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Consolidação processual e substancial Plano alternativo dos credores Profa. Dra. Sheila Neder Cereze< sheila.neder@usp.br sheila@nedercereze<.com.br mailto:sheila.neder@usp.br mailto:Sheila@nedercerezetti.com.br A recuperação judicial de mais de uma devedora • Fundamentos, utilidade e limites • Pré-reforma: LRE: recuperações e falências de sociedades individuais • Consolidação processual: art. 189 (aplicação subsidiária do CPC, art. 113) • Consolidação substancial • Reforma de 2020: RJ para integrantes de grupo societário (art. 69-G) Consolidação processual § Primeiros casos SP Impacta, I-S1ck, Schahin, Alcometalic, Constella1on (consolidação processual vs. substancial) CONSOLIDAÇÃO PROCESSUAL APÓS A REFORMA Art. 69-G. Os devedores que atendam aos requisitos previstos nesta Lei e que integrem grupo sob controle societário comum poderão requerer recuperação judicial sob consolidação processual. § 1º Cada devedor apresentará individualmente a documentação exigida no art. 51 desta Lei. i) Requisitos: normais + controle societário comum (mais restritivo) ii) constatação prévia no mesmo período de tempo? inatividade de uma das requerentes? iii) Documentação integral para cada uma das requerentes iv) Deferimento do processamento: pode dar-se só para algumas? Com determinação de emenda para demais? CON SO L IDAÇÃO PRO CESSUA L A PÓ S A REFO RM A Art. 69-G. (...) § 2º O juízo do local do principal estabelecimento entre os dos devedores é competente para deferir a recuperação judicial sob consolidação processual, em observância ao disposto no art. 3º desta Lei. § 3º Exceto quando disciplinado de forma diversa, as demais disposições desta Lei aplicam-se aos casos de que trata esta Seção. i) Foro competente. Mesmo critério. Diferentes a4vidades? CON SO L IDAÇÃO PRO CESSUA L A PÓ S A REFO RM A Art. 69-H. Na hipótese de a documentação de cada devedor ser considerada adequada, apenas um administrador judicial será nomeado, observado o disposto na Seção III do Capítulo II desta Lei. i) AJ único. Mas com trabalho mul5plicado. Tratamento de credores e a5vos separadamente. CONSOLIDAÇÃO PROCESSUAL APÓS A REFORMA Art. 69-I. A consolidação processual, prevista no art. 69-G desta Lei, acarreta a coordenação de atos processuais, garan<da a independência dos devedores, dos seus a3vos e dos seus passivos § 1º Os devedores proporão meios de recuperação independentes e específicos para a composição de seus passivos, admi<da a sua apresentação em plano único. i) Plano único (69-I, §1º) x Plano Unitário (69-L) – independência devedores. ii) Coordenação de atos processuais: Possível ingresso posterior? CON SO L IDAÇÃO PRO CESSUA L A PÓ S A REFO RM A Art. 69-I. (...) § 2º Os credores de cada devedor deliberarão em assembleias-gerais de credores independentes. § 3º Os quóruns de instalação e de deliberação das assembleias-gerais de que trata o § 2º deste artigo serão verificados, exclusivamente, em referência aos credores de cada devedor, e serão elaboradas atas para cada um dos devedores. i) AGC independentes. Quórum individual. CON SO L IDAÇÃO PRO CESSUA L A PÓ S A REFO RM A Art. 69-I. (...) § 4º A consolidação processual não impede que alguns devedores obtenham a concessão da recuperação judicial e outros tenham a falência decretada. § 5º Na hipótese prevista no § 4º deste artigo, o processo será desmembrado em tantos processos quantos forem necessários. i) Destinos independentes. ii) Caso de convolação de um/alguns deles Consolidação substancial • Medida excepcional acoplada à consolidação processual • Na prá5ca: consolidação da consolidação (2016) • 71,7%-86,1% substancial sem decisão judicial (NEPI) • Pode a reforma melhorar esse cenário? CON SO L IDAÇÃO SU BSTAN C IA L A PÓ S A REFO RM A Art. 69-J. O juiz poderá, de forma excepcional, independentemente da realização de assembleia-geral, autorizar a consolidação substancial de ativos e passivos dos devedores integrantes do mesmo grupo econômico que estejam em recuperação judicial sob consolidação processual, apenas quando constatar a interconexão e a confusão entre ativos ou passivos dos devedores, de modo que não seja possível identificar a sua titularidade sem excessivo dispêndio de tempo ou de recursos, cumulativamente com a ocorrência de, no mínimo, 2 (duas) das seguintes hipóteses: I - existência de garantias cruzadas II - relação de controle ou de dependência III - identidade total ou parcial do quadro societário; IV - atuação conjunta no mercado entre os postulantes. CON SO L IDAÇÃO SU BSTAN C IA L A PÓ S A REFO RM A Art. 69-K. Em decorrência da consolidação substancial, a"vos e passivos de devedores serão tratados como se pertencessem a um único devedor. § 1º A consolidação substancial acarretará a exAnção imediata de garan"as fidejussórias e de créditos de"dos por um devedor em face de outro. § 2º A consolidação substancial não impactará a garan"a real de nenhum credor, exceto mediante aprovação expressa do Atular i) Sociedade de fato? Em caso de convolação? CON SO L IDAÇÃO SU BSTAN C IA L A PÓ S A REFO RM A Art. 69-L. Admi-da a consolidação substancial, os devedores apresentarão plano unitário, que discriminará os meios de recuperação a serem empregados e será subme-do a uma assembleia-geral de credores para a qual serão convocados os credores dos devedores § 1º As regras sobre deliberação e homologação previstas nesta Lei serão aplicadas à assembleia-geral de credores a que se refere o caput deste ar-go. § 2º A rejeição do plano unitário de que trata o caput deste ar-go implicará a convolação da recuperação judicial em falência dos devedores sob consolidação substancial. “necessária a apresentação de informações adicionais pelas recuperandas, de modo que os interessados possam avaliar a necessidade de utilização desse expediente excepcional.” (AI n. 2203562-72.2018.8.26.0000, 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial, Rel. Des. Cesar Ciampolini, j. 20.02.2019) “plenamente acertada a r. decisão de primeiro grau ao permitir a apresentação de plano idêntico (um mesmo plano) para todas as empresas do grupo, separando, contudo, as distintas massas credoras na deliberação porque a cada uma delas se estabelece distinção quanto à solvência.” (AI n. 2198113-36.2018.8.26.0000, 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial, Rel. Des. Ricardo Negrão, j. 11.03.2019) 14 E A CO N S O L ID A Ç Ã O SU B S TA N C IA L VO LU N TÁ R IA? Apresentação do plano de RJ: panorama pré- reforma - Atribuição exclusiva do devedor (art. 53, LRF) - Alterações do plano em AGC: só com expressa concordância do devedor (Art. 56, § 3º, LRF) - Devedor que também inicia o processo e conduz a recuperanda durante sua tramitação - Desequilíbrio entre poderes? Apresentação do plano de RJ: crí4cas - Veto do devedor a plano viável e apoiado por credores - Futuro da empresa não deveria ficar apenas nas mãos do devedor - Confusão entre empresa e empresário - “Arma” dos credores: rejeição do plano e quebra - Falência indesejável = aprova-se qualquer PRJ Plano Alternativo Rejeição do PRJ do devedor (ou fim do stay sem deliberação sobre ele) Votação no ato sobre prazo de 30 dias para credores (mais da metade dos créditos presentes) Novo stay period de 180 dias Apresentação do plano alternaAvo em 30 dias, para regular deliberação (desde que presentes requisitos) Controle de legalidade e concessão da RJ (ou convolação em falência) Requisitos para votação do plano: Ausência dos requisitos p/ cram down Mesmos requisitos do PRJ do devedor Apoio escrito de 25% dos créditos totais sujeitos à RJ ou 35% dos créditos presentes na AGC que aprovou o prazo Não imputar obrigações novas, não previstas em lei ou em contratos anteriores aos sócios do devedor Liberação das garantias pessoais prestadas por pessoas físicas em favor dos credores apoiadores (antes ou no voto), s/ ressalvas Não se impor ao devedor ou aos sócios sacrifício pior doque enfrentariam na falência Desafios - Cumprimento por devedor que não concordou (exceto na capitalização de créditos com re9rada) - Planos alterna9vos concorrentes? - Dificuldades para não criar novas obrigações aos sócios. Eventual solução: alienação da par9cipação - Necessidade de conciliação com regime societário (art. 50 remete à legislação específica) - Liberação das garan9as: ônus exacerbado - Avaliação do valor do negócio Conclusão - Fundamentos importantes pela defesa do plano alternativo - Inúmeros desafios da própria sistemática - Para piorar, cria outros (liberação das garantias) - Possível que o instituto não ganhe ampla utilização - Pode servir para aumentar poder de barganha dos credores
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