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CONTABILIDADE GERENCIAL E GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS APRESENTAÇÃO Prof.ª Cinthya Rachel Formação Acadêmica Bacharel em Ciências Contábeis – UFC MBA em Gestão Tributária – UCAM Mestrado em Administração e Controladoria - UFC 2 Exercício Profissional Experiência na área contábil. Atualmente leciona disciplinas nos cursos de graduação Administração e Ciências Contábeis. Ministrou disciplinas em cursos de pós-graduação na área de negócios. Possui artigos publicados em revistas científicas de destaque na área contábil. CONTATOS Prof.ª Cinthya Rachel 3 E-mail: cinthya@unifor.br Whatsapp: (85) 9877734-02 PLANO DE ENSINO 4 Sistema de informações contábil. A função da controladoria. Gerenciamento baseado na contabilidade. Critérios de classificação contábil. Operações financeiras ativas e passivas. Ativo permanente. Patrimônio líquido. Programação da produção. Apuração dos custos na produção de bens e serviços. Classificação dos gastos. Métodos de custeio. Departamentalização e rateio dos custos indiretos. Utilização dos custos para a determinação do preço de venda. Inclusão dos impostos. Custo padrão. Custo integrado e coordenado com a contabilidade. Alavancagem operacional e ponto de equilíbrio. BIBLIOGRAFIA 5 GARRISON, Ray H.; NOREEN, Eric W.; BREWER, Peter C. Contabilidade Gerencial. Porto Alegre: AMGH, 2012. BIBLIOGRAFIA 6 MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Grupo GEN, 2018. CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO 7 30% da nota – atividades realizadas ao decorres das aulas. 70% da nota – trabalho final realizado ao final da disciplina. 1. INTRODUÇÃO 8 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS A contabilidade, na qualidade de ciência social aplicada, com metodologia especialmente concebida para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas, de qualquer ente, seja este pessoa física, entidade de finalidades não lucrativas, empresa, seja mesmo pessoa de Direito Público, tais como Estado, Município, União, Autarquia etc., tem um campo de atuação muito amplo. 9 Toda decisão econômica requer informação para que se possa ser tomada uma decisão de forma racional! Considerando os itens a seguir, que tipos de informações seriam necessárias para que você realizasse a melhor compra? E se um amigo empresário lhe convidasse para ser sócio em negócio no ramo alimentício, você aceitaria de imediato? Que tipo de informações você precisaria para tomar essa decisão? Agora considere a seguinte situação: Você possui um saldo financeiro de R$ 350.000 e nenhuma dívida a pagar. Ademais, você descobriu que a melhor maneira de obter rendimentos financeiros com esse valor em sua conta bancária seria com compras de ações de empresas listadas na bolsa de valores. E agora? Quais informações você precisaria obter para investir seu dinheiro? No mundo dos negócios, a contabilidade é o ramo do conhecimento responsável por prover informações necessárias para que seus usuários tomem a melhor decisão possível! Enfoques da contabilidade 14 Fiscal / Tributário Ética Econômico Social / Institucional NOÇÕES INTRODUTÓRIAS NOÇÕES INTRODUTÓRIAS O objetivo da contabilidade é o de prover seus usuários em geral com o máximo possível de informação sobre o patrimônio de uma entidade e sua mutações. 15 Quem são os agentes interessados em obter informações financeiras e econômicas pertinentes as organizações? 16 USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL Segundo Sunder (2014), as organizações são: Empregadoras para aqueles que trabalham para elas; Clientes para os fornecedores de mercadorias e serviços; Fornecedoras para seus próprios clientes; Investimentos para aqueles que poupam; Contribuintes para o Governo; Uma ameaça à sobrevivência de seus concorrentes, etc. 17 18 % CREDORES DEVEDORES RELAÇÃO CREDOR X DEVEDOR 19 RELAÇÃO INVESTIDOR X INVESTIDA INVESTIDA INVESTIDOR COMPRA AÇÕES DIVIDENDOS GESTORES 20 Os gestores são os agentes responsáveis pela tomada de decisão dentro da entidade a que pertencem (IUDÍCIBUS et al, 2010). O gestor da empresa prepara uma análise contínua dos resultados financeiros da empresa, especialmente em relação a uma série de métricas operacionais que não são vistas por entidades externas (como o custo por entrega, custo por canal de distribuição, lucro por produto e assim por diante) (BRAGG, 2020). AUTORIDADES REGULADORAS 21 Se uma empresa for de capital aberto, suas demonstrações financeiras serão examinadas pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM, (se a empresa for registrada no Brasil). A CVM, criada em 07/12/1976 pela Lei 6.385/76, é um órgão regulador que tem com o objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil. As agências reguladoras são órgãos governamentais que exercem o papel de fiscalização, regulamentação e controle de produtos e serviços de interesse público tais como telecomunicações, energia elétrica, serviços de planos de saúde, entre outros. Exemplo: ANEEL, ANATEL, ANS, ANP, etc. CONFLITOS ORGANIZACIONAIS 22 Teoria da Agência O agente compromete-se a realizar certas tarefas para o principal; o principal compromete-se a remunerar o agente. Exemplo: relação entre proprietários e os administradores de urna empresa (HENDRIKSEN; BREDA, 1999). Segundo Iudícibus, Martins e Carvalho (2005), o conflito de interesses ocorre porque agente e principal, com base no pressuposto da teoria do comportamento racional dos agentes econômicos, procuram maximizar suas satisfações. Assim, a gerência da empresa pode seguir seus objetivos individuais e alheios aos interesses dos acionistas, como se beneficiar de altos salários e outros benefícios pecuniários, concessão de favores, etc., o que resultaria na redução do valor de mercado da empresa, em vez de contribuir com a melhoria no desempenho da empresa (JENSEN, 2000) – CONFLITO DE AGÊNCIA. CONFLITOS ORGANIZACIONAIS 23 Assimetria Informacional Assimetria informacional é a descrição de um fenômeno segundo o qual alguns agentes econômicos têm mais informações do que outros (BELO; BRASIL, 2006). A assimetria informacional é um dos resultantes da dicotomia entre proprietários e gerentes e parte da premissa de que, internamente à empresa, os gerentes dispõem de muito mais informação do que os proprietários (IUDÍCIBUS; MARTINS; CARVALHO, 2005). Para exemplificar, seja mencionado o caso de um tomador de um empréstimo, o qual conhece sua própria capacidade de pagamento muito melhor do que aqueles que empresta (BELO; BRASIL, 2006). . A evidenciação das informações contábeis elimina a assimetria de informação entre os acionistas atuais e os potenciais (SUNDER, 2014). 24 “ 25 Contabilidade Registrar Estimar Organizar Resumir Evidenciar Divulga para aqueles que estão fora da organização: Proprietários Credores Segue o IFRS. Obrigatória para relatórios externos. Contabilidade Financeira (ou Societária) Divulga informações para gerentes da organização com propósito de: Planejamento Controle Não tem necessariamente que seguir o IFRS. Não é obrigatória. Contabilidade Gerencial Fonte: adaptado de Garrison, Noreen e Brewer (2013). “A contabilidade gerencial envolve o fornecimento de informações a gerentes para uso na própria organização” (GARRISON; BREWER, 2013, p. 25). 26 “ “A contabilidade financeira enfatiza as consequências de atividades passadas, a objetividade, a verificabilidade, a precisão e o desempenho em toda a empresa, enquanto a contabilidade gerencial enfatiza as decisões que afetam o futuro, a relevância, o fazer as coisas em tempo hábil e o desempenho no nível do segmento.” (GARRISON; BREWER, 2013, p. 25). 27 “ CONTABILIDADE GERENCIAL 28 A contabilidade gerencial ajuda os gerentes na realização de três atividades vitais: planejamento, controle e tomada de decisões. O planejamentoenvolve estabelecer objetivos e especificar de que forma alcançá-los. O controle envolve feedback para garantir que o plano seja adequadamente executado ou modifica- do à medida que as circunstancias mudem. A tomada de decisões envolve selecionar uma ação dentre alternativas concorrentes. Garrison e Brewer (2013). 2. Conceitos Básicos sobre Contabilidade Geral e Custos 29 BALANÇO PATRIMONIAL 30 O balanço tem por finalidade apresentar a posição financeira e patrimonial da empresa em determinada data, representando, portanto, uma posição estática. Conforme o art. 178 da Lei no 6.404/76, “no balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia”. RECURSOS PRÓPRIOS OU CAPITAL PRÓPRIO RECURSOS DE TERCEIROS OU CAPITAL DE TERCEIROS BALANÇO PATRIMONIAL 31 Recurso controlado pela entidade Resultado de eventos passados Se espera que fluam futuros benefícios econômicos Obrigação presente da entidade Resultado de eventos passados Cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos Valor residual nos ativos da entidade. Ativo Passivo Patrimônio Líquido RECURSOS APLICADOS FONTES DE RECURSOS ATIVO TOTAL = PASSIVO + PL PL = ATIVO TOTAL - PASSIVO BALANÇO PATRIMONIAL UM IMÓVEL ADQUIRIDO À VISTA RECURSO APLICADO FONTE DE RECURSO RECURSOS PRÓPRIOS BALANÇO PATRIMONIAL MERCADORIAS ADQUIRIDAS À PRAZO RECURSO APLICADO FONTE DE RECURSO RECURSOS DE TERCEIROS BALANÇO PATRIMONIAL AQUISIÇÃO DE EMPRÉSTIMOS RECURSO APLICADO FONTE DE RECURSO RECURSOS DE TERCEIROS BALANÇO PATRIMONIAL VEÍCULO ADQUIRIDO METADE À PRAZO RECURSO APLICADO FONTE DE RECURSO RECURSOS PRÓPRIOS E DE TERCEIROS A Lei das Sociedades por Ações (Lei no 6.404/76) estabelece, em seu art. 178, que no Ativo as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez e, dentro desse conceito, as contas de Disponibilidades são as primeiras a serem apresentadas no Balanço Patrimonial e, como também definido pelo art. 179, dentro do Ativo Circulante. BALANÇO PATRIMONIAL 36 Ativo Passivo Patrimônio Líquido Ativo Circulante Ativo Não Circulante São classificadas no Ativo Circulante todas as contas realizáveis em circunstâncias normais dentro do prazo de um ano após a data da demonstração. ATIVO CIRCULANTE Principais Contas Caixa e Equivalentes de Caixa – é utilizado para evidenciar os valores em dinheiro ou títulos a receber de curtíssimo prazo (até 3 meses); 37 ATIVO CIRCULANTE Principais Contas Contas a receber - são registradas em contrapartida das receitas brutas de contratos com clientes (o saldo da conta sofre impacto das Perda Estimada com Crédito de Liquidação Duvidosa – PECLD). 38 ATIVO CIRCULANTE Principais Contas Estoque - são bens adquiridos ou produzidos pela empresa com o objetivo de venda ou utilização própria no curso normal de suas atividades. 39 BALANÇO PATRIMONIAL 40 Ativo Circulante Ativo Não Circulante São classificadas no Ativo Circulante todas as contas que tiverem vencimento além do prazo de um ano após a data da demonstração constituem Ativo Não Circulante. ATIVO NÃO CIRCULANTE Principais Contas Investimentos – destinados a produzir benefícios pela sua permanência e que não se destinem à manutenção da atividade da empresa (propriedades para investimento e participações em outras sociedades). 41 ATIVO NÃO CIRCULANTE Principais Contas Imobilizado - bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens. 42 ATIVO NÃO CIRCULANTE Principais Contas Intangível - ativo não monetário identificável sem substância física. 43 BALANÇO PATRIMONIAL 44 Ativo Passivo Patrimônio Líquido Passivo Circulante Passivo Não Circulante Segundo a Lei nº 6.404/76, as obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte e no passivo não circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no parágrafo único do art. 179 desta lei.” PASSIVO Principais Contas Passivo Circulante - Fornecedores, obrigações trabalhistas, obrigações fiscais, empréstimos e financiamentos de curto prazo. 45 PASSIVO Principais Contas Passivo não circulante - empréstimos e financiamentos de longo prazo. 46 BALANÇO PATRIMONIAL 47 Ativo Passivo Patrimônio Líquido Representa a diferença entre o valor dos ativos e o dos passivos representa o Patrimônio Líquido, que é o valor contábil pertencente aos acionistas ou sócios. PATRIMÔNIO LÍQUIDO Principais Contas De acordo com a Lei nº. 6.404/76, com redação modificada pela Lei nº. 11.941/09, o patrimônio líquido é dividido em: Capital social, Reservas de capital, Ajustes de avaliação patrimonial, Reservas de lucros, Lucros/prejuízos acumulados. 48 Demonstração do Resultado do Exercício DRE 49 49 Mensura a performance da empresa. Acréscimos nos benefícios econômicos Decréscimos nos benefícios econômicos Despesas Receitas Demonstração do Resultado do Exercício DRE 50 50 DRE RECEITA (-) DESPESA LUCRO/PREJUÍZO Receitas são aumentos nos ativos, ou reduções nos passivos, que resultam em aumentos no patrimônio líquido Despesas são reduções nos ativos, ou aumentos nos passivos, que resultam em reduções no patrimônio líquido. Demonstração do Resultado do Exercício DRE 51 51 DRE RECEITA (-) DESPESA LUCRO/PREJUÍZO Ativo Passivo Patrimônio Líquido TERMINOLOGIA DE CUSTOS 52 Martins (2018). Gastos, Custos e Despesas são três palavras sinônimas ou dizem respeito a conceitos diferentes? Confundem-se com Desembolso? E Investimento tem alguma similaridade com elas? Perda se confunde com algum desses grupos? TERMINOLOGIA DE CUSTOS 53 GASTO Compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Martins (2018). TERMINOLOGIA DE CUSTOS 54 DESEMBOLSO Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou não do momento do gasto. Martins (2018). TERMINOLOGIA DE CUSTOS 55 INVESTIMENTO Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s). Martins (2018). TERMINOLOGIA DE CUSTOS 56 CUSTO Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. Martins (2018). TERMINOLOGIA DE CUSTOS 57 DESPESA Bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. Martins (2018). TERMINOLOGIA DE CUSTOS 58 PERDA Bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária. Martins (2018). REFERÊNCIAS BELO, Neuza Maria; BRASIL, Haroldo Guimarães. Assimetria informacional e eficiência semiforte do mercado. Rev. adm. empres., São Paulo, v. 46, n. spe, p. 48-57, Dec. 2006 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75902006000500004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 24 Jan. 2021. https://doi.org/10.1590/S0034-75902006000500004. BRAGG, Steven. 2020. Financial statement analysis. Disponível em: <https://www.accountingtools.com/articles/2017/5/14/financial-statement-analysis>. Acesso em: 20 Jan. 2021. https://doi.org/10.1590/S0034-75902006000500004. CPC 00 (R2) - Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. Disponível em: <http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf>. Acesso em: 20 Jan. 2021. CPC 26 (R1) - Apresentação das Demonstrações Contábeis.Disponível em: <http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/312_CPC_26_R1_rev%2014.pdf>. Acesso em: 20 Jan. 2021. GARRISON, Ray H.; NOREEN, Eric W.; BREWER, Peter C. Contabilidade Gerencial. AMGH: São Paulo. 2013. HENDRIKSEN, E. S.; VAN BREDA, M. F. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 1999. IUDICIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; CARVALHO, L. Nelson. Contabilidade: aspectos relevantes da epopéia de sua evolução. Rev. contab. finanç., São Paulo , v. 16, n. 38, p. 7-19, Aug. 2005 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-70772005000200002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 24 Jan. 2021. http://dx.doi.org/10.1590/S1519-70772005000200002. JENSEN, M. A theory of the firm, governance, residual claims, and organizational forms. Cambridge: Harvard University, 2000. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Grupo GEN, 2018. 9788597018080. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018080/. Acesso em: 07 mar. 2022.
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