Buscar

Demências: definição, diagnóstico e classificação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Sabrina Feitosa de Sousa 
Avaliação Psicológica e Práticas Integrativas IV UDF 
 
 
 
 
As demências são doenças degenerativas, 
entretanto não são as únicas doenças 
desse tipo. Demência pode ser definida 
como uma síndrome caracterizada pela 
deterioração da capacidade intelectual, 
sendo seu prejuízo grave ao ponto de 
influenciar negativamente nas atividades 
de vida diária. É causada por alterações que 
comprometem o sistema nervoso central 
(SNC). Por fim, seu prejuízo cognitivo não 
pode ser causado por alterações de 
consciência (NITRINI, 2017). 
A demência é qualquer declínio no 
funcionamento cognitivo que seja 
permanente, ou seja, crônico. Apesar do 
prejuízo principal ser cerebral, pode haver 
mudanças comportamentais. 
Compreender a demência como uma 
doença não é o mais adequado, uma vez 
que ela pode acontecer em diversos 
quadros patológicos (NITRINI, 2017). 
Para diagnosticar demências, em geral, 
realiza-se o mini mental para avaliar 
funções cognitivas. Existem também 
escalas para avaliar essas funções, podem 
ser preenchidas por familiares e pelo 
paciente. Avalia-se também atividades de 
vida diárias e a possibilidade de depressão. 
Investigar histórico de doenças. Para 
receber o diagnóstico de demência, a 
pessoa precisa estar bem do ponto de vista 
corporal (sem doenças no corpo). 
Critérios Diagnósticos 
→ Critérios segundo o Instituto Nacional 
de Envelhecimentos e Associação de 
Alzheimer: 
1. Sintomas neuropsiquiátricos que 
comprometem as atividades 
profissionais ou comuns, diminui o 
desempenho do sujeito em suas 
atividades e não são causados por 
alterações de consciência, como 
delirium ou outras doenças 
psiquiátricas (NITRINI, 2017). 
2. O comprometimento cognitivo é 
diagnosticado por meio da anamnese 
com paciente e seu informante e 
avaliação cognitiva, devendo realizar 
avaliação neuropsicológica quando a 
anamnese e o exame não forem 
suficientes (NITRINI, 2017). 
3. Os sintomas neuropsiquiátricos 
precisam prejudicar, no mínimo, duas 
das seguintes áreas: memória, funções 
executivas, habilidades visuoespaciais, 
linguagem e personalidade ou 
comportamentos (NITRINI, 2017). 
→ Critérios segundo o DSM – 5: 
1. O diagnóstico de demência está 
associado ao Transtorno 
Neurocognitivo Maior (TNM) (NITRINI, 
2017). 
2. Prejuízo em apenas uma área cognitiva 
já é suficiente para ser considerada 
como uma demência (NITRINI, 2017). 
3. A influência negativa dos sintomas na 
independência do indivíduo já é 
suficiente (NITRINI, 2017). 
Classificação das Demências 
→ Classificação por idade: 
A demência é denominada como pré-senil 
quando começa entre os 45 e 64 anos de 
Sabrina Feitosa de Sousa 
Avaliação Psicológica e Práticas Integrativas IV UDF 
idade; enquanto a demência senil começa 
a partir dos 65 anos de idade (GUARIGLIA; 
ANGHINAH; NITRINI, 2017). 
1. Pré-senil: doenças degenerativas são as 
causas mais frequentes das demências, 
as doenças degenerativas são mais 
prevalentes. A demência mais comum 
nessa faixa etária é a doença de 
Alzheimer (DA) – a DA também é a 
demência mais comum do 
envelhecimento após os 65 anos. A 
demência da degeneração lobar 
frontotemporal, também denominada 
como demência frontotemporal ou 
variante comportamental da 
degeneração lobar frontotemporal, é a 
segunda demência mais comum 
(GUARIGLIA; ANGHINAH; NITRINI, 2017) 
– é causada por fortes pancadas na 
cabeça (lembre-se de Phineas Gage). 
2. Senil: doenças degenerativas são mais 
esporádicas (GUARIGLIA; ANGHINAH; 
NITRINI, 2017). 
Entre as causas de demências antes dos 40 
anos de idade, estão: genética, uso de 
drogas, exposição a substâncias tóxicas e 
alcoolismo (GUARIGLIA; ANGHINAH; 
NITRINI, 2017). 
→ Classificação por reversibilidade: 
1. Reversíveis ou Potencialmente 
reversíveis: são causadas por 
hidrocefalia de pressão normal, 
doenças infecciosas, encefalite límbica, 
estados carenciais, intoxicações, 
doenças metabólicas, endocrinopatias, 
hematomas subdurais e a depressão 
(GUARIGLIA; ANGHINAH; NITRINI, 
2017). 
2. Quando clínico evolutivo: DA, 
degeneração frontotemporal e 
demência com corpos de Lewy (DCL) 
(GUARIGLIA; ANGHINAH; NITRINI, 
2017). 
3. Demências que podem ter a evolução 
estabilizada: demência vascular na qual 
os vasos se tornam prejudicados e é 
mais comum em idosos a partir dos 65 
anos (GUARIGLIA; ANGHINAH; NITRINI, 
2017). 
→ Classificação pela velocidade de 
instalação: 
1. Instalação mais lenta: são as que se 
desenvolvem em anos, em geral são 
demências neurodegenerativas, como a 
DA (GUARIGLIA; ANGHINAH; NITRINI, 
2017). 
2. Rapidamente progressivas: são as que 
se desenvolvem em meses ou semanas, 
entretanto, algumas são reversíveis 
(GUARIGLIA; ANGHINAH; NITRINI, 
2017). 
→ Classificação pela topografia lesional: 
1. Demências corticais: distúrbios da 
memorização, afasias, apraxias e 
agnosias (GUARIGLIA; ANGHINAH; 
NITRINI, 2017). 
2. Demências subcorticais: 
bradipsiquismo ou alentecimento dos 
processos mentais, com esquecimento 
e distúrbio predominante da atenção e 
das funções executivas (GUARIGLIA; 
ANGHINAH; NITRINI, 2017). 
→ Classificação Nosológica: 
A classificação nosológica dá origem a 
outra divisão: demências degenerativas ou 
primárias e demências secundárias 
(GUARIGLIA; ANGHINAH; NITRINI, 2017). 
1. Demências degenerativas ou 
primárias: acontecem porque 
alterações degenerativas acometem o 
Sabrina Feitosa de Sousa 
Avaliação Psicológica e Práticas Integrativas IV UDF 
SNC. É o tipo mais frequente entre as 
demências. Se divide em: 
1.1. Demência é a síndrome principal 
da doença degenerativa: nesse 
grupo estão incluídas a DA, 
degenerações frontotemporais e 
a DCL. Outras doenças 
degenerativas que apresentam 
demência como síndrome 
principal de forma mais rara são: 
esclerose hipocampal, glicose 
subcortical progressiva e doença 
com corpúsculos de inclusão com 
neurofilamentos (GUARIGLIA; 
ANGHINAH; NITRINI, 2017). 
1.2. Doenças degenerativas que 
podem apresentar demência: ou 
seja, a doença faz parte do 
quadro clínico. Aqui as doenças 
extrapiramidais se fazem 
presente, como doença de 
Parkinson (DP), doença de 
Huntington (DH), paralisia 
nuclear progressiva, degeneração 
corticobasal, degenerações de 
múltiplos sistemas, calcificação 
idiopática dos gânglios de base e 
doença de Wilson (DW), 
degenerações cerebelares e 
espinocerebelares, 
leucodistrofias e 
poliocefalopatias (GUARIGLIA; 
ANGHINAH; NITRINI, 2017). 
2. Demências secundárias: acontecem 
porque o SNC é alterado devido ao 
acometimento de doenças infeciosas, 
autoimunes, carenciais e vasculares 
(GUARIGLIA; ANGHINAH; NITRINI, 
2017). São demências tratáveis que 
podem ser curadas, são demências que 
acontecem porque tem alguma 
alteração no cérebro. Exemplo: 
problemas na tireoide podem causar 
desregulação emocional ou até perca 
de memória; sífilis pode causar 
sintomas de demência se a bactéria for 
alojada no cérebro. 
→ Classificação pela manifestação 
neurológica ou neuropsicológica 
predominante: existem quatro perfis 
neuropsicopatológicos que são mais 
frequentes em casos de demências 
degenerativas primárias: o amnésico, o 
distúrbio do comportamento, o 
distúrbio de linguagem e a disfunção 
visuoespacial. Esse perfil é definido com 
base nos sintomas iniciais (em especial 
nos primeiros anos) e no distúrbio 
predominante: 
1. Amnésico: a síndrome amnésica é 
predominante. Em outras palavras, 
problemas na memória são os principais 
(GUARIGLIA; ANGHINAH; NITRINI, 
2017). 
2. Distúrbio do comportamento: são 
demências que alteram o 
comportamento, como: alterações da 
personalidade e alterações das funções 
executivas (GUARIGLIA; ANGHINAH; 
NITRINI, 2017). 
3. Distúrbio da linguagem: aqui estão 
incluídas as: 
3.1. Afasia progressiva não fluente/ 
agramática: a região circundante 
à fissurade Sylvius no hemisfério 
cerebral é atrofiada (figura 1). 
Figura 1 – Fissura de 
Sylvius 
Sabrina Feitosa de Sousa 
Avaliação Psicológica e Práticas Integrativas IV UDF 
3.2. Demência semântica: o lobo 
temporal esquerdo é atrofiado. O 
indivíduo com demência 
semântica é incapaz de nomear 
objetos ou pessoas, ao mesmo 
tempo, em que não é capaz de se 
lembrar ao que o nome se refere, 
ou seja, perde o significado das 
palavras (GUARIGLIA; 
ANGHINAH; NITRINI, 2017). 
4. Disfunção visuoespacial: acontece 
quando há o prejuízo na região parieto-
occipital. Algumas síndromes desse tipo 
são: 
4.1. Síndrome de Bálint: dificuldade 
em olhar fixo ou apraxia do olhar, 
dificuldade em olhar para dois 
objetos ao mesmo tempo e 
dificuldade em movimentar o 
corpo; e 
4.2. Agnosia visual: para imagens, 
objetos, pessoas, incapacidade 
de ler (alexia) (GUARIGLIA; 
ANGHINAH; NITRINI, 2017). 
A avaliação neuropsicológica 
A avaliação de adultos e idosos são 
parecidas, já a avaliação de crianças é 
diferente, sendo mais detalhada. 
Reserva Cognitiva 
A reserva cognitiva é a resistência da 
mente em relação às demências. Pessoas 
mais inteligentes são menos sujeitas a 
sofrerem demências. Essa reserva 
cognitiva se forma ao longo da vida por 
meio de tudo que aprendemos e dos 
nossos hábitos saudáveis. 
Doença de Alzheimer 
A DA foi descoberta em 1976, numa época 
em que não existia exames de imagens, o 
que acontecia era a dissecação de 
cadáveres. 
O nome do médico era Alzheimer, ele 
observou uma paciente nessa época que 
sofria de Alzheimer, ela não reconhecia 
objetos, não reconhecia coisas, não se 
lembrava das pessoas da história de vida 
dela, não tinha memória de longo prazo. 
O teste do relógio numa pessoa com 
Alzheimer ou inegligência do olho direito 
tende a ser feito pela metade (relógio pela 
metade). 
A DA começa com esquecimento de coisas 
do dia a dia, esquece onde guardou as 
coisas, depois começa a esquecer coisas 
importantes como se comeu ou não, em 
casos mais avançados esquecem quem são 
as pessoas envolvidas em sua vida. 
Entretanto, a DA não ataca só a memória 
de trabalho e de longo prazo, ela irá alterar 
a memória de procedimento também, a 
pessoa esquece como andar, como 
mastigar, como se mover, se torna 
dependente de outra. 
O único fator de risco para a DA é a idade, 
conforme você fica mais velho, maior a 
probabilidade de desenvolver a DA. 
Entretanto, existem alguns outros fatores: 
• Escolaridade: quanto mais você estuda, 
menor é a possibilidade de desenvolver 
DA. 
• Aprender coisas novas: isso aumenta a 
nossa reserva cognitiva. 
No cérebro, os neurônios vão se tornando 
oxidados, ou seja, vão morrendo devido a 
formação de placas senis que causa os 
emaranhados neurofibrilares. Assim, o 
comprometimento cognitivo começa a 
acontecer. Esses emaranhados causam 
mais prejuízos no hipocampo, entretanto o 
prejuízo é no cérebro inteiro. 
Sabrina Feitosa de Sousa 
Avaliação Psicológica e Práticas Integrativas IV UDF 
A DA leva em torno de 15 anos para se 
desenvolver até o estágio final. 
Entre os sintomas da primeira fase, temos: 
• Afasias; 
• Problemas de memória; 
• Perde o senso de localização; 
• Comprometimento cognitivo leve (CCL). 
Fase 2 ou fase declarada: 
• Não sabe hora, data, localização; 
• O discurso é incoerente, não transmite 
uma mensagem; 
• Perde os reflexos; 
• Perde os movimentos; 
• Apraxia ideatória; 
• Apraxia do vestuário: a pessoa não 
consegue se vestir; 
• Agnosia visual; 
• Prosopagnosia: falta de 
reconhecimento das faces; 
Estágio 3 ou Estágio Final: 
• Não fala; 
• Incontinência urinária; 
• A pessoa fica totalmente dependente 
de outro. 
Um outro sintoma do Alzheimer pode ser a 
confabulação: a pessoa tenta preencher 
lacunas em sua memória, assim, acaba 
achando que viveu coisas que não viveu. 
Demência por corpúsculos de Lewy 
O médico alemão que descobriu essa 
doença se chamava Frederico Lewy. 
São corpúsculos ou proteínas que tomam o 
cérebro e provocam sintomas semelhantes 
ao de Alzheimer, porém acrescenta-se 
alucinações e tremores. 
Demência de Parkinson 
• Prejudica movimentos, provocando 
tremores; 
• Em estágio avançado compromete o 
funcionamento cognitivo; 
• A pessoa também pode ter alucinações 
e pode ficar confusa. 
Demência Frontotemporal 
• Tem a ver com lesão frontal; 
• A síndrome amnésica não é o primeiro 
sintoma como no Alzheimer, aqui ela 
vem mais tardia; 
• Déficit na região frontal do cérebro; 
• Alterações da personalidade; 
• A linguagem permanece, mas pode se 
tornar mais agressiva como 
xingamentos mais frequentes. 
Demências Vasculares 
Tem a ver com questões vasculares devido 
a pequenos derrames cerebrais. É uma 
doença que foi descoberta por volta de 
1986. 
Provavelmente, a má alimentação, como a 
alta ingestão de gordura, provoca os 
pequenos derrames que causam a 
oxidação de neurônios. 
Os sintomas dependem da área do cérebro 
que é afetada, mas podem incluir: 
problemas de memória, queda, confusão, 
dificuldade com linguagem, perda de 
habilidades motoras, depressão e doenças 
emocionais. Além disso, são todos os 
sintomas de uma vez, não é uma evolução 
gradual. 
Demência Pugílistica 
É a tendência que lutadores têm de 
desenvolver demência, devido às pancadas 
na cabeça. 
Referências 
GUARIGLIA, C. C.; ANGHINAH, R.; NITRINI, 
R. Classificação das Demências. In: 
Neuropsicologia Clínica. 2. ed. [s.l.] Grupo 
GEN, 2017. p. 237–243. 
Sabrina Feitosa de Sousa 
Avaliação Psicológica e Práticas Integrativas IV UDF 
NITRINI, R. Conceito de Demência. In: 
Neuropsicologia Clínica. 2a ed. [s.l.] Rocca, 
2017. p. 232–236. 
Imagens: 
Figura 1 – Fissura de Sylvius: 
https://www.msdmanuals.com/-
/media/manual/professional/images/n/e/
u/neu_areas_brain_pt.gif?thn=0&sc_lang
=pt. Acesso em 03 nov. 2021. 
Veja também: 
Avaliação Neuropsicológica do Idoso 
 
Curte, salva e comenta o que você achou! 
https://www.msdmanuals.com/-/media/manual/professional/images/n/e/u/neu_areas_brain_pt.gif?thn=0&sc_lang=pt
https://www.msdmanuals.com/-/media/manual/professional/images/n/e/u/neu_areas_brain_pt.gif?thn=0&sc_lang=pt
https://www.msdmanuals.com/-/media/manual/professional/images/n/e/u/neu_areas_brain_pt.gif?thn=0&sc_lang=pt
https://www.msdmanuals.com/-/media/manual/professional/images/n/e/u/neu_areas_brain_pt.gif?thn=0&sc_lang=pt

Outros materiais