Buscar

Bases galênicas utilizadas em formulações líquidas e semissólidas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FARMACOTÉCNICA II 
Dhébora Mozena Dall Igna
Bases galênicas utilizadas 
em formulações líquidas 
e semissólidas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer as principais bases galênicas usadas em formulações 
líquidas e semissólidas.
 � Identificar os principais componentes das bases galênicas.
 � Descrever a aplicabilidade das bases galênicas para fins farmacêuticos.
Introdução
As bases galênicas são formas farmacêuticas nas quais um ou mais princí-
pios ativos podem ser administrados. Na aplicabilidade da terapia medi-
camentosa, as bases galênicas têm as funções de facilitar a administração, 
garantir a precisão das doses, proteger o fármaco e facilitar a ingestão, 
mascarando sabores e odores desagradáveis. Já na aplicabilidade do uso 
cosmecêutico, elas possibilitam a veiculação de mesmos princípios ativos 
em diferentes formas, uma vez que cada uma tem aspectos particulares 
quanto à permeabilidade na pele. 
As bases galênicas têm um impacto importante na adesão dos 
consumidores ao tratamento. O profissional da área da farmácia deve 
estar atento a todos os princípios farmacotécnicos, aplicando técnicas 
adequadas de manipulação e controle de qualidade; qualificando seus 
fornecedores de insumos farmacêuticos, para que se garanta qualidade 
nos produtos finais; conhecendo os componentes das suas formulações; 
e estudando esses componentes, de modo a garantir estabilidade e 
adequabilidades às necessidades e exigências dos usuários. 
Neste capítulo, você vai estudar as principais bases galênicas utilizadas 
em formulações líquidas e semissólidas. Também vai ver quais são seus 
principais componentes e sua aplicabilidade para fins farmacêuticos.
Principais bases galênicas utilizadas em 
formulações líquidas e semissólidas
O Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira de 2012, ano em que foi 
lançada a sua segunda revisão, é o referencial inicial para os profissionais 
que atuam em farmacotécnica terem conhecimento quanto às formulações 
padrões que constituem veículos usados em bases líquidas ou semissólidas 
designadas à adição de ativos específicos, com aplicabilidade cosmética ou 
medicamentosa (BRASIL, 2012). O mesmo formulário salienta que, para a 
escolha da base para incorporação dos ativos medicamentosos e/ou cosméticos, 
primariamente devem ser levados em consideração critérios de objetivos da 
formulação, local de administração onde as formulações serão aplicadas e 
o efeito terapêutico que se deseja. Secundariamente, devem ser levados em 
consideração critérios de solubilidade, faixa de pH que mantêm a estabilidade 
dos ativos incorporados e possíveis incompatibilidades químicas que podem 
acontecer entre ativo-ativo e ativo-excipiente ou base galênica. 
As formas farmacêuticas podem ser classificadas quanto ao tipo de pres-
crição, quanto à origem da matriz (natural ou de síntese) ou quanto a sua 
forma física. As formas magistrais são fórmulas cuja autoria é do prescritor 
e que o farmacêutico prepara na farmácia de manipulação ou farmácia ma-
gistral seguindo tais documentos. As formas oficinais são constituídas por 
fórmula e técnica que se encontram inscritas e descritas nas farmacopeias, 
sendo preparadas na farmácia de manipulação. Já as formas farmacêuticas 
de especialidades são aquelas que se encontram já preparadas e embaladas, 
conhecidas como especialidades farmacêuticas. 
Preparações líquidas
As preparações líquidas abrangem formulações de loções, suspensões, emul-
sões, xaropes, elixires, tinturas, extratos, entre outras. Vejamos as mais comuns 
a seguir. 
Bases galênicas utilizadas em formulações líquidas e semissólidas2
Soluções
As soluções são preparados líquidos obtidos por dissolução de substâncias 
químicas em água (solução aquosa), em álcool (solução alcoólica), em óleo 
(solução oleosa), em mistura de álcool e glicerina ou em outro líquido. Têm 
um aspecto límpido e homogêneo. 
As soluções podem se destinar ao uso externo ou interno, e suas aplicabili-
dades são inúmeras — por exemplo, usos tópico, oftálmico, oral e parenteral. 
As soluções destinadas à administração parenteral precisam ser manipuladas 
de forma totalmente estéril, sob requisitos específicos de boas práticas de 
manipulação e fabricação de injetáveis. 
As soluções podem conter um ou mais componentes químicos dissolvidos 
em um solvente ou em uma mistura de solventes, de modo que sejam miscíveis 
entre si. Os fármacos ali solubilizados provocam efeitos sistêmicos, assim 
como as formas sólidas, como drágeas e comprimidos, e as suspensões para 
uso oral. Comparativamente, as soluções são mais rapidamente absorvidas do 
que as suspensões e as formas sólidas, pelo fato de as suspensões apresentarem 
maior viscosidade que as soluções e pelo fato de as formas sólidas necessitarem 
de solubilização prévia no local de absorção para então apresentarem efeito 
sistêmico completo. 
A dificuldade maior em trabalhar com as soluções é sua susceptibilidade a contami-
nações microbianas e instabilidades térmicas. Em virtude disso, o profissional deve 
estar atento aos dados de estabilidade e solubilidade dos ativos nos veículos, para que 
escolha adequadamente o pH e os adjuvantes que auxiliarão nessas características. 
A fim de que os medicamentos se tornem mais atrativos e palatáveis aos 
consumidores, a grande maioria das soluções destinadas à administração 
oral deve ser acrescida de flavorizantes e edulcorantes, e, se necessário, co-
rantes, visando à adequação das características organolépticas do produto. É 
importante saber se os consumidores dessas fórmulas têm alguma restrição 
específica no uso de tais substâncias, para que se evitem situações de sensi-
bilização ou intolerância. 
3Bases galênicas utilizadas em formulações líquidas e semissólidas
Segundo Allen Jr, Popovich e Ansel (2013), soluções orais comuns abrangem soluções 
para reidratação oral, soluções orais específicas por classe terapêutica, como as soluções 
de fármacos antidepressivos, broncodiladores, corticoides e vitaminas. Já exemplos 
de soluções tópicas compreendem as que veiculam fármacos, como antifúngicos, 
despigmentantes, antissépticos, entre outros. 
Suspensões
As suspensões são preparações líquidas de aspecto turvo ou leitoso, constitu-
ídas pela dispersão de um ou vários sólidos insolúveis em um veículo aquoso. 
A correta administração depende, fundamentalmente, da agitação dessa base, 
já que os sólidos suspensos tendem a decantar no fundo. Há suspensões orais, 
bucais, cutâneas, suspensões oftálmicas (como alguns colírios), auriculares, 
nasais, vaginais, retais (também conhecidas como enemas), suspensões para 
inalação por nebulização e suspensões injetáveis. 
O profissional deve sinalizar aos consumidores esse tipo de forma far-
macêutica, para que façam o correto uso, agitando-a, e, quando necessário, 
armazenando-a sob refrigeração. Suspensões muito comuns são as que veicu-
lam fármacos antibióticos, antivirais, anti-helmínticas, ansiolíticas, antiácidas 
e antieméticos. 
Xaropes
Os xaropes são preparações farmacêuticas líquidas e límpidas, constituídas 
por uma solução aquosa que contém açúcar, como a sacarose. Se o xarope 
não contém outras substâncias, denomina-se xarope simples; se contém 
substâncias ativas, chama-se xarope composto ou xarope medicamentoso. 
Os xaropes destinam-se à administração por via oral. Diabéticos e indi-
víduos com sobrepeso e obesidade devem fazer uso de xaropes específicos, 
sem açúcares. Os elixires são preparações de xaropes acrescidas de álcool. 
Bases galênicas utilizadas em formulações líquidas e semissólidas4
Os xaropes simples são veículos comuns utilizados nas farmácias e indús-
trias de medicamentos, porque são agradáveis e a incorporação de ativos é 
relativamente simples. Representam uma opção viável para indivíduos que, 
porventura, tenham dificuldade com a administração de outras formas far-
macêuticas (comprimidos, drágeas, cápsulas ou pós), como idosos e crianças.Assim como nas soluções e suspensões, os profissionais farmacêuticos devem 
conhecer as características químicas e exigências de estabilidade e solubilidade 
dos fármacos, de modo a garantir sua solubilidade neste tipo de veículo. 
São muitos os exemplos de xaropes medicamentosos, como os que veiculam fármacos 
analgésicos, antiepiléticos, anti-histamínicos, antitussígenos, expectorantes, entre 
outros. 
Preparações semissólidas
As preparações semissólidas abrangem formulações de cremes, géis, pastas, 
pomadas, unguentos, entre outras. Vejamos quais são as principais. 
Pomadas
As pomadas são preparações farmacêuticas destinadas à aplicação externa, 
para ação tópica ou sistêmica, e também para ação emoliente ou protetora. São 
misturas de gorduras e emolientes dotados de propriedades de moldagem ou 
adesividade à pele, e podem conter pós (materiais sólidos insolúveis), como 
amido, dióxido de titânio e óxido de zinco, incorporados em até 10% do peso 
da fórmula. 
As pomadas apresentam uma consistência mole e untuosa. Podem ser 
lipossolúveis, como as formuladas com vaselina e óleos emolientes diversos, 
ou hidrossolúveis, quando formuladas com base em componentes do tipo 
polietilenoglicóis. Tais formulações semissólidas têm aplicabilidade cutânea 
(a mais comum), mas também podem ter aplicabilidade na região oftálmica, 
vaginal, retal, nasal e auricular. 
5Bases galênicas utilizadas em formulações líquidas e semissólidas
Fármacos comuns veiculados em pomadas são corticoides, antibióticos, antimicóticos 
e anti-inflamatórios. 
Pastas
As pastas são formulações com cerca de 30 a 50% de materiais sólidos inso-
lúveis — que podem ser os mesmos citados nas pomadas —, dispersos em 
excipiente gorduroso. O alto percentual de pó torna a ação das pastas mais 
voltada a promover um efeito de adsorção, secativo e protetor. Em critérios de 
permeabilidade cutânea, as pastas são muito pouco permeáveis, ao contrário 
das pomadas, existindo as pastas cutâneas e as pastas dentifrícias, com uso 
maior na odontologia. Pastas d’água e pastas de lassar são dois exemplos de 
formulações inseridas no portfólio do Formulário Nacional. 
Cremes
Os cremes configuram um tipo de emulsão, que, por sua vez, caracteriza-se 
como uma base que pode se apresentar tanto como líquida quanto como 
semissólida, de acordo com sua viscosidade. As emulsões, por sua vez, são 
consideradas sistemas heterogêneos, cuja fase dispersa é composta por gotículas 
de um líquido, distribuídas em um veículo no qual é imiscível ou parcialmente 
miscível (ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 2013). 
Quando abordamos o conceito de viscosidade de formulações semissólidas 
do tipo emulsões, verificamos a sua consistência; portanto, se uma emulsão 
possuir viscosidade baixa, ela é classificada como leite; se possuir viscosidade 
intermediária, ela é classificada como loção; e se possuir uma viscosidade 
alta, ela é classificada como creme. 
A aplicação dos cremes é, essencialmente, de uso tópico, podendo veicular 
ativos cosméticos e farmacológicos diversos. 
Os cremes são constituídos por duas fases — a fase aquosa e a fase oleosa 
—, que apresentam aspecto homogêneo no produto final devido à adição de 
emulsificantes ou tensoativos, que diminuem a tensão superficial existente 
entre dois líquidos imiscíveis. Associados a tais componentes, podem estar 
presentes espessantes, que alteram a característica da viscosidade final do 
produto. 
Bases galênicas utilizadas em formulações líquidas e semissólidas6
Os cremes podem ser considerados pesados ou leves, de acordo com o 
caráter oleoso da formulação, o que impacta diretamente no poder de permea-
bilidade do produto. As vantagens dos cremes se concentram na possibilidade 
de se solubilizar o fármaco/ativo na fase interna ou externa; no mascaramento 
de odor desagradável de certos fármacos por meio de sua solubilização na fase 
interna; no sensorial agradável; e na boa biodisponibilidade e biocompatibi-
lidade. As desvantagens estão associadas à baixa estabilidade físico-química 
e à menor uniformidade. 
Géis
Os géis são sistemas semissólidos nos quais o movimento do meio dispersante, 
que normalmente é a água, é restrito por uma rede tridimensional de partículas 
inorgânicas entrelaçadas solvatadas — os chamados polímeros gelificantes 
—, presentes na fase dispersa (ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 2013). Nos 
géis, não se distinguem duas fases como nos cremes, e os polímeros podem 
ser de fonte natural, semissintética ou sintética. Além do gel cutâneo, temos 
o gel oftálmico, auricular, nasal, vaginal e retal. 
As vantagens dos géis são sua fácil aplicabilidade, viscosidade homogênea 
e uniformidade. Além disso, não formam oclusão e são facilmente removíveis 
com água. Já as desvantagens estão associadas à limitação do uso de aditivos 
e princípios ativos, por serem transparentes, ao ressecamento (em especial 
os que contêm álcool como componente) e ao fato de apresentarem baixa 
permeabilidade cutânea.
Os géis podem ser inorgânicos, como o de hidróxido de alumínio; orgâni-
cos, como os de goma adragante e polímero carbopol; hidrogéis, constituídos 
por derivados de celulose, como metilcelulose e carboximetilcelulose sódica; 
e organogéis, constituídos por compostos graxos e hidrocarbonados, como 
óleo mineral e polietilenoglicóis (ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 2013).
Tanto preparações líquidas quanto semissólidas necessitam de controles de qualidade 
específicos. Esses controles devem ser realizados a cada novo lote manipulado e devem 
ser arquivados pelas farmácias. 
7Bases galênicas utilizadas em formulações líquidas e semissólidas
Componentes das bases galênicas
Preparações cosméticas
As bases galênicas líquidas e semissólidas exigem componentes específicos, 
que garantem estabilidade e validade às formulações, desde que estudos 
relacionados a elas sejam feitos antes da liberação dos produtos acabados. 
Os conservantes protegem o cosmético de contaminações microbianas 
e de oxidações indesejáveis, assegurando seu prazo de validade e oferendo 
segurança ao usuário. Podem ser classificados em bactericidas, fungicidas 
ou antioxidantes, como parabenos, imidazolinidil ureia, álcool benzílico, 
BHT/BHA. 
Os corretores de pH, ou tamponantes, corrigem o pH da formulação, 
propiciando estabilidade aos ativos e fármacos incorporados. Exemplos de 
tamponantes são hidróxido de sódio, trietanolamina e ácido cítrico.
Os emolientes evitam ou atenuam o ressecamento da pele e cabelos. São res-
ponsáveis pelo toque final do produto. Todos os óleos atuam como emolientes, 
além de compostos como estearato de octila e isononanoato de cetoestearila. 
Os emulsionantes ou emulsificantes promovem a mistura entre as fases 
aquosa e oleosa, sendo os polissorbatos e os monoestearatos bastante utilizados. 
Os espessantes ou estabilizantes impedem a mobilidade da fase aquosa, al-
terando sua viscosidade e auxiliando o emulsionante, impedindo o rompimento 
da emulsão. Em xampus, o cloreto de sódio é muito utilizado e, em emulsões, 
os álcoois cetílico, ceoestearílico, berrênico, metacrilato de poliglicerila e os 
monoestearatos são extensivamente utilizados. 
Agentes sequestrantes ou quelantes são necessários porque retiram os 
íons indesejáveis da formulação, complexando íons metálicos como cálcio e 
ferro. EDTA dissódico e EDTA tetrassódico são os mais comuns. 
Os solubilizantes promovem a solubilização de uma substância em meio a 
um dispersante. São muito utilizados para dissolver corantes e conservantes. 
Monooleato de glicerina, propilenoglicol e etoxidiglicol são exemplos da classe. 
Os umectantes são capazes de reter a água na formulação, ao mesmo 
tempo que mantêm a superfície da pele umedecida. Apresentam propriedade 
higroscópica (absorvedora de água do ambiente). Glicerina, propilenoglicol 
e sorbitol são componentes comuns. 
Os tensoativos ou surfactantes possuem em sua molécula um agrupamento 
com característica polar e um agrupamento com característica apolar. Modi-
ficam a tensão superficiale interfacial de substâncias. Exemplos são cloreto 
de cetiltrimetil amônio, lauril sulfato de sódio, lauril éter sulfato de sódio. 
Bases galênicas utilizadas em formulações líquidas e semissólidas8
Os silicones em geral compreendem componentes específicos de for-
mulações semissólidas cosméticas, que formam uma película na pele com 
finalidade protetora, que confere maciez e sedosidade, além de resistência à 
água, emoliência, substantividade e dispersão. 
Os veículos, também chamados de excipientes, constituem a base na qual 
o produto é formulado — por exemplo água, álcool, óleo, propilenoglicol, gel, 
sérum, suspensão, emulsão ou pó são os mais simples. Já os veículos vetoriais 
são estruturas que podem levar o princípio ativo hidrossolúvel ou lipossolúvel 
para dentro da epiderme. Usualmente, são veículos que abrangem os lipossomas 
e as ciclodextrinas. Os veículos vetoriais exibem inúmeras vantagens quando 
comparados aos veículos comuns, sendo hoje uma alternativa bastante viável 
quando se fala em carrear ativos para além da epiderme, aumentando sua 
eficácia, biodisponibilidade e permeabilidade. 
Preparações medicamentosas
As preparações medicamentosas são constituídas por um ou mais fármacos 
veiculados em bases líquidas e semissólidas. Do mesmo modo que as pre-
parações cosméticas, as destinadas para uso medicamentoso dependem de 
componentes específicos. 
Os componentes básicos são os solubilizantes, os estabilizantes, os agentes 
suspensores, os espessantes, os diluentes, os emulsionantes, os conservantes, 
os antioxidantes e os modificadores de sensorial, como os corantes, flavori-
zantes e edulcorantes. 
Agentes solubilizantes mais comuns compreendem água, álcoois, glicóis, 
cetonas, óleos e ciclodextrinas. Os conservantes antimicrobianos incluem 
ácido benzoico, ácido sórbico, benzoato de potássio e a família dos parabenos 
— estes últimos estando relatados em trabalhos científicos como disruptores 
endócrinos, considerados de risco por muitos profissionais. Ácido ascórbico e 
metabissulfitos atuam como antioxidantes. Os ácidos tartárico e málico são 
usados como acidulantes; bicarbonato de sódio e carbonato de sódio como 
agentes alcalinizantes; enquanto citrato de potássio, fosfato de potássio 
dibásico e fosfato de potássio monobásico atuam como agentes de tampona-
mento. Amidos, carbômeros e gomas agem como suspensores e indutores 
de viscosidade. Maltol e glutamato monossódico são flavorizantes, enquanto 
acessulfame potássico, aspartame, dextrose, sorbitol e sucralose são extensiva-
mente usados como agentes edulcorantes (THOMPSON; DAVIDOW, 2016). 
9Bases galênicas utilizadas em formulações líquidas e semissólidas
Quer saber mais sobre veículos vetoriais? No link a seguir você encontra um interessante 
artigo sobre o assunto.
https://qrgo.page.link/6BZdt 
Bases galênicas de aplicabilidade farmacêutica
As bases galênicas são conhecidas por serem veículos compostos por um 
ou mais insumos farmacêuticos, manipuladas e preparadas a partir de uma 
formulação farmacotécnica definida. Além dos conhecimentos que se referem 
à incorporação dos ativos, também são de fundamental importância ao profis-
sional conhecimentos de avaliação de controle de qualidade e estabilidade de 
tais bases, para que se garanta a estabilidade físico-química das preparações. 
Tratando-se de controle de qualidade aplicado às formulações líquidas 
e semissólidas, que é de competência técnica do farmacêutico, o Conselho 
Federal de Farmácia (CFF), em sua resolução número 467, de 28 de novembro 
de 2007, indica:
Art. 9º - O farmacêutico é responsável pelo controle de qualidade do pro-
cesso de manipulação de medicamentos e de outros produtos farmacêuticos 
magistrais, cabendo-lhe no exercício dessa atividade: 
I - Especificar a matéria-prima de acordo com a referência estabelecida; 
II - Aprovar ou rejeitar matéria-prima, produto semiacabado, produto acabado 
e material de embalagem; 
III - Selecionar e definir literatura, métodos e equipamentos;
IV - Estabelecer procedimentos para especificações, amostragens e métodos 
de ensaio; 
V – Manter o registro das análises efetuadas; 
VI – Garantir e registrar a manutenção dos equipamentos; 
VII – Definir a periodicidade e registrar a calibração dos equipamentos, 
quando aplicável (BRASIL, 2007, documento on-line).
Bases galênicas utilizadas em formulações líquidas e semissólidas10
Se você quiser ler na íntegra o texto da Resolução nº 467/2007 do Conselho Federal 
de Farmácia, acesse o link a seguir:
https://qrgo.page.link/xCs5n
As bases galênicas podem ser formuladas nos próprios estabelecimentos 
de manipulação e/ou magistrais, ou podem ser adquiridas de fornecedores 
de insumos farmacêuticos. As manipulações devem seguir a formulação-
-referência, que deve estar padronizada e validada para o preparo em cada 
estabelecimento. O volume de bases preparadas deve obedecer à demanda e 
aos processos internos de trabalho, de modo que se garanta a estabilidade e a 
validade adequadas durante a manipulação e o estoque, bem como se garanta 
os mesmos requisitos nos produtos acabados que são utilizados pelos clientes. 
Todo o processo farmacotécnico de preparo das bases galênicas, desde a 
seleção dos lotes de insumos até os controles de qualidade de produtos acabados 
devem ser registrados. É importante que esse controle não se limite apenas 
à verificação de aspectos físico-químicos, como características organolép-
ticas, densidade, viscosidade e aspectos microbiológicos, sendo igualmente 
importante a verificação de aspectos sensoriais como índices de pegajosidade, 
umidade, espalhamento e resíduos. 
O profissional da farmácia deve utilizar os resultados dessas análises não 
apenas para arquivamento; as análises devem ser utilizadas como base para a 
verificação de melhorias nos aspectos de estabilidade e sensorial dos produtos, 
critérios que determinarão a aceitabilidade dos usuários. 
As aplicabilidades farmacêuticas das bases galênicas são muitas, sendo as 
de uso interno e tópico as mais comuns. Especialmente no uso tópico, a farma-
cotécnica aplicada às bases destinadas a veicular cosméticos tem ganhado des-
taque, principalmente quando se fala de agentes químicos que promovem a per-
meação cutânea, também chamados de promotores de permeação. O Quadro 1 
lista alguns componentes que desempenham esse papel nas formulações. 
11Bases galênicas utilizadas em formulações líquidas e semissólidas
Fonte: Adaptado de Rafeiro (2013).
Classificação química Potenciador
Álcoois Álcoois de cadeia curta (etanol, álcool isopropílico)
Álcoois de cadeia longa (decanol, hexanol, 
álcool laurílico, álcool miristílico, octanol, 
dodecanol octil, álcool linoleico)
Amidos Amidos cíclicos (azona)
Ésteres Ésteres de alquilo (acetato de etilo)
Ésteres de benzoato (salicilato de octilo)
Ésteres de ácidos gordos (miristato isopropilo)
Ácidos gordos Ácido oleico
Glicóis Propilenoglicol (PG)
Pirrolidonas N-metil-2-pirrolidona (NMP)
Sulfóxidos Dimetil sulfóxido (DMSO)
Surfactantes Surfactante aniônico (Lauril Sulfato de Sódio (SLS))
Surfactantes catiônicos
Surfactantes não iônicos (Brij e Tween 80)
Óleos essenciais Mentol
Ciclodextrinas α-ciclodextrinas
β-ciclodextrinas
γ-ciclodextrinas
Quadro 1. Promotores químicos de permeação cutânea
A difícil solubilização e dissolução de fármacos pouco solúveis ou pouco biodisponíveis 
e estáveis é um problema dentro da biotecnologia e da farmacotécnica farmacêuticas. 
Uma solução para minimizar esses entraves é a aplicação de ciclodextrinas em formas 
farmacêuticas diversas, incluindo as líquidas e semissólidas. Compreenda de que forma 
isso acontece com a sugestão de leitura disponível no link a seguir:
https://qrgo.page.link/adQLX
Bases galênicas utilizadas em formulações líquidas e semissólidas12
ALLEN JR, L. V.; POPOVICH, N. G.; ANSEL, H. C. Formas farmacêuticas e sistemas de liberação 
de fármacos. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.Formulário na-
cional da farmacopeia brasileira. 2. ed. Brasília, DF, Ministério da Saúde, 2012. Disponível 
em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/259372/FNFB+2_Revisao_2_CO-
FAR_setembro_2012_atual.pdf/20eb2969-57a9-46e2-8c3b-6d79dccf0741. Acesso 
em: 12 nov. 2019.
BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. Resolução nº 467 de 28 de novembro de 2007. 
Define, regulamenta e estabelece as atribuições e competências do farmacêutico 
na manipulação de medicamentos e de outros produtos farmacêuticos. Brasília, DF, 
2007. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/467.pdf. Acesso 
em: 12 nov. 2019.
RAFEIRO, D. F. B. Novas estratégias de promoção da permeação transdérmica. 2013. Dis-
sertação (Mestrado)- Universidade Lusófona, Lisboa, 2013. Disponível em: http://
recil.grupolusofona.pt/bitstream/handle/10437/4376/Tese%20Final_Daniela%20Ra-
feiro_20094910.pdf?sequence=1. Acesso em: 12 nov. 2019.
THOMPSON, J. E.; DAVIDOW, L. W. A prática farmacêutica na manipulação de medica-
mentos. Porto Alegre: Artmed, 2016.
Leituras recomendadas
GUEDES, F. de L. et al. Ciclodextrinas como adjuvante tecnológico para melhorar a 
biodisponibilidade de fármacos. Revista Brasileira de Farmácia, v. 89, n. 3, p. 220−225, 
2008. Disponível em: http://rbfarma.org.br/files/140_pag_220a225_ciclodextrinas.
pdf. Acesso em: 12 nov. 2019.
MEDEIROS, M. dos S.; GARRUTI, D. dos S. Estudos de palatabilidade de medicamentos: 
análise sensorial e aceitabilidade de formulações pediátricas. Vigilância Sanitária em 
Debate, v. 6, n. 2, p. 44−53, 2018. Disponível em: https://visaemdebate.incqs.fiocruz.br/
index.php/visaemdebate/article/view/1011/444. Acesso em: 12 nov. 2019.
THE COMMISSION OF THE EUROPEAN COMMUNITIES. Commission Decision of 9 February 
2006: amending Decision 96/335/EC establishing an inventory and a common nomen-
clature of ingredients employed in cosmetic products. Official Journal of the European 
Union, 2006. Disponível em: https://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/PDF/?u
ri=CELEX:32006D0257&from=EN. Acesso em: 12 nov. 2019.
13Bases galênicas utilizadas em formulações líquidas e semissólidas
Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Bases galênicas utilizadas em formulações líquidas e semissólidas14

Continue navegando