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Formas farmacêuticas obtidas por dissolução simples

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DEFINIÇÃO
Noção das matérias-primas utilizadas como adjuvantes farmacêuticos no preparo das formulações
farmacêuticas e suas principais funcionalidades. Análise das formas farmacêuticas obtidas por
dissolução simples, contemplando as técnicas de preparo das soluções medicamentosas, como
gotas, xaropes e elixires, e o respectivo controle de qualidade dessas apresentações.
PROPÓSITO
Conhecer as propriedades das soluções medicamentosas, bem como as características físico-
químicas dos adjuvantes farmacêuticos é de fundamental importância para o desenvolvimento e a
elaboração de formulações farmacêuticas líquidas que proporcionem a estabilidade do fármaco e,
consequentemente, contribuam para sua eficácia e segurança.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever as matérias-primas utilizadas como adjuvantes farmacêuticos na manipulação de
medicamentos e suas principais funcionalidades
MÓDULO 2
Analisar as formas farmacêuticas líquidas obtidas por dissolução simples, com ênfase nas
soluções medicamentosas
INTRODUÇÃO
Neste tema, conheceremos as matérias-primas que funcionam como adjuvantes nas formulações,
auxiliando a preparação das formas farmacêuticas e preservando a qualidade e eficiência do
princípio ativo. Você também aprenderá a produzir as formas farmacêuticas líquidas, que são as
soluções medicamentosas, entre elas, os xaropes e os elixires.
Essas apresentações são excelentes alternativas para a administração de medicamentos de uso
pediátrico, todavia é necessário observar cuidados importantes ao longo de sua fabricação,
principalmente em relação à estabilidade dos princípios ativos. Outro ponto crítico a ser destacado
é o sabor desagradável dessas apresentações quando o fármaco se encontra em solução. Você
aprenderá a mascarar esse sabor desagradável e a utilizar vários excipientes farmacotécnicos a
fim de deixar seu medicamento com melhor aparência, sabor mais agradável, maior estabilidade,
favorecendo a uma maior adesão do paciente ao tratamento.
MÓDULO 1
 Descrever as matérias-primas utilizadas como adjuvantes farmacêuticos na
manipulação de medicamentos e suas principais funcionalidades
ADJUVANTES FARMACÊUTICOS E
EXCIPIENTES
A princípio, precisamos compreender algumas definições. Você, provavelmente, já ouviu termos
diferentes para descrever as mesmas coisas como, por exemplo, excipientes, veículos, adjuvantes
e agentes corretivos. Essas definições foram se modificando bastante ao longo dos anos e vamos
entender agora o porquê disso.
Fonte: Dmitry Kalinovsky / Shutterstock
No passado, utilizava-se o termo excipiente para qualquer substância empregada em uma
preparação farmacêutica para dar forma ou consistência adequada, uma vez que se acreditava
que os excipientes eram substâncias sem qualquer tipo de função e deveriam ser inertes e
inócuos. Mais recentemente, descobriu-se que, apesar de se manterem inertes e inócuos na
grande maioria das formulações, os excipientes, porém, apresentam uma série de funcionalidades
que auxiliam o princípio ativo e as preparações medicamentosas. Atualmente, opta-se pela
utilização de adjuvantes farmacêuticos.
O termo adjuvante vem do latim adjuvare, que significa ajudar, auxiliar, assistir. E é exatamente
isso que os excipientes fazem. Eles têm a função de auxiliar, entre tantas coisas, o processo de
fabricação, o controle da liberação do fármaco de sua forma farmacêutica, o escoamento de pós e
a solubilidade do princípio ativo.
Segundo o Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira (2012):
Excipientes ou substâncias adjuvantes são todas as substâncias adicionadas ao produto
com a finalidade de melhorar sua estabilidade ou sua aceitação como forma farmacêutica.
Possuem a função de estabilizar e preservar o aspecto e as características físico-químicas
da fórmula.
Dependendo da formulação, os excipientes podem funcionar como diluentes,
desintegrantes, aglutinantes, lubrificantes, conservantes, solventes, edulcorantes,
aromatizantes, agentes doadores de viscosidade, veículo, agentes antioxidantes etc. Em
geral, os excipientes são terapeuticamente inertes, inócuos nas quantidades adicionadas e
não devem prejudicar a eficácia terapêutica do medicamento.
Adjuvantes farmacêuticos são substâncias que apresentam propriedades auxiliares
à formulação, visando estabilizar, conservar, espessar o meio, e favorecer a
dissolução. Funcionam ainda como agentes corretivos, melhorando as propriedades
organolépticas do produto final.
Excipientes são substâncias inertes, sólidas, que quando misturadas ao princípio
ativo servem para dar volume, peso ou outras características ao medicamento.
Veículos consistem na parte líquida de uma formulação, na qual estão dissolvidos os
demais componentes.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Observe que a definição mais adequada atualmente é a de adjuvantes farmacêuticos, os quais
contemplam os excipientes e também os veículos. Embora os excipientes sejam mais utilizados
para as substâncias sólidas e os veículos para as substâncias líquidas, na prática, utilizam-se
adjuvantes e excipientes como sinônimos.
A seguir, são listadas as características ideais que um excipiente deve apresentar e suas
principais funções segundo Ferreira (2010).
Características ideais de um excipiente Principais funções dos excipientes
Inócuo – sem atividade farmacológica
ou toxicológica.
Conferir peso, volume e consistência ao
medicamento.
Inerte – sem interação química.
Melhorar as características organolépticas do
medicamento.
Compatível com os componentes da
formulação.
Melhorar ou preservar a estabilidade do
fármaco.
Incolor e insípido. Auxiliar a precisão da dosagem.
Boa fluidez e fluxibilidade. Prevenir efeitos adversos.
Características ideais de um excipiente Principais funções dos excipientes
Boa compressibilidade.
Regular a biodisponibilidade e a solubilidade
dos ativos.
Baixo custo.
Manter o pH e a osmolaridade das soluções
medicamentosas.
Bem caracterizado química e
fisicamente.
Promover a liberação controlada do fármaco.
Boa estabilidade e fácil armazenamento.
Facilitar a adesão ao tratamento pelo
paciente.
Bom desempenho. Favorecer os processos de fabricação.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Você já aprendeu que uma forma farmacêutica é constituída por um ou mais princípios ativos e
por vários adjuvantes farmacêuticos, que se encontram em uma formulação farmacêutica ou em
uma prescrição médica.
Enquanto os princípios ativos devem apresentar qualidade, eficácia e segurança para
desempenharem seu efeito terapêutico, os adjuvantes farmacêuticos devem apresentar
funcionalidade. Essa característica dos adjuvantes consiste nas propriedades físicas, físico-
químicas e biofarmacotécnicas.
Da mesma forma que os IFAs (insumos farmacêuticos ativos) e as formas farmacêuticas
precisaram de uma padronização ao longo dos anos, por meio das farmacopeias, os excipientes
também passam por essas exigências. Devido ao desenvolvimento tecnológico e à grande
variedade de excipientes existentes, uma monografia também foi desenvolvida a fim de padronizá-
lo. Essa monografia é conhecida como Handbook of Pharmaceutical Excipients e encontra-se
atualmente na 8ª edição (2017). Nela estão contidas mais de 1.000 substâncias empregadas
como adjuvantes farmacêuticos, juntamente com seus respectivos testes analíticos e propriedades
físico-químicas.
Fonte: IPEC Federation
Outra instituição que precisa ser destacada é o IPEC (International Pharmaceutical Excipients
Council), com atuação principalmente na Europa. Trata-se de um comitê que reúne fabricantes,
distribuidores e consumidores de excipientes farmacêuticos visando reunir esforços junto às
farmacopeias americana (USP) e europeia (EP) a fim de padronizar e harmonizar
internacionalmente as propriedades funcionais dos excipientes.
São muitas as substâncias que podem ser utilizadas como adjuvantes farmacêuticos.
Apresentaremos de formaresumida os tipos de adjuvantes farmacêuticos mais utilizados nas
formulações.
AGENTES CORRETIVOS DE PH –
ACIDULANTES, ALCALINIZANTES E
TAMPÕES
O pH tem papel significativo no preparo das formulações, uma vez que influencia na solubilidade
das substâncias, na estabilidade química dos fármacos e na interação com o meio fisiológico. É
possível ajustar o pH das preparações farmacêuticas em ácido ou alcalino para favorecer a
absorção e eficácia dos fármacos nas formulações. Por exemplo, utilizando-se ácido cítrico ou
bicarbonato de sódio.
Em algumas situações, é preciso também evitar a variação do pH nas preparações. Para isso,
utiliza-se um sistema de tamponamento do pH. Geralmente, um sistema tampão é uma solução
aquosa constituída de um ácido fraco e um sal correspondente, ou de uma base fraca e seu sal
correspondente; por exemplo, ácido acético e acetato de sódio, ou fosfato ácido de sódio e fosfato
de sódio dibásico. A escolha desse tampão dependerá da faixa de pH que precisa se manter
estável. Os sistemas tampões mais utilizados na prática farmacêutica estão apresentados no
quadro 2.
Faixa de pH Tampão
2,5-6,5 Tampão citrato
3,6-5,6 Tampão acetato
6,0-8,0 Tampão fosfato
2,8-8,0 Tampão ácido cítrico / fosfato dissódico
8,0-9,0 Tampão bicarbonato de sódio
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Quadro 2: Principais tampões de uso farmacêutico. Fonte: Adaptado de Ferreira (2010)
FLAVORIZANTES, EDULCORANTES E
CORANTES
A grande maioria dos fármacos apresenta sabor e odor muito desagradáveis e, quando se
encontram solubilizados, essa característica se exacerba ainda mais. A associação das
propriedades organolépticas na preparação de medicamentos é característica fundamental para a
adesão do paciente ao tratamento, principalmente as crianças. A combinação aroma-sabor-cor
contribui para a aceitação da terapia medicamentosa levando em consideração as bases
psicológicas do paciente.
Fonte: siam.pukkato / Shutterstock
Os flavorizantes são geralmente mais utilizados para as formas farmacêuticas líquidas de uso oral
e podem conferir tanto sabor como odor a essas preparações, como no caso da essência de
hortelã. No passado, os flavorizantes naturais e condimentares eram muito utilizados, mas
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
atualmente os sintéticos têm sido preferidos devido à sua maior capacidade em corrigir o sabor e
o seu baixo custo. São exemplos desses agentes: sacarina sódica, sacarose, aspartame,
ciclamato de sódio, manitol, óleo essencial de menta (mentol), óleo essencial de anis (anetol), óleo
essencial de canela (cinamaldeído), óleo essencial de cravo (eugenol), baunilha (vanilina), entre
outros.
Outro ponto que deve ser levado em consideração pelo farmacêutico é a solubilidade do agente
flavorizante. Uma vez que a grande maioria das preparações líquidas de uso oral contém água
como veículo, é preferível que o agente flavorizante seja hidrossolúvel.
SABOR
A percepção dos sabores envolve conhecimentos na área da Neurofisiologia sobre os
receptores do paladar. A língua apresenta 3 tipos de papilas gustativas: as circunvaladas, as
fungiformes e as filiformes. Os receptores do paladar estão distribuídos pelas papilas
gustativas e reconhecem os 4 sabores primários, doce, salgado, azedo e amargo, de acordo
com cada região.
Fonte: PushprajP / Shutterstock
Para não confundir flavorizantes com edulcorantes, é importante entender que os edulcorantes
também corrigem o sabor, mas os flavorizantes podem corrigir tanto o sabor quanto o odor.
Podem ser considerados, portanto, aromatizantes e edulcorantes.
Embora os edulcorantes também tenham a função de corrigir o sabor das preparações
farmacêuticas, estão mais relacionados aos adoçantes, como sacarina sódica, aspartame,
ciclamato de sódio e sorbitol, mas não são considerados essências ou óleos essenciais. As
associações de flavorizantes e edulcorantes são muito usadas para disfarçar os sabores
desagradáveis dos fármacos. A tabela 1 apresenta alguns dos edulcorantes mais utilizados nas
preparações farmacêuticas.
Sacarose Sacarina Aspartame
Fonte
Açúcar de cana ou
beterraba
Síntese
química
Síntese
química
Poder adoçante
relativo
1 300 180-200
Amargor 0
Moderado a
forte
0
Sabor residual 0
Moderado a
forte
0
Calorias 4/g 0 4/g
Estabilidade em meio
ácido
Boa Excelente Moderada
Sacarose Sacarina Aspartame
Estabilidade ao calor Boa Excelente Ruim
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Tabela 1: Comparação entre os principais edulcorantes. Fonte: Adaptado de Allen Jr.;
Popovich; Ansel (2013)
 SAIBA MAIS
LÍNGUA ELETRÔNICA
O desenvolvimento tecnológico é uma ferramenta extremamente útil para toda a área da ciência e
pesquisa e também para a área industrial. Atualmente, utiliza-se um dispositivo eletrônico
conhecido como “língua eletrônica” para fornecer aos desenvolvedores das formulações um tipo
de impressão digital do sabor. Esse tipo de equipamento fornece informações sobre o amargor e a
estabilidade dos flavorizantes na formulação. Embora mais utilizado pela indústria alimentícia,
esse equipamento já está disponível também para a indústria farmacêutica.
Fonte: Lariucci; Napolitano; Cunha (2008)
Dentre os adjuvantes farmacotécnicos que atuam na correção das propriedades organolépticas
das preparações farmacêuticas, os corantes podem ser considerados os adjuvantes mais
complexos. Essas substâncias são utilizadas apenas com finalidade estética e na associação
aroma-cor, ou seja, verde para sabor limão, vermelho para morango e amarelo para abacaxi.
Eram de origem natural, mas atualmente são de origem sintética e altamente regularizados pelos
órgãos competentes, como a ANVISA, no Brasil, e o FDA, nos Estados Unidos.
Uma vez que o primeiro órgão regulador de corantes foi o Food and Drug Administration (FDA), e
a regulamentação é realizada para os produtos das áreas alimentícia, cosmética e farmacêutica,
manteve-se uma nomenclatura internacional para sua liberação e uso. Por exemplo, os corantes
são categorizados como FD&C para uso em alimentos, cosméticos e medicamentos; e como D&C
para cosméticos e medicamentos, estes últimos ainda são divididos para uso interno ou externo. A
tabela 2 apresenta exemplos de corantes e formulações de corantes muito utilizados pela indústria
farmacêutica, alimentícia e cosmética.
Os corantes são substâncias sintetizadas quimicamente e que devem ter sua segurança
periodicamente revisada, principalmente quanto ao seu potencial carcinogênico. Um bom exemplo
disso é o amarelo FD&C nº 5, também conhecido como tartrazina. Muitas pessoas apresentam
sensibilidade a esse corante e desenvolvem reações alérgicas, por conta disso, existe uma
regulamentação específica elaborada pela ANVISA e orientações quanto à rotulagem de produtos
que contenham esse corante.
Corante FD&C % da mistura Tonalidade ou cor
Amarelo nº 5 ou Amarelo nº 6 100% Laranja
Vermelho nº 40 100 Morango
Amarelo nº 5 64%
Caramelo
Vermelho nº 3 21%
Amarelo nº 6 9%
Azul nº 1 6%
Corante FD&C % da mistura Tonalidade ou cor
Vermelho nº 40 80%
Uva
Azul nº 1 20%
Vermelho nº 40 52%
ChocolateAmarelo nº 5 40%
Azul nº 1 8%
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Tabela 2: Principais tipos de corantes e formulações. Fonte: Adaptado de Allen Jr.; Popovich;
Ansel (2013)
CONSERVANTES
As preparações líquidas e semissólidas que utilizam a água como veículo podem facilmente sofrer
contaminação microbiológica. Dessa forma, a adição de um agente conservante se faz necessária
para garantir a estabilidade da formulação e evitar a proliferação microbiana. Essas substâncias,
apesar de serem geralmente tóxicas em grandes concentrações, são bastante seguras e eficazes
em baixas concentrações e em pequenos volumes, mas a realização de ensaios biológicos que
garantam sua segurança e eficácia são exigidos paraavaliar a estabilidade da substância na
formulação.
Fonte: H_Ko / Shutterstock
Alguns fatores interferem diretamente na eficácia dos conservantes e o principal deles é o pH da
formulação, porque o conservante precisa estar não ionizado para penetrar e eliminar o
microrganismo. Além disso, os conservantes agem por um ou mais mecanismos de ação
diferentes e a associação de mais de um agente conservante aumenta a eficácia da ação.
As substâncias químicas com propriedades conservantes não são exatamente produtos inertes e
inócuos e apresentam uma série de incompatibilidades com outras substâncias e com materiais
de embalagem. Por isso, é importante a realização dos testes de eficácia de conservantes nas
preparações farmacêuticas para garantir a segurança e eficácia do produto.
O quadro 3 apresenta alguns dos conservantes farmacêuticos mais utilizados e seus respectivos
mecanismos de ação.
Formulação Conservantes Concentração (%) Mecanismo de ação
Parenteral Álcool benzílico 0,1-3,0
Lise e
desnaturação
das membranas
Formulação Conservantes Concentração (%) Mecanismo de ação
Metilparabeno 0,1
Desnaturação
de proteínas
Fenol 0,2-0,5
Lise e
desnaturação
das membranas
citoplasmáticas
Clorobutanol 0,25-0,5
Oxidação de
enzimas
Metil /
Propilparabeno
0,08-0,1 /
0,001-0,0023
Desnaturação
de proteínas
Oftálmico
Cloreto de
benzalcônio
0,0025-0,2133
Lise e
desnaturação
das membranas
Metil/Propilparabeno 0,05/0,01
Desnaturação
de proteínas
Formulação Conservantes Concentração (%) Mecanismo de ação
Cloreto de
benzalcônio + EDTA
0,01/0,1
Lise e
desnaturação
das membranas
Oral
Benzoato de sódio
Desnaturação
de proteínas
Metilparabeno
Metil /
Propilparabeno
Metilparabeno +
Benzoato de Sódio
Semissólidos
Álcool benzílico 1,0-2,0
Lise e
desnaturação
das membranas
Metilparabeno 0,1-0,3
Desnaturação
de proteínas
Metil /
Propilparabeno
0,08-0,1/0,001-0,0023
Formulação Conservantes Concentração (%) Mecanismo de ação
Ácido enzoico 0,2
Ácido sórbico 0,1
Clorocresol 0,05
Oxidação de
enzimas
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Quadro 3: Principais conservantes utilizados nas preparações farmacêuticas. Fonte:
Adaptado de Allen Jr.; Popovich; Ansel (2013) e Aulton (2005)
 SAIBA MAIS
Para saber um pouco mais sobre os testes de eficácia de conservantes em medicamentos, leia:
Ensaio de Eficácia de Conservantes, de Márcia Filipa Bouça Alves.
ANTIOXIDANTES
Os princípios ativos, quando estão em solução, ou seja, em preparações líquidas, tendem a ter
sua estabilidade reduzida, pois estão mais suscetíveis a sofrerem reações de oxidação e hidrólise.
Assim, para melhorar a estabilidade das formas farmacêuticas líquidas e reduzir o processo de
oxidação, é comum utilizarmos substâncias com propriedades antioxidantes. Além das
preparações líquidas, as preparações semissólidas, como cremes e pomadas que contêm alto
teor de material graxo (óleos e gorduras) em sua formulação, também estão mais suscetíveis ao
processo oxidativo.
De acordo com o mecanismo de ação, os agentes antioxidantes também podem ser chamados de
quelantes ou sequestrantes. O agente quelante mais conhecido é o EDTA (ácido etilenodiamido
tetra-acético). A associação de mais de um agente oxidante aumenta a eficácia da ação.
Existem basicamente dois mecanismos de ação para os antioxidantes, um pela interrupção da
formação das cadeias de radicais livres e outro por um mecanismo preventivo da ação de agentes
sequestrantes ou quelantes.
No primeiro, o antioxidante fornece hidrogênio ao sistema (ou seja, a substância se reduz), que
reage com os radicais livres formados no produto e impede que novas moléculas se formem. No
segundo, o agente sequestrante se complexa com os íons metálicos evitando que estes
permaneçam livres no sistema e catalisem as reações de oxidação.
Vejamos agora os principais agentes antioxidantes e seus mecanismos de ação mais comumente
utilizados na manipulação farmacêutica.
Substância Concentração Classificação
Ácido ascórbico 0,01-0,05% Hidrofílico
Tocoferol 0,05-0,075%
Lipofílico
Butilhidroxitolueno (BHT) 0,01-0,02%
Butihidroxianusol (BHA) 0,01-0,02%
Propilgalato 0,001-0,01%
Substância Concentração Classificação
Ácido cítrico 0,3-2%
HidrofílicoSulfitos de sódio (metabissulfito e bissulfito) 0,01-1,0%
Ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) 0,1%
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Quadro 4: Principais antioxidantes utilizados em preparações farmacêuticas. Fonte: Autor
Observe que as classes de adjuvantes farmacotécnicos são muitas e estudamos até o momento
aquelas de uso geral e mais utilizadas para as formas farmacêuticas líquidas. Mas existem outras,
utilizadas nas formas sólidas e semissólidas. Os agentes tensoativos e suspensores serão
estudados juntamente com os sistemas obtidos por dispersão mecânica e os diluentes,
desintegrantes e lubrificantes serão contemplados junto às formas farmacêuticas sólidas.
Assista ao vídeo sobre excipientes farmacêuticos e suas funcionalidades e
influenciando na biodisponibilidade e nos estudos de Biofarmácia.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. UMA FORMA FARMACÊUTICA É CONSTITUÍDA POR UM OU MAIS
PRINCÍPIOS ATIVOS E POR VÁRIOS ADJUVANTES FARMACÊUTICOS, QUE
SE ENCONTRAM EM UMA FORMULAÇÃO FARMACÊUTICA OU EM UMA
PRESCRIÇÃO MÉDICA. SÃO MUITAS AS SUBSTÂNCIAS QUE PODEM SER
UTILIZADAS COMO ADJUVANTES FARMACÊUTICOS. SOBRE OS AGENTES
CORRETIVOS DE PH E A IMPORTÂNCIA DO PH PARA AS FORMULAÇÕES,
ANALISE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR:
I. OS SISTEMAS TAMPÕES SÃO UTILIZADOS QUANDO É NECESSÁRIO
EVITAR VARIAÇÕES NO PH, O ÚNICO TAMPÃO UTILIZADO É O TAMPÃO
FOSFATO.
II. O PH INFLUENCIA NA SOLUBILIDADE DAS SUBSTÂNCIAS, NA
ESTABILIDADE QUÍMICA DOS FÁRMACOS E NA INTERAÇÃO COM O MEIO
FISIOLÓGICO.
III. É POSSÍVEL AJUSTAR O PH DAS PREPARAÇÕES FARMACÊUTICAS EM
ÁCIDO OU ALCALINO PARA FAVORECER A ABSORÇÃO E EFICÁCIA DOS
FÁRMACOS NAS FORMULAÇÕES, UTILIZANDO HCL OU NAOH.
ESTÁ CORRETO O QUE SE AFIRMA EM:
A) I
B) II
C) III
D) II e III
2. A ASSOCIAÇÃO DAS PROPRIEDADES ORGANOLÉPTICAS NA
PREPARAÇÃO DE MEDICAMENTOS É CARACTERÍSTICA FUNDAMENTAL
PARA A ADESÃO DO PACIENTE AO TRATAMENTO, PRINCIPALMENTE AS
CRIANÇAS. DESSA MANEIRA, A COMBINAÇÃO AROMA-SABOR-COR
CONTRIBUI PARA A ACEITAÇÃO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA LEVANDO
EM CONSIDERAÇÃO AS BASES PSICOLÓGICAS DO PACIENTE. ACERCA
DESSE TÓPICO, ASSINALE A OPÇÃO CORRETA.
A) Os edulcorantes são mais utilizados para as formas farmacêuticas líquidas de uso oral e
podem conferir tanto sabor como odor a essas preparações, como no caso da essência de
hortelã.
B) Os flavorizantes têm a função de corrigir o sabor das preparações farmacêuticas e estão mais
relacionados aos adoçantes, como sacarina sódica, aspartame, ciclamato de sódio e sorbitol, mas
não são considerados essências ou óleos essenciais.
C) Os corantes podem ser considerados os adjuvantes mais complexos e são substâncias de
origem natural.
D) Como a maioria das preparações líquidas de uso oral contém água como veículo, é preferível
que o agente flavorizante seja hidrossolúvel.
GABARITO
1. Uma forma farmacêutica é constituída por um ou mais princípios ativos e por vários
adjuvantes farmacêuticos, que se encontram em uma formulação farmacêutica ou em uma
prescrição médica. São muitas as substâncias que podem ser utilizadas como adjuvantes
farmacêuticos. Sobre os agentes corretivos de pH e a importância do pH para as
formulações, analise as afirmativas a seguir:
I. Os sistemas tampões são utilizados quando é necessário evitar variações no pH, o único
tampão utilizado é o tampão fosfato.
II. O pH influencia na solubilidade das substâncias, na estabilidade química dos fármacos e
na interação com o meio fisiológico.
III. É possível ajustar o pH das preparações farmacêuticas em ácido ou alcalino para
favorecer a absorção e eficácia dos fármacos nas formulações, utilizando HCl ou NaOH.
Está correto o que se afirma em:A alternativa "B " está correta.
Os sistemas tampões são utilizados quando é necessário evitar variações no pH. A escolha do
tipo de tampão utilizado depende da faixa de pH que se precisa manter estável. Os tampões mais
utilizados na prática farmacêutica são: tampão acetato, tampão fosfato, tampão bicarbonato de
sódio e o tampão de ácido cítrico / fosfato dissódico. O ajuste do pH pode ser feito para ácidos ou
alcalinos visando melhorar a absorção e a eficácia dos fármacos. Não são utilizados ácidos e
bases fortes na correção do pH, como, por exemplo, HCl e NaOH.
2. A associação das propriedades organolépticas na preparação de medicamentos é
característica fundamental para a adesão do paciente ao tratamento, principalmente as
crianças. Dessa maneira, a combinação aroma-sabor-cor contribui para a aceitação da
terapia medicamentosa levando em consideração as bases psicológicas do paciente.
Acerca desse tópico, assinale a opção correta.
A alternativa "D " está correta.
Os flavorizantes são geralmente mais utilizados para as formas farmacêuticas líquidas de uso oral
e podem conferir sabor e odor a essas preparações, como no caso da essência de hortelã. Os
edulcorantes têm a função de corrigir o sabor das preparações farmacêuticas e estão mais
relacionados aos adoçantes, como sacarina sódica, aspartame, ciclamato de sódio e sorbitol, mas
não são considerados essências ou óleos essenciais. Atualmente, a maioria dos corantes é obtida
sinteticamente.
MÓDULO 2
 Analisar as formas farmacêuticas líquidas obtidas por dissolução simples, com ênfase
nas soluções medicamentosas
FORMAS FARMACÊUTICAS OBTIDAS POR
DISSOLUÇÃO SIMPLES
As preparações farmacêuticas obtidas por dissolução simples são mais conhecidas como
preparações líquidas ou soluções. Essas preparações podem se apresentar de diversas formas e
são muitos os tipos de soluções medicamentosas.
Temos, portanto, uma mistura homogênea formada por pelo menos dois componentes distintos,
um soluto e um solvente.
SOLUÇÕES
Soluções são preparações que contêm uma ou mais substâncias químicas (soluto)
dissolvidas em um solvente adequado ou em uma mistura de solventes miscíveis. Apesar de
existirem soluções sólidas e gasosas, abordaremos apenas as soluções líquidas.
A água é considerada o solvente universal para as soluções medicamentosas, mas pode-se
utilizar misturas de solventes, como água e álcool, obtendo-se uma solução hidroalcoólica; ou uma
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javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
mistura cossolvente, utilizando-se outros solventes hidrofílicos não aquosos, como a glicerina, o
propilenoglicol e o sorbitol.
Embora o solvente de escolha deva ser a água devido à sua compatibilidade fisiológica e baixa
toxicidade, nem sempre é possível utilizá-la em função da solubilidade do fármaco. Nesses casos,
é possível recorrer a outros solventes não aquosos, todavia é fundamental avaliar a toxicidade e
inocuidade do solvente para garantir a devida segurança. Veja alguns solventes não aquosos que
podem ser utilizados como alternativa para o preparo das soluções medicamentosas.
Álcool etílico
Álcool isopropílico
Polietilenoglicol (PEG)
Glicerina
Propilenoglicol
Sorbitol em solução a 70%
Óleos vegetais (algodão, milho)
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
As soluções de uso oral podem se apresentar como gotas ou soluções medicamentosas e
geralmente são obtidas a partir da dispersão de um fármaco na forma sólida em um veículo,
preferencialmente a água. É possível também obter soluções aquosas açucaradas, como os
xaropes, ou soluções hidroalcoólicas açucaradas, como os elixires.
Existem ainda os espíritos, que são soluções alcoólicas de solutos aromáticos, e as águas
aromáticas, que são soluções aquosas também de solutos aromáticos, como a água de hortelã e
a água de rosas. As tinturas também podem ser consideradas soluções aquosas, alcoólicas ou
hidroalcoólicas de drogas vegetais, entretanto, obtidas a partir de dissolução extrativa e não de
dissolução simples.
As preparações parenterais e oftálmicas podem se apresentar na forma de soluções, todavia
essas formulações precisam ser estéreis em função das vias de administração, como as soluções
injetáveis e os colírios.
PRINCIPAIS VANTAGENS E DESVANTAGENS
DAS
FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS DE
USO ORAL
No mercado farmacêutico, as apresentações de uso oral são as mais utilizadas e, dentre elas, as
preparações sólidas correspondem a cerca de 65% de todas as apresentações e as preparações
líquidas e semissólidas, a 35%.
Fonte: Sushitsky Sergey / Shutterstock
As formas farmacêuticas líquidas apresentam algumas vantagens frente às formas sólidas.
Observe a seguir as principais vantagens e desvantagens dessas apresentações.
Vantagens Desvantagens
Maior facilidade de deglutição, mais indicado
para uso pediátrico e geriátrico.
Dificuldade de transporte e tamanho
da embalagem.
Maior homogeneidade de dose frente às
suspensões e emulsões.
Menor estabilidade frente às
preparações sólidas.
Menor irritabilidade da mucosa gástrica.
Maior possibilidade de contaminação
microbiana.
Maior biodisponibilidade do fármaco.
Sabor mais desagradável e maior
dificuldade posológica.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Quadro 5: Principais vantagens e desvantagens das formas farmacêuticas líquidas. Fonte:
Autor
No preparo das formas farmacêuticas líquidas, a maior dificuldade encontrada está na
solubilização adequada do fármaco. Uma vez que o solvente principal da preparação deva ser a
água, é importante conhecermos o coeficiente de solubilidade dos fármacos em água; mas uma
série de recursos pode ser utilizada para favorecer a dissolução de fármacos pouco solúveis na
água.
A instabilidade das preparações líquidas, já que o fármaco se encontra solubilizado, aumenta a
possibilidade de reações de oxidação e hidrólise. As formas farmacêuticas líquidas estão mais
suscetíveis às incompatibilidades físicas, químicas e microbiológicas, e os adjuvantes
farmacêuticos devem ser utilizados a fim de melhorar a estabilidade das preparações.
Veremos agora os fatores que interferem na solubilização dos fármacos e as melhores alternativas
farmacotécnicas no preparo das formas farmacêuticas líquidas.
FATORES QUE INTERFEREM NA
SOLUBILIZAÇÃO DOS FÁRMACOS
1) CONSTANTE DIELÉTRICA E SISTEMA
COSSOLVENTE
Você já aprendeu que a água é um solvente altamente polar; isso quer dizer que ela apresenta
alta constante dielétrica (78,5 a 25ºC). A constante dielétrica é a medida do momento dipolar das
substâncias e aumenta quanto mais polar for o composto. Essa característica é importante, pois,
para que determinada substância seja dissolvida em um solvente, é necessário vencer as forças
atrativas entre elas.
Substâncias ionizáveis ou polares podem se dissolver mais facilmente na água, por exemplo.
Contudo, substâncias pouco ionizáveis ou apolares terão mais dificuldades em se dissolver. Para
isso, é possível utilizarmos uma mistura de solventes ou de cossolventes.
A água se mistura facilmente com outras substâncias menos polares, como glicerina e
propilenoglicol, por exemplo, e, com isso, é possível diminuir a constante dielétrica do solvente e
melhorar a dissolução de substâncias menos polares.
Um exemplo disso é o paracetamol, um fármaco de baixa solubilidade em água, que tem sua
solubilidade favorecida utilizando uma mistura de água e polietilenoglicol.
A tabela a seguir apresenta a solubilidade das substâncias em água.
Termos descritos
Quantidades aproximadas do solvente, em mL, para 1g da
substância
Termos descritos
Quantidades aproximadas do solvente, em mL, para 1g da
substância
Muito solúvel Menos de 1
Facilmente solúvel De 1 a 10
Solúvel De 10 a 30
Ligeiramente solúvel De 30 a 100
Pouco solúvel De 100 a 1.000
Muito pouco solúvel De 1.000 a 10.000
Praticamente
insolúvel
Mais de 10.000
 Atenção! Para visualização completa da tabelautilize a rolagem horizontal
 Tabela 3: Solubilidade das substâncias. Fonte: Farmacopeia Brasileira 6ª Edição (2019).
2) POTENCIAL HIDROGENIÔNICO (PH)
A grande maioria dos fármacos se apresenta como ácidos ou bases fracos e, por isso, sua
solubilidade em água pode ser influenciada pela alteração do pH da formulação. Esse fato está
diretamente relacionado à capacidade de ionização do fármaco.
Uma vez que o principal solvente para a preparação das formas farmacêuticas líquidas é a água,
é importante que o fármaco seja solubilizado nela. Mas, para isso, como a água é um solvente
polar, fármacos muito ionizáveis tendem a ser mais polares e consequentemente se solubilizam
melhor na água. Entretanto, muitos fármacos são ácidos ou bases fracos e pouco se ionizam em
água, logo, é necessário ajustar o pH da formulação, de acordo com a equação de Henderson-
Hasselbach a fim de favorecer a forma ionizável e a solubilização do fármaco na água.
Para a solubilização de um fármaco, muitos fatores estão relacionados entre si: CS (coeficiente de
solubilidade), pH, Kps (constante do produto de solubilidade) e pKa .
PH=PKA+ LOG10
A -
[HA ]
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
 Figura 8: Equação de Henderson-Hasselbach. Fonte: Própria.
3) TEMPERATURA E AGITAÇÃO
Para que o fenômeno da dissolução ocorra, é preciso vencer as forças intermoleculares entre
solvente e soluto, o que geralmente demanda energia. Essa energia pode vir de duas formas: pela
temperatura ou pela agitação do sistema. A agitação do sistema possibilita maior interação entre
as moléculas e favorece a solubilização das substâncias.
Uma grande variedade de fármacos tende a absorver o calor ao se dissolver, desencadeando uma
reação endotérmica, na qual o aumento da temperatura tende a favorecer a dissolução da
substância. O contrário, apesar de ser menos comum, também poderá ocorrer. Outro cuidado que
precisará ser observado é a estabilidade do fármaco frente ao aumento de temperatura.
{
[ ]
}
Fonte: Adaptado de Aulton, 2005
Figura 9: Solubilidade de substâncias químicas em função da temperatura.
4) GRAU DE HIDRATAÇÃO DA MOLÉCULA
A grande maioria dos fármacos não se encontra na sua forma livre, geralmente estão na forma de
sais, ésteres, substâncias hidratadas ou anidras. Isso ocorre por vários motivos, mas
principalmente pela estabilidade da molécula, pelo custo no processo de fabricação, ou ainda para
melhorar a solubilidade das substâncias.
O grau de hidratação de uma molécula também pode ser denominado de água de cristalização da
molécula e se difere do teor de umidade presente nas matérias-primas, pois faz parte da estrutura
química da molécula. Substâncias hidratadas tendem a ser conhecidas como hidratos. São
exemplos de fármacos hidratados e anidros:
Dipirona sódica anidra e Dipirona Sódica Monoidratada
Amoxicilina anidra e Amoxicilina tri-hidratada
Azitromicina anidra e Azitromicina di-hidratada
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
O grau de hidratação não interfere na qualidade do fármaco (apenas no preparo da formulação),
mas interfere nas características físico-químicas da molécula.
Por exemplo, uma substância anidra é mais solúvel que uma substância hidratada. Isso ocorre
porque, na substância hidratada, a molécula já está ligada a outras moléculas de água, estando
menos disponível para a solubilização. Esse fato deve ser levado em consideração no momento
da fabricação do medicamento.
5) TAMANHO DE PARTÍCULA E POLIMORFISMO
O tamanho de partícula de um fármaco interfere diretamente na velocidade de dissolução. Isso
ocorre em função do aumento ou da diminuição da superfície de contato entre o fármaco e o
líquido. Portanto, quanto menor for o tamanho da partícula de um fármaco, maior será a
solubilidade dele.
Atualmente, é muito comum reduzirmos o tamanho das partículas dos fármacos por cominuição
ou utilizarmos fármacos já previamente micronizados. Esse fator é importantíssimo, pois afeta
diretamente a biodisponibilidade das preparações. Neste tema, por se tratar de preparações
líquidas, o fármaco já estará solúvel no veículo e, portanto, isento de biodisponibilidade.
Entretanto, para as preparações sólidas, esse fator será preponderante na velocidade de
dissolução do fármaco nos fluidos gastrointestinais e consequentemente na biodisponibilidade.
Polimorfismo é a capacidade de uma substância se apresentar em mais de uma forma cristalina, e
os fármacos apresentam essa tendência. Quando uma substância não apresenta uma estrutura
cristalina definida, ela é geralmente denominada de amorfa. Essa característica física interfere
diretamente na solubilidade da substância.
Um pó amorfo apresenta maior solubilidade do que a sua forma cristalina. Como estamos tratando
de preparações líquidas, esse fator não representará um ponto crítico na solubilidade dos
fármacos, porém, quando se trata de formas farmacêuticas sólidas, a presença de estruturas
cristalinas variadas de um mesmo fármaco interfere diretamente na velocidade de dissolução e na
biodisponibilidade.
PREPARO DE SOLUÇÕES
MEDICAMENTOSAS
A maioria das preparações farmacêuticas líquidas é encontrada na forma de soluções orais, mas a
variedade é muito grande e a nomenclatura entre elas também pode variar. Daremos uma visão
geral dos principais tipos de preparações líquidas com base nas definições contempladas pela
Farmacopeia Brasileira 6ª Edição (2019).
Soluções medicamentosas
Gotas orais
Elixires
Xaropes
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
SOLUÇÕES MEDICAMENTOSAS
Segundo a Farmacopeia Brasileira 6ª Edição (2019):
Uma solução medicamentosa é a forma farmacêutica líquida; límpida e homogênea, que contém
um ou mais princípios ativos dissolvidos em um solvente adequado ou numa mistura de solventes
miscíveis.
As soluções orais são preparações líquidas que se apresentam como gotas (20 gotas/1mL) ou
frascos com medidores orais para 5mL, 10mL ou 15mL. Elas contêm em sua formulação
adjuvantes, como flavorizantes e corantes, para melhorar o sabor e tornar a apresentação mais
agradável. O cuidado relacionado à estabilidade do fármaco também deve ser observado
utilizando-se conservantes e antioxidantes. Uma vez conhecidas as características físico-químicas
do fármaco e a solubilidade nos estudos de pré-formulação, o preparo das soluções orais torna-se
relativamente simples. Utilizam-se misturadores com agitação e deve-se sempre efetuar a filtração
a fim de garantir a limpidez da preparação final.
O quadro a seguir apresenta, de forma resumida, algumas preparações farmacêuticas líquidas de
importância na prática farmacêutica.
Solução Oral
Nome
Comercial
(Referência)
Apresentação Indicações
Antagonista histamínico H2
Cloridrato de
cimetidina
Tagamet
(GSK)
300mg/5mL
Para o tratamento de úlceras
pépticas, condições
hipersecretórias patológicas.
Antidepressivos
Oxalato de
escitalopram
Lexapro 1mg/mL Para transtorno depressivo maior.
Cloridrato de
nortriptilina
Pamelor 10mg/5mL
Inibidor seletivo de recaptação de
serotonina.
Solução Oral
Nome
Comercial
(Referência)
Apresentação Indicações
Cloridrato de
fluoxetina
Prozac 20mg/5mL
Antidepressivo tricíclico. Para
depressão e transtorno compulsivo.
Antiemético
Cloridrato de
ondansetron
Zofran 5mg/5mL
Para a prevenção de náuseas e
vômitos relacionados à terapia do
câncer.
Antipsicóticos
Haloperidol Haldol 2mg/mL
Principalmente em condições
neuropsiquiátricas.
Antirretroviral
Emtricitrabina Emtriva 10mg/mL
Para o tratamento de infecções por
HIV, combinado com outros
antirretrovirais.
Solução Oral
Nome
Comercial
(Referência)
Apresentação Indicações
Broncodilatador
Teofilina Teofilina 80mg/15mL
Tratamento de asma brônquica e
broncoespasmo reversível
associado a bronquite crônica e
enfisema. Isento de álcool.
Corticosteroide
Fostato sódico
de
prednisolona
Prelone 5mg/5mL
Esteroide adrenocorticalsintético
com propriedades principalmente
de glicocorticoides, indicado para
condições endócrinas, reumáticas,
alérgicas, entre outras.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Quadro 6: Exemplos de algumas soluções orais. Fonte: Adaptado de Allen Jr.; Popovich;
Ansel (2013).
GOTAS ORAIS
Outro modo de apresentar as soluções medicamentosas é na forma das gotas orais. Essa
apresentação não se restringe apenas às gotas orais, pode ser utilizada como gotas nasais,
auriculares ou oftálmicas. A principal diferença entre elas é que as gotas orais são geralmente
administradas ao paciente diluídas em água ou bebida compatível, enquanto as demais gotas são
administradas diretamente por meio da via específica.
Fonte: VH-studio / Shutterstock
Uma vez que as preparações líquidas administradas tanto na forma de gotas como de soluções
medicamentosas requerem os mesmos cuidados de preparações e estudos de pré-formulação,
como solubilidade, pH e pKa relacionados aos princípios ativos, o que as diferencia é a
embalagem. As gotas necessitam de um instrumento, conhecido como conta-gotas, utilizado para
medir pequenas quantidades de líquidos com o intuito de administrar a dosagem correta.
Fonte: Mile Atanasov / Shutterstock
O conta-gotas pode ser um frasco com um dispositivo gotejador ou um tubo com uma das
extremidades estreitadas para a saída do líquido. O fator diferencial em ambos os casos é que as
gotas precisam ser calibradas. Segundo os compêndios oficiais, os conta-gotas medicinais oficiais
precisam dispensar 20 gotas por mL a 25ºC.
ELIXIRES
Os elixires são preparações farmacêuticas líquidas, hidroalcoólicas, edulcoradas, límpidas e com
teor alcoólico que pode variar de 20 a 50%. Essas preparações têm por finalidade auxiliar na
administração de fármacos pouco solúveis em água. Além da água e do álcool, principais veículos
das preparações, outros solventes também podem ser utilizados, formando sistemas
cossolventes, como a glicerina e o propilenoglicol. Mas, para ser considerado um elixir, é
necessário ter uma mistura hidroalcoólica açucarada.
A grande vantagem dessas preparações é justamente o fato de podermos administrar fármacos
insolúveis em água, porém solúveis em álcool. E a principal desvantagem é a restrição do uso
pediátrico devido ao alto teor de álcool presente na formulação.
Um dos mais conhecidos tipos de elixir é o de fenobarbital. A tabela a seguir apresenta uma
formulação base para esse elixir.
Componentes Concentração
Fenobarbital 0,4 g
Óleo de laranja 0,025mL
Propilenoglicol 10,0mL
Etanol 20,0mL
Solução de sorbitol 70% 60,0mL
Corante q.s.
Água purificada q.s.p. 100,0mL
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Tabela 4: Formulação de um elixir de fenobarbital. Fonte: Ferreira (2010).
XAROPES
Os xaropes são preparações farmacêuticas aquosas e límpidas que contêm sacarose em
concentração próxima à saturação. Podem servir como veículos para outras preparações ou
podem se apresentar como uma formulação final. Para ser considerada um xarope, é necessário
que a solução contenha no mínimo 45% de açúcar na formulação. Esse tipo de preparação tem
como principais vantagens:
Por se tratar de uma solução hipertônica, apresenta boa conservação, desidrata os
microrganismos (plasmólise), evitando a contaminação microbiana.
Apresenta baixa constante dielétrica por ser uma solução saturada, facilitando a
solubilização de fármacos pouco polares.
Desempenha função edulcorante.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
A principal desvantagem dos xaropes é o alto teor de açúcar presente em sua formulação e por
esse motivo são contraindicados para pacientes diabéticos. Para tais pacientes, é possível utilizar
uma formulação semelhante, mas sem as mesmas características, denominada de xarope “sugar
free”.
O Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira (2012) apresenta a formulação do xarope
simples.
Componentes Quantidade
Sacarose 85g
Água purificada q.s.p. 100mL
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Apesar de não apresentar conservantes em sua formulação, uma vez que a sacarose está muito
próxima ao seu grau de saturação, é aconselhável acrescentar uma associação de metilparabeno
e propilparabeno para garantir uma melhor conservação da preparação, principalmente se esta for
armazenada por determinado período.
Outro ponto de destaque para a preparação do xarope simples é a densidade da formulação. Uma
vez que a sacarose se encontra muito próxima ao seu grau de saturação, a densidade dos
xaropes simples deve ser determinada a fim de se garantir a correta solubilização da sacarose e a
viscosidade adequada da preparação. Para isso, o xarope simples deve se apresentar como uma
solução aquosa, límpida, incolor e com densidade de 1,313g/mL.
A Farmacopeia Brasileira permite uma variação entre 1,30 e 1,33g/mL. Abaixo disso a formulação
estará muito diluída e suscetível à contaminação microbiana e acima disso estará muito
concentrada e passível de precipitação.
PREPARAÇÃO DE XAROPES
Os xaropes são, na grande maioria das vezes, preparados a quente, mas podem ser também
preparados a frio. O quadro a seguir apresenta algumas vantagens e desvantagens dos dois tipos
principais de preparo dos xaropes.
Fonte: Planar / Shutterstock
 Figura 11: Linha de envase de xaropes.
Preparação Vantagens Desvantagens
Frio
Não forma açúcar invertido;
Xaropes menos corados.
Processo demorado;
Não elimina micro-
organismos.
Quente
Processo mais rápido;
Elimina microrganismos pelo
calor;
Elimina anidrido sulfuroso.
Xaropes mais corados;
Formação de açúcar
invertido.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Quadro 7: Vantagens e desvantagens no preparo de xaropes.
A principal desvantagem do processo a frio é o tempo do processo, uma vez que a solubilidade da
sacarose em água fria é de 1g para 0,5mL e para a água quente é de 1g para 0,2mL. A grande
desvantagem do preparo a quente é a possibilidade da formação de açúcar invertido, caso a
temperatura ultrapasse os 80°C.
Mas o que é açúcar invertido?
A sacarose é um dissacarídeo formado por uma molécula de frutose e uma molécula de glicose e
passiva de sofrer hidrólise em sua ligação glicosídica.
As ligações glicosídicas sofrem hidrólise parcial ou total na presença de soluções ácidas ou de
aquecimento. Dessa forma, a temperatura do processo de fabricação de xaropes a quente deve
ser controlada e não deve ultrapassar os 80°C, evitando a hidrólise da sacarose e a formação do
açúcar invertido.
Fonte: Kicky_princess / Shutterstock
 Figura 11: Estrutura da sacarose.
A SACAROSE AQUECIDA EM SOLUÇÃO AQUOSA
SOFRE HIDRÓLISE PARCIAL, SENDO ESTA
ACOMPANHADA DA PRECIPITAÇÃO DO AÇÚCAR
INVERTIDO.
PRISTA, 1995.
As linhas industriais de produção de xaropes promovem aquecimento por meio de tanques com
agitadores mecânicos e encamisados com vapor-d’água. Outro ponto crítico nesse processo é a
filtração ou a clarificação devido à alta viscosidade da preparação. Existem duas técnicas
principais que auxiliam esse processo: os filtros prensas com carvão ativo e a clarificação por
troca iônica.
Fonte: Elaborado pelo autor
SACAROSE
Fonte: Elaborado pelo autor
INVERTASE
Fonte: Elaborado pelo autor
GLICOSE
+
Fonte: Elaborado pelo autor
FRUTOSE
 Figura 12: Hidrólise da sacarose.
 SAIBA MAIS
Para aprender um pouco mais sobre a fabricação de xaropes, acesse o website da empresa Liess.
CONTROLE DE QUALIDADE DOS XAROPES
Os ensaios de qualidade para os xaropes consistem em verificar as propriedades organolépticas
da formulação e as características químicas e físicas. Alguns fatores podem desencadear
alterações nos xaropes, como, por exemplo, a luz e o oxigênio, interferindo na qualidade final da
formulação.
Os xaropes são soluções aquosas límpidas, viscosas e com sabor adocicado. Aspropriedades
físicas mais importantes são: a densidade, a viscosidade e a polarimetria.
Ensaio Equipamento Valores
Densidade Picnômetro 1,313g/mL
Polarimetria Polarímetro
Solução 1:10 em água -20°C; desvio +8,260 até
+8,500. Após inversão: -2,260 e -2,340.
Viscosidade
Viscosímetro de
Brookfield
190 cPs a 20°C
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Tabela 5: Ensaio de qualidade para o xarope simples.
Ainda para o xarope simples, entre os ensaios para as características químicas estão o teor de
sacarose e de açúcar invertido e, caso apresente algum tipo de princípio ativo, o teor deste na
formulação.
Assista ao vídeo sobre investigação das formas farmacêuticas líquidas
obtidas por dissolução simples, com ênfase nas soluções medicamentosas.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. AS PREPARAÇÕES FARMACÊUTICAS OBTIDAS POR DISSOLUÇÃO
SIMPLES SÃO MAIS CONHECIDAS COMO PREPARAÇÕES LÍQUIDAS OU
SOLUÇÕES. ELAS PODEM SE APRESENTAR DE DIVERSAS FORMAS E SÃO
MUITOS OS TIPOS DE SOLUÇÕES MEDICAMENTOSAS. ACERCA DESSE
ASSUNTO, ASSINALE A OPÇÃO CORRETA.
A) Soluções são preparações líquidas que contêm uma ou mais substâncias químicas (soluto)
dissolvidas em um solvente adequado ou em uma mistura de solventes miscíveis, presente em
uma mistura heterogênea.
B) A água é considerada o solvente universal para as soluções medicamentosas, mas pode-se
utilizar misturas de solventes, como água e álcool, obtendo-se uma solução hidroalcoólica.
C) Como solvente, pode ser usada uma mistura cossolvente, utilizando-se outros solventes
hidrofóbicos não aquosos, como a glicerina, o propilenoglicol e o sorbitol.
D) As preparações parenterais podem se apresentar na forma de soluções, essas formulações,
diferentemente das oftálmicas, não precisam ser estéreis.
2. NO PREPARO DAS FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS, A MAIOR
DIFICULDADE ENCONTRADA ESTÁ NA SOLUBILIZAÇÃO ADEQUADA DO
FÁRMACO, POIS EXISTEM DIFERENTES FATORES QUE A AFETAM. SOBRE
ESSE ASSUNTO, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA.
A) O aumento da temperatura diminui a solubilização dos fármacos.
B) A agitação é inversamente proporcional à solubilização dos fármacos.
C) O tamanho de partícula de um fármaco interfere diretamente na velocidade de sua dissolução.
D) O grau de hidratação interfere na qualidade do fármaco, e quanto mais hidratada a molécula,
maior será sua solubilização.
GABARITO
1. As preparações farmacêuticas obtidas por dissolução simples são mais conhecidas
como preparações líquidas ou soluções. Elas podem se apresentar de diversas formas e
são muitos os tipos de soluções medicamentosas. Acerca desse assunto, assinale a opção
correta.
A alternativa "B " está correta.
As preparações parenterais e oftálmicas podem se apresentar na forma de soluções, todavia,
essas formulações precisam ser estéreis em função das vias de administração, como as soluções
injetáveis e os colírios. Soluções são preparações líquidas que contêm uma ou mais substâncias
químicas (soluto) dissolvidas em um solvente adequado ou em uma mistura de solventes
miscíveis. Dessa forma, portanto, temos uma mistura homogênea formada por pelo menos dois
componentes distintos, um soluto ou um solvente. Como solvente, pode ser usada uma mistura
cossolvente, utilizando-se outros solventes hidrofílicos não aquosos, como a glicerina, o
propilenoglicol e o sorbitol.
2. No preparo das formas farmacêuticas líquidas, a maior dificuldade encontrada está na
solubilização adequada do fármaco, pois existem diferentes fatores que a afetam. Sobre
esse assunto, assinale a alternativa correta.
A alternativa "C " está correta.
Existem diferentes fatores que afetam a capacidade de solubilização dos fármacos. O aumento da
temperatura e a agitação aumentam a capacidade de solubilização, sendo diretamente
proporcionais. Além disso, o grau de hidratação não interfere na qualidade do fármaco, apenas no
preparo da formulação, mas é preciso compreender que interfere nas características físico-
químicas da molécula. Uma substância anidra é mais solúvel que uma substância hidratada.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste tema, você aprendeu sobre os principais adjuvantes farmacêuticos e sobre as
preparações farmacêuticas obtidas por dissolução simples. Pôde observar como a utilização dos
adjuvantes ajuda a melhorar as formulações líquidas quanto às instabilidades físicas, químicas e
microbiológicas. Compreendeu melhor os fatores que interferem na solubilidade dos fármacos,
como o pH, o pKa, a constante dielétrica, o tamanho de partícula do fármaco e o polimorfismo.
Você também percebeu como todos esses fatores estão relacionados entre si e como são
importantes para os estudos de pré-formulação. E, por fim, conheceu as principais formas
farmacêuticas líquidas, como as soluções medicamentosas, as gotas orais, os elixires e os
xaropes e suas técnicas de preparação.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Farmacopeia Brasileira. 6. ed. v. 1. Brasília:
Anvisa, 2019.
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Formulário Nacional da Farmacopeia
Brasileira. 2.ed. Brasília: Anvisa, 2012.
ALLEN JÚNIOR, L. V.; POPOVICH, N. G.; ANSEL, H. C. Formas Farmacêuticas e Sistemas de
Liberação de Fármacos. 9. ed. São Paulo: Artmed, 2013.
AULTON, M. Delineamento de Formas Farmacêuticas. 2. ed. Artmed, 2005.
FERREIRA, A. O. Guia Prático da Farmácia Magistral. 4. ed. v.1. São Paulo: Pharmabooks,
2010.
LARIUCCI, C.; NAPOLITANO, H. B.; CUNHA, S. Inovação Tecnológica e Polimorfismo de
Fármacos. In: Revista Processos Químicos, v.2, n.3, pp.59-65, 2008.
LE HIR, A. Noções de Farmácia Galênica. 6. ed. São Paulo: Organização Andrei, 1997.
PRISTA, L. N.; ALVES, A. C.; MORGADO, R. Técnica Farmacêutica e Farmácia Galênica. 5. ed.
v.1. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1995.
EXPLORE+
Reveja a equação de Henderson-Hasselbach assistindo ao vídeo Reguladores de
Henderson-Hasselbach, de Khan Academy.
Conheça o IPEC (International Pharmaceutical Excipients Council) visitando seu site.
Leia o informe técnico da ANVISA sobre os cuidados com o corante amarelo tartrazina.
Aprenda mais sobre adjuvantes farmacêuticos lendo o artigo Excipientes de medicamentos e
as informações da bula, de Aracy Pereira Silveira Balbani, Lucilena Bardella Stelzer e Jair
Cortez Montovani.
Procure o Handbook of Excipients, 6ª Edição, de 2009, disponível na internet.
Conheça um pouco mais sobre polimorfismo de fármacos lendo os artigos:
Inovação Tecnológica e Polimorfismo de Fármacos, de Carlito Lariucci, Hamilton B.
Napolitano e Silvio Cunha.
Polimorfismo de fármacos no controle de qualidade de medicamentos: uma revisão
bibliográfica, de Alexsander Augusto da Silveira, Amanda Evely Teixeira Pereira, Ikaro
Silva de Oliveira, Flávio Silva de Carvalho, Adibe Georges Khouri e Álvaro Paulo Silva
Souza.
Estado Sólido na Indústria Farmacêutica: Uma Breve Revisão, de Livia D. Prado e
Helvécio Vinícius A. Rocha.
Saiba mais sobre os testes de eficácia de conservantes em medicamentos na tese Ensaio
de Eficácia de Conservantes, de Márcia Filipa Bouça Alves.
Para compreender melhor as dissoluções, leia o artigo Dissolução intrínseca: conceito e
aplicações na indústria farmacêutica, de Mauricio Ferreira Rosa e Raquel de Oliveira
Vilhena.
Conheça os diferentes tipos de adjuvantes farmacêuticos utilizados na manipulação
farmacêutica.
CONTEUDISTA
Jordana Ruffier Pagani
 CURRÍCULO LATTES
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