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Atuação Fisioterapêutica no Câncer de Mama Incidência · Câncer de mama apresenta lugar de destaque na saúde feminina · Incidência crescente + Alto índice de morbidade e mortalidade · No Brasil o câncer de mama é a doença maligna mais comum entre as mulheres · Nos EUA são diagnosticados aproximadamente 200 mil novos casos de câncer todos os anos · Os avanços quanto ao diagnóstico precoce e as formas de tratamento resultaram em uma taxa de sobrevida superior a 5 anos em 89% das mulheres diagnosticadas com câncer de mama Anatomia Sinais e Sintomas · Endurecimento, sulco, erosão de pele, vermelhidão ou ardor, fluído desconhecido, buracos, nódulo interno, pele de laranja, assimetria, afundamento do mamilo, veia crescente e protuberância Diagnóstico Sistema Internacional · Para avaliação mamária, interpretação do exame e confecção dos laudos de exames de imagem especificamente da mama Exames de Imagem Classificação TNM Tratamento Varia de acordo com: · Estadiamento da doença · Características biológicas do tumor · Condições da paciente (idade, doenças pré-existentes, status menopausal) Tratamento local · Cirurgias Conservadoras · Tumorectomia: o tumor é removido com mínima margem de tecido adjacente · Quadrantectomia: é retirado o segmento da glândula mamária em que o tumor está localizado + linfadenectomia e radioterapia e/ou quimioterapia complementares · Cirurgias Radicais · Mastectomia subcutânea: consiste na retirada de todo tecido glandular, com manutenção da pele e complexo auréolopapilar + radioterapia e/ou quimioterapia complementares · Mastectomia radical: consiste na retirada da glândula mamária, do segmento cutâneo, dos músculos peitorais e esvaziamento axilar radical. · Mastectomia radical modificada: consiste na retirada da glândula mamária, do segmento cutâneo e esvaziamento axilar radical, sendo preservados um ou ambos músculos peitorais + radioterapia e/ou quimioterapia complementares - Tipo Madden: Ambos Tipo Patey: Apenas o peitoral maior · Linfadenectomia · Técnica do linfonodo sentinela · Radioterapia · Método que emprega feixes de radiação ionizante com o objetivo de destruir células tumorais · Teleterapia: Consiste na terapia a curta distância, com a fonte emissora de radiação cerca de 1 metro de distância do paciente. De acordo com o planejamento terapêutico, o fracionamento varia de 25 a 35 aplicações · Braquiterapia: É um tratamento radioterápico no qual as fontes de radiação são colocadas dentro de reservatórios metálicos e aplicadas a poucos centímetros dos tumores. Vantagem de atingir diretamente as células tumorais Tratamento sistêmico: · Quimioterapia: Consiste no emprego de substâncias químicas, isoladas ou em combinação, com o objetivo de tratar as neoplasias malignas · Hormonioterapia · Terapia biológica (terapia alvo): Em cerca de 20% das mulheres com câncer de mama, as células cancerosas têm uma proteína que promove seu crescimento, denominada HER2/neu ou apenas HER2 em sua superfície. Anticorpo monoclonal contra essa proteína Complicações Lesão Nervosa · Nervo intercostobraquial: acomete 78% das pacientes · Nervo torácico longo Complicações Cicatricial · Deiscência cicatricial · Aderência cicatricial · Fixação anormal dos tecidos com formação de tecido fibroso · Resulta em prejuízos funcionais · Tratamento: Deslizamento profundo Massagem clássica Vacuoterapia/roletes · Seroma · Trombose linfática superficial (síndrome da rede axilar) · Tratamento: massagem de deslizamento profundo sobre os cordões · Linfedema · Condição crônica, na qual existe acúmulo excessivo de líquido, com alta concentração proteica no interstício como consequência de lesões no sistema linfático · 26% das mulheres após o tratamento do câncer de mama · Causa sofrimento, desconforto permanente e prejuízos funcionais, levando a problemas musculo-esqueléticos secundários e distúrbios psicológicos uma vez que interfere na auto-imagem, no relacionamento familiar e causa problemas de aceitabilidade social · Radioterapia, complicações pós-operatórias (infecções), linfangites, nível de radicalidade da técnica cirúrgica · Em 87,1% das mulheres o diagnóstico do linfedema acontece de 2 a 3 anos após a cirurgia · Fatores de risco: linfadenectomia axilar, obesidade e quimioterapia com uso de taxano · Sinais e Sintomas: · Sensação de peso e desconforto no membro Complicações Linfedema · Sensação inchaço no membro · Aumento da volumetria, perimetria ou espectroscopia de impedância bioelétrica (BIS) em relação ao membro contra-lateral · <5% de diferença entre os membros não é considerado linfedema · 5-10% linfedema moderado · >10% linfedema instalado · 2cm de diferença entre os membros em dois pontos adjacentes na perimetria de membros superiores Atuação Fisioterapêutica · O fisioterapeuta da equipe multidisciplinar vai minimizar complicações e reabilitar a paciente para o retorno às atividades de vida diária Intervenção pré-operatória · Realização de uma ampla avaliação da paciente: fornecerá parâmetros para o acompanhamento da paciente no pós-operatório · Anamnese · História clínica da paciente · Identificar fatores que podem contribuir para o aparecimento de complicações após a cirurgia, como neoplasias anteriores e realização de radioterapia prévia · Atividades profissionais, domésticas, físicas e de lazer · Avaliação Física · Estado geral da paciente · Sinais vitais · Função respiratória e ausculta pulmonar · Funcionalidade · Amplitude de movimento dos ombros e cintura escapular · Força dos músculos dos membros superiores · Sensibilidade da região · Postura · Marcha · Alívio da tensão e dores musculares · Conscientização e correção postural · Orientações quanto ao procedimento e aos cuidados iniciais no pós-operatório · Orientações quanto a importância da fisioterapia desde o pós operatório imediato · Perimetria (ou volumetria) Intervenção pós-operatória · Pós-operatório imediato · Mobilização precoce do membro · McNeely et al (2010): metanálise com mais de 2000 pacientes concluíram que o início precoce dos exercícios de membro superior após mastectomia é capaz de aumentar a amplitude de movimento sem causar aumento do edema do membro superior · Previne complicações relacionadas a restrição articular e ao linfedema · Limitados a 90º de abdução e flexão dos ombros e a tolerância da paciente · Deambulação precoce: com exercícios posturais simples · Posicionamento no leito: elevação e abdução do ombro á 30° · Alívio da dor · Exercícios Respiratórios · Drenagem Linfática Manual: · Conjunto de manobras específicas realizadas de forma lenta e superficial que promovem alterações na fisiologia normal do sistema linfático · Aumento da reabsorção de proteínas pelo sistema linfático · Redução da hipertensão tecidual · Aumento da taxa de contração dos linfangions · Aumento da formação de anastomoses linfáticas · Capilares linfáticos · Alta permeabilidade – única camada de células sobrepostas como escamas · Formação de microválvulas- Abertura e o fechamento controlados pelos filamentos fixadores. A pressão ou a movimentação dos tecidos adjacentes promove a tração dos filamentos e a abertura das válvulas · 80% do fluxo linfático ocorre na região superficial do corpo · O sentido do fluxo linfático superficial depende de forças externas ao sistema linfático · Pós-operatório tardio · Exercício ativo, ático-assistido e passivo · Ganho de amplitude de movimento · Exercício físico durante o tratamento do câncer auxilia na redução da sensação de fadiga e na melhora do condicionamento físico · 9 estudos – 957 pacientes- Nenhum estudo demonstrou efeitos adversos dos exercícios · As evidências não sustentam o medo dos clínicos do treino resistido em mulheres pós mastectomia · Treinos com carga de 50 a 80% de 1RM; Melhora de força, fadiga, dor e qualidade de vida; nenhum efeito negativo sobre o linfedema (é possível que auxilie na redução) · Não esquecer de indicar exercício aeróbico! · Fortalecimento muscular · Reeducação Postural e Massagem Cicatricial · Instalação de linfedema · Vigilâncianos pacientes de alto risco: medidas de volume a cada 3 meses durante o primeiro ano. · Linfedema subclínico: educação da paciente, automassagem e uso de compressão · Se o linfedema persistir ou progredir: Terapia Complexa Descongestiva · Terapia Complexa Descongestiva (Terapia Física Complexa ou Linfoterapia) · Cuidados com a pele · Compressão · Exercícios · Drenagem linfática manual · 1° Fase: · Fase intensiva realizada na clínica (idealmente 5 vezes na semana). · Busca redução máxima do volume do membro. Estudos indicam pelo menos 3 semanas · Higiene, hidratação e cuidados com a pele · Manter a pele constantemente saudável (hidratação com uso de cremes específicos) · Prevenção de traumas e infecções cutâneas- atenção a manicure, punções de pele · Atenção a queimaduras (evitar saunas) · Atenção a compressão constante da pele por roupas e acessórios · Usar compressão em viagens de avião · Drenagem linfática manual: Tem sido questionada pelos últimos ensaios clínicos randomizados, efeitos semelhantes com e sem a drenagem linfática manual · Terapia compressiva: enfaixamento ou luvas compressivas. Corrige a insuficiência elástica do tecido edemaciado, aumentando a pressão do tecido o que favorece o fluxo linfático · Exercícios: · Estimulam o funcionamento linfático, aumentando a absorção do fluido intersticial, além de aumentar a atividade motora dos linfangions e o peristaltismo dos vasos linfáticos e veias, potencializando a circulação de retorno · São indicados programas de exercícios resistidos e aeróbicos · O exercício resistido deve ser iniciado em baixa intensidade e progredido lentamente · Exercícios proximais seguidos de distais podem aumentar a redução de volume · 2° Fase: · Manutenção e otimização dos resultados obtidos na primeira fase. Realizada em casa pela própria paciente. · Cuidados com a pele, auto-drenagem linfática manual, uso de contenções elásticas e exercícios · Tratamento vitalício · Importante responsabilizar a paciente nesta fase! · Linfokinesio Taping · Estudos demonstram redução de volume do membro, mas não superior as demais técnicas · Risco de alergia e feridas · Laser de baixa intensidade · Proposto para linfedema por reduzir edema, promover angiogênese linfática e tratar fibrose · Estudos favoráveis, mas inconclusivos quanto a melhor dose · O laser pode ser utilizado em conjunto com a TFC ou a compressão · Não foram encontrados efeitos adversos
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