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CLÍNICA CIRÚRGICA III - AULA 3 - C1 - DR. QUINTINO - ACESSO VASCULAR INTRODUÇÃO É um procedimento importante em diversas situações, desde infecções, desidratação, desnutrição, até mesmo estados mais complexos e duradouros, como a insuficiência renal e câncer. O acesso ideal deve proporcionar: um bom fluxo sanguíneo, boa reposição volêmica, infusão de outras substâncias necessárias, possibilidade de longo tempo de permanência e baixo índice de complicações. O acesso vascular pode ser temporário ou de curta permanência, quando implantados em veias periféricas e utilizados por poucos dias e há também os implantados em veias centrais, porém, com durabilidade média de 21 a 30 dias. E definitivo, quando utilizados para tratamentos prolongados e que necessitam durabilidade de meses ou anos. No ATLS, o acesso vascular é abordado no terceiro item (C de circulation). TIPOS DE ACESSO VASCULAR 1. Acesso venoso periférico: consiste na introdução de um cateter venoso, em uma veia superficial, de preferência de grande calibre, nos membros superiores, inferiores, couro cabeludo ou pescoço. Tipos de acesso venoso periférico: Venóclise: ainda é o acesso ideal, pois o risco de complicação é mínimo. O ATLS 9 recomendava o uso de 2 acessos periféricos com Jelco 14 ou Jelco 16. O ATLS recomenda o uso de 1 acesso periférico com Jelco 18. PICC (Peripherally Inserted Central Venous Catheter ou Cateter Venoso Central de Inserção Periférica): pode ser usado em adultos, crianças e neonatos. A inserção do cateter é feita perto da dobra do cotovelo ou na parte superior do braço. Em neonatos pode ser usada a inserção no couro cabeludo. De acordo com a resolução 258/2001 do Conselho Federal de Enfermagem, reconhece que a implantação do PICC pode ser realizada por enfermeiro, desde que tenha formação através de cursos de treinamento ou de capacitação. Punção da Veia Jugular Externa: é indicado para situações de urgência e emergência, em cuidados intensivos e cirúrgicos e em dificuldade de acesso a veias dos membros. De acordo com o parecer COREN-SC Nº. 002/CT/2010, o enfermeiro tem a competência para realizar a punção venosa de jugular externa desde que tenha habilidade, competência técnica e cientifica que sustentem as prerrogativas da legislação. 2. Acesso venoso central: consiste no posicionamento de um cateter de acesso vascular, cuja extremidade atinge a veia cava superior ou inferior, independentemente do local de inserção periférica. Indicação: quando há dificuldade de acessos venosos periféricos adequados para infusão de medicamentos e soluções, reposição volêmica rápida de fluidos ou sangue em paciente traumatizados, queimados e em cirurgia de grande porte. Indicado também em administração de drogas vasoativas, nutrição parenteral total (NPT), terapia substitutiva renal de urgência (hemofiltração e hemodiálise), implante de cateter de longa permanência (quimioterapia), monitorização hemodinâmica invasiva (volemia e função das câmaras cardíacas direitas e PVC) e estimulação cardíaca artificial (marca- passo). Técnica de Seldinger (1952): é um procedimento minimamente invasivo para se conseguir acesso seguro aos vasos sanguíneos e órgãos com cavidades (ex. toracocentese, drenagem de “bexigoma”, etc). Essa técnica permite a inserção de cateteres de grosso calibre com um, dois ou três lumens. É usado um Kit com agulha, fio guia, dilatador e cateter. Passos: 1) Punção do vaso com agulha; 2) Passa o fio guia; 3) Retira a agulha; 4) Com o bisturi, é feita uma incisão para passar o dilatador; 5) Retira-se o dilatador; 6) Passa o cateter e retira-se o fio guia. Podem ser utilizados os seguintes cateteres: o Cateter de lúmen simples: cateter mono-lúmen (Venoseld ®) e cateter para infusão de quimioterápico (Port- A-Cath ®). o Cateter de lúmen duplo: quando há a necessidade de 2 lúmens (para infusão múltipla de drogas, sedação contínua, bomba de infusão conjugada, dieta parenteral, hemodiálise). Pode ser usado o cateter Duo-lúmen (Duocath ®) e cateter de longa permanência para hemodiálise (Permcath ®). Quando for necessário o Acesso Venoso Central, deve-ser avaliar: A facilidade de punção e inserção do cateter a depender do local a ser puncionado. Quais as razões para realizar as punções, se vai ser de emergência (trauma, queimadura), ou eletiva (acesso periférico difícil, quimioterapia, nutrição parenteral total). Menor risco de complicação. O acesso venoso central pode ser feito a punção e cateterismo da veia jugular interna (VJI), veia subclávia (VSC), veia femoral (VF), veia jugular externa (VJE). Veia Jugular Interna Tem a vantagem de se conseguir o acesso bilateral e é calibrosa no adulto (cerca de 1 a 2cm). Preferencialmente é feita na veia jugular interna direita, pois ela é mais calibrosa que a esquerda, a cúpula pleural direita é mais baixa e o índice de complicação é baixo. A técnica de punção e cateterismo baseia-se: 1. Posição de Trendelemburg com coxim subescapular; 2. Membros superiores junto ao corpo; 3. Rotação da cabeça contralateral ao lado da punção; 4. Antissepsia e colocação de campos estéreis; 5. Definir o local da punção: utiliza-se o Triângulo de Sedillot, que é a união do feixe esternal e clavicular do músculo esternocleidomastóideo com a clavícula; 6. Após definir o Triângulo de Sedillot, faz-se uma anestesia local no ângulo superior do Triângulo. Com uma agulha de punção conectada a uma seringa, punciona-se no ângulo superior do Triângulo sempre aspirado. Se houve retorno de sangue venoso, é feito o cateterismo pela técnica de Seldinger. Veia Subclávia Tem a vantagem de se conseguir o acesso bilateral. Preferencialmente, faz-se o acesso no lado direito, uma vez que não existe risco de lesão do ducto torácico e a cúpula pleural direita é mais baixa. No lado esquerdo, existe lesão do ducto torácico, com quilotórax. É preconizado o Acesso Infraclavicular (acesso de Aubaniac) ou o Acesso Supraclavicular (acesso de Yoffa). A técnica de punção e cateterismo do Acesso Infraclavicular/Aubaniac baseia-se: 1. Posição de Trendelemburg com coxim subescapular; 2. Membros superiores juntos ao corpo; 3. Rotação da cabeça contralateral ao local de punção; 4. Antissepsia local e colocação de campos estéreis; 5. Definir o local da punção: divide-se a clavícula em 3 partes iguais. O local de punção é no ponto de encontro dos 2/3 laterais com o 1/3 medial; 6. Anestesia local na união dos 2/3 laterais com o 1/3 medial da clavícula. Conecta-se a seringa na agulha de punção com o bisel para baixo. Punciona-se a veia e aspira-se para confirmar se há retorno venoso. E aplica a técnica de Seldinger para cateterismo. A técnica de punção e cateterismo do Acesso Supraclavicular/Yoffa baseia-se: 1. Posição de Trendelemburg com coxim subescapular; 2. Membros superiores juntos ao corpo; 3. Rotação da cabeça contralateral ao local de punção; 4. Antissepsia local e colocação de campos estéreis; 5. Definir o local da punção: determina o ângulo de união da clavícula com o feixe clavicular do esternocleidomastoideo; 6. Anestesia o local e com uma agulha e seringa com o bisel voltado para baixo, punciona-se este ponto com a agulha direcionada para o mamilo contralateral. Punciona a veia e aspira para confirmar a punção. E com a técnica de Seldinger faz-se o cateterismo. Veia Femoral É um procedimento relativamente fácil, uma vez que a anatomia favorece. É pouco utilizado, devido ao alto índice de complicações tardias, como infecções e trombose. OBS: assistir ao vídeo da aula. Veia Jugular Externa Tem a vantagem de seruma veia superficial, ou seja, de fácil acesso. Pode utilizar cateter de grosso calibre. A desvantagem é que tem a presença de válvulas, a angulação em relação à veia subclávia, a mobilidade do local é grande, é difícil a manutenção no que diz respeito a um curativo fixo, seco e estéril, há um maior risco de infecções e complicações trombóticas e dificulta manobras de ressuscitação cardiorrespiratória. Precauções em qualquer acesso venoso central: após introduzir o cateter na veia, deve-se: abaixar o frasco do soro abaixo do nível do paciente, verificar se está havendo refluxo de sangue para o equipo de soro. Se não houver refluxo de sangue, tem que retirar o cateter e re-puncionar. Faz-se um controle pós-cateterismo, com uma radiografia simples e com contraste (se necessário), no radiocospia e ultrassonografia. Complicações dos Acessos Venosos Centrais: variam de 0,4 a 22%. o Lesão pleural: é a mais comum na punção e cateterismo de veias subclávias. Tem como causa a agulha de punção e dilatador. Pode levar a um pneumotórax ou hemotórax (hidrotórax). Pneumotórax pequeno: é assintomático, estável hemodinamicamente, o tratamento é conservador e oxigenoterapia. Pneumotórax volumoso: sintomático, instável hemodinamicamente, toracocentese e drenagem torácica em selo d’agua. Hemotórax (hidrotórax): drenagem torácica em selo d’água. !!!Atenção!!! Vítimas de trauma torácico, qual lado deve ser puncionado e cateterizado? Punção e acesso deve ser sempre do lado comprometido. o Punção inadvertida da artéria carótida, subclávia ou femoral: o sangue é vermelho vivo (arterial), já o sangue venoso é escuro. Há também uma oscilação do sangue dentro do cateter, como se fosse pulsão. Precaução: é usar a ultrassonografia, onde pode-se orientar a punção e evitar a lesão. Conduta: é retirar a agulha e comprimir o local por 10 minutos. Re-puncionar no mesmo ou em outro local. A abordagem cirúrgica para reparar a lesão arterial é bem rara. o Hemorragia/hematoma: quando o paciente tem distúrbios de coagulação. Em punção inadvertida de artéria. As manifestações clínicas secundárias são raras e o que pode causar é um desconforto ou dor local. o Arritmias: podem ocorrer durante a introdução do fio guia. Levam a uma extrassístole ventricular assintomática, extrassístole ventricular persistente. Conduta é retirar o cateter. Pode ocorrer também uma taquicardia supraventricular quando o cateter permanece por tempo prolongado próximo ao nó AV. Conduta: manobras vagais (tosse, manobra de Valsalva) podem retornar ao ritmo sinusal, massagem do seio carotídeo, oxigenoterapia e puncionar outro acesso venoso. o Embolia aérea: penetração de ar pelo orifício da agulha, do dilatador ou da bainha do cateter. Geralmente é um evento autolimitado com melhora dos sintomas. Êmbolos aéreos pequenos são assintomáticos. Embolia maciça: causa hipoxemia, que leva a taquicardia, que leva a uma taquipneia, que evolui para broncoespasmo. E em casos graves de embolia aérea, o paciente pode vir a óbito. Prevenção: sempre ocluir o orifício da agulha, do dilatador e do cateter, ao realizar a punção. Conduta: colocar o paciente em decúbito lateral esquerdo, ou posição de Trendelemburg, pois isso diminui a entrada de bolhas de ar no tronco da artéria pulmonar. Administrar oxigênio, monitorização cardíaca, e oxigenoterapia hiperbárica pode ser também ser utilizada. o Laceração de veias mediastinais/veia cava superior/átrio direito: acontece por trauma do fio guia. É uma complicação rara de acontecer, e quando acontece muitas vezes é fatal. Prevenção: manutenção delicada do instrumental, ou seja, não forçar a introdução do fio guia e utilizar métodos de imagem para controle após cateterismo. Conduta: pericardiocentese diante de um tamponamento cardíaco. Ou uma cirurgia de urgência. o Cateter venoso central com funcionamento inadequado: Pode ocorrer por uma obstrução do lúmen do cateter por fibrina ou trombo. Conduta: administração de agentes fibrinolíticos em baixas doses e troca do cateter usando o fio guia. Pode ocorrer por dobras com obstrução do cateter. Conduta: reposicionar ou trocar o cateter com o fio guia. Pode ocorrer por migração do cateter para o tronco braquiocefálico contralateral, veia jugular interna e veia ázigos. Conduta: infusão vigorosa de solução salina, manobra de Valsalva e reposicionar o cateter com o fio guia. Pode ocorrer por impactação ou aderência deste a parede da veia. Conduta: reposicionar o cateter com o fio guia. Pode ocorrer por “Fratura do cateter” no segmento do cateter situado entre a clavícula e a primeira costela, pode ser pressionado e sofrer fratura. Ocorre em cateteres que estão implantados por um longo período. A fratura do cateter pode ser simples, ou pode ser mais complicada, como é o caso em que há uma secção com migração de segmento da parte distal do cateter Conduta: para fraturas simples, deve- se trocar o cateter com o auxílio de um fio guia. Para as mais complicadas, devem ser usadas técnicas invasivas para remoção. Pode ocorrer por clampeamento inadvertido do cateter. Conduta: trocar o cateter com o fio guia. Caso haja necessidade de permanência do acesso venosos central por mais tempo, deve-se trocar o local da punção. o Infecção: são complicações frequentes, geralmente causadas por bactérias gram negativos. É preocupante quando se tem a infecção por Estafilococos Multiresistentes (MR). Prevenção: cuidados de assepsia durante a manipulação e instalação do cateter. E o tempo de permanência do cateter não deve ultrapassar 3 semanas. Conduta: em casos suspeitos de infecção, deve-se retirar o cateter e fazer a cultura, gram e antibiograma de exames laboratoriais. Após isso, realizar uma nova punção e cateterismo em outro local, caso seja necessário. E entrar com o antibiótico, ou troca do antibiótico. o Trombose Venosa: causado por cateteres mantidos por longos períodos. É caracterizado pela Tríade de Virchow, que é dano à camada íntima vascular, alteração do fluxo sanguíneo e estado de hipercoagulabilidade do sangue. Pode ocorrer uma trombose da veia jugular interna, que leva a uma massa tumoral na região cervical. As complicações que podem ocorrer diante disso é o tromboembolismo pulmonar, edema cerebral e embolia séptica. Pode ocorrer a trombose da veia cava superior, que leva a um edema da cabeça e pescoço e a síndrome da veia cava superior. Pode ocorrer a trombose da veia subclávia ou axilar, que leva a um edema e dormência no membro superior ipslateral. o Estenose venosa: causada por um uso prolongado de cateter. Comum em pacientes que fazem hemodiálise e quimioterapia. É frequente no cateterismo da veia subclávia, e o risco aumenta em uso de cateter de menor calibre. Conduta: trocar o cateter com o fio guia. Caso haja necessidade de permanência do acesso venoso central por mais tempo, trocar o local da punção. 3. Dissecção Venosa: é indicado para distúrbios graves de coagulação em pacientes que necessitam de acesso venoso central e em pacientes politraumatizados graves. O acesso é feito na veia basílica ou na veia safena magna. 4. Acesso Intra-ósseo: à princípio indicado somente para crianças com menos de 6 anos de idade. Este acesso caiu em desuso até a década 1980. Passou a ser re-utilizado em crianças e em adultos, por ser um procedimento seguro, rápido e eficaz. É a segunda opção em sequência de acessos após 2 tentativas infrutíferas de acesso venoso periférico (ATLS). É frequentemente utilizado no atendimento pré-hospitalar, em trauma e em casos que necessitem de reposiçãovolêmica e administração de fármacos. É muito eficiente em casos emergenciais, como em parada cardiorrespiratória, choque hipovolêmico e séptico, queimaduras graves, estados epiléticos prolongados e desidratação intensa (na falta de acesso venoso periférico). Esse acesso pode ser mantido, em geral, por 24 a 48 horas após a punção. Há a necessidade de substitui-lo após esse período, uma vez que há uma perda progressiva de sua eficiência. É utilizado em ossos longos, onde tem os plexos venosos. Esses plexos drenam uma quantidade comparável à do acesso venosos central. A reposição de fluídos pode ser conseguida por via Intra-óssea com taxas de fluxo de 1 – 3 litros/hora através do acesso tibial e 5 litros/hora através do acesso umeral. A pressão do espaço intra-ósseo dificulta que a infusão flua de modo eficaz apenas com a gravidade. Pode haver necessidade das infusões serem administradas sob pressão em bolsas de pressão, bombas de seringa e flushing manual. o Local de punção: diferentes pontos de punção podem ser usados com segurança. Em crianças e adultos, pode-se fazer na tíbia proximal, no fêmur distal (côndilos externos) e cabeça umeral. Em adultos, pode-se fazer na tíbia distal (maléolo medial), esterno e crista ilíaca. o Tipos de dispositivos: Agulha comum de injeção tamanho 25x12 em crianças. Agulha para raquianestesia em crianças. Trocater manual (agulha de Cook) uso pediátrico e em membros inferiores. Dispositivo intra-ósseo esternal FAST em adultos. Pistola de injeção óssea (BIG) em crianças e adultos e em tíbia proximal e úmero. EZ intra-ósseo drill. o Técnica: 1. Medidas prévias de técnica cirúrgica já estabelecida; 2. 1 a 3 cm abaixo da tuberosidade tibial; 3. Agulha levemente inclinada (15 a 30º) para a parte distal evitando a punção de cartilagem de crescimento metafisária; 4. Ao sentir a ponta da agulha atravessando a córtex óssea, não aprofundá-la mais; 5. Penetração da agulha na cavidade medular ocorre perda discreta da resistência óssea, a agulha permanece na posição ereta sem suporte e pode-se aspirar medula óssea (semelhante a sangue). 6. Infusão em “bolus” de 5 a 10ml de solução fisiológica com uma seringa, resulta em mínima resistência e não deve haver evidência de infiltração no subcutâneo. 7. Quando o fluxo da solução é facilmente administrado e não há extravasamento, deve-se conectar o equipo de soro e fixa-lo a coxa. 8. Deve-se fixar a agulha com gaze e esparadrapo, para evitar abalos e perder o acesso. o Contra-indicações em crianças e adultos: Relativas: Prótese no membro: artroplastia de joelho, haste tibial, placa umeral, inserção do dispositivo de acesso em metais implantados. Isso leva a danos na prótese ou a agulha de punção intra-óssea. Esternotomia prévia: rompimento da matriz óssea pode interferir de modo imprevisível com a punção ou com a taxa de infusão de soluções. Dificuldade na identificação de pontos anatômicos. Absolutas: fratura no membro a ser puncionado, trauma ósseo no local ou próximo ao local de acesso, acesso intra-ósseo prévio no mesmo membro, celulites, queimaduras ou infecção sobre o ponto de inserção, osteogênese imperfeita e osteoporose. o Complicações: inferiores a 1%, ocorrem muitas vezes devido ao posicionamento inadequado do dispositivo de punção. Pode ter dor devido ao aumento da pressão intramedular, infusão de fluídos no subcutâneo e subperiostal, extravasamento de líquidos pelo local de punção, celulite localizada ou abscesso subcutâneo, necrose tecidual, risco de osteomielite (punção em pele infectada, lesada ou com queimadura e dispositivos deixados por mais de 24 horas). E existe um baixo risco de embolia gordurosa. Síndrome compartimental, devido ao extravasamento excessivo de fluídos. Fraturas de tíbia em pacientes pediátricos. Lesão epifisária em crianças se o dispositivo for incorretamente colocado perto de uma placa de crescimento ósseo. Inserção de dispositivo no esterno, leva ao risco de pneumotórax, lesão de grandes vasos e mediastinite. Óbitos relacionados à punção esternal em crianças abaixo de três anos de idade devido a mediastinite, hidrotórax, ferimentos do coração ou grandes vasos. 5. Cateterismo de Veia Umbilical: acesso feito preferencialmente em neonatos. Lembrar sempre que o cateterismo depende do estado de “mumificação” do coto umbilical, ou seja, é impossível fazer em coto umbilical “mumificado”. o Cateteres: 5F para uma criança abaixo 3,5kg. 8F para crianças acima de 3,5kg. o Posição do cateter na Veia Umbilical: geralmente 4 a 5 cm da base do umbigo. A ponto do cateter deve permanecer abaixo da origem da veia porta. Cateter de longa permanência deve ser passado pelo ducto venoso até que atinja a veia cava inferior. Deve sempre ser removido assim que for possível, pelo risco de complicações. o Precauções: cateter de longa permanência, deve-se realizar raio-x para visualizar o posicionamento da ponta do cateter. Deve estar localizada entre o 8º e 11º vértebras torácica, logo acima do diafragma. o Complicações: Infecções generalizadas ou localizadas: em cateteres com longa permanência. Mal posicionamento em sistema porta: insuficiência hepática. Cateter localizado no coração: efusão pericárdica, tamponamento cardíaco, arritmia e endocardite. Trombose da veia umbilical e do sistema porta: embolismo pulmonar e hipertensão do sistema porta. 6. Acesso arterial: o Indicações: Gasometria arterial: pacientes hipoxêmicos ou em ventilação mecânica. Monitorização invasiva da pressão arterial (PAM): pacientes com instabilidade hemodinâmica e submetidos a procedimentos cirúrgicos de grande porte. Acesso para procedimentos hemodinâmicos diagnósticos e/ou terapêuticos. o Artéria radial: facilidade de acesso e cateterismo. Risco de isquemia do território irrigado pela artéria é menor devido a circulação arterial do arco palmar. o Artéria femoral: utilizados em procedimentos hemodinâmicos, como arteriografias, coronariografias, angioplastias coronarianas, angioplastias periféricas e viscerais e colocação de próteses endovasculares. É utilizada a técnica de Seldinger. E utiliza-se a radioscopia para acompanhar a progressão do guia. o Complicações: hematoma, hemorragia local, trombose arterial, pseudo- aneurisma, isquemia do território irrigado pela artéria e infecção local.
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