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Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 1° ciclo) Manutenção do volume e da composição iônica dos líquidos corporais (equilíbrio hidroeletrolítico); Excreção dos produtos de degradação metabólica; Eliminação de substâncias e toxinas exógenas; Órgão endócrino; Responsável por inúmeras funções metabólicas. Os rins são órgãos retroperiotenais (posteriores); O rim direito está posicionado mais inferiormente em relação ao rim esquerdo (que é maior); É circundado por uma cápsula fibroelástica resistente (cápsula renal); Apresenta medula e córtex. - Medula renal: É formada por pirâmides e colunas renais. - ANATOMIA DA UNIDADE FUNCIONAL DO RIM: Néfron - Corpúsculo de Malpighi: Tufo glomerular, cápsula de Bowman e arteríolas. - Sistema tubular: TCP, alça de Henle, TCD e túbulo coletor. - Folhetos da cápsula de Bowman: Parietal: Epitélio pavimentoso simples; Visceral: Podócitos e seus prolongamentos. - Membrana glomérulo-capilar: É responsável pela filtração do sangue que chega pela arteríola aferente no glomérulo renal. - Composição da membrana glomérulo- capilar: Endotélio fenestrado, membrana basal (tem carga negativa – isso faz com que proteínas, como a albumina, não passem do glomérulo para a urina) e fenda de filtração (é formada por podócitos dotados de prolongamentos que fazem uma barreira para moléculas grandes). - Quanto maior o volume presente nos capilares, maior a filtração realizada pelos capilares (essa é a pressão hidrostática). - A estipulação da função renal é realizada por meio da dosagem de moléculas, como creatinina e ureia. A creatinina, por exemplo, é eliminada pela membrana de filtração, por isso, quando está em maior quantidade na corrente sanguínea, há pouca filtração e baixa função renal. - Mecanismos de regulação da taxa de filtração glomerular: - Arteríola aferente sofre vasoconstrição para reduzir o volume sanguíneo e, consequentemente, a pressão de filtração. - Arteríola eferente sofre vasodilatação para facilitar a saída do sangue do glomérulo e reduzir a pressão de filtração. OBS.: A arteríola eferente possui maior capacidade de alteração do diâmetro do que a arteríola aferente. EX.: Paciente com choque hipovolêmico arteríola aferente sofre vasodilatação para Nefrologia Funções do Rim Anatomia Renal Taxa de Filtração Glomerular Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 1° ciclo) aumentar a pressão de filtração e a arteríola eferente sofre vasoconstrição também para favorecer o aumento da pressão de filtração. - As células da arteríola aferente liberam renina nesse contexto. A renina atua na conversão do angiotensinogênio em angiotensina I (no fígado). Nos pulmões, a ECA converte a angiotensina I em angiotensina II, que estimula o córtex da adrenal a liberar aldosterona. - Ação sistêmica da angiotensina II: Estimula a vasoconstrição periférica, que aumenta a resistência vascular periférica, aumentando a pressão arterial. - Ação local da angiotensina II: Promove a vasoconstrição da arteríola eferente. OBS.: As modificações que ocorrem nos vasos sanguíneos são para manter a pressão de filtração estável. - Células justaglomerulares: São células produtoras e liberadoras de renina na arteríola aferente. Comunicação do TCD com a arteríola aferente aparelho justaglomerular. - A eliminação de alguns medicamentos, como benzetacil, dá-se pelo processo de secreção, que é um processo ativo de onde a substância sai do capilar e migra para a urina. - Formação da urina: Filtração, reabsorção e secreção. - TFG normal = 80 a 120 mL/min (a função renal é representada pela TFG). - A filtração ocorre por diferença de gradientes de pressão, principalmente, a pressão hidrostática nas alças glomerulares. - Um rim sadio mantém a pressão constante nas alças glomerulares. - Principais mecanismos de regulação da TFG: Vasoconstrição da arteríola eferente; Vasodilatação da arteríola aferente; Feedback tubuloglomerular; Retenção hidrossalina e natriurese. - Túbulo contorcido proximal: Ocorre reabsorção de 65% do filtrado (água, eletrólitos, glicose); Reabsorção de sódio (1ª porção: HCO3- e 2ª porção: Cl-); Reabsorção de água por osmose; Reabsorção de glicose, aminoácidos, fosfato e ácido úrico; Produz eritropoetina e calcitriol; Secreta creatinina, penicilinas, cefalosporinas. - Alça de Henle: Reabsorve 25% do sódio filtrado; Porção descendente só é permeável a água; Porção ascendente é permeável a solutos (Na-K-2Cl); Local onde agem os diuréticos de alça; Diurético de alça (ex.: Furosemida): Faz bloqueio da bomba Na-K-2Cl para que haja eliminação desses solutos, fazendo aumentar a eliminação de urina. OBS.: Efeito colateral de diuréticos de alça cãibra que acontece por falta de K. - Túbulo contorcido distal: Reabsorve 5% do líquido e sódio filtrados; Contém a mácula densa (aparelho justaglomerular); Regula reabsorção de cálcio (ação do PTH); Diurético tiazídico (ex.: Hidroclorotiazida): Faz bloqueio da bomba de Na-Cl, fazendo com que a Fisiologia Renal Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 1° ciclo) concentração desses íons permaneça elevada na urina. OBS.: Hiponatremia é causada principalmente por diuréticos tiazídicos. - Túbulo coletor: Reabsorve 5% do líquido e sódio filtrados; Pode ser dividido em porções cortical e medula; Porção cortical: Ação da aldosterona (reabsorve sódio e água, elimina potássio ou hidrogênio); Ação do ADH: Aumenta a reabsorção de água; Diuréticos poupadores de potássio: Faz bloqueio da ação da aldosterona. - Glomerulares; - Túbulos e interstício; - Vasos sanguíneos; - Sistema uroexcretor. Síndrome nefrítica - Também chamada de glomerulonefrite difusa aguda (GNDA); - Processo inflamatório agudo renal; - Pode ser idiopática ou secundária a uma doença sistêmica; - A hematúria (dismórfica) tem origem nos glomérulos comprometidos, sendo o sinal mais característico (macro ou microscópica); OBS.: A hematúria advinda de uma doença glomerular é caracterizada como dismórfica, porque as hemácias que saem na urina precisam modificar seu formato para passar pela fenda de filtração. - A redução da TFG ocorre devido à baixa de filtração no glomérulo que acontece por excesso de pus e processo inflamatório em volta dos capilares. - O paciente apresenta hipertensão arterial devido à maior volemia (baixa filtração glomerular) e edema pelo acúmulo de líquido. - O EAS detecta hemácias, porém, não identifica se elas são dismórficas. Para isso, deve-se solicitar dismorfismo eritrocitário. - Há escape de leucócitos pelas fendas de filtração leucocitose/leucocitúria. - Proteína Tamm Horsfall do tubo coletor: É responsável por aderir e dar forma de cilindro a hemácias, leucócitos e outras células que passam pelo túbulo e saem na urina. EX.: Cilindros hemáticos. - Em condições normais, a perda de proteínas é fisiológica (até 150 mg/dia). A proteinúria ocorre por alteração de permeabilidade e ruptura glomerular. - O paciente portador de síndrome nefrítica tem proteinúria subnefrótica. - Manifestação de oligúria: Inflamação do glomérulo reduz o volume urinário. - Anasarca: Edema generalizado e hipertensão arterial. - Azotemia: A redução do volume urinário ocasiona aumento de creatinina e uréia, e acúmulo de escórias renais no sangue. - Características clínicas do quadro de síndrome nefrítica Paciente apresenta oligúria, hematúria macroscópica, hipertensão arterial e edema. Doenças Renais Síndromes Glomerulares - De 150 mg/dia até 3,5 g/dia proteinúria subnefrótica.- Maior que 3,5 g/dia proteinúria nefrótica. Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 1° ciclo) SÍNDROME NEFRÍTICA PÓS-ESTREPTOCÓCICA (GNPE): - É o tipo de síndrome nefrítica mais comum. - É o protótipo das síndromes nefríticas; - Configura-se como uma sequela renal pós- infecção por cepas específicas do estreptococo beta-hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes) – sendo comum após infecções de garganta e de pele; - Ocorre depósito de imunocomplexos (junção antígeno-anticorpo) no glomérulo, resultando em inflamação local; - A inflamação pode ter início a partir de imunocomplexos que causam inflamação local ou a partir de reações cruzadas (reações em que o organismo ataca moléculas próprias semelhantes a antígenos). - É uma doença típica de crianças e adolescentes. - A maioria dos portadores é assintomática. - Quadro clínico: Dor lombar com diminuição da diurese (oligúria) e escurecimento (hematúria); Edema periorbitário e matutino; Hipertensão arterial (50-90%); Aumento de escórias nitrogenadas (Ur e Cr); Proteinúria subnefrótica (menor que 3,5g/dia). - Diagnóstico (Utilização de questionário): 1)Faringoamigdalite ou piodermite recente? 2)Período de incubação: - Para faringoamigdalite: 1-3 semanas. - Para piodermite: 2-6 semanas. 3)Infecção estreptocócica comprovada? - Eliminação de exoenzimas: ASLO (antiestreptolisina O) é o exame que detecta exoenzimas liberadas pelo estreptococos causador de faringoamigdalites. - Anti-DNAse B: É sensível para piodermites. 4)Queda transitória de sistema complemento: C3 e CH50 baixos por até 8 semanas. - OBS.: A forma mais fácil de diagnóstico é pela biópsia renal de glomérulo, porém, não é muito usual devido ser invasivo. - Piodermites mais comuns impetigo e erisipela. - Idade mais comum de GNPE é entre 12-15 anos. - Tratamento: Repouso durante fase inflamatória aguda; Restrição de água e sódio; Diuréticos de alça (edema e HAS); Diálise se indicação; Antibioticoterapia para reduzir recidiva e transmissão; Avaliar colonização pelo estreptococos. - Prognóstico: A recuperação da função renal ocorre em até 7 dias em 90% dos pacientes; A hematúria pode persistir por até 2 anos e a proteinúria por até 5 anos; A minoria evolui desfavoravelmente com síndrome nefrótica. 1. (HU – MS) Com relação a glomerulonefrite pós- estreptocócica, assinale a alternativa correta: a) Ocorre cerca de 4 dias após a faringite b) Ocorre cerca de 5 dias após o impetigo c) O complemento C3 encontra-se diminuído e o ASLO pode estar normal Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 1° ciclo) d) O complemento C3 encontra-se diminuído e o ANCA aumentado e) O complemento C3 e o ASLO encontram-se aumentados Gabarito: Letra C a infecção pode ser uma piodermite. - CASO CLÍNICO Há aproximadamente 15 dias, menino com 5 anos de idade iniciou com edema bipalpebral. Segundo a mãe sua urina havia diminuído e apresentava aspecto vermelho-acastanhado. O paciente não apresentava patologias de base. Ao exame físico, apresentava PA= 140x90 mmHg, edema palpebral leve, sem outros locais com edema. O que perguntar em relação à história clínica? - Histórico de infecções: Faringoamigdalite e piodermite. Quais exames solicitar? - ASLO se faringoamigdalite, anti-DNAse B se piodermite, EAS (hematúria, proteinúria), eletrólitos (sódio, potássio, etc), Cr/Ur (função renal), dismorfismo eritrocitário, C3/CH50 (complemento), hemograma (anemia, plaquetas), coagulograma, relação proteína/creatinina. GLOMERULONEFRITE RAPIDAMENTE PROGRESSIVA - Consiste em um quadro grave em que o paciente necessita de terapia dialítica. - Ocorre quando um paciente com síndrome nefrítica evolui para falência renal de curso acelerado e fulminante. - Sem tto precoce, o paciente evolui com esclerose glomerular e necrose tubular em semanas ou meses. - A oligúria é marcante, evoluindo para anúria e promovendo insuficiência renal grave. - Ocorre inflamação (lesão) no glomérulo (célula parietal proliferada do espaço de Bowman), que desprendem monócitos até a região dos capilares. Os monócitos se unem à fibrina e forma o que se chama de “crescente”. A evolução do aglomerado crescente faz compressão dos capilares glomerulares, determinando uma fibrose (esclerose) e necrose da região glomerular (desestruturando o corpúsculo de Malpighi). Isso provoca perda de função renal irreversível. - A biópsia (diagnóstico) de glomerulonefrite rapidamente progressiva deverá conter comprometimento com crescentes em mais de 50% dos glomérulos. - Causas de GNRP: Doenças glomerulares primárias; Doenças glomerulares infecciosas/pós- infecciosas; Doenças glomerulares multissistêmicas; Doenças glomerulares medicamentosas: Alopurinol. - Imunofluorescência indireta (IFI): É um exame de biópsia que avalia o padrão de depósito dos anticorpos no glomérulo. Padrão linear: Anticorpos depositam- se em linha reta no glomérulo. Padrão granular (é o mais comum – 45%): Depósito de imunocomplexo no glomérulo. Padrão com pouco ou nenhum depósito: Pouco depósito de anticorpos. - Dosagem de anticorpos: ANCA: Anticorpo anticitoplasma de neutrófilo. Anti-MBG: Anticorpo antimembrana basal glomerular. ANCA Anti-MBG Linear - + Granular - - Pouco + - - Dentro do padrão linear têm-se as seguintes GNRP: GN antimembrana basal: Sexo feminino, 50-70 anos. Síndrome Goodpasture: Sexo masculino, 20-30 anos. É uma síndrome em que o anticorpo ataca a membrana basal pulmonar do paciente, desencadeando sangramento alveolar hemoptise. - Dentro do padrão granular tem-se principalmente: Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 1° ciclo) GN por imunocomplexos: Idiopática, infecciosas (GNPE), LES, entre outras; há queda de C3 e Ch50. - Dentro do padrão pouco ou nenhum depósito: GN pauci-imune: Idiopática ou secundária a vasculites; caracterizada por pobreza ou ausência de imunoglobulinas. OBS.: O tto é feito com imunossupressor e corticóide em doses altas. Síndromes nefrÓticas - Perda da capacidade de barreira da membrana glomérulo-capilar por mecanismos autoimunes que ocasiona o principal sintoma da síndrome nefrótica proteinúria nefrótica. - Se o problema for na membrana basal, não há barreira de cargas ocorre perda excessiva de albumina (proteinúria seletiva). - Se o problema for na fenda de filtração ocorre perda de várias proteínas diferentes (proteinúria não seletiva). OBS.: A eletroforese de proteínas urinárias identifica o tipo de lesão. *Proteinúria nefrótica: >3,5g/24h no adulto ou >40-50mg/kg/24h na criança. - Quadro clínico: - Albumina: É responsável pela pressão oncótica que mantém o líquido no espaço intravascular. *Edema grave ocasionado pela perda de proteínas, principalmente albumina, (redução de solutos) e extravasamento de líquido para o espaço intersticial. *Redução da PA/Normotensão Apesar de haver perda de proteínas, há acumulo de líquido no corpo, fato que determina uma hipervolemia e controla a PA do paciente. *Urina espumosa proteinúria. - Antitrombina III: É responsável por prevenir eventos tromboembólicos juntamente com a heparina. *Com a perda de antitrombina III pela urina devido à síndrome nefrótica, o paciente apresenta maior risco de desenvolver eventos trombóticos, pois está mais suscetível a hipercoagulabilidade. *Hipercoagulabilidade, estase sanguínea e lesão endotelial (TVP). - Transferrina: É responsável pelo transporte do Fe até a MOV. *A perda de transferrina pela síndrome nefrótica desencadeia anemia hipocrômica e microcítica. - Imunoglobulinas e fatores do complemento: Predispõe a infecções.- Mecanismo de compensação do fígado determina a produção de proteínas para compensar a proteinúria da síndrome nefrótica. *Com isso, há aumento total da produção de proteínas pelo fígado o aumento significativo das lipoproteínas (principalmente LDL) determina um quadro de hipercolesterolemia e hiperlipidemia no paciente. A gravidade da hipercolesterolemia é inversamente proporcional à queda da pressão oncótica. *Aumento do risco cardiovascular e da possibilidade de aterosclerose sistêmica. - A síndrome nefrótica pode ser primária (idiopática) ou secundária a patologias extrarrenais. - Edema periorbitário: Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 1° ciclo) Questões: 1)Qual das manifestações abaixo, sem a qual não cabe o diagnóstico de síndrome nefrítica aguda: a) Proteinúria b) Hipertensão arterial c) Déficit de função renal d) Hematúria dismórfica e) Complemento sérico baixo 2)Em crianças, consideram-se valores nefróticos (síndrome nefrótica) a proteinúria maior que: a) 12mg/kg/dia b) 20mg/kg/dia c) 50mg/kg/dia d) 100mg/kg/dia e) 150mg/kg/dia - FORMAS DE SÍNDROME NEFRÓTICA PRIMÁRIA: - Glomeruloesclerose focal e segmentar (GESF): É mais comum em adultos. - 85% das crianças que desenvolvem síndrome nefrótica Principal causa: Doença por lesão mínima. DOENÇA POR LESÃO MÍNIMA: - A lesão acontece na fenda de filtração; é uma lesão do tipo fusão de processos podocitários das células epiteliais viscerais ao longo das alças capilares. Com a fusão, os podócitos perdem a capacidade de fazer barreira por carga na membrana glomerular. Isso ocasiona uma proteinúria seletiva (perda de albumina). *A lesão é na fenda de filtração, mas a parte da membrana glomérulo-capilar acometida é a membrana basal. - A idade de maior incidência é de 1 a 8 anos. - É responsável por 85% dos casos de síndrome nefrótica em crianças. - O tto é realizado, de forma geral, com imunossupressores (corticosteróides: 1mg/kg/dia durante 8 semanas). - A doença por lesão mínima pode estar associada a doenças sistêmicas, em uma apresentação secundária (linfoma de Hodgkin). Porém, normalmente é de causa idiopática. - Menos que 5% dos pacientes evoluem para rim terminal. - Essa doença é marcada por períodos de remissão e atividade. - Teste terapêutico: Diagnóstico clínico/laboratorial + prescrição de tto para doença por lesão mínima Se o paciente responder bem ao tto, considera-se que é realmente síndrome nefrótica. Se não responder ao tto, procura-se realizar biópsia renal. *Se a proteinúria persistir por mais que 8 semanas na criança ou 16 semanas no adulto o paciente é resistente aos corticóides. *A biópsia é reservada para: Casos não responsivos a corticóides; Casos com recidivas frequentes; Menores de 1 ano ou maiores de 8 anos; Evolução e sinais atípicos. GLOMERULOESCLEROSE FOCAL E SEGMENTAR (GEFS): - Ocorre esclerose glomerular em partes de cada glomérulo Acomete menos de 50% dos glomérulos. *Os glomérulos poupados possuem fusão podocitária. - Há perda da barreira de tamanho Ocorre proteinúria não seletiva. - A forma primária é idiopática. - A forma secundária ocorre na anemia falciforme, HIV, HAS, LES, DM e neoplasias (1/3 manifesta hematúria, HAS, proteinúria subnefrótica). - A base terapêutica é corticosteróide por 3-4 meses (16 semanas). - Os pacientes que recidivam após sua retirada podem ser utilizados imunossupressores. Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 1° ciclo) - A proteinúria é fator de mau prognóstico contribui para a fibrose túbulo-intersticial. - O IECA é utilizado para diminuir proteinúria em 40% dos casos. GLOMERULONEFRITE PROLIFERATIVA MESANGIAL: - Proliferação celular mesangial dos glomérulos. - Comprometimento uniforme por depósito de imunoglobulinas e fatores do complemento. - Causas secundárias: LES, vasculite, endocardite, HIV, entre outros. - Manifesta-se como uma síndrome nefrótica insidiosa com hematúria em alguns casos. - O tto é realizado com prednisona (ciclofosfamida). GLOMERULOPATIA MEMBRANOSA: - Ocorre espessamento da membrana basal que desestrutura as fendas de filtração proteinúria não seletiva devido à perda da barreira de tamanho. - Pode ocorrer de forma idiopática e também de forma secundária no LES, hepatite B e C, medicações, malária, esquistossomose, hanseníase e carcinomas. - Grande parte dos pacientes não necessita de tto, havendo remissão espontânea (corticóide + ciclofosfamida). - Uso de IECA e estatinas é indicado para proteção. *A hematúria ocorre em 50% dos casos e a leucocitúria é rara. A hipertensão acontece em 10-30% dos casos. *Marcadores de mau prognóstico: Sexo masculino, insuficiência renal, hipertensão, proteinúria grave e hiperlipidemia. - Nos pacientes com glomerulonefrite membranosa, a incidência de trombose de veia renal é de 40%. GLOMERULONEFRITE MEMBRANOPROLIFERATIVA: - Ocorre proliferação celular mesangial, com proeminência dessas células entre as alças capilares e os podócitos, promovendo um duplo contorno na membrana basal. - Existe GNMP tipo I (depósitos subendoteliais de imunocomplexos) e tipo II (doença em que ocorre depósitos densos de imunocomplexos) ambas são de causa idiopática. - Pode ocorrer de forma secundária a doenças sistêmicas LES, HIV, HVB e HVC, neoplasias e cirrose. - 25% dos casos se manifestam como síndrome nefrítica. - Única que possui o complemento baixo. O quadro clínico é típico de síndrome nefrótica com manifestação de hematúria, hipertensão e consumo de C3. - O tto pode ser realizado com prednisona + ciclofosfamida. - Os IECA e as estatinas são utilizados na diminuição da progressão. - MEDICAÇÕES GERAIS PARA SÍNDROMES NEFRÓTICAS: Imunossupressores; Diuréticos (diuréticos de alça preferencialmente); Estatinas. - IECA e BRA são nefroprotetores que reduzem a perda de proteínas. Questões: 1)O diagnóstico mais provável de um menino de 5 anos que apresenta síndrome edemigênica associada a redução de níveis de complemento sérico é: a) Glomeruloesclerose segmentar e focal b) Glomerulonefrite membranosa c) Lesão mínima d) Glomerulonefrite difusa aguda e) Glomeruloesclerose angiodisplásica 2)Analisando um paciente de 18 anos com hipertensão, hematúria e edema, concluiu-se que se tratava de glomerulonefrite aguda pós- estreptocócica. Assim sendo, dos dados abaixo o mais improvável é: a) Proteinúria usualmente subnefrótica b) Faringite precedendo o quadro em cerca de 10 dias c) Piodermite precedendo o quadro em cerca de 14 a 21 dias d) Consumo de complemento pela via clássica com diminuição de C4 e CH50 Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 1° ciclo) e) Hipocomplementemia inferior a 8 semanas 3) A lesão glomerular mais comum na síndrome nefrótica idiopática em criança é: a) Glomeruloesclerose segmentar e focal b) Lesão histológica mínima c) Nefropatia membranosa d) Glomerulonefrite membranoproliferativa 4)Paciente do sexo masculino, 25 anos de idade, tabagista, evolui há 1 semana com quadro de febre, hemoptise, dispnéia e hematúria. Há 48h, relata diminuição do volume urinário. Diante desses achados clínicos, a principal suspeita diagnóstica é: a) Lúpus eritematoso sistêmico b) Poliarterite nodosa c) Sarcoidose d) Síndrome de Goodpasture 5)Dada as formas clínicas de apresentação da síndrome nefrótica, em qual a trombose de veia renal se faz mais comum: a) Doença por lesão mínima b) Glomerulonefrite membranosa c) Glomerulonefrite membranoproliferativa d) Glomeruloesclerose focal e segmentar - Consiste na obstrução da artéria renal ou de seus ramos. - Uma das causas mais comuns de EAR é aterosclerose em idosos. - É hemodinamicamentesignificativa quando há lesões de 70-80% de obstrução luminal. - O grau de obstrução necessário para levar ao fenômeno isquêmico varia com a rapidez da instalação da estenose e a riqueza da circulação colateral renal. - A circulação colateral é mais presente no organismo de pacientes idosos devido à sobrecarga que os órgãos foram tendo ao longo da vida. *O praticante de atividade física apresenta mais circulação colateral também. - Circulação renal: Artéria aorta abdominal artéria renal artérias segmentares com ramos anteriores e ramos posteriores artérias interlobares artérias arqueadas arteríolas interlobulares. - A aterosclerose acomete, principalmente, o óstio da artéria renal e o terço proximal da artéria renal. CAUSAS DE ESTENOSE DE ARTÉRIA RENAL: Aterosclerose; Displasia fibromuscular: Altera a parede da artéria e promove uma cicatriz, reduzindo o lúmen da artéria; Dissecação aórtica; Arterite de Takayasu; Colagenoses; Trauma abdominal; Neurofibromatose; Radiação (estenose actínica); Pós-transplante renal. SINTOMAS: - Os sintomas são comuns ao de um paciente em choque hipovolêmico. - Mecanismo de compensação renal quando há estenose aórtica: Chega pouco sangue na arteríola aferente (sofre vasodilatação pela liberação de NO e prostaglandinas). Liberação de renina e ativação do SRAA: Vasoconstrição de arteríola eferente; vasoconstrição periférica; aumento da PA. Paciente com estenose de artéria renal apresenta hipertensão devido à retenção de sódio e líquido no organismo pela aldosterona. Essa hipertensão é do tipo secundária (hipertensão renovascular) que acontece por causa da estenose de artéria renal. Estenose de artéria renal Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 1° ciclo) GRAVIDADE DO ACOMETIMENTO: Estenose unilateral: Hipertensão arterial e ausência de disfunção renal porque há outro rim normofuncionante. Estenose bilateral: Hipertensão arterial e disfunção renal (redução de TFG). *A redução do fluxo sanguíneo induz à vasodilatação (pela liberação de prostaglandinas e NO) da arteríola aferente. Em seguida, ocorre liberação de renina, pelo aparelho justaglomerular, para ativação da ECA e elevação da PA. A arteríola eferente sofre vasoconstrição pela ação da angiotensina II para reduzir a saída de fluxo sanguíneo. *O tto para hipertensão arterial no paciente com estenose unilateral é feito com IECA ou BRA para bloquear o SRAA. Com isso, ocorre redução discreta de TFG. *O tto para paciente com estenose bilateral não pode ser feito com IECA/BRA porque essas medicações podem descompensar o paciente devido ele já ter uma disfunção renal. Podem ser utilizados BCC ou diuréticos tiazídicos. *A estenose bilateral ou em rim único pode causar nefropatia isquêmica. *Os AINES agem inibindo a ação de prostaglandinas, isso faz com que a arteríola aferente não sofra vasodilatação, reduzindo seu calibre, o fluxo sanguíneo e, consequentemente, a TFG. Paciente portador de estenose bilateral ou disfunção renal por outra causa não deve utilizar AINES. OBS.: Mesmo com redução do fluxo sanguíneo para o rim portador de estenose unilateral, não há necrose do parênquima renal, visto que o aporte nutricional necessário é 10% do volume sanguíneo que chega ao rim. ATEROSCLEROSE DE ARTÉRIA RENAL - É responsável por cerca de 2/3 dos casos. - Predomina em pacientes com mais de 50 anos. - Geralmente, acomete pacientes com múltiplos fatores de risco e aterosclerose de outros territórios. - Possui incidência semelhante entre os sexos. - A lesão acomete a porção proximal da artéria renal, predominando em óstio aorto-renal e nos terços proximal e médio (raramente o terço distal). - A estenose bilateral aterosclerótica (nefropatia isquêmica) é responsável por até 20% dos casos de rim terminal recém-admitidos na diálise. - Progride mais do que a displasia fibromuscular. DISPLASIA FIBROMUSCULAR DE ARTÉRIA RENAL - A displasia fibromuscular tem etiologia desconhecida. - É responsável por < 1/3 dos casos. - Caracteriza-se pelo espessamento muscular ou fibromuscular de uma ou mais camadas da artéria renal ou ramos. - Afeta de 15-40 anos de idade. - Classificada em quatro tipos: Fibroplasia perimedial; Fibroplasia da média (75-80% dos casos): É a causa mais comum de estenose de artéria renal em jovens, com grande predomínio no sexo feminino (5:1); Hiperplasia da média; Fibroplasia da íntima: A forma infantil. *A progressão da obstrução só ocorre em 30% dos casos, e a incidência de oclusão total é baixa. APRESENTAÇÃO CLÍNICA: - Hipertensão renovascular: A estenose de artéria renal é responsável por até 5% dos casos de HAS na população. *Ao exame físico, deve-se procurar por sopro abdominal. *Quando suspeitar de hipertensão renovascular: Paciente com hipertensão grave de início abrupto manifestada antes dos 30 ou após os 50 anos de idade. Hipertensão grave: PAD > 120 mmHg. Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 1° ciclo) Hipertensão resistente não melhora com medicamento. Hipertensão moderada/grave + aterosclerose difusa extrarrenal + tabagismo (“Tríade clássica”). Sopro abdominal sistodiastólico. Assimetria do tamanho renal ao US: Estenose unilateral devido à fibrose, ocorre perda de função renal e o rim reduz seu tamanho. Hipertensão + IRA (injúria renal aguda) precipitada por inibidores da ECA ou antagonistas da angiotensina II. Edema pulmonar hipertensivo recorrente. *OBS.: Tratamento de paciente hipertenso com IECA Paciente começou a descompensar (edema, oligúria) a TFG deve-se desconfiar de estenose de artéria renal. *OBS.: Deve-se investigar o surgimento de hipertensão previamente aos 30 anos de idade, hipertensão grave após 50 anos de idade, hipertensão refratária ao tratamento, hipertensão associada à piora de função renal, deterioração de função renal após introdução de IECA e discrepância entre os tamanhos dos rins. - Nefropatia isquêmica: Ocorre com estenose grave, bilateral ou em rim único. *Caracteriza-se por insuficiência renal progressiva e piora abrupta da hipertensão que costuma acometer idosos (> 65 anos). *O sedimento e o exame de urina geralmente revelam apenas proteinúria (< 500mg/24h). *Quadro sugestivo de nefropatia isquêmica: Idoso hipertenso com aterosclerose extrarrenal que evolui com piora renal inexplicada. Hipertenso evoluindo com falência renal aguda oligúria inexplicada. Hipertenso evoluindo com falência renal aguda após usar IECA ou antagonista da anigotensina II. Edema agudo hipertensivo de repetição, apesar da terapia anti- hipertensiva regular. DIAGNÓSTICO: - A estenose de artéria renal tem sido subdiagnosticada devido à necessidade de métodos diagnósticos caros e ao desconhecimento de seus critérios de suspeita clínica. - Ultrassom: O US consegue visualizar se há estenose renal, mas não demonstra o comprometimento da artéria por exemplo. - Exames laboratoriais: Presença de hipocalemia (baixa de K) ou alcalose metabólica. - Arteriografia (padrão ouro): Feita com cateter e uso de contraste para visualizar o interior de vasos sanguíneos. É um exame invasivo e com riscos associados. *O diagnóstico pela arteriografia demonstra um padrão de imagem chamado de “colar de contas” quando a estenose de artéria renal ocorre por displasia fibromuscular. *OBS.: A arteriografia só é indicada em casos cuja revascularização renal é possível (colocação de stent e angioplastia). - Angiotomografia; - Angiorressonância nuclear magnética. - Exemplos de arteriografias: - Angiorressonância: Nota-se uma estenose bilateral. Heloiza Bernardes Saúde Integraldo Adulto (5/12 – 1° ciclo) TRATAMENTO: - TRATAMENTO PARA DISPLASIA FIBROMUSCULAR: - Angioplastia por balão: Punciona, insere o cateter com balão na ponta Depois infla o balão nos locais de estenose da artéria renal, visando dilatação das regiões estreitadas e aumento do fluxo sanguíneo. - TRATAMENTO PARA ATEROSCLEROSE: - Terapia conservadora: Uso de IECA/BRA para reduzir hipertensão e mortalidade (essa medicação é contraindicada em pacientes com estenose bilateral – daí utilizar BCC). *Cessar tabagismo, tratar obesidade. *AAS: Antiagregante plaquetário – reduzir risco de trombose. *Estatinas: Controle de hipercolesterolemia. - Revascularização (angioplastia ou cirurgia): Angioplastia (com ou sem stent) ou cirurgia aberta. *Angioplastia com stent é melhor quando há chances de revascularização. A angioplastia sem stent não é muito eficaz para casos de aterosclerose. A intervenção endovascular é a melhor terapêutica para pacientes com EAR ocasionada por aterosclerose e que evolui com hipertensão resistente associada à piora progressiva da função renal. *Cirurgias abertas: By-pass: É como se fosse uma “ponte de safena”. Faz-se com a implantação de um novo ramo na artéria aorta abdominal para irrigar o rim acometido. Endarterectomia: Ocorre retirada de placa de ateroma da artéria renal para corrigir a estenose. Autotransplante renal: É uma cirurgia invasiva em que se muda o rim de lugar, ou seja, implanta-se o próprio rim na pelve, retirando-o do espaço retroperitoneal. Questões: 1)Adroaldo, 63 anos, chegou a emergência com queixa de dor abdominal. Apresentava- se pálido, PA 70x40 mmHg, e uma massa abdominal pulsátil palpável. A TC de abdome confirmou a suspeita de aneurisma da aorta abdominal roto sendo, então, encaminhado para cirurgia de emergência. A complicação mais comum, após o reparo do aneurisma de aorta abdominal roto, é: a) Fístula aorto-entérica b) Isquemia intestinal c) Isquemia do miocárdio d) Êmbolos ateromatosos e) Insuficiência renal aguda 2)Em relação as ações renais dos inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), é incorreto afirmar que: a) Reduzem a proteinúria b) Atenuam a hiperplasia e fibrose c) Inibem a formação de angiotensina I d) Reduzem a resistência vascular na arteríola eferente 3)A causa mais comum de hipertensão renovascular no jovem é: a) Arterite renal b) Coarctação de aorta c) Displasia Fibromuscular d) Aterosclerose e) Nefroangiite Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 1° ciclo) - Consiste na redução da TFG, resultando na retenção de escórias nitrogenadas, desregulação no volume extracelular e eletrólitos. - Está associado a um aumento importante de morbimortalidade intra-hospitalar (30-86%). Questão: 1)A lesão renal aguda é definida: a) Pelo aumento da Ur ou Cr e redução da diurese b) Pelo aumento da Ur ou Cr exclusivamente c) Exclusivamente pela redução da diurese d) Pelo aumento da Cr ou redução da diurese e) Pelo aumento da Ur ou redução da diurese DEFINIÇÃO - A 1ª possibilidade EX.: Paciente hospitalizado com Cr de 1,0 e aumento para 1,5 no 3° dia de internação (ou seja, houve aumento de mais de 0,3 mg/dL em 48h). - A 2ª possibilidade EX.: Se a creatinina sérica aumenta mais que 1,5x o valor basal da creatinina. - A 3ª possibilidade EX.: Paciente internado com sonda vesical e bolsa coletora com volume urinário menor que 0,5 mL/kg/h por 6 horas. *Cálculo do débito urinário (DU): VU: 200 mL/6h = 33 ml/h DU: 33mL/80kg = 0,4 mL/kg *Quanto maior o estágio da IRA, menos diurese. CASO CLÍNICO Paciente do sexo masculino, 30 anos, procura atendimento devido a piora do estado geral e diminuição da diurese. Relata que há 3 dias vem apresentando episódios de diarreia aquosa. - Ur: 150 - Cr: 1,7 Relata que possui exames de uma semana atrás com Ur de 25 e Cr de 1,0. *CD: - Solicitar exames: HC, PCR, eletrólitos, Cr, Ur, EAS. - Prescrever medicação para melhora do estado geral. - Eletrólitos e EAS normais. *Qual as HD? - IRA (estágio 1) porque a Cr aumentou 1,7 nos últimos dias. - Gastroenterite. - Desidratação. TIPOS DE IRA - IRA pré-renal: Paciente muito desidratado ou em choque hemorrágico pode desenvolver IRA pré-renal porque chega pouco líquido para ser filtrado no glomérulo. É o tipo de IRA mais comum. A relação de Ur/Cr > 40 é sinal de IRA pré-renal. *Caracteriza-se reversível quando restaurado o fluxo renal. *A IRA pré-renal acontece quando há queda do volume circulante efetivo. Injúria Renal Aguda (IRA) Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 1° ciclo) *Causas: Redução de volume circulante efetivo (hemorragia, diarreia, vômito) Estados de choque (choque hipovolêmico, choque por sepse que acontece devido à vasoplegia, ou seja, os vasos sanguíneos se dilatam e perdem a capacidade de contrair e relaxar normalmente) Insuficiência cardíaca descompensada Cirrose hepática com ascite Nefropatia isquêmica AINEs ou iECA/BRA *Paciente com cirrose hepática encontra-se edemaciado, ou seja, ele acumula líquido no organismo e consequentemente reduz o volume circulante efetivo, promovendo hiporperfusão renal e IRA pré-renal. *Diagnóstico: Relação Ur/Cr maior que 40 Hipovolemia: Hipotensão postural, desidratação, taquicardia, hipotensão. EAS não apresenta alterações (cilindros hialinos – não tem significado patológico). *Tratamento: Tratar, de forma específica, a causa base Suspender medicações nefrotóxicas (AINEs, iECA, BRA) Reposição da volemia (cristalóides) - IRA renal: Paciente com síndrome nefrítica (inflamação glomerular) reduz a TFG e tem IRA renal porque há lesão de parênquima renal. *É causada por lesão no próprio parênquima renal. *Pode se apresentar com oligúria, anúria e não oligúria/poliúria. *Comum em pacientes em UTI, associada a alta letalidade. *O tipo mais comum é a necrose tubular aguda. *As doenças tubulares interferem no processo de reabsorção, alterando o volume urinário final. *Tratamento: Realizado de acordo com a etiologia do quadro - IRA pós-renal: Paciente de 80 anos com próstata de tamanho aumentado pode desenvolver IRA pós-renal porque a próstata aumenta, comprime a uretra e obstrui a passagem de urina, gerando acúmulo de urina na bexiga (bexigoma bexiga tensionada e cheia de urina), nos ureteres e nos rins (hidronefrose). A sonda vesical de demora serve para confirmar a hipótese de IRA pós-renal e auxiliar na melhora do quadro. A relação Ur/Cr < 20 é sinal de IRA pós-renal. *A IRA é uma disfunção renal causada por obstrução aguda do sistema uroexcretor. *A IRA pós-renal é sempre de causa obstrutiva. *A causa mais comum é a HPB. *Causas: HPB Medicamentos anticolinérgicos e simpaticomiméticos Prostatite ou ITU CA de próstata, bexiga, entre outros Cálculo ureteral Causas congênitas *Para se ter IRA pós-renal por obstrução de ureter, a obstrução obrigatoriamente deve ser bilateral (porque se for obstrução unilateral de ureter um rim compensa o outro). *Diagnóstico: Anúria/oligoanúria Desconforto hipogástrio e bexigoma Síncope vasovagal por distensão de bexiga Anúria não é obrigatória Pode haver hematúria se bexigoma volumoso Se dúvida, solicitar USG de rins e vias urinárias No EAS pode ser encontrado hematúria ou piúria A presença de cilindros celulares não é esperada *Tratamento: Desobstrução através de SVD (cateter de Foley) Cistostomia (faz a passagem de sonda pelo abdome e conecta na bexiga para esvaziar a bexiga) Nefrostomia percutânea (obstrução de ureter) Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12– 1° ciclo) *SVA (sonda vesical de alívio) é utilizada para investigar se há obstrução de sistema urinário. *SVD (sonda vesical de demora) é aquela que possui uma bolsa coletora e permanece no paciente. FUNÇÕES DO RIM - A síndrome urêmica é o quadro de acúmulo de substâncias em grande quantidade. É um quadro grave que exige diálise devido aos sintomas graves. (TFG < 15-30 mL/min). MÉTODOS DE AVALIAR A FUNÇÃO RENAL 1. Dosagem de Ur. 2. Dosagem de Cr. 3. Clearance de Cr. 4. Uso de novos marcadores (cistina C, insulina...) - A amônia, gerada pela degradação de proteínas, é convertida em ureia (menos tóxica) pelo fígado. - A uréia em doses baixas não é tóxica para o organismo. - Náuseas, vômitos, disfunção plaquetária, anorexia, etc. - Valor de referência: 20-40mg/mL. - Outras causas não renais de alteração da Ur: Hipovolemia, sangramento digestivo, estados hipercatabólicos, dieta hiperproteica e medicamentos (corticóide, tetraciclina). É devido a isso que não se utiliza apenas a Ur para diagnóstico de IRA. - A Cr não é tóxica para o organismo. - Substância atóxica produzida pelo tecido muscular (deriva a creatina – armazena energia no miócito). - Possui produção diária relativamente constante. - Seus níveis normais dependem da massa muscular e da ingesta de carne. Situações fisiológicas de alteração de Cr: - Paciente idoso, desnutrido tem Cr mais baixa. - Paciente com maior massa muscular, paciente que ingere muita carne tem Cr mais alta. SÍNDROME URÊMICA AGUDA: - Constitui-se de uma complicação da IRA que evolui com piora e sintomas de insuficiência renal. Acúmulo de toxinas nitrogenadas dialisáveis; Hipervolemia; Desequilíbrio hidroeletrolítico e ácido- básico. - EAP: É um edema grave que gera dispnéia e crepitações devido ao preenchimento dos alvéolos com líquido. *O tto é feito com furosemida (diurético de alça). - A hipervolemia pode provocar derrame pericárdico devido ao aumento de líquido entre os folhetos parietal e visceral que constituem o pericárdio. As toxinas presentes no sangue, que determinam a hipervolemia, podem provocar pericardite aguda por inflamação do pericárdio. - A anemia é de causa multifatorial, mas acontece principalmente pelo déficit de EPO que gera redução da produção de glóbulos vermelhos. Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 1° ciclo) - O aumento de uréia causa disfunção plaquetária, favorecendo a ocorrência de sangramentos e potencializando o quadro de anemia. - Distúrbios eletrolíticos importantes: HIPERCALEMIA – K elevado na corrente sanguínea O K alto é a principal causa de mortalidade em pacientes com IRA. *O aumento de K ocasiona arritmias malignas que geram complicações graves. *O controle dos níveis de K é feito pela diálise. HIPONATREMIA – Na baixo: ? HIPERFOSFATEMIA – P elevado Paciente em uso de quimioterápico apresenta elevada destruição celular e aumento de íons intracelulares na corrente sanguínea. Existe um tipo de IRA que promove aumento de P devido a alta destruição celular, assim como em paciente com CA. *P e K são mais difíceis de ser excretados. HIPOCALCEMIA – Ca 2+ baixo (a concentração baixa de Ca 2+ iônico ocorre devido à hiperfosfatemia, pois o P junta-se ao Ca 2+ , baixando sua concentração) Fosfato de cálcio é uma substância formada a partir da junção de P e Ca 2+ iônicos presentes na corrente sanguínea. Essa junção precipita no endotélio do vaso sanguíneo e calcifica-o, reduzindo a complacência arterial e, consequentemente, promovendo hipertensão arterial. - Faixa fisiológica de pH (7,35 – 7,45): É controlada pelos pulmões e rins. *Os distúrbios metabólicos (acidose e alcalose) estão associados ao rim. *Cetoacidose diabética: Produção excessiva de ácidos que gera acidose metabólica. Os pulmões aumentam a frequência respiratória (taquipneia), a fim de eliminar CO2 e promover alcalose respiratória. *ITU grave: Gera sepse e vasoplegia (perda da capacidade de alteração do vaso sanguíneo). A vasoplegia promove hipotensão e produz má perfusão (baixa de O2). A má perfusão promove metabolismo anaeróbio, produzindo alta quantidade de ácido lático que vai levar a um quadro de acidose metabólica. INDICAÇÕES DE DIÁLISE DE URGÊNCIA NA IRA: Síndrome urêmica inquestionável Hipervolemia grave e refratária: Paciente com EAP, anasarcado e refratário ao tto com furosemida. Hipercalemia grave e refratária ou recorrente: Potássio elevado que pode ocasionar arritmia maligna. Acidose metabólica grave e refratária ou recorrente Intoxicação por substâncias dialisáveis
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