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Lara de Aquino Santos Aumento de Coroa Clínica COROA CLÍNICA X COROA ANATÔMICA: ▪ Coroa clínica: → É a porção do dente que está exposto ao meio bucal. ▪ Coroa anatômica: → É a porção do dente que é completamente recoberta por esmalte. TECIDOS DE ADESÃO SUPRACRESTAIS: ▪ Sulco gengival: → Não se liga ao remanescente dental, mas compõe o espaço porque é o tecido que margeia o dente. ▪ Epitélio juncional: → Se liga ao remanescente dental por meio de junções epiteliais fracas (hemi- desmossomos). ▪ Inserção conjuntiva: → Se liga ao remanescente dental através de fibras colágenas; → Deixa a gengiva justaposta ao dente, evitando contaminações e introdução de microrganismos. ▪ Esse espaço deve possuir aproximadamente 2,73 mm entre a crista óssea e a margem da gengiva. Na cirurgia de aumento de coroa clínica esses tecidos serão reposicionados em um ponto mais apical para expor o remanescente dental. COMO O ESPAÇO BIOLÓGICO PODE SER VIOLADO: ▪ Fraturas; ▪ Cáries; ▪ Reabsorções radiculares; ▪ Iatrogenias (perfurações endodônticas); ▪ Restaurações inadequadas. INDICAÇÃO DO AUMENTO DE COROA CLÍNICA: ▪ Quando já se tem a violação do espaço biológico, e objetiva restabelece-lo: → Próteses dentarias invadindo o espaço biológico; → Destruição do elemento dental invadindo o espaço biológico; → Fratura subgengival. ▪ Favorecimento da estética dental: → Coroa clínica curta dificultando a retenção de preparos protéticos; → Perfurações subgengivais durante o tratamento endodôntico; 2, 73 mm Lara de Aquino Santos → Reabsorções radiculares no terço cervical; → Desproporção na altura ou formato dos dentes. CONTRAINDICAÇÃO DO AUMENTO DE COROA CLÍNICA: ▪ Dentes que não podem ser restaurados; ▪ Quando os procedimentos utilizados comprometem a estética ou funcionalmente o dente adjacente (ex.: o canino possui a raiz longa, enquanto o pré-molar não); ▪ Proporção da coroa e raiz desfavorável. DIAGNÓSTICO DE VIOLAÇÃO DOS TECIDOS PERIODONTAIS SUPRACRESTAIS: ▪ Radiografias: → Preferencialmente a técnica interproximal, pois proporciona menos sobreposição; → Realizar radiografia periapical em casos que o dente seja tratado endodonticamente, para visualizar se o canal está adequado ou se há presença de lesão periapical, e consequentemente retratar. ▪ O que avaliar na radiografia: → Proporção coroa-raiz (1:1); → Medida aproximada do término do dente até o osso (3mm). ▪ Sondagem transgengival / transulcular: → Consiste em realizar a sondagem da região por meio de uma sonda milimetrada (Carolina do Norte ou Willians); → Medir a distância da margem gengival (do término que precisa) até a crista óssea; → Distância ≤ a 2 mm significa que há invasão dos TPS; → Distância > que 3 mm significa que o TPS está preservado, evidenciando somente o excesso de gengiva; → É necessário anestesiar o paciente. RESPOSTA DOS TECIDOS À INVASÃO SUPRACRESTAL: ▪ Dificuldade da técnica restauradora; ▪ Impossibilidade de inserção de fibras conjuntivas no material restaurador; ▪ Inflamação persistente; ▪ Perda óssea vertical e localizada. IMPORTANTE: A adequação do meio bucal deve ser realizada antes da cirurgia: → Remover o máximo de tecido cariado e restaurar provisoriamente; → Realizar o tratamento endodôntico antes da cirurgia; → Se o dente necessitar de um provisório, é importante cimentar o provisório após a cirurgia, para que ocorra uma cicatrização em volta dele – reembasa posteriormente; → Controle da inflamação dos tecidos periodontais. PROCEDIMENTOS BÁSICOS: ▪ Sem invasão do espaço biológico, (somente o excesso gengival): → Cirúrgico: gengivectomia ou cunha distal (região distal de 2° molar). ▪ Com invasão do espaço biológico: → Não-cirúrgico: extrusão ortodôntica; → Cirúrgico: retalho total + osteotomia (retalho de Widman modificado, retalho de Kirkland ou retalho reposicionado apicalmente). Lara de Aquino Santos PROTOCOLO CLÍNICO RETALHO DE WIDMAN MODIFICADO: 1. Preparo prévio do profissional; 2. Organização da mesa cirúrgica; 3. Antissepsia intraoral e extraoral; 4. Anestesia: → 2 tubetes de Mepivacaína 2%; → Região infiltrativa (vestibular e palatina/lingual) ou bloqueio regional e papilas. 5. Sondagem da região e marcação dos pontos sangrantes; 6. Incisão em bisel interno: → Por meio do bisturi convencional com a lâmina 15c acoplada; → Preferencialmente 45° em relação ao longo eixo do dente, em direção a crista óssea. 7. Incisão intrasulcular: No retalho de Kirkland realiza-se somente a incisão intrasulcular. → Bisturi paralelo ao longo eixo do dente; → Tem o objetivo de separar o colar tecidual da superfície radicular; → Atenção com a papila (dividir entre os dentes). 8. Incisão interdental: → Se houver necessidade; → Mais comum realizar quando se está trabalhando em múltiplos dentes; → Inclinação horizontal, para descolar o colarinho de gengiva. 9. Descolamento total - mucoperiosteal: → Descolamento de toda a gengiva e periósteo, através do descolador de Molt 2-4 ou descolador de Freer. 10. Debridamento da região: → Remover todo o tecido de granulação, através das curetas Gracey, mini five e Crane Kaplan. 11. Verificar a quantidade de osso que será removido: → Realizar a verificação através da sonda milimetrada; → Valor referencial: 3 mm. Lara de Aquino Santos 12. Desgaste ósseo para o restabelecimento dos tecidos de adesão supracrestal: → Instrumentais para osteotomia e osteoplastia: o Cinzeis de Ochsenbein e Fedi, através de movimentos de impulsão em regiões de faces livres; o Limas de Schluger e Buck nas regiões interproximais, por meio de movimentos de vaivém, sem encostar no retalho; o Brocas esféricas delicadas (numeração 2 até 4 – sem ser CA) em alta rotação. → É importante testar o instrumento antes de realizar o desgaste ósseo, para verificar se o mesmo está passando livremente pela região que será utilizada; → Desgastar até que se obtenha os 3 mm; → Fatores a serem considerados na osteotomia: o Proporção coroa/raiz (1:1); o Comprimento da raiz e qualidade do tecido ósseo presente na área; o Se há presença de fratura entre terço médio e apical; o Se a área de furca ficará exposta; o Não possibilidade de reposicionar apicalmente o retalho palatino, por falta de elasticidade do tecido. 13. Limpeza com soro fisiológico; 14. Sutura: → Pode-se realizar a sutura simples nas áreas interproximais (posicionar em uma região mais robusta para evitar a dilaceração da mesma), a sutura em 8 ou colchoeiro vertical (ajuda a comprimir o tecido em uma região mais apical); → Utilizar o porta agulha castroviejo (empunhadura dígito-digital), fio de sutura monofilamentado (4-0). 15. Fechamento da cavidade cariada ou recolocação do provisório. 16. Cuidados pós-operatórios: → Prescrição de analgésicos ou AINES, e Digluconato de clorexidina 0,12% por 7 dias; → Deve-se prescrever antibióticos somente quando houver necessidade, como em casos de infecção presente (abscesso fénix) ou quando realizou uma remoção óssea muito extensa; → Evitar esforço físico, mastigar em cima da região e retornar com 7 dias; → Após 7 dias é normal observar áreas com fibrina, não deve ser removida.
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