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São aquelas alterações que não apresentam obrigatoriamente caráter de doença, tratando-se tão somente de um “desvio de normalidade”; Mesmo assim, essa condição não exime o profissional de efetuar um exame clínico detalhado e completo referente à alteração diagnosticada. Representações: └ Grânulos de Fordyce; └ Leucoedema; └ Tórus Mandibular e Palatino; └ Língua Pilosa; └ Linha alba; └ Fossetas labiais; └ Varicosidades linguais; └ Exostose; └ Língua fissurada; └ Língua geográfica; └ Defeito ósseo de Stafne. São invaginações congênitas raras do lábio inferior; Acredita-se que elas se originam de sulcos laterais persistentes no arco mandibular embrionário (que deveriam desaparecer na sexta semana de vida embrionária); Em geral são herdadas como um traço autossômico dominante em combinação com a fenda labial (FL) e/ou a fenda palatina (FP) — síndrome de van der Woude. Também podem ser componentes da síndrome do pterígio poplíteo ou da síndrome de Kabuki; Características clínicas: └ Se apresentam tipicamente como fístulas bilaterais e simétricas em relação à linha média do vermelhão de lábio inferior; └ Essas fístulas cegas podem se estender inferiormente a uma profundidade de 1,5 cm e drenar saliva; Tratamento: se necessário, podem ser excisadas por razões estéticas. São pequenas invaginações da mucosa que ocorrem no limite do vermelhão dos lábios, nos ângulos da boca; Ocorrem devido à falha na fusão normal do processo embrionário maxilar e do processo mandibular; São mais frequentes em adultos, tendo sido relatadas em 12% a 20% da população; Desenvolvem tardiamente na vida; Características clínicas: └ Identificadas durante o exame clínico de rotina; └ Podem ser unilaterais ou bilaterais; └ Apresentam-se como fístulas cegas que podem se estender de 1 a 4 mm de profundidade; └ Drena saliva; └ Não estão associadas à fendas orofaciais; Tratamento: não há necessidade! São glândulas sebáceas ectópicas que ocorrem na mucosa oral; Características clínicas: └ Múltiplas pápulas amareladas ou branco-amareladas; └ Mais encontradas na mucosa jugal e na porção lateral do vermelhão do lábio superior; └ São mais comuns em adultos do que nas crianças, provavelmente devido a fatores hormonais; └ Assintomático; Histopatológico: glândulas sebáceas normais (lóbulos acinares + células cebáceas); Tratamento: └ Nenhum tratamento é indicado; └ Orientações ao paciente; └ Em alguns casos, os grânulos de Fordyce podem tornar-se hiperplasiados ou podem formar pseudocistos preenchidos por queratina. Condição comum da mucosa oral de etiologia desconhecida; Predileção por indivíduos negros; └ Presença de uma pigmentação na mucosa em indivíduos negros que torna mais visível a alteração edematosa. Características clínicas └ Aparência difusa, opalescente e branco- acinzentada leitosa da mucosa; └ A superfície se apresenta frequentemente pregueada (estrias esbranquiçadas ou rugosidades); └ Não destacável; └ Geralmente acomete bilateralmente a mucosa jugal e os tecidos palato- faringeanos; └ O aspecto esbranquiçado diminui muito ou até mesmo desaparece quando a mucosa é evertida e distendida; └ Assintomático; Histopatológico: └ Aumento da espessura epitelial, com edema intracelular proeminente na camada espinhosa; └ Hiperceratose + Edema intercelular; Tratamento: └ Nenhum tratamento é necessário! É uma alteração comum da mucosa jugal; Geralmente associada à pressão, irritação por fricção ou trauma de sucção das superfícies vestibulares dos dentes; Características clínicas: └ Linha branca geralmente bilateral; └ Pode ser festonada e está localizada na mucosa jugal na altura da linha de oclusão dos dentes; └ Essa linha varia em proeminência e é comumente restrita a áreas dentadas; Histopatológico: hiperceratose + edema intracelular do epitélio e inflamação crônica leve. Tratamento: não é necessário. “Mastigação crônica da bochecha”; Mordiscadas crônicas que podem gerar lesões em língua, lábio e mucosa jugal; Uma prevalência elevada é encontrada em pessoas sob estresse ou que exibem quadros psicológicos (ansiosos); Hábitos consciente ou ato inconsciente; Características clínicas: └ Maior frequência bilateralmente na porção anterior da mucosa jugal; └ Também podem ser unilaterais, combinadas com leões dos lábios ou língua, ou restritas aos lábios ou língua; └ Áreas brancas, espessadas e fragmentadas, podendo estar entremeadas a zonas eritematosas, com erosão/ulceração traumática focal; └ As áreas brancas da mucosa exibem uma superfície dilacerada e irregular; └ O paciente relata que é capaz de remover fragmentos de material branco da área envolvida; Histopatológico: hiperceratose com projeções de queratina; Tratamento: não há necessidade de tratamento das lesões orais; encaminhamento em casos de lesões psíquicas. Condição relativamente comum caracterizada pela presença de várias fissuras ou sulcos na superfície dorsal da língua; Causa é incerta, mas a hereditariedade parece ter um papel significante; Etiologia: caráter genético + fatores ambientais + idade; Características clínicas: └ Múltiplos sulcos ou fissuras, na superfície da língua, variando de 2 a 6 mm de profundidade; └ Casos mais graves: numerosas fissuras cobrem completamente a superfície dorsal e dividem as papilas linguais em múltiplas “ilhas”; └ Assintomática, embora possa ter discreta ardência ou dor; └ Pode estar associado a língua geográfica; Tratamento: não é necessário; orientações de higiene. Acúmulo acentuado de queratina nas papilas filiformes do dorso lingual (aparência semelhante a pelos); Aumento na produção de queratina ou por um decréscimo na descamação da queratina normal; Fatores associados: fumantes, debilitação geral, higiene oral deficiente, drogas que induzam a hipossalivação e histórico de radioterapia na região de cabeça e pescoço; Características clínicas: └ Mais comum na linha média anterior às papilas circunvaladas, espalhando-se para as bordas lateral e anterior; └ As papilas alongadas são acastanhadas, amareladas ou enegrecidas (resultado da colonização e crescimento de bactérias cromogênicas, pigmentos do tabaco e alimentos); └ As múltiplas papilas filiformes individualmente aumentadas podem ser elevadas utilizando-se uma gaze ou um instrumental dental; └ Assintomática, embora possa ocorrer sensação de náusea ou de um gosto desagradável na boca; Tratamento: └ Eliminação de fatores predisponentes; └ Excelente higiene oral deve ser efetuada; └ Raspagem periódica ou limpeza da língua com raspadores ou escova, apenas 1 vez ao dia, para não estimular as papilas; └ Agentes queratolíticos podem ser utilizados, segundo recomendações. Sinonímia: língua geográfica ou glossite migratória benigna; Condição benigna comum que afeta principalmente a língua; Ocorrem em 1% a 3% da população; As mulheres são afetadas com maior frequência do que os homens (2:1); Características clínicas: └ São observadas nos dois terços anteriores da superfície dorsal da língua; └ Múltiplas zonas bem-demarcadas de eritema; └ Atrofia das papilas filiformes; └ Geralmente são assintomáticas, embora possa ocorrer uma sensação de ardência ou sensibilidade a alimentos quentes ou picantes (lesões ativas); └ As lesões são migratória e cíclica; └ Duração: horas a semanas. Histopatológico: └ Hiperqueratose, espongiose, acantose e alongamento das cristas epiteliais; └ Inflamação aguda/crônica; └ Necrose superficial; Tratamento: └ Nenhum tratamento é indicado para pacientes com eritemamigratório; └ Assegurar ao paciente que a condição é benigna por completo; └ Uso de corticosteroides tópicos, como géis de fluocinonida ou betametasona; └ Evitar alimentos condimentados e quentes └ Uso de laser; “Língua presa”; É uma alteração do desenvolvimento da língua, caracterizada pelo freio lingual curto, resultando na limitação dos movimentos da língua; Prevalência: 1,7 a 4,4% dos recém- nascidos; Características clínicas: └ Apresenta manifestações clínicas variadas, a casos leves até casos de anquiloglossia completa; └ Em alguns casos, o freio se estende anteriormente e se insere no ápice lingual podendo ser observada uma discreta fenda nessa região; └ A inserção mucogengival alta do freio lingual pode desencadear problemas periodontais; └ Pode resultar em problemas de fonação e/ou amamentação; Tratamento: └ Não há necessidade em casos de nenhum ou “pouco” problema clínico; └ Frenotomia: para recém-nascidos, com problemas específicos de amamentação; “corte” ou apenas a liberação do freio; └ Frenectomia: em crianças e adultos com dificuldades funcionais ou periodontais; liberação do freio com reparo plástico. └ Frequentemente, em crianças jovens, se recomenda que a cirurgia seja adiada até os quatro ou cinco anos de idade. Consistem em veias anormalmente dilatadas e tortuosas; Fator etiológico: idade (comum em adultos e idosos); Seu desenvolvimento pode ser uma degeneração relacionada à idade, ocorrendo perda do tônus do tecido conjuntivo que suporta os vasos; Comum em pacientes com histórico de doenças cardiovasculares ou tabagistas (sublingual); Características clínicas: └ Tipo mais comum: variz sublingual, que ocorre em dois terços das pessoas com mais de 60 anos de idade; └ Se apresentam classicamente como vesículas papulares ou elevadas múltiplas, azul-purpúreas, na borda e ventre da língua; └ Assintomático, exceto quando ocorre trombose secundária; └ Varizes solitárias são menos frequentes (região de lábio e mucosa jugal) – após sofrerem trombose; └ Uma variz trombosada se apresenta como um nódulo azul-purpúreo, firme, indolor, que pode ser semelhante a um fragmento de projétil de chumbo abaixo da superfície mucosa. Tratamento: não há indicação de tratamento; pode haver necessidade de remoção cirúrgica para confirmação do diagnóstico ou por razões estéticas. São protuberâncias ósseas localizadas que surgem da cortical óssea; Crescimentos benignos que frequentemente afetam a maxila e a mandíbula; Mais conhecidas: tórus palatino e tórus mandibular; Características clínicas: └ São identificadas com mais frequência em adultos; └ Exostoses vestibulares: ocorrem como aumentos de volume ósseos bilaterais ao longo da face vestibular dos rebordos alveolares da maxila e/ou mandíbula; └ São assintomáticas, a menos que a fina mucosa de recobrimento se torne ulcerada por trauma; └ Exostose palatinas (túberculos palatinos): são protuberâncias ósseas semelhantes que se desenvolvem no lado lingual das tuberosidades palatinas; └ São geralmente bilaterais, mas podem acometer apenas um lado, sendo mais comuns em homens; └ Muitos pacientes que possuem exostoses palatinas ou vestibulares apresentam também tórus mandibular ou palatino; └ Com menor frequência, pode haver exostoses solitárias, possivelmente, em resposta à irritação local; └ Se há uma quantidade excessiva de osso, as exostoses podem mostrar uma relativa radiopacidade nas radiografias dentárias; É uma exostose comum que ocorre na linha média do palato duro; Etiologia: fatores genéticos x fatores ambientais (estresse mastigatório) – multifatorial; Características clínicas: └ Massa dura de osso que surge na linha média do palato duro; └ Tórus plano: tem uma base ampla e uma superfície lisa, ligeiramente convexa; se estende de forma simétrica para os dois lados da rafe palatina; └ Tórus angulado: apresenta-se como uma crista na linha média ao longo da rafe palatina; algumas vezes há um sulco central; └ Tórus nodular: protuberâncias múltiplas, cada uma com sua base; podem coalescer, formando sulcos entre si; └ Tórus lobular: massa lobulada, porém origina-se de uma base única; pode ser séssil ou pediculado; └ A maioria dos tórus palatinos é pequena, medindo menos de 2 cm de diâmetro, podendo aumentar de tamanho; └ Assintomático, podendo a mucosa ficar ulcerada em casos de traumas; └ Mais comum no sexo masculino (2:1); Tratamento: └ Em pacientes edêntulos, a remoção cirúrgica pode ser necessária para acomodar a prótese; └ A cirurgia também pode ser indicada para o tórus palatino que apresente ulceração recorrente ou que interfira na função oral; └ O tórus palatino apresenta tendência ao desenvolvimento de osteonecrose induzida por medicamentos. Exostose comum que se desenvolve ao longo da superfície lingual da mandíbula; Causa multifatorial; Características clínicas: └ Protuberância óssea ao longo da superfície lingual da mandíbula acima da linha miloióidea, na região de pré- molares; └ Bilateral em 90% dos casos; └ Se apresenta como nódulos únicos, ainda que múltiplos lóbulos paralelos aos dentes não sejam incomuns; └ Assintomático, podendo a mucosa ficar ulcerada em casos de traumas; └ Em radiografias: radiopacidade superposta às raízes dentárias; Tratamento: não há necessidade; a remoção cirúrgica pode ser necessária para acomodar uma prótese total ou parcial; pode recorrer. Série de lesões radiolúcidas assintomáticas, localizadas próximo ao ângulo da mandíbula; Representa uma concavidade focal do osso cortical na superfície lingual da mandíbula; Em biopsias: tecido de glândula salivar histologicamente normal – sugere-se defeitos do desenvolvimento que contêm uma porção da glândula submandibular; Características clínicas: └ Lesão radiolúcida assintomática, abaixo do canal mandibular, na região posterior da mandíbula, entre os molares e o ângulo da mandíbula; └ Bem circunscrita e apresenta uma borda esclerótica; └ A maioria é unilateral; └ Quando associado à glândula sublingual, apresenta-se como uma lesão radiolúcida bem definida que pode aparecer superposta aos ápices dos dentes anteriores; └ Não está presente desde o nascimento; Tratamento: └ Não há necessidade de tratamento; └ Como o defeito lingual anterior da glândula salivar pode ser difícil de reconhecer, a biopsia pode ser necessária para exclusão de outras lesões; └ Em região posterior: acompanhar!
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