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DIETAS HOSPITALARES Prof. Isabela Prado Introdução Alimentação hospitalar o É reconhecida por sua relação com a melhoria do tratamento aos pacientes, em conjunto com outros cuidados de saúde. o As dietas devem ser elaboradas considerando o estado nutricional, fisiológico e devem estar adequadas ao estado clínico do paciente. Importante observar os cuidados sanitários e os pontos críticos de controle no preparo das refeições. A higiene alimentar promove a saúde e evita infecções intestinais, pois a ocorrência dessas pode colocar em risco todo o investimento do tratamento ao paciente. Introdução Todos os hospitais possuem dietas básicas de rotina, elaboradas de acordo com o padrão básico específico, como forma de facilitar o serviço das unidades de alimentação e nutrição, sendo classificadas, de acordo com sua característica física, em dieta normal (geral), branda, pastosa, semi-líquida( leve) e líquida. É importante ressaltar que nem sempre existe garantia de completa aceitação da dieta pelo paciente. Sabe-se que, associados às patologias, há vários fatores que podem interferir na aceitabilidade adequada alimentos, como uso de medicamentos, fatores psicológicos, sinais e sintomas da doença, hábitdos alimentares, aversões e preferências alimentares. DIETA Atender as necessidades nutricionais Adaptada as condições do paciente: - - - Hábitos alimentares Situação sócio-econômica Órgãos ou sistemas que estejam alterados DIETAS ORAIS HOSPITALARES • Quantidades adequadas de calorias e nutrientes => com o objetivo de suprir os requerimentos do organismo DIETA NORMAL, LIVRE OU GERAL DIETA NORMAL, LIVRE OU GERAL - EXEMPLO DE CARDÁPIO: ➢ DESJEJUM: - Café com leite; - Melancia; - Omelete. ➢ COLAÇÃO: - Maçã ➢ ALMOÇO: - Salada de alface, agrião e tomate; - Arroz, feijão; Sobrecoxas assadas com batatas; - Abobrinha refogada. ➢ LANCHE DA TARDE: - Iogurte natural com mamão. ➢ JANTAR: - Igual ao almoço. • Possibilitar a recuperação do paciente no menor tempo possível; • Evitar a desnutrição durante a internação; • Manter as reservas de nutrientes no organismo; • Adequar a ingestão de energia, macro e micro nutrientes às necessidades nutricionais. MODIFICAÇÕES DA DIETANORMAL POR QUÊ? Adequando a prescrição: • Condições físicas e emocionais do paciente • Às necessidades nutricionais segundo: idade, sexo, doença, estado nutricional, hábitos, preferências alimentares, apetite, dentição, via de administração da alimentação MODIFICAÇÕES DA DIETANORMAL COMO? • Modificações segundo critérios químicos, físicos e organolépticos; • Características físico-químicas que modificam a dieta: - Consistência (livre, pastosa, líquida); - Temperatura: ambiente, morna, quente, fria, gelada; - Fracionamento: aumentado, diminuído - Volume: aumentado, diminuído - Valor energético: hipo/hipercalórica - Teor de macronutrientes (dieta para diabetes, hipolipídica) - Aumento ou diminuição no teor de nutrientes ou tipo de alimento (sódio, fibras) - Exclusão de alimentos específicos (dieta isenta de glúten) MODIFICAÇÕES DA DIETA NORMAL DIETAS HOSPITALARES PROGRESSIVAS DIETAS DE PROGRESSÃO OU MODIFICADAS EM CONSISTÊNCIA OU DIETAS DE ROTINA branco, banana assada cenoura cozida, manteiga, manteiga, Moídas ou desfiadas DIETA PASTOSA - EXEMPLO DE CARDÁPIO: ➢ DESJEJUM: - Mingau de aveia com banana - Pão bisnaga com queijo ➢ COLAÇÃO: - Mamão ➢ ALMOÇO: - Arroz papa, caldo de feijão, carne moída com chuchu. - Brócolis bem cozido picado. ➢ LANCHE DA TARDE: - Iogurte natural ➢ JANTAR: - Igual ao almoço. Tem por finalidade favorecer a digestão dos alimentos. Possui consistência semilíquida, abrandada pela cocção, para que os alimentos possam ser mastigados e deglutidos com pouco esforço. Seu objetivo é suprir as necessidades nutricionais, manter ou recuperar o estado nutricional do paciente e proporcionar um mínimo trabalho digestivo por provocar pouco estímulo químico e mecânico. DIETA LEVE OU SEMI-LÍQUIDA Tem característica hiperglicídica, normoproteica e hipolipídica e é distribuída em 5 a 6 refeições por dia. Sua utilização em longo prazo deve ser monitorada devido ao risco de carência de nutrientes. DIETA LEVE OU SEMI-LÍQUIDA São excluídos: condimentos fortes, queijos gordurosos, ovos fritos, carnes gordurosas, embutidos, frituras, grãos de leguminosas, saladas cruas, frutas cruas (com exceção do mamão e banana), doces concentrados, biscoitos recheados, bolos confeitados e bebidas gaseificadas. ➢ Pós operatório de cirurgias do aparelho digestivo, como cirurgias bariátricas. - Dieta na consistência líquida que NÃO oferece resíduos (SEM lactose, SEM sacarose e SEM fibras) DIETA LÍQUIDA - RESTRITA diarréia líquidos, leite, suco, teor vitaminas CONSISTÊNCIA INDICAÇÕES ALIMENTOS PERMITIDOS FIBRA Líquida Restrita Pré e pós-operatório de cirurgias do TGI, após período de alimentação por via infecções grave e exames, hidratação e para minimizar trabalho do trato gastrointestinal. Dieta altamente restritiva e nutricionalmente Ex.: chá claro, caldo de carne e vegetais, suco coado, gelatina clara Isenta Líquida OU Líquida Completa cabeça e pescoço, problemas de mastigação e deglutição, casos de afecções do TGI, e em alguns pré e pós- operatórios. Alimentos liquidificados, sopas liquidificadas, gelatina , mingau ralo, Baixo fibras que abrandadas e uma resíduos CONSISTÊNCIA INDICAÇÕES ALIMENTOS PERMITIDOS FIBRA Pastosa Alterações da boca ou esôfago, dificuldade de mastigação e deglutição, em alguns pós-operatórios, idosos, danos neurológicos ou sem arcada dentária. Sopas, caldo de feijão, purê, mingau, carnes triturada sou desfiadas, arroz papa e fruta na forma de purê. Se necessárioLIQUIDIFICAR Reduzida Branda OU Leve Transição entre dieta pastosa e livre. Dificuldade de mastigação e deglutição, pós- operatórios, presença de gastrite ou úlcera péptica. Retirar alimentos gordurosos, frituras, condimentos picantes, conservas, bebidas alcoólicas e alimentos ricos em enxofre. Abrandar todos os alimentos. Ex.: arroz , batata cozida, carne macia. Proibido frituras e condimentos. Mínimo possível de não foram pela cocção quantidade moderada de Normal OU Livre OU Geral Não necessitam modificações em nutrientes e na consistência. Consistência normal, fracionamento de 5 a 6 refeições por dia. Normal DIETAS ESPECIAIS ou pobre em gordura saturada e colesterol o Hipocalórica: Redução do valor calórico e da quantidade de alimentos oferecidos. o Hipercalórica: Aumento do valor calórico e da quantidade de alimentos. Indicação: recuperação e ganho de peso, nos estados catabólicos de doenças infecciosas, desnutrição, queimaduras, câncer e AIDS. o Hipoproteica: destina-se, principalmente, aos portadores de doenças renais, com restrição de proteínas de origem animal. o Hiperproteica: com acréscimo de proteínas, principalmente de origem animal, para casos infecciosos, desnutrição, queimaduras, câncer, AIDS ou situações em que seja desejável o aumento do aporte proteico. DIETAS ESPECIAIS Hipogordurosa/ Hipolipídica: Restrita em alimentos como manteiga, óleo, azeite, oleaginosas, embutidos, frituras, carnes gordurosas, leite e derivados em sua versão integral. Indicada nos casos de doenças hepáticas, pancreáticas e da vesícula biliar. Hipossódica: Pobre em sódio. É preparada sem acréscimo de sal, somente com temperos naturais. O sal em quantidade controlada é adicionado na refeição pronta. Evitar: embutidos, enlatados, conservas, carnes secas, temperos industrializados. Indicada em casos de hipertensão, edema, doenças renais e doenças cardíacas. Hipocalêmica: Pobre em potássio. Os alimentos ricos em potássio são restritos ou realiza-se a cocção para minimizar a quantidade deste nutriente, nos casos de distúrbios na excreção de potássio. DIETAS ESPECIAIS DIETAS ESPECIAIS Pobreem vitamina K: restrita em alimentos que favorecem a coagulação sanguínea, indicada para pacientes que fazem uso de medicação anticoagulante, a dieta pobre em vitamina K restringe o consumo de leite, repolho, espinafre, nabo, brócolis, couve, ovo, alface, fígado e óleos de canola e de soja. Laxativa: rica em alimentos formadores de resíduos intestinais, inclui alimentos ricos em fibras insolúveis como cereais integrais, farelo de trigo, hortaliças cruas e frutas com casca, uma vez que essas fibras não são digeridas, e agem aumentando o volume fecal e estimulando o peristaltismo intestinal, melhorando os casos de obstipação / constipação. Tratar a constipação intestinal DIETA RICA EM FIBRAS OU LAXATIVA OU PARAOBSTIPAÇÃO DIETA PARADIARREIA Indicação: Tratar a diarreia Recomendações: - Oferecer líquidos de coco e eletrólitos para repor as perdas. Água - - - Sem leite e derivados Sem sacarose Reduzir o teor de fibras DIETA PARA DIARRÉIAOU OBSTIPANTE DIETA SEM RESÍDUOS Características da dieta: • • • Excluir leite e derivados SEM LACTOSE SEM SACAROSE SEM FIBRAS processo de cocção DIETA SEM RESÍDUOS CONCLUSÃO • As dietas devem ser sempre adequadas ao paciente e a situação atual de saúde e/ou doença a que se destina, fazendo as necessárias modificações para melhor ajuste • Qualquer que seja a modificação feita, deve-se cuidar para que a dieta tenha um valor nutricional adequado às necessidades do paciente. Caso clínico A.R.F estava incomodado com a dor e a dificuldade para engolir alimentos sólidos e teve que realizar adaptações na consistência da dieta para conseguir se alimentar. Relata ser hipertenso, tabagista há 20 anos e ex- etilista. Passadas algumas semanas, percebeu que estava perdendo muito peso, começou a perceber que havia algo errado e procurou o atendimento no hospital. Após realizar alguns exames, foi diagnosticado com câncer de palato e médio esôfago. Paciente segue internado na enfermaria do hospital com dieta via oral liberada, no momento da visita relata que sente dor ao deglutir alimentos sólidos, porém não gosta de sopas e alimentos “batidos”. Queixa-se também de constipação (evacuação ausente há 3 dias). Qual consistência de dieta você indicaria para o caso? Qual a dieta deverá ser prescrita? Lembre-se O estado nutricional de desnutrição e o diagnóstico de câncer estão relacionados com perda de massa magra muscular, que é um dos fatores responsáveis pela redução na tolerância e resposta ao tratamento oncológico e pelo tempo de sobrevivência dos pacientes. Além disso, a grave perda de peso apresentada pelo paciente sugere uma alimentação que objetive sua recuperação de peso. Qual a dieta deverá ser prescrita? Resposta: Dieta Pastosa Hipossódica Hipercalórica Laxativa Aporte calórico das dietas DIETA KCAL PROTEÍNAS NORMAL 1.800-2.500 70-95g BRANDA 1800-2200 60-90g PASTOSA 1800-2200 60-80g SEMILÍQUIDA/LEVE 1800-2000 60-80g LÍQUIDA COMPLETA 1500-1600 40-60g LÍQUIDA RESTRITA OU 900-1000 na SEM RESÍDUO 1300 c/ suplem. COMO ENRIQUECER AS DIETAS? REFERÊNCIAS •AUGUSTO, A. L. P.et al. Terapia nutricional. São Paulo: Atheneu,2005. • CARUSO, L.; SILVA, A. L. N. D. da; SIMONY, R. F. Dietas hospitalares: uma abordagem na prática clínica. SãoPaulo: Atheneu,2005. • CUPPARI, L. Nutrição: Nutrição Clínica no Adulto. 2ª ed. São Paulo: Manole,2005. • MAHAN, K.; STUMP, S. E. Krause: Alimentos, Nutrição & Dietoterapia. 11ª ed. São Paulo: Roca, 2005. •HERMES, D.; DADALT, C.; MACHADO, G. R. Manual de Dietas Hospitalares do Imperial Hospital de Caridade, 2010. • SHILS, M. E. et al. Tratado de Nutrição Moderna na Saúde e na Doença. 9ª ed. São Paulo: Manole,2003. • SILVA, S. M. C. S.; MURA, J. D. P.Tratado de Alimentação, Nutrição & Dietoterapia. São Paulo: Roca, 2007. •WAITZBERG, D. L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. 3ª ed. São Paulo:Atheneu, 2006.
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