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Implantes e biomateriais Implantes Inserção de material aloplastico ou outro tecido, parcial ou totalmente, no corpo com objetivo terapêutico, de diagnóstico, protético ou experimental. Após os estudos de Brånemark a média de sobrevivência dos implantes passou de 50% na década de 70 para mais 90% nos anos 2000 96% a 98% para a mandíbula (cortical mais dura e resistente) 94% a 96% para a maxila (medular mais rica, melhor cicatrização) Classificação • Diversas classificações foram propostas quanto a forma, localização (endósseo, transósseo, epitelial…) • Atualmente as classificações mais utilizadas são quanto a plataforma e o complimento, são endósseos em formato de parafuso • Parafuso geralmente é igual, a conexão é o que muda Conexão • Hexágono: faz o travamento, impede que o componente rotação, faz a inexação da coroa. a plataforma superior é de aço, não faz a integração de osso, perde osso na superior • Hexágono interno: a plataforma superior é de titânio, integrando osso em toda região do parafuso. Não é usada mais. • Cone Morse: é um cone e a prótese é em formato de cone, faz um selamento e previne a infiltração entre o implante e prótese. Quanto mais aperta mais entra. É a utilizada atualmente. Mais caro. Comprimento • Escolhemos de acordo com a quantidade de osso remanescente para não contactar com o S. maxilar/canal da mandíbula • A medição usa as TC: largura e espessura de osso, rebordo precisa de implante fino • Convencinal - até 8,0 mm • Curto entre 8,0 e 6,0 mm • Extra-curto abaixo de 6,0 mm (mais difícil de colocar) Componentes Parafuso/fixture • Muda o formato de acordo com o implante • Parafuso de cobertura: componente provisório par evitar contaminação, colocado de acordo com a altura da gengiva do paciente, a mucosa cobre o parafusa durante a cicatrização. Demora cerca de 45 dias para ocorrer a osteointegração. • Parafuso de cicatrização: fica em posição enquanto a gengiva cicatriza, faz o perfil de emergência, imita a papila para depois usar os pilares. Usado depois da abertura da gengiva. Depois de 1 semana podemos moldar. • Usamos o parafuso de cobertura para não entrar nada na parte interna do implante enquanto está cicatrizando a mucosa, por 45-60 dias • O cicatrizador fica exposto na boca, molda a gengiva e permite moldar Transmucoso/pilar • Cada um tem uma conexão de acordo com o implante cone Morse ou hexágono externo, a base é igual • Nos cones Morse usamos todos os mesmos diâmetros dos pilares, só muda o comprimento, o encaixe é igual. • Os minipilares é usado quando tem a coroa curta, usado em vários implantes. • Angulados: quando o implante ficou angulado devido uma deformidade no osso, para compensar a angulação do implante, deixamos a prótese alinhada em relação aos outros dentes; • Pilar para cimentação: quando não vemos o parafuso: faz a cimentação da prótese, geralmente em anterior; • Facilitam a troca sem retirar o implante, tem mais risco de danificar; conecta com a prótese, é feito de inox e não mancha →Grand morse: marca da new dent que só consegue usar a mesma marca em implante e pilar, muda só a rosca. →Precisamos pensar no diâmetro e comprimento do pilar no implante hexagonal Propriedades • Ti comercialmente puro (TiCP) • Apresenta diferentes graus ( I a IV) dependendo da quantidade dos componentes estabilizantes (N, C, H, Fe, O, Al, V) • A ligas apresentam melhor balanço entre resistência mecânica com módulo de elasticidade mais baixo • Ligas de Ti-6Al-4V e Ti-6Al-4V-7Nb com grau Intersticial ultra baixo (ELI)- redução dos níveis de oxigênio entre os grãos da liga (TI precisa cuidado com o oxigênio, oxida muito fácil); quando sai da fundição e entra em contato com oxigênio oxida externamente e não tem problema, só não pode oxidar internamente: maior usinagem, mais resistente; • Baixos de níveis de oxigênio nos espaços intersticiais • As baixas quantidades de oxigênio e ferro nas ligas melhora ductilidade • Permite a incorporação de estabilizadores como Nióbio, Molibdênio ou Zircônio que melhora a resistência mecânica e a corrosão. • O mais usado é do TiAlV, mais próxima do osso • Grau Intersticial ultra baixo*** • Se tentar alongar o osso fratura • Rigidez aumenta nas ligas par ser mais rígido e resistente Regeneração tecidual • Não existe formação te tecido fibroso entre osso e implante • Osseointegração: contato direto entre o osso e a superfície de um implante funcional, adaptação direta. Células produtoras de osso migram ao longo da superfície do implante através do tecido conjuntivo primário adjacente ao implante. • “anquilose” não existe o LP • A integração é altamente dependente da química na superfície do implante, sendo melhorada pela presença de vidros bioativos, fatores de crescimento que estimulam o crescimento ósseo, sempre fazer o tratamento de superfície Tratamento da superfície • Tem como objetivo aumentar a área de superfície do implante e melhorar a interação com o tecido • Feito pelo fabricante • Passivação: aumento da camada de óxidos, reduz a transferência iônica, contribui para a biocompatibilidade do implante através da anodização. • Processo no qual o implante é submetido à uma corrente em um meio eletrolítico sendo o ânodo (polo positivo), perde elétrons, forma poros pela perda de estrutura onde entra o osso • Texturização→ NÃO TEM BRILHO (poros) • Podemos usar hormônios para ajudar o desenvolvimento do osso • Cria micro retenções na superfície do implante, mais sangue, mais formação de osso • Aumenta a superfície de contato entre a parede do implante e o osso pode ser produzida por: Abrasão de partículas, condicionamento ácido, com condicionamento com plasma de Ti (pulverizado com hidroxiapatita para ter mais compatibilidade) e ablação a laser (riscos, microexploções) • O oxido formado externamente adere e protege o Ti, impedindo de oxidar internamente, não mancha a coroa pois quem conecta na prótese é o pilar intermediário; Como escolher→de acordo com o paciente • Empresa conhecida e tenha respaldo • Depende da plataforma cone ou hexágono • Escolher entre maxila, mandíbula ou universal • Tamanho e angulação Biocompatibilidade • Capacidade do material apresentar resposta apropriada em aplicação específica • Avaliação das propriedades físicas que garantes resistência • Facilidade de fabricação e potencial de esterilização sem degradação do material • Testes de citotoxicidade e característica teciduais de interface • ausência de defeitos • Pelo menos dois estudos clínicos comprovando eficácia →implantes de zircônia existem para melhorar a aparência, mas tem uma menor resistência a umidade, pode quebrar →possibilita substituir um dente sem necessitar ancorar em outros, sendo mais barato que ponte de 3 elementos. Biomecânica • A tensões geradas entre implante e tecido ósseo são afetadas por: • fatores mastigatórios (frequência, força e movimentos) →preferência usar implantes mais longos para suportar a prótese • suporte para a prótese (implanto, implanto/muco ou implanto/dento suportada) • propriedades mecânicas dos materiais envolvidos nas próteses • desenho do corpo do implante e próteses associadas Classificação de Misch 1990 • é a mais encontrada na implantodontia e pode ser encontrada na literatura como: • tipo I – osso cortical denso; • tipo II – cortical denso e osso trabeculado grosso; • tipo III – cortical óssea fina e trabeculado fino; • tipo IV – osso trabecular fino. • 2>3>4>1 melhor Cada tipo ósseo pode ser encontrado em áreas específicas. Como para a implantodontia é necessário uma boa estabilidade primária, mas com irrigação sanguínea suficiente para que o metabolismo local não seja prejudicado e facilite a cicatrização e consequente osseointegração, os tipos ósseos I e IV desta classificação não são bons candidatosà colocação de implantes. O primeiro, por possuir uma cortical muito densa, dificulta a irrigação sanguínea, apesar de ser excelente para a estabilidade primária. O segundo, apesar da boa irrigação, por ser totalmente de osso trabecular fino, é desvantajoso em relação à estabilidade primária. Muitas vezes é necessário realizar a sub-fresagem neste osso para que a estabilidade primária seja atingida. O osso tipo III, apesar de melhor para a estabilidade do que o osso tipo IV, por muitas vezes também apresenta dificuldade em relação à estabilização do implante. Sendo assim, para uma boa osseointegração, o ideal seria a colocação de implantes em osso tipo II; porém, esse osso é comumente encontrado apenas na região anterior mandibular quando não muito reabsorvida. Biomateriais Enxerto em Bloco • Reconstruir rebordos alveolares atróficos, pois podem ser adaptados pelo cirurgião aos mais diferentes tipos de defeitos, principalmente em pacientes que perderam dente há muito tempo • Extraiu o dente e ficou bastante espaço para colocar o implante • Ganha dimensão de osso e paredes para colocar implante • Podem conter osteoblastos e fatores de crescimento, estrutura rígida que servirá de arcabouço, acumula sangue para o depósito de tecido ósseo neoformado. Tipos: • Autógeno - osso do próprio paciente, fixado com parafuso e usa osso em pó para fechar os espaços (mento) • Xenógeno - osso de outra espécie (Bovino) • Sintético – Hidroxiapatita e polímeros (absorvidos) Mandíbula tem menor vascularização e responde pior em neoformação, leva mais tempo, comparado a maxila Enxerto em bloco Xenógeno • Alternativa ao osso autógeno, não submete a 2 cirurgias (1 da retirada) • Estrutura porosa, permite penetração do tecido • Absorção lenta, aumento da estabilidade do tecido, serve de alicerce para ser substituído por osso humano • Fácil manuseio, pode ser cortado no tamanho desejado e esculpido • Armazenamento em temperatura ambiente • Seguro e Estéril • Marca → bionnovation Enxerto particulado • Origem variada, podendo ser autógeno, homógeno, heterógeno ou aloplástico • Consiste de múltiplas partículas com diferentes tamanhos de osso cortical, esponjoso ou ambos, ou de outros materiais, usados em diferentes tipos de defeito • Pode ser usado junto com membranas • É um pó de osso • Necessita de defeito ósseo com pelo menos três paredes para se manter firme (não pode ser usado em alguns casos, só pode perder no máximo 1 parede) • Necessita de leito receptor vascularizado, fixação adequada do enxerto e ausência de traumatismo mecânico ou químico para favorecer a incorporação do enxerto, para não reabsorver mais rápido do que deveria, mandíbula tem maior sucesso. Enxerto particulado - Osso Bovino Enxerto particulado-bovino • Matriz óssea inorgânica mineralizada (cálcio-fosfato, não tem células de boi) com estrutura macro e micro poroso similar aos ossos cortical e esponjoso humano • Atua como mecanismo osseocondutor favorecendo o crescimento e regeneração óssea • Parcialmente remodelado por ação de osteoclastos e osteoblastos • Modo de ação: - Permite a colonização de células osteoblásticas e adesão de vasos sanguíneos - Fase de matriz osteóide e modelação final - Tempo do processo de 6 a 9 meses. (acompanhar pelas TM, a 1ª em 6 meses, podendo repetir se seja necessário) -colocar sempre a mais, pois já é esperado reabsorção de 30%, se reabsorveu mais podemos refazer • Indicado para preenchimento de defeitos ósseos e para o aumento volumétrico nas seguintes situações: - Aumento/reconstrução de cristas alveolares - Preenchimento de cavidades pós-extração, depende do tamanho e possibilidade de ter fraturas; área de rarefação óssea - Preenchimento de cavidades produzidas por intervenções pós-cirúrgicas de tratamentos de cistos, granulomas e outras patologias líticas, buco-maxilo-facial e dentárias - Preparação dos sítios de implante e enchimento de deiscências ósseas - Enxertos ósseos em seios maxilares, pneumatização ou parede fina (fazemos um levantamento do seio) - Preenchimento de defeitos ósseos em regeneração óssea guiada, junto com malhas de titânio e membranas (estabilizam, guia o local do enxerto e protegem o enxerto particulado) Enxerto particulado - Hidroxiapatita - Fosfato de cálcio hidratado sintético 10(PO4)6 (OH)2 /moagem de dentes do próprio paciente (perdeu por trauma) - Favorecendo o crescimento ósseo - Osteocondutora - Permitindo a proliferação de fibroblastos e osteoblastos pela sua composição Indicações: - Substituição óssea - Defeitos de base do crânio, fusão espinhal e aplicações ortopédicas - Procedimentos de crescimento ósseo vertical e horizontal - Tratamento de defeitos ósseos periodontais e periimplantares. (recobrir raiz ou implante não ficou todo recoberto por osso, reabsorção de osso em torno do implante) Enxerto particulado Beta fosfato tricálcio (β-TCP) - Cerâmica particulada sintética absorvível (Ca3(PO4)2) feita a partir de Hidróxido de Cálcio (Ca(OH)2) com o Ác. Fosfórico (H3PO4) - Neoformação óssea pelo processo de osseocondução, induz a substituição - Favorece a migração de vasos através das porosidades, ocorrendo em seguida a migração de osteblastos e outras células que sofrem diferenciação pelo contato com a porção mineral do osso. Indicações: - Técnicas regenerativas em Periodontia, Implantodontia, Ortopedia ou procedimentos cirúrgicos médico e odontológico que necessitem de neoformação óssea - Reconstrução de defeitos de paredes ósseas, traumáticos ou degenerativos - Elevação do assoalho sinusal - Preenchimento periodontal ou ósseo alveolar e osteotomias →fazemos uma pasta com soro fisiológico ou sangue para inserir Membranas • Colágeno, sintética de polímeros, malhas de titânio (precisa remover) • Faz a regeneração óssea guiada • Podemos fixar com parafuso • Usamos as de titânio quando vamos reabrir o local • Permite a passagem de sangue e células Recapitulando • Os sistemas mais utilizados atualmente são o hexágono externo (HE) e o cone morse (CM) • O componente utilizado deve ser específico para cada parafuso Ligas de Ti-6Al-4V e Ti-6Al-4V-7Nb com grau Intersticial ultra baixo, menos oxigênio dentro da liga e faz melhor molhamento e união ao osso • Osseointegração: contato direto entre o osso e a superfície de um implante, para isso o tratamento de superfície é fundamental • Enxerto em bloco: reconstruir rebordos alveolares atróficos (autógeno, xenogeno e sintético) • Enxerto particulado: necessita de defeito ósseo com pelo menos três paredes (autógeno, homógeno, heterógeno ou aloplástico) • Membranas são utilizadas para enxerto guiado, promovem proteção ao enxerto
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