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CLÍNICA CIRÚRGICA III - AULA 3 - C1 
- DR. QUINTINO - 
 
ACESSO VASCULAR 
 
INTRODUÇÃO 
É um procedimento importante em diversas 
situações, desde infecções, desidratação, 
desnutrição, até mesmo estados mais 
complexos e duradouros, como a insuficiência 
renal e câncer. 
O acesso ideal deve proporcionar: um bom 
fluxo sanguíneo, boa reposição volêmica, 
infusão de outras substâncias necessárias, 
possibilidade de longo tempo de permanência 
e baixo índice de complicações. 
O acesso vascular pode ser temporário ou de 
curta permanência, quando implantados em 
veias periféricas e utilizados por poucos dias 
e há também os implantados em veias 
centrais, porém, com durabilidade média de 
21 a 30 dias. E definitivo, quando utilizados 
para tratamentos prolongados e que 
necessitam durabilidade de meses ou anos. 
No ATLS, o acesso vascular é abordado no 
terceiro item (C de circulation). 
 
TIPOS DE ACESSO VASCULAR 
1. Acesso venoso periférico: consiste na 
introdução de um cateter venoso, em uma 
veia superficial, de preferência de grande 
calibre, nos membros superiores, 
inferiores, couro cabeludo ou pescoço. 
 
 Tipos de acesso venoso periférico: 
 
Venóclise: ainda é o acesso ideal, pois o 
risco de complicação é mínimo. O ATLS 9 
recomendava o uso de 2 acessos 
periféricos com Jelco 14 ou Jelco 16. O 
ATLS recomenda o uso de 1 acesso 
periférico com Jelco 18. 
PICC (Peripherally Inserted Central 
Venous Catheter ou Cateter Venoso 
Central de Inserção Periférica): pode 
ser usado em adultos, crianças e 
neonatos. A inserção do cateter é feita 
perto da dobra do cotovelo ou na parte 
superior do braço. Em neonatos pode ser 
usada a inserção no couro cabeludo. De 
acordo com a resolução 258/2001 do 
Conselho Federal de Enfermagem, 
reconhece que a implantação do PICC 
pode ser realizada por enfermeiro, desde 
que tenha formação através de cursos de 
treinamento ou de capacitação. 
Punção da Veia Jugular Externa: é 
indicado para situações de urgência e 
emergência, em cuidados intensivos e 
cirúrgicos e em dificuldade de acesso a 
veias dos membros. De acordo com o 
parecer COREN-SC Nº. 002/CT/2010, o 
enfermeiro tem a competência para 
realizar a punção venosa de jugular 
externa desde que tenha habilidade, 
competência técnica e cientifica que 
sustentem as prerrogativas da legislação. 
 
2. Acesso venoso central: consiste no 
posicionamento de um cateter de acesso 
vascular, cuja extremidade atinge a veia 
cava superior ou inferior, 
independentemente do local de inserção 
periférica. 
 Indicação: quando há dificuldade de 
acessos venosos periféricos adequados 
para infusão de medicamentos e 
soluções, reposição volêmica rápida de 
fluidos ou sangue em paciente 
traumatizados, queimados e em cirurgia 
de grande porte. Indicado também em 
administração de drogas vasoativas, 
nutrição parenteral total (NPT), terapia 
substitutiva renal de urgência 
(hemofiltração e hemodiálise), implante de 
cateter de longa permanência 
(quimioterapia), monitorização 
hemodinâmica invasiva (volemia e função 
das câmaras cardíacas direitas e PVC) e 
estimulação cardíaca artificial (marca-
passo). 
 Técnica de Seldinger (1952): é um 
procedimento minimamente invasivo para 
se conseguir acesso seguro aos vasos 
sanguíneos e órgãos com cavidades (ex. 
toracocentese, drenagem de “bexigoma”, 
etc). Essa técnica permite a inserção de 
cateteres de grosso calibre com um, dois 
ou três lumens. É usado um Kit com 
agulha, fio guia, dilatador e cateter. 
 
Passos: 
1) Punção do vaso com agulha; 
2) Passa o fio guia; 
3) Retira a agulha; 
4) Com o bisturi, é feita uma incisão para 
passar o dilatador; 
5) Retira-se o dilatador; 
6) Passa o cateter e retira-se o fio guia. 
Podem ser utilizados os seguintes cateteres: 
o Cateter de lúmen simples: cateter 
mono-lúmen (Venoseld ®) e cateter 
para infusão de quimioterápico (Port-
A-Cath ®). 
o Cateter de lúmen duplo: quando há a 
necessidade de 2 lúmens (para 
infusão múltipla de drogas, sedação 
contínua, bomba de infusão 
conjugada, dieta parenteral, 
hemodiálise). Pode ser usado o 
cateter Duo-lúmen (Duocath ®) e 
cateter de longa permanência para 
hemodiálise (Permcath ®). 
 
 Quando for necessário o Acesso 
Venoso Central, deve-ser avaliar: 
A facilidade de punção e inserção do 
cateter a depender do local a ser 
puncionado. Quais as razões para realizar 
as punções, se vai ser de emergência 
(trauma, queimadura), ou eletiva (acesso 
periférico difícil, quimioterapia, nutrição 
parenteral total). Menor risco de 
complicação. 
 
O acesso venoso central pode ser feito a 
punção e cateterismo da veia jugular 
interna (VJI), veia subclávia (VSC), veia 
femoral (VF), veia jugular externa (VJE). 
 
Veia Jugular Interna 
Tem a vantagem de se conseguir o acesso 
bilateral e é calibrosa no adulto (cerca de 1 a 
2cm). Preferencialmente é feita na veia 
jugular interna direita, pois ela é mais 
calibrosa que a esquerda, a cúpula pleural 
direita é mais baixa e o índice de complicação 
é baixo. 
A técnica de punção e cateterismo baseia-se: 
1. Posição de Trendelemburg com coxim 
subescapular; 
2. Membros superiores junto ao corpo; 
3. Rotação da cabeça contralateral ao 
lado da punção; 
4. Antissepsia e colocação de campos 
estéreis; 
5. Definir o local da punção: utiliza-se o 
Triângulo de Sedillot, que é a união do 
feixe esternal e clavicular do músculo 
esternocleidomastóideo com a 
clavícula; 
 
6. Após definir o Triângulo de Sedillot, 
faz-se uma anestesia local no ângulo 
superior do Triângulo. Com uma 
agulha de punção conectada a uma 
seringa, punciona-se no ângulo 
superior do Triângulo sempre 
aspirado. Se houve retorno de sangue 
venoso, é feito o cateterismo pela 
técnica de Seldinger. 
 
Veia Subclávia 
Tem a vantagem de se conseguir o acesso 
bilateral. Preferencialmente, faz-se o acesso 
no lado direito, uma vez que não existe risco 
de lesão do ducto torácico e a cúpula pleural 
direita é mais baixa. No lado esquerdo, existe 
lesão do ducto torácico, com quilotórax. 
É preconizado o Acesso Infraclavicular 
(acesso de Aubaniac) ou o Acesso 
Supraclavicular (acesso de Yoffa). 
A técnica de punção e cateterismo do Acesso 
Infraclavicular/Aubaniac baseia-se: 
1. Posição de Trendelemburg com coxim 
subescapular; 
2. Membros superiores juntos ao corpo; 
3. Rotação da cabeça contralateral ao 
local de punção; 
4. Antissepsia local e colocação de 
campos estéreis; 
5. Definir o local da punção: divide-se a 
clavícula em 3 partes iguais. O local 
de punção é no ponto de encontro dos 
2/3 laterais com o 1/3 medial; 
 
 
6. Anestesia local na união dos 2/3 
laterais com o 1/3 medial da clavícula. 
Conecta-se a seringa na agulha de 
punção com o bisel para baixo. 
Punciona-se a veia e aspira-se para 
confirmar se há retorno venoso. E 
aplica a técnica de Seldinger para 
cateterismo. 
A técnica de punção e cateterismo do Acesso 
Supraclavicular/Yoffa baseia-se: 
1. Posição de Trendelemburg com coxim 
subescapular; 
2. Membros superiores juntos ao corpo; 
3. Rotação da cabeça contralateral ao 
local de punção; 
4. Antissepsia local e colocação de 
campos estéreis; 
5. Definir o local da punção: determina o 
ângulo de união da clavícula com o 
feixe clavicular do 
esternocleidomastoideo; 
6. Anestesia o local e com uma agulha e 
seringa com o bisel voltado para 
baixo, punciona-se este ponto com a 
agulha direcionada para o mamilo 
contralateral. Punciona a veia e aspira 
para confirmar a punção. E com a 
técnica de Seldinger faz-se o 
cateterismo. 
 
 
Veia Femoral 
É um procedimento relativamente fácil, uma 
vez que a anatomia favorece. É pouco 
utilizado, devido ao alto índice de 
complicações tardias, como infecções e 
trombose. 
OBS: assistir ao vídeo da aula. 
 
Veia Jugular Externa 
Tem a vantagem de seruma veia superficial, 
ou seja, de fácil acesso. Pode utilizar cateter 
de grosso calibre. A desvantagem é que tem a 
presença de válvulas, a angulação em relação 
à veia subclávia, a mobilidade do local é 
grande, é difícil a manutenção no que diz 
respeito a um curativo fixo, seco e estéril, há 
um maior risco de infecções e complicações 
trombóticas e dificulta manobras de 
ressuscitação cardiorrespiratória. 
 
Precauções em qualquer acesso venoso 
central: após introduzir o cateter na veia, 
deve-se: abaixar o frasco do soro abaixo do 
nível do paciente, verificar se está havendo 
refluxo de sangue para o equipo de soro. Se 
não houver refluxo de sangue, tem que retirar 
o cateter e re-puncionar. 
Faz-se um controle pós-cateterismo, com uma 
radiografia simples e com contraste (se 
necessário), no radiocospia e ultrassonografia. 
 
Complicações dos Acessos Venosos 
Centrais: variam de 0,4 a 22%. 
o Lesão pleural: é a mais comum na 
punção e cateterismo de veias 
subclávias. Tem como causa a agulha 
de punção e dilatador. 
Pode levar a um pneumotórax ou 
hemotórax (hidrotórax). 
 
Pneumotórax pequeno: é assintomático, 
estável hemodinamicamente, o tratamento é 
conservador e oxigenoterapia. 
Pneumotórax volumoso: sintomático, instável 
hemodinamicamente, toracocentese e 
drenagem torácica em selo d’agua. 
Hemotórax (hidrotórax): drenagem torácica em 
selo d’água. 
 
!!!Atenção!!! Vítimas de trauma torácico, qual 
lado deve ser puncionado e cateterizado? 
Punção e acesso deve ser sempre do lado 
comprometido. 
 
o Punção inadvertida da artéria 
carótida, subclávia ou femoral: o 
sangue é vermelho vivo (arterial), já o 
sangue venoso é escuro. Há também 
uma oscilação do sangue dentro do 
cateter, como se fosse pulsão. 
Precaução: é usar a ultrassonografia, 
onde pode-se orientar a punção e 
evitar a lesão. 
Conduta: é retirar a agulha e comprimir 
o local por 10 minutos. Re-puncionar 
no mesmo ou em outro local. A 
abordagem cirúrgica para reparar a 
lesão arterial é bem rara. 
o Hemorragia/hematoma: quando o 
paciente tem distúrbios de coagulação. 
Em punção inadvertida de artéria. As 
manifestações clínicas secundárias 
são raras e o que pode causar é um 
desconforto ou dor local. 
 
o Arritmias: podem ocorrer durante a 
introdução do fio guia. Levam a uma 
extrassístole ventricular assintomática, 
extrassístole ventricular persistente. 
Conduta é retirar o cateter. 
Pode ocorrer também uma taquicardia 
supraventricular quando o cateter permanece 
por tempo prolongado próximo ao nó AV. 
Conduta: manobras vagais (tosse, manobra de 
Valsalva) podem retornar ao ritmo sinusal, 
massagem do seio carotídeo, oxigenoterapia e 
puncionar outro acesso venoso. 
o Embolia aérea: penetração de ar pelo 
orifício da agulha, do dilatador ou da 
bainha do cateter. Geralmente é um 
evento autolimitado com melhora dos 
sintomas. 
Êmbolos aéreos pequenos são 
assintomáticos. 
Embolia maciça: causa hipoxemia, que 
leva a taquicardia, que leva a uma 
taquipneia, que evolui para 
broncoespasmo. 
E em casos graves de embolia aérea, 
o paciente pode vir a óbito. 
Prevenção: sempre ocluir o orifício da 
agulha, do dilatador e do cateter, ao 
realizar a punção. 
Conduta: colocar o paciente em 
decúbito lateral esquerdo, ou posição 
de Trendelemburg, pois isso diminui a 
entrada de bolhas de ar no tronco da 
artéria pulmonar. Administrar oxigênio, 
monitorização cardíaca, e 
oxigenoterapia hiperbárica pode ser 
também ser utilizada. 
 
o Laceração de veias 
mediastinais/veia cava 
superior/átrio direito: acontece por 
trauma do fio guia. É uma complicação 
rara de acontecer, e quando acontece 
muitas vezes é fatal. 
Prevenção: manutenção delicada do 
instrumental, ou seja, não forçar a 
introdução do fio guia e utilizar métodos 
de imagem para controle após 
cateterismo. 
Conduta: pericardiocentese diante de 
um tamponamento cardíaco. Ou uma 
cirurgia de urgência. 
 
o Cateter venoso central com 
funcionamento inadequado: 
Pode ocorrer por uma obstrução do 
lúmen do cateter por fibrina ou trombo. 
Conduta: administração de agentes 
fibrinolíticos em baixas doses e troca 
do cateter usando o fio guia. 
Pode ocorrer por dobras com 
obstrução do cateter. 
Conduta: reposicionar ou trocar o 
cateter com o fio guia. 
Pode ocorrer por migração do cateter 
para o tronco braquiocefálico 
contralateral, veia jugular interna e veia 
ázigos. 
Conduta: infusão vigorosa de solução 
salina, manobra de Valsalva e 
reposicionar o cateter com o fio guia. 
Pode ocorrer por impactação ou 
aderência deste a parede da veia. 
Conduta: reposicionar o cateter com o 
fio guia. 
Pode ocorrer por “Fratura do cateter” 
no segmento do cateter situado entre a 
clavícula e a primeira costela, pode ser 
pressionado e sofrer fratura. Ocorre em 
cateteres que estão implantados por 
um longo período. A fratura do cateter 
pode ser simples, ou pode ser mais 
complicada, como é o caso em que há 
uma secção com migração de 
segmento da parte distal do cateter 
Conduta: para fraturas simples, deve-
se trocar o cateter com o auxílio de um 
fio guia. Para as mais complicadas, 
devem ser usadas técnicas invasivas 
para remoção. 
Pode ocorrer por clampeamento 
inadvertido do cateter. 
Conduta: trocar o cateter com o fio 
guia. Caso haja necessidade de 
permanência do acesso venosos 
central por mais tempo, deve-se trocar 
o local da punção. 
 
o Infecção: são complicações 
frequentes, geralmente causadas por 
bactérias gram negativos. É 
preocupante quando se tem a infecção 
por Estafilococos Multiresistentes 
(MR). 
Prevenção: cuidados de assepsia 
durante a manipulação e instalação do 
cateter. E o tempo de permanência do 
cateter não deve ultrapassar 3 
semanas. 
Conduta: em casos suspeitos de 
infecção, deve-se retirar o cateter e 
fazer a cultura, gram e antibiograma de 
exames laboratoriais. Após isso, 
realizar uma nova punção e 
cateterismo em outro local, caso seja 
necessário. E entrar com o antibiótico, 
ou troca do antibiótico. 
 
o Trombose Venosa: causado por 
cateteres mantidos por longos 
períodos. É caracterizado pela Tríade 
de Virchow, que é dano à camada 
íntima vascular, alteração do fluxo 
sanguíneo e estado de 
hipercoagulabilidade do sangue. 
Pode ocorrer uma trombose da veia 
jugular interna, que leva a uma massa 
tumoral na região cervical. As 
complicações que podem ocorrer 
diante disso é o tromboembolismo 
pulmonar, edema cerebral e embolia 
séptica. 
Pode ocorrer a trombose da veia cava 
superior, que leva a um edema da 
cabeça e pescoço e a síndrome da veia 
cava superior. 
Pode ocorrer a trombose da veia 
subclávia ou axilar, que leva a um 
edema e dormência no membro 
superior ipslateral. 
 
o Estenose venosa: causada por um 
uso prolongado de cateter. Comum em 
pacientes que fazem hemodiálise e 
quimioterapia. É frequente no 
cateterismo da veia subclávia, e o risco 
aumenta em uso de cateter de menor 
calibre. 
Conduta: trocar o cateter com o fio 
guia. Caso haja necessidade de 
permanência do acesso venoso central 
por mais tempo, trocar o local da 
punção. 
 
 
3. Dissecção Venosa: é indicado para 
distúrbios graves de coagulação em 
pacientes que necessitam de acesso 
venoso central e em pacientes 
politraumatizados graves. 
O acesso é feito na veia basílica ou na veia 
safena magna. 
 
4. Acesso Intra-ósseo: à princípio indicado 
somente para crianças com menos de 6 
anos de idade. Este acesso caiu em 
desuso até a década 1980. Passou a ser 
re-utilizado em crianças e em adultos, por 
ser um procedimento seguro, rápido e 
eficaz. É a segunda opção em sequência 
de acessos após 2 tentativas infrutíferas de 
acesso venoso periférico (ATLS). É 
frequentemente utilizado no atendimento 
pré-hospitalar, em trauma e em casos que 
necessitem de reposiçãovolêmica e 
administração de fármacos. 
É muito eficiente em casos emergenciais, 
como em parada cardiorrespiratória, 
choque hipovolêmico e séptico, 
queimaduras graves, estados epiléticos 
prolongados e desidratação intensa (na 
falta de acesso venoso periférico). 
Esse acesso pode ser mantido, em geral, 
por 24 a 48 horas após a punção. Há a 
necessidade de substitui-lo após esse 
período, uma vez que há uma perda 
progressiva de sua eficiência. 
É utilizado em ossos longos, onde tem os 
plexos venosos. Esses plexos drenam uma 
quantidade comparável à do acesso 
venosos central. A reposição de fluídos 
pode ser conseguida por via Intra-óssea 
com taxas de fluxo de 1 – 3 litros/hora 
através do acesso tibial e 5 litros/hora 
através do acesso umeral. 
A pressão do espaço intra-ósseo dificulta 
que a infusão flua de modo eficaz apenas 
com a gravidade. Pode haver necessidade 
das infusões serem administradas sob 
pressão em bolsas de pressão, bombas de 
seringa e flushing manual. 
 
o Local de punção: diferentes pontos de 
punção podem ser usados com 
segurança. 
Em crianças e adultos, pode-se fazer 
na tíbia proximal, no fêmur distal 
(côndilos externos) e cabeça umeral. 
Em adultos, pode-se fazer na tíbia 
distal (maléolo medial), esterno e crista 
ilíaca. 
 
o Tipos de dispositivos: 
 Agulha comum de injeção tamanho 
25x12 em crianças. 
 Agulha para raquianestesia em 
crianças. 
 Trocater manual (agulha de Cook) 
uso pediátrico e em membros 
inferiores. 
 Dispositivo intra-ósseo esternal 
FAST em adultos. 
 Pistola de injeção óssea (BIG) em 
crianças e adultos e em tíbia 
proximal e úmero. 
 EZ intra-ósseo drill. 
 
o Técnica: 
1. Medidas prévias de técnica 
cirúrgica já estabelecida; 
2. 1 a 3 cm abaixo da tuberosidade 
tibial; 
3. Agulha levemente inclinada (15 a 
30º) para a parte distal evitando a 
punção de cartilagem de 
crescimento metafisária; 
4. Ao sentir a ponta da agulha 
atravessando a córtex óssea, não 
aprofundá-la mais; 
5. Penetração da agulha na cavidade 
medular ocorre perda discreta da 
resistência óssea, a agulha 
permanece na posição ereta sem 
suporte e pode-se aspirar medula 
óssea (semelhante a sangue). 
6. Infusão em “bolus” de 5 a 10ml de 
solução fisiológica com uma 
seringa, resulta em mínima 
resistência e não deve haver 
evidência de infiltração no 
subcutâneo. 
7. Quando o fluxo da solução é 
facilmente administrado e não há 
extravasamento, deve-se conectar 
o equipo de soro e fixa-lo a coxa. 
8. Deve-se fixar a agulha com gaze e 
esparadrapo, para evitar abalos e 
perder o acesso. 
 
o Contra-indicações em crianças e 
adultos: 
 Relativas: 
Prótese no membro: artroplastia de 
joelho, haste tibial, placa umeral, 
inserção do dispositivo de acesso 
em metais implantados. Isso leva a 
danos na prótese ou a agulha de 
punção intra-óssea. 
Esternotomia prévia: rompimento 
da matriz óssea pode interferir de 
modo imprevisível com a punção 
ou com a taxa de infusão de 
soluções. 
Dificuldade na identificação de 
pontos anatômicos. 
 
 Absolutas: fratura no membro a ser 
puncionado, trauma ósseo no local 
ou próximo ao local de acesso, 
acesso intra-ósseo prévio no 
mesmo membro, celulites, 
queimaduras ou infecção sobre o 
ponto de inserção, osteogênese 
imperfeita e osteoporose. 
 
o Complicações: inferiores a 1%, 
ocorrem muitas vezes devido ao 
posicionamento inadequado do 
dispositivo de punção. 
Pode ter dor devido ao aumento da 
pressão intramedular, infusão de 
fluídos no subcutâneo e subperiostal, 
extravasamento de líquidos pelo local 
de punção, celulite localizada ou 
abscesso subcutâneo, necrose 
tecidual, risco de osteomielite (punção 
em pele infectada, lesada ou com 
queimadura e dispositivos deixados 
por mais de 24 horas). E existe um 
baixo risco de embolia gordurosa. 
Síndrome compartimental, devido ao 
extravasamento excessivo de fluídos. 
Fraturas de tíbia em pacientes 
pediátricos. 
Lesão epifisária em crianças se o 
dispositivo for incorretamente colocado 
perto de uma placa de crescimento 
ósseo. 
Inserção de dispositivo no esterno, leva 
ao risco de pneumotórax, lesão de 
grandes vasos e mediastinite. 
Óbitos relacionados à punção esternal 
em crianças abaixo de três anos de 
idade devido a mediastinite, hidrotórax, 
ferimentos do coração ou grandes 
vasos. 
 
 
5. Cateterismo de Veia Umbilical: acesso 
feito preferencialmente em neonatos. 
Lembrar sempre que o cateterismo 
depende do estado de “mumificação” do 
coto umbilical, ou seja, é impossível fazer 
em coto umbilical “mumificado”. 
 
o Cateteres: 
5F para uma criança abaixo 3,5kg. 
8F para crianças acima de 3,5kg. 
 
o Posição do cateter na Veia 
Umbilical: geralmente 4 a 5 cm da 
base do umbigo. A ponto do cateter 
deve permanecer abaixo da origem da 
veia porta. Cateter de longa 
permanência deve ser passado pelo 
ducto venoso até que atinja a veia 
cava inferior. Deve sempre ser 
removido assim que for possível, pelo 
risco de complicações. 
 
o Precauções: cateter de longa 
permanência, deve-se realizar raio-x 
para visualizar o posicionamento da 
ponta do cateter. Deve estar 
localizada entre o 8º e 11º vértebras 
torácica, logo acima do diafragma. 
 
 
 
o Complicações: 
 Infecções generalizadas ou 
localizadas: em cateteres com 
longa permanência. 
 Mal posicionamento em sistema 
porta: insuficiência hepática. 
 Cateter localizado no coração: 
efusão pericárdica, tamponamento 
cardíaco, arritmia e endocardite. 
 Trombose da veia umbilical e do 
sistema porta: embolismo 
pulmonar e hipertensão do sistema 
porta. 
 
6. Acesso arterial: 
 
o Indicações: 
 Gasometria arterial: pacientes 
hipoxêmicos ou em ventilação 
mecânica. 
 Monitorização invasiva da pressão 
arterial (PAM): pacientes com 
instabilidade hemodinâmica e 
submetidos a procedimentos 
cirúrgicos de grande porte. 
 Acesso para procedimentos 
hemodinâmicos diagnósticos e/ou 
terapêuticos. 
 
o Artéria radial: facilidade de acesso e 
cateterismo. Risco de isquemia do 
território irrigado pela artéria é menor 
devido a circulação arterial do arco 
palmar. 
 
o Artéria femoral: utilizados em 
procedimentos hemodinâmicos, como 
arteriografias, coronariografias, 
angioplastias coronarianas, 
angioplastias periféricas e viscerais e 
colocação de próteses 
endovasculares. 
 
É utilizada a técnica de Seldinger. E 
utiliza-se a radioscopia para 
acompanhar a progressão do guia. 
 
o Complicações: hematoma, hemorragia 
local, trombose arterial, pseudo-
aneurisma, isquemia do território 
irrigado pela artéria e infecção local.

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