APG - 10 desenvolvimento de dilatações vasculares intrapulmonares envolvendo capilares e pre-capilares. O sangue flui rapidamente através desses vasos não havendo tempo para trocas gasosas, levando a hipoxia - Hipertensão portopulmonar: hipertensão arterial pulmonar devido a vasoconstrição pulmonar excessiva e remodelações vasculares • Manifestações clinicas - Nem sempre é possível identificar sintomas em um caso de hipertensão portal, em casos que é possível identificar sintomas incluem: barriga inchada, varizes esofágicas, vômitos com sangue, fezes muito escuras e fedidas, pés e pernas inchadas e hemorroidas. • Diagnostico - O hepatologista consegue identificar a patologia quando o indivíduo apresenta histórico de doença no fígado e sintomas como: barriga inchada, veias dilatadas e hemorroidas. Pode ser solicitados vários exames como: endoscopia, ultrassom, exame de sangue (substancias toxicas/ do trato gastrointestinal que deveriam ser degradadas no fígado)
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