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TCC - VERSAO FINAL

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DE SOROCABA 
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO E ASSUNTOS ESTUDANTIS 
CURSO DE FARMÁCIA 
 
 
 
 
 
 
 
Ana Flávia Rodrigues de Lima Costa 
Andrezza Caroline Cobello 
Mariana Mossin 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A SITUAÇÃO DO USO DE MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO NO 
BRASIL – UMA REVISÃO NARRATIVA 
 
 
 
 
 
 
 
Sorocaba/SP 
2021 
Ana Flávia Rodrigues de Lima Costa 
Andrezza Caroline Cobello 
Mariana Mossin 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A SITUAÇÃO DO USO DE MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO NO 
BRASIL – UMA REVISÃO NARRATIVA 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como exigência parcial para 
obtenção do Diploma de Graduação em 
Farmácia, da Universidade de Sorocaba. 
Orientadora: Yoko Oshima Franco 
 
 
 
 
 
 
Sorocaba/SP 
2021 
Ana Flávia Rodrigues de Lima Costa 
Andrezza Caroline Cobello 
Mariana Mossin 
 
 
 
 
 
 
 
 
A SITUAÇÃO DO USO DE MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO NO 
BRASIL – UMA REVISÃO NARRATIVA 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como exigência parcial para 
obtenção do Diploma de Graduação em 
Farmácia, da Universidade de Sorocaba. 
Orientadora: Yoko Oshima Franco 
Aprovado em ______/______/______ 
 
Banca Examinadora: 
 
________________________________________ 
Pres.: presidente da banca 
 
 
________________________________________ 
1º Exam: professor 1º avaliador 
 
 
 
_________________________________________ 
2º Exam: professor 2 º avaliador
AGRADECIMENTOS 
 
Agradecemos primeiramente a Deus pela nossa vida, por ter nos dado força e 
coragem para superar todos os desafios durante esses cinco anos de curso, sem Ele 
nada disso seria possível. Às nossas famílias que não mediram esforços para nos 
ajudar nessa caminhada, não deixando que faltasse nada e dando suporte em tudo 
que era necessário, nenhuma palavra é suficiente para demostrar a nossa total 
gratidão. 
 Somos muito gratas a Universidade de Sorocaba e a todos os docentes que 
estiveram presentes durante esses anos, pelos ensinamentos, apoio e os puxões de 
orelha quando era preciso, com certeza nada disso seria possível sem eles. Deixamos 
também nosso agradecimento aos colegas de sala, que de alguma forma foram 
importantes. 
 A nossa orientadora Prof. Dr. Yoko Oshima Franco agradecemos pela 
paciência, atenção, por todos os conselhos que nos ajudaram a continuar e que não 
deixou de acreditar que tudo seria possível. Foi um privilégio poder ter um exemplo 
de profissional tão competente conosco nessa etapa. Nosso muitíssimo obrigado por 
todo auxilio. 
 
 
 
RESUMO 
Segundo a Organização Mundial da Saúde, os medicamentos isentos de prescrição 
(MIPs), “são medicamentos aprovados pelas autoridades sanitárias para aliviar 
sintomas de doenças não graves, com uma evolução lenta e que não causam danos 
significativos”. São liberados sem receitas no balcão de farmácias, apenas com as 
orientações disponíveis no rótulo e bula. Os MIPs, são como os medicamentos 
prescritos com receita médica e merecem a orientação sobre a dose indicada, por 
quanto tempo tomar, as contraindicações e possíveis efeitos adversos. O seu uso 
incorreto pode oferecer riscos, pois envolve etapas importantes que acontecem no 
organismo de cada um (absorção, metabolização e excreção). Se o paciente possui 
alguma outra doença os MIPs poderão interferir no tratamento ou levar a alguma 
reação alérgica e, em outras situações, poderão aliviar o sintoma e mascarar o 
diagnóstico correto da doença. Quando o medicamento é usado de forma correta, os 
efeitos produzidos aliviam os sintomas, ressaltando-se a importância do farmacêutico 
no processo de orientação do uso correto e, quando necessário, do encaminhamento 
do paciente ao médico. De acordo com os dados de 2017 da Organização Mundial da 
Saúde, 35% dos medicamentos são comprados por automedicação, e 50% são 
consumidos de forma incorreta, levando os hospitais a gastarem seus orçamentos 
com 20% destinado na solução de complicações geradas por mau uso de 
medicamentos. A partir disso, este projeto foi direcionado à produção de uma matéria 
para veiculação em jornal, com vistas à orientação da população, em seu direito de 
receber informações de profissionais habilitados e prevenir efeitos adversos 
indesejados, intoxicações ou algo mais grave. A metodologia utilizada foi revisão 
narrativa utilizando a base de dados Scielo (ressaltando os efeitos dos anti-
inflamatórios, analgésicos, antitérmicos e relaxantes musculares) e SINITOX, para 
construir os argumentos da matéria. Foram também selecionadas as principais 
legislações que regulam o uso de MIPs no Brasil. 
 
Palavras-chave: Automedicação. Medicamentos isentos de prescrição (MIPs). 
Assistência farmacêutica. Anti-inflamatórios. Analgésicos. Antitérmicos. Relaxantes 
musculares. 
 
 
ABSTRACT 
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
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xxxxxxxxxxxxxxx 
 
 
Keywords: Xxxxxxxxxxxxxx, Xxxxxxxxxxxxxx, Xxxxxxxxxxxxxx, 
 
 
 
LISTA DE TABELAS E FIGURAS 
 
 
 
Tabela 1 – Casos de intoxicação por medicamentos segundo circunstância............ 32 
Tabela 2 - Casos de intoxicação por medicamentos segundo faixa etária ................ 33 
Tabela 3 - Casos de intoxicação por medicamentos segundo sexo .......................... 33 
Tabela 4 - Casos de intoxicação por medicamentos segundo zona de ocorrência ... 34 
Tabela 5 - Casos de intoxicação por medicamentos segundo evolução ................... 34 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
ABIMIP - Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de 
Prescrição 
AINEs - Anti-inflamatórios não-esteroidais 
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
COX - Ciclo-oxigenase 
IN - Instrução Normativa 
MIPs - Medicamentos Isentos de Prescrição 
OMS - Organização Mundial de Saúde 
RDC - Resolução da Diretoria Colegiada 
SINITOX - Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas 
SNC - Sistema Nervoso Central 
TCC - Trabalho de Conclusão de Curso 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 11 
1.1 Medicamentos Isentos de Prescrição ..........................................................11 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA........................................................................... 12 
2.1 Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) .................................................. 12 
2.2 Analgésicos ................................................................................................... 13 
2.3 Antitérmicos................................................................................................... 14 
2.4 Relaxantes Musculares ................................................................................. 15 
2.5 Legislação ...................................................................................................... 17 
2.5.1 Resolução da Diretoria Colegiada nº 98, de 1° de agosto de 2016 ........... 17 
2.5.2 Instrução Normativa n° 86, de 12 de março de 2021 .................................. 19 
2.5.3 Resolução da Diretoria Colegiada nº 44, de 17 de agosto de 2009 ........... 20 
2.5.4 Resolução da Diretoria Colegiada nº 96, de 17 de dezembro de 2008 ...... 20 
2.6 Automedicação .............................................................................................. 22 
2.7 A Importância do Farmacêutico no Uso Racional de Medicamentos ....... 25 
3 OBJETIVOS .................................................................................................... 28 
3.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 28 
3.2 Objetivo Específicos ..................................................................................... 28 
4 MÉTODOS ...................................................................................................... 29 
4.1 Metodologia ................................................................................................... 29 
5 RESULTADOS ................................................................................................ 30 
6 DISCUSSÃO ................................................................................................... 30 
6.1 SINITOX .......................................................................................................... 31 
6.2 TOXICIDADE ................................................................................................. 35 
6.2 O FARMACÊUTICO ....................................................................................... 37 
 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 37 
 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 39 
APÊNDICE A – ......................................................................................................... 47 
ANEXO A – ............................................................................................................... 47 
 
11 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
1.1 Medicamentos Isentos de Prescrição 
Os medicamentos isentos de prescrição (MIPs), também chamados de 
medicamentos de venda livre ou OTC (sigla inglesa de “over the counter”, cuja 
tradução literal é “sobre o balcão”), são, segundo o Ministério da Saúde, “aqueles cuja 
dispensação não requerem autorização, ou seja, receita expedida por profissional” 
(COSTA, 2005). 
 Geralmente, os MIPs são indicados para doenças com alta morbidade e baixa 
gravidade e são considerados de elevada segurança de uso, eficácia comprovada 
cientificamente ou de uso tradicional reconhecido, de fácil utilização e baixo risco de 
abuso, como, por exemplo, os antiácidos, os analgésicos e os antitérmicos. 
 Os MIPs podem ser vendidos, comprados, solicitados, fornecidos, 
dispensados ou doados sem obrigatoriedade de nenhuma formalização de documento 
emitido por profissional legalmente habilitado para prescrevê-lo (OPAS, 2008). 
 O consumo de fármacos de venda isenta de prescrição traria benefícios ao 
indivíduo e ao governo. Para o indivíduo os benefícios seriam a diminuição de custos 
com despesas médicas e comodidade na aquisição do medicamento, já para o 
governo, com a dispensa de consultas médicas haveria diminuição substancial de 
custos para o sistema de saúde e otimização de recursos governamentais. Porém, o 
fácil acesso a esses medicamentos torna-os diretamente atrelados à automedicação, 
representando um risco potencial de graves danos à saúde do indivíduo. 
 Em relação a categorização de medicamentos como isentos de prescrição, 
esta varia de acordo com a legislação de cada país. No Brasil, a classe de MIP é 
regulamentada pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (ANVISA) n° 98, de 1º de agosto de 2016, e Instrução Normativa 
(IN) nº 11, de 29 de setembro 2016 as quais dispõem critérios e procedimentos para 
o enquadramento de medicamentos como isentos de prescrição e a lista de 
medicamentos isentos de prescrição (LMIP). 
 
12 
 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
2.1 Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) 
Algumas famílias de anti-inflamatórios fazem parte da categoria de 
medicamentos isentos de prescrição (MIPs) e ficam ao alcance da população nos 
estabelecimentos farmacêuticos. O CRF-SP, porém, ressalta que os anti-inflamatórios 
estão entre as classes de medicamentos que mais causam intoxicações no país – fato 
que implica diretamente sobre a responsabilidade do farmacêutico em garantir o seu 
uso adequado (CRF-SP, 2017). 
 Os AINEs são compostos por grupos quimicamente heterogêneos, que 
consistem de um ou mais anéis aromáticos ligados a um grupamento ácido funcional. 
Apesar da heterogeneidade todos eles compartilham, em maior ou menor grau, 
propriedades analgésicas, antitérmicas e anti-inflamatórias (BATLOUNI, 2009). 
 Nesse contexto, os AINEs são amplamente utilizados para aliviar dores, reduzir 
inflamações e combater a febre. Embora alguns AINEs possam ser comercializados 
sem apresentação de prescrição, isso não significa que sejam totalmente seguros. 
 O uso de maneira inadequada, desnecessária e por contradição são fatores 
relacionados aos medicamentos que é considerado como um fator preocupante para 
a saúde pública, pois são responsáveis por aumentarem os riscos de Reações 
Adversas a Medicamentos (RAM) e as intoxicações por medicamentos (LOPES et al, 
2016). 
 Estima-se que no mundo mais de 30 milhões de pessoas utilizem diariamente 
os anti-inflamatórios não esteroidais, sendo, em alguns países, a classe 
medicamentosa mais consumida sem receita médica (RANKEL et al, 2016). 
 Os AINES pertencem a duas grandes classes: Inibidores Não Seletivos da 
ciclo-oxigenase (esses AINEs atuam inibindo tanto a COX-1, quanto a COX-2, de 
forma reversível) e Inibidores Seletivos (KUMMER; COELHO, 2002). 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
O principal mecanismo de ação dos AINEs é a inibição da síntese de 
prostaglandinas. Essas moléculas tem importante papel na resposta inflamatória, 
pois aumentam a permeabilidade capilar, atraem macrófagos e sensibilizam as 
13 
 
 
terminações nervosas, provocando dor no local (BRUNTON, 2019). 
 Em geral, os AINEs inibem a produção dessas moléculas por inibição da 
COX, enzima que participa da via metabólica do ácido araquidônico, precursor das 
prostaglandinas (BRUNTON, 2019). 
 A COX-1 encontrada em vários tecidos, sendo uma enzima capaz de 
promover a função de homeostasia. Já a COX-2 é uma enzima induzida na 
inflamação, tendo influência nos eventos vasculares (BRUNTON, 2019). 
2.2 Analgésicos 
Diversos estudos sobre a automedicação no Brasil, com o objetivo de levantar 
dados sobre as classes de medicamentos sem prescrição mais usadas, demostram 
que a classe dos analgésicos está entre as primeiras mais usadas para o alívio de 
dores leves e moderadas (SANTOS et al, 2018). 
 Os analgésicos são indicados para tratar dores leves ou moderadas de 
condições clínicas agudas ou crônicas, como cefaleias, doresde dentes, dores 
musculares/ articulares, cólicas menstruais, entre outros tipos de dor, além de atuarem 
como antitérmicos (tratar febre) em alguns casos, devendo ser utilizados por um 
período curto, não ultrapassando muitos dias (MATOS et al, 2018). 
 Na grande maioria dos casos, seu uso é para resolver dores causadas por 
outras condições clínicas secundárias, que necessitam de tratamento específico 
próprio, como ocorre em casos de dores decorrentes, por artrose, dores musculares 
e cefaleia em pacientes que realizam hemodiálise, devido a injúria renal crônica (IRC) 
(SAKATA; NUNES, 2014), como também é frequentemente usada por pacientes 
idosos, por causa do aumento de ocorrência de Doenças Crônicas não Transmissíveis 
(DCNT), que causam dor e quadro inflamatórios. Sobretudo pelas mulheres idosas 
que sofrem com mais recorrência de quadros de artrite, artrose e reumatismo (ELY et 
al, 2015). 
 Além disso, os analgésicos são comumente usados pelas faixas etárias mais 
novas, para o tratamento de sintomas álgicos, como dor nas costas e musculares 
(GAMA; SECOLI, 2020), cefaleias e entre as mulheres para aliviar cólicas menstruais 
(MATOS et al, 2018). 
14 
 
 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
Os analgésicos atuam na inibição das enzimas ciclo-oxigenases (COX-1 e 
COX-2), atuando principalmente na inibição da COX-2, responsável por produzir 
mediadores prostanoides da inflamação, ao ser induzida pela ativação Interleucina-1 
(IL-1) e Fator de Necrose Tumoral alfa (TNF- α) mediadores. Ao causar a inibição da 
COX-2, resulta na diminuição de prostaglandinas, bradicininas e serotonina, os 
principais estimulantes de nociceptores, provocando analgesia (MARTINEZ et al, 
2014). 
 
2.3 Antitérmicos 
Os antitérmicos também conhecidos como antipiréticos, são medicamentos 
indicados e utilizados para combater a febre ao inibir o mecanismo que eleva a 
temperatura do corpo. Os antitérmicos não combatem a verdadeira causa do 
problema, eles apenas auxiliam reduzindo a temperatura corporal e mal estar que está 
associado a várias doenças, como: infecções, alergia, distúrbios hormonais, tumores 
e entre outros. A febre aparece quando há algo anormal no funcionamento do corpo, 
serve de alerta quando ocorre a invasão dos microrganismos, a febre também pode 
ter causa não identificada, ou por insolação, desidratação, alguma condição 
inflamatória e outras mais (BLANK, 2011). 
 A temperatura corporal é controlada pelo hipotálamo, quando o organismo é 
invadido por agentes infecciosos os glóbulos brancos são ativados e começam a 
combater esses invasores. Esse processo aumenta a produção de prostaglandinas, 
que ajuda no processo de eliminação da infecção, quando esses agentes chegam ao 
cérebro, estimulam o hipotálamo, que aumenta a temperatura do corpo, servindo de 
alerta. Nisso o corpo vai reagir com calafrios, enjoo e desconfortos. Nessa situação 
os médicos indicam para o tratamento os antitérmicos (BLANK, 2011). 
 Os antitérmicos são os medicamentos mais frequentemente prescritos na faixa 
etária pediátrica, pois a febre é uma das principais queixas frequentes também, tanto 
em consultórios como também em emergências. Embora não haja consenso sobre a 
necessidade de se tratar agressivamente o aumento de temperatura como resposta 
15 
 
 
fisiológica contra processos infecciosos, o uso de medicamentos antitérmicos é a 
primeira medida tomada pela maioria dos pais quando os filhos apresentam febre. 
Para fins de diagnóstico, é aceito como febre temperatura retal maior ou igual a 38°C, 
oral e timpânica maior ou igual a 37,6°C ou axilar maior ou igual a 37,4°C (PEREIRA, 
2012). 
 O tratamento farmacológico deve levar em consideração que todo antipirético 
pode provocar efeitos adversos e que a escolha deve-se basear em eficácia e 
segurança avaliando-se cuidadosamente os riscos e benefícios da medicação 
utilizada (PEREIRA, 2012). 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
Eles atuam de forma indireta no hipotálamo, o principal centro de regulação 
térmica do sistema nervoso central, e que responde a diversos tipos de estímulos, 
como, por exemplo, as infecções. Os antitérmicos atuam no mecanismo da cascata 
de inflamação, mas especificamente nas enzimas conhecidas como COX-1 e COX-2. 
Desta forma, também impedem a liberação das prostaglandinas e passam a ter um 
efeito indireto central no hipotálamo, ou seja, ao atuar nessas substâncias, o 
medicamento acaba modulando os comandos do hipotálamo em relação ao aumento 
da temperatura (BRASIL, 2018). 
 Os antitérmicos, portanto: alguns tipos desses medicamentos agem no início 
do processo, inibindo a produção da prostaglandina, enquanto outros atuam 
diretamente sobre o hipotálamo, impedindo que ele seja influenciado (BRASIL, 2018). 
 Não usar antitérmicos durante o processo de tratamento de uma doença pode 
acarretar em alguns riscos, como convulsões em crianças pequenas, principalmente 
entre 6 a 18 meses de vida, em pacientes com doenças pré-existentes que podem ser 
agravadas, tais como as cardiopulmonares, e em idosos (BRASIL, 2018). 
 
2.4 Relaxantes musculares 
Os relaxantes musculares são uma classe voltada para tratar problemas 
musculares. A função principal do relaxante muscular é aliviar dores nos músculos, 
16 
 
 
geralmente causadas por torções, traumas ou doenças. Esses medicamentos, como 
promete o seu nome, reduz a tensão nos músculos, o que contribui para o alívio da 
sensação de dor e desconforto (BIAGINI, 1980). 
 Outra indicação é para pacientes prestes a passar por cirurgia, que visam trazer 
mais tranquilidade durante o procedimento. Os espasmos musculares são 
provavelmente o principal problema tratado por relaxantes musculares, esses 
espasmos é quando ocorre uma diminuição significativa na mobilidade que pode 
limitar a habilidade de realizar pequenas atividades básicas do dia a dia. E as 
indicações mais comuns são para lombalgia, torcicolo, fibromialgia, 
cervicobraquialgia, entre outras (BIAGINI, 1980). 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
Existem de maneira geral dois tipos de relaxante muscular. Enquanto alguns 
medicamentos atuam no cérebro e na medula espinhal, outros atuam direto no 
músculo. Os que atuam no sistema nervoso central (SNC), são os relaxantes 
musculares de ação central, enquanto os que atuam diretamente na musculatura são 
chamados de bloqueadores neuromusculares (BIAGINI, 1980). 
 Os medicamentos que atuam no SNC são mais conhecidos como 
antiespasmódicos, controlam os espasmos musculares e espasticidade, sintomas 
bastante comuns em distúrbios musculoesqueléticos como bursites e artrites . 
Quando essas substâncias entram no organismo, conforme seu princípio ativo, 
provocam a produção de compostos relaxantes que agem como 
tranquilizantes. Dessa forma, a tensão sobre a musculatura é reduzida. Usando como 
exemplo os espasmos musculares, que são contrações musculares involuntárias, 
geralmente ocasionadas por lesões ou inflamações em tecidos próximos, a função 
principal do medicamento seria impedir essa contração, o que também eliminaria a 
dor. Ao que tudo indica, esse é o principal mecanismo de ação, sendo ele um 
facilitador do relaxamento muscular (BIAGINI, 1980). 
 Os medicamentos que atuam no músculo, os betabloqueadores musculares, 
são mais usados em procedimentos cirúrgicos, pois atuam inibindo a transmissão dos 
impulsos nervosos, impede que o nervo se comunique com o músculo, isso 
impossibilita temporariamente a transmissão do sinal de dor. O mecanismo de ação é 
17 
 
 
simples, eles impedem a comunicação efetiva entre os nervos, que trazem sinais do 
cérebro, e a musculatura, que supostamente executam uma determinada ação. Dessa 
forma, impedem temporariamente a transmissão da sensação dolorosa (BIAGINI, 
1980). 
 
2.5 Legislação 
A primeira referência ao modo de dispensar e quais são os estabelecimentos 
autorizados a portar medicamentos isentos de prescrição, ocorreu na Lei nº5.991, de 
17 de dezembro de 1973, que “Dispõem sobre o controle sanitário do comércio de 
drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, e dá outras 
providências”. Manifesta-se em seu capítulo II “Do Comércio Farmacêutico”, no qual 
a categoria de medicamentos é denominada como, “medicamentos anódinos” que não 
dependem de receita médica (ABIMIP, 2017). 
Posteriormente, nos anos 2000, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária), proferiu o seu primeiro regulamento sobre os MIPs, através da RDC nº 138, 
de 29 de maio de 2003, a qual foi republicada em 2004 (ANVISA, 2021). Nesta 
resolução foi decretado como seria feita a divisão entre os MIPs, e os medicamentos 
de venda sob prescrição médica, sendo que a RDC determinou em seu artigo 1º e 2º 
respectivamente, que os isentos estariam exprimidos na Lista de Grupos e Indicações 
Terapêuticas Especificadas (GITE), enquanto que os sob prescrição se enquadrariam 
como medicamentos que não foram descritos no GITE e se forem medicamentos 
novos (RDC N° 138, DE 29 DE MAIO DE 2003). 
Após alguns anos, a Anvisa outorgou uma nova RDC para a classe, a RDC nº 
98, de 1º de agosto de 2016. Atualizando os critérios para o enquadramento de um 
medicamento como isento de prescrição (ABIMIP, 2017). 
 
2.5.1 RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA RDC nº 98, de 1º de agosto de 
2016. 
“Dispõem sobre os critérios e procedimentos para o enquadramento de 
medicamentos como isentos de prescrição e o reenquadramento como medicamentos 
18 
 
 
sob prescrição, e dá outras providências”. 
A atualização da RDC, promoveu a troca da lista GITE, pela introdução da Lista 
de Medicamentos Isentos de Prescrição (LMIP), na qual conforme a definição da lei é 
a relação dos medicamentos enquadrados pela Anvisa, como isentos de prescrição 
nos termos dessa resolução. 
Esta também traz os principais critérios para que um medicamento seja 
enquadrado como isento de prescrição, sendo sete critérios que constam no artigo 3º 
desta resolução. São estes: 
1) Estar em comercialização há pelo menos 5 anos no Brasil, como um 
medicamento de venda sob prescrição médica, ou no exterior ser um OTC por no 
mínimo 5 anos, desde que os critérios de enquadramento sejam análogos aos critérios 
desta resolução. Para isso, o (s) princípio (s) ativos (s), precisam ter as mesmas 
indicações, faixa terapêutica e via de administração durante esse período. 
2) Ser seguro para o paciente, quando este adquiri-lo sem a orientação 
profissional, apresentando dessa forma, baixo risco de causar danos à saúde. Devido 
ao seu baixo potencial tóxico que só ocorre se, a dose usada ultrapassar a dose 
terapêutica, como também ao conhecimento das reações adversas que devem ser 
reversíveis, após o seu uso e o baixo potencial de interagir com alimentos e 
medicamentos. Levando em conta, a forma farmacêutica, o princípio ativo e sua 
concentração, posologia e via de administração. 
3) Ter recomendação para tratar, prevenir ou aliviar, sinais e sintomas de 
doenças que não sejam graves, e possuam evolução lenta ou inexistente. Além de, 
serem identificados de forma rápida pelo paciente, cuidador ou farmacêutico, sem 
necessitar de consulta do prescritor ou realização de exames no laboratório. 
4) Ser usado por um curto período de tempo ou pelo tempo indicado pela bula, 
ressalvo em caso de prevenção, e também em casos de alguns medicamentos 
específicos e fitoterápicos, com indicação para doenças de pouca gravidade. 
5) “ser manejável pelo paciente, seu cuidador, ou mediante orientação pelo 
farmacêutico”. 
6) Apresentar baixo risco ao paciente, devido ao uso inadequado do 
medicamento, ao tratar uma condição diferente da orientação da bula. Assim como, 
em caso de administração de dose superior a recomendada, ou por um período além 
do indicado, e em caso de intoxicação. 
19 
 
 
7) O princípio ativo não pode apresentar potencial de levar o paciente a 
desenvolver dependência, mesmo que o uso seja de acordo com a recomendação da 
bula. 
(Artigo 3º RDC nº 98, de 1º de agosto de 2016) 
 
A resolução também determina, que as apresentações de indicação sob 
prescrição ou via parenteral, não podem ser enquadradas como medicamentos 
isentos de prescrição. E que há a possibilidade de se registrar um medicamento como 
isento, ou sob prescrição ao mesmo tempo, desde que haja diferença entre estes, em 
relação a forma farmacêutica, concentração ou unidades farmacotécnicas. A Lista de 
Medicamentos Isentos de Prescrição (LMIP), é atualizada e disponibilizada no site da 
Anvisa por meio de Instrução Normativa específica, sendo atualizada conforme novas 
solicitações de enquadramento serem aprovadas, após publicação no Diário Oficial 
da União. 
 
2.5.2 INSTRUÇÃO NORMATIVA IN Nº 86, DE 12 DE MARÇO DE 2021. 
“Define a Lista de Medicamentos Isentos de Prescrição.” 
Estabelece nos anexos I e II, as Listas de Medicamentos Isentos de Prescrição 
(LMIP). Em seu anexo I – Medicamentos Sintéticos, Específicos e Biológicos, os 
medicamentos sem prescrição são determinados como, produtos com o mesmo IFA 
(ou associação), forma farmacêutica, indicações terapêuticas, indicações terapêuticas 
e com concentração inferior ou iguais, aos valores indicados na lista, neste anexo 
consta-se 257 medicamentos, que podem ser comercializados sem prescrição. 
Enquanto que, em seu anexo II – Fitoterápicos, este é determinado como isento de 
prescrição, se o produto ter a mesma parte empregada, ser da mesma espécie e ter 
as indicações terapêuticas tendo como base cada linha da LMIP, neste anexo consta-
se 51 medicamentos fitoterápicos que podem ser vendidos, sem prescrição. 
 
20 
 
 
2.5.3 RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA- RDC Nº 44, DE AGOSTO DE 
2009. 
“Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do 
funcionamento, da dispensação, e da comercialização de produtos e da prestação de 
serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências”. 
 
SECÇÃO IV – Da Organização e Exposição dos Produtos 
Art.40. Inciso 2º “Os medicamentos isentos de prescrição poderão permanecer ao 
alcance dos usuários para obtenção por meio de autosserviço no estabelecimento. 
(Redação dada pela Resolução – RDC nº 41, de 26 de julho de 2012)”. 
Art. 41. Inciso 2º “Os medicamentos isentos de prescrição devem ser dispostos de 
forma separada dos demais produtos comercializados na área de autosserviço. 
(Incluído pela Resolução – RDC nº 41, de 26 de julho de 2012)”. 
 
2.5.4 RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA –RDC Nº 96, DE 17 DE 
DEZEMBRO DE 2008. 
“Dispõe sobre a propaganda, publicidade, informação e outras práticas cujo 
objetivo seja a divulgação ou promoção comercial de medicamentos”. 
Esta resolução determina os parâmetros que norteiam, a publicidade de 
medicamentos, de produção nacional ou estrangeira, independentemente dos meios 
de veiculação. 
Em seu Artigo 3º, inciso 2, a RDC determina que todas as afirmações contidas 
na propaganda do medicamento (de forma geral), quanto à sua ação, indicações, 
modo de uso, posologia, eficácia, entre outras características, precisa ser idênticas as 
informações que foram registradas na Anvisa. Além disso, neste mesmo artigo no 
inciso 3º, é definido que o conteúdo referente as bibliografias citadas na propaganda 
ou publicidade, dos medicamentos isentos de prescrição, necessitam estar 
disponíveis pela empresa, para os consumidores através do Serviço de Atendimento 
ao Consumidor (SAC), e para os profissionais prescritores e dispensadores de 
medicamento, por meio de canal destinado a esse público. 
A respeito da publicidade e propaganda de Medicamentos Isentos de 
21 
 
 
Prescrição, a resolução possui um título exclusivo, para tratar dessa categoria de 
medicamentos. Trata-se do título II “REQUISITOS PARA A PROPAGANDA OU 
PUBLICIDADE DE MEDICAMENTOS INDUSTRIALIZADOS ISENTOS DE 
PRESCRIÇÃO”. Dessa forma, seu Artigo 22 determinaque a propaganda ou 
publicidade de medicamentos de venda livre, devem constar as seguintes 
informações: 
“I - Nome comercial do medicamento, quando houver;” 
“II - Nome da substância ativa de acordo com a DCB e, na sua falta, a DCI ou 
nomenclatura botânica, que deverá ter, no mínimo, 50% do tamanho do nome 
comercial;” 
“III - Número de registro na Anvisa, contemplando, no mínimo, nove dígitos, com 
exceção das peças publicitárias veiculadas em rádio;” 
“IV - No caso dos medicamentos de notificação simplificada, a seguinte frase: 
"MEDICAMENTO DE NOTIFICAÇÃO SIMPLIFICADA RDC Anvisa Nº......../2006. 
AFE nº:..........................", com exceção das peças publicitárias veiculadas em rádio;” 
“V - As indicações;” 
“VI - Data de impressão das peças publicitárias;” 
“VII - A advertência: "SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ 
SER CONSULTADO", que deve observar o artigo 6º.” 
(RDC Nº 96, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2008) 
 
Em relação à linguagem, principalmente quando direcionada ao público em 
geral, é determinado que os termos técnicos devem ser apresentados ao público, de 
forma que facilite sua compreensão pelo público leigo. Outra determinação em relação 
a propaganda ou publicidade, envolve a exigência da veiculação de advertência 
relacionada à substância ativa do medicamento, e quando não é observada alguma 
substância ativa, no material de divulgação, a advertência deve conter as seguintes 
afirmações e dizeres "(nome comercial do medicamento ou, no caso dos 
medicamentos genéricos, a substância ativa): É UM MEDICAMENTO. SEU USO 
PODE TRAZER RISCOS. PROCURE O MÉDICO E O FARMACÊUTICO. LEIA A 
BULA", a qual deve ser contextualizada durante a publicidade, a fim de que a 
advertência seja apresentada, pelo personagem principal ou pelo locutor, e quando 
for impressa precisa levar a pessoa, a ter o mesmo impacto visual que outras 
22 
 
 
informações da propaganda. 
Quanto as proibições na propaganda ou publicidade de medicamentos isentos de 
prescrições, este tema é abordado no Artigo 26 que veda: 
“I - Usar expressões tais como: "Demonstrado em ensaios clínicos", "Comprovado 
cientificamente";” 
“II - Sugerir que o medicamento é a única alternativa de tratamento e/ou fazer crer 
que são supérfluos os hábitos de vida saudáveis e/ou a consulta ao médico; (Redação 
dada pela Resolução – RDC nº 23, de 20 de maio de 2009)” 
“III - Apresentar nome, imagem e/ou voz de pessoa leiga em medicina ou farmácia, 
cujas características sejam facilmente reconhecidas pelo público em razão de sua 
celebridade, afirmando ou sugerindo que utiliza o medicamento ou recomendando o 
seu uso;” 
“IV - Usar de linguagem direta ou indireta relacionando o uso de medicamento a 
excessos etílicos ou gastronômicos;” 
“V - Usar de linguagem direta ou indireta relacionando o uso de medicamento ao 
desempenho físico, intelectual, emocional, sexual ou à beleza de uma pessoa, exceto 
quando forem propriedades aprovadas pela Anvisa;” 
“VI - Apresentar de forma abusiva, enganosa ou assustadora representações visuais 
das alterações do corpo humano causadas por doenças ou lesões;” 
“VII - Incluir mensagens, símbolos e imagens de qualquer natureza dirigidas a 
crianças ou adolescentes, conforme classificação do Estatuto da Criança e do 
Adolescente.” 
(RDC Nº 96, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2008) 
 
2.6 Automedicação 
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, Port. nº 3916/98), 
define a automedicação como o uso de qualquer medicamento sem 
acompanhamento, prescrição e orientação médica. A prática da automedicação pode 
ser decorrente do compartilhamento dos medicamentos com familiares, vizinhos ou 
amigos, da utilização das sobras de medicamentos provenientes de outras 
prescrições, da reutilização de antigas receitas, do prolongamento do tratamento 
medicamentoso indicado na receita, além da aquisição do produto sem prescrição 
23 
 
 
médica. 
 Tendo em vista que nenhum medicamento é 100% eficaz e totalmente seguro, 
a automedicação pode ser considerada uma prática potencialmente nociva à saúde e 
um problema associado aos medicamentos. Desse modo, o uso indevido de 
medicação sem avaliação criteriosa do profissional habilitado pode ocasionar reações 
adversas, aparecimento de sintomas inespecíficos e piora da condição de saúde. 
Além de que a automedicação, pode mascarar sintomas ou doenças e atrasar o 
diagnóstico de enfermidades graves. 
 O que pode contribuir para essa prática, é a facilidade de acesso aos produtos 
de venda livre, propaganda irrestrita nos meios de comunicação e pouca legislação 
brasileira. Sendo que o consumo de medicamentos isentos de prescrição (MIP), é 
considerado uma solução imediata para problemas de saúde (BRASIL, 2020). 
 A automedicação é maior no sexo feminino, pelo fato de as mulheres sofrerem 
mais com dores de cabeça, enxaqueca, dores musculares, e também utilizarem 
analgésicos desde muito cedo para aliviar cólicas menstruais, sendo a faixa etária 
com maior destaque fica entre 16 anos a 40 anos de idade. 
 O elevado número de consumo de medicamentos isentos de prescrição como 
os analgésicos, reflete uma população com alta prevalência de dor, motivada por 
estresse do dia a dia, tensão ou uma demanda física, apesar de a maioria dos 
medicamentos não ter prescrição, não pode menosprezar as possíveis intoxicações e 
efeitos adversos que podem causar nos usuários (BRASIL, 2020). 
 Considerando a automedicação como uma necessidade, é um procedimento 
caracterizado fundamentalmente pela iniciativa de um doente, ou de seu responsável 
para obter ou produzir benefícios no tratamento de doenças ou alívio de sintomas. A 
automedicação inadequada, tal como a prescrição errônea, pode ter como 
consequência efeitos indesejáveis. É evidente que o risco dessa prática está 
correlacionado com o grau de instrução e informação dos usuários sobre 
medicamentos (BRASIL, 2020). 
 O uso de MIPs tem papel importante no direito que o consumidor exerce de 
fazer escolhas conscientes a respeito da sua própria saúde, por isso é ideal que 
quando for consumir um medicamento sem prescrição o paciente saiba que pode 
ocorrer riscos, pois cada medicamento tem sua dosagem, efeito terapêutico, 
frequência correta de ingestão, as contraindicações, evolução do tratamento e 
24 
 
 
possíveis efeitos adversos, com isso deve haver coerência e responsabilidade no 
consumo, para não agravar uma doença já existente ou levar a uma intoxicação 
medicamentosa (SANTOS, 2020). 
 Certamente a qualidade da oferta de medicamentos e a eficiência do trabalho 
das várias instâncias que controlam este mercado também exercem papel de grande 
relevância nos riscos implícitos na automedicação, como por exemplo 
estabelecimentos não farmacêuticos que disponibilizam medicamentos favorecendo 
a automedicação, mesmo sendo uma simples dipirona. 
 De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas 
(ABIFARMA), cerca de 80 milhões de pessoas são adeptas da automedicação, a má 
qualidade da oferta de medicamentos, o não-cumprimento da obrigatoriedade da 
apresentação da receita médica e a carência de informação e instrução na população 
em geral justificam a preocupação com a qualidade da automedicação praticada no 
país (SANTOS, 2020). 
 De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, 29% dos óbitos 
ocorridos no Brasil são provocados por intoxicação medicamentosa. Além disso, 15% 
a 20% dos orçamentos hospitalares são utilizados para tratar complicações causadas 
pelo mal uso de medicamentos. Uma pesquisa realizada pelo Sistema Único de 
Saúde em 2013 mostrou que 17.725 das internações por intoxicações 
medicamentosas foram em menores de cinco anos de idade, em todas as grandes 
regiões do país, fármacos não especificados foram os mais envolvidos, sendo que 
4,3% dessas intoxicações ocorreram no Norte e 47,5% no Sudeste (BRASIL, 2003). 
 As classes terapêuticasmais envolvidas nas internações de crianças menores 
de cinco anos por intoxicações medicamentosas financiadas pelo SUS no Brasil foram 
fármacos não especificados. A ocorrência de internações com mais de um diagnóstico 
de intoxicação reflete a exposição da criança a mais de uma classe terapêutica. Como 
a maior parte das intoxicações em crianças ocorre em circunstâncias acidentais, as 
intoxicações mostram acesso a diferentes medicamentos, em situações relacionadas 
a armazenamento inadequado ou desatenção dos cuidadores. Com essa situação 
mostra que todas as pessoas estão suscetíveis a medicamentos isentos de prescrição 
e que sem orientação e cuidado pode levar a alguns riscos (BRASIL, 2003). 
 Medicamento é o principal agente tóxico que causa intoxicação em seres 
humanos no Brasil, ocupando o primeiro lugar nas estatísticas do SINITOX desde 
25 
 
 
1994; os benzodiazepínicos, antigripais, antidepressivos, anti-inflamatórios são as 
classes de medicamentos que mais causam intoxicações em nosso País (44% foram 
classificadas como tentativas de suicídio e 40% como acidentes, sendo que as 
crianças menores de cinco anos – 33% e adultos de 20 a 29 anos – 19% constituíram 
as faixas etárias mais acometidas pelas intoxicações por medicamentos. 
 A propaganda de medicamentos muitas vezes leva ao acúmulo de 
medicamentos nas residências, constituindo por vezes um verdadeiro arsenal 
terapêutico, levando ao habito da automedicação. Certas propagandas induzem o 
consumo desenfreado, adquirindo sem necessidade por muitas vezes, gerando o 
acumulo e o consumo até mesmo sem perceber, pois já está na rotina. Conforme 
autorização da Anvisa, os MIPs podem ser expostos e comercializados na área de 
autosserviço das farmácias. Os medicamentos dessa categoria, quando não usados 
adequadamente, podem causar eventuais danos à saúde e mesmo mascarar doenças 
graves ou que podem agravar-se, devido a não realização oportuna do diagnóstico.
 São situações que podem resultar em hospitalizações evitáveis e gastos 
desnecessários, tanto para o paciente como para os sistemas público e privado de 
saúde. Por tudo isso, o uso de MIPs deve ser criterioso, seguindo a orientação e o 
acompanhamento do farmacêutico”, lembra o presidente do Conselho Federal de 
Farmácia (CFF), Dr. Walter Jorge João. “O farmacêutico pode ainda prescrever o 
encaminhamento do paciente a outro profissional, caso ele entenda que o problema 
foge do seu âmbito de atuação. Também é permitido que atue como educador em 
saúde, estimulando o paciente a mudar hábitos de vida”, complementa o Dr. Jorge 
João. 
 Para o consumo mais consciente dos MIPs é importante sempre ler a bula do 
medicamento, olhar a dosagem e como tomar, prestar sempre atenção se tiver algum 
sintoma ou algo estranho e procurar ajuda, na duvida da compra sempre consultar ao 
farmacêutico e tirar dúvidas recorrentes. 
 
2.7 A importância do Farmacêutico no Uso Racional de Medicamentos 
Todos os países, independentemente de seu grau de desenvolvimento, precisam 
de meios para assegurar o uso racional e custo-efetividade dos medicamentos. Nesse 
26 
 
 
sentido, os farmacêuticos podem desempenhar um papel chave no atendimento das 
necessidades do indivíduo e da sociedade. Esses profissionais devem ampliar suas 
responsabilidades para além dos produtos, das estruturas químicas e da 
farmacologia, envolvendo os pacientes e suas condições médicas. Para que ocorra o 
uso correto, seguro e racional de medicamentos, os farmacêuticos precisam se 
conscientizar da importância dos MIPs, pois essa classe terapêutica está sob sua 
responsabilidade e deve ser usada como a principal ferramenta para tratamentos de 
sintomas menores de baixa gravidade, passíveis de orientação farmacêutica e de 
automedicação (OPAS, 2004). 
 A dispensação de medicamentos, isentos ou não de prescrição, deve ser 
entendida como um processo de atenção à saúde. Quando a dispensação é 
acompanhada de orientação adequada, os riscos relativos a medicamentos diminuem, 
contribuindo para que os estabelecimentos farmacêuticos sejam verdadeiros 
estabelecimentos de saúde. Neste cenário, destaca-se a indicação farmacêutica e a 
prescrição farmacêutica de MIPs (NUNES, 2008). 
 A indicação farmacêutica é definida como: “ato profissional pelo qual o 
farmacêutico responsabiliza-se pela seleção de um MIP com objetivo de aliviar ou 
resolver um problema de saúde a pedido do paciente, ou seu encaminhamento ao 
médico quando o referido problema necessite de sua atenção”. Enquanto a prescrição 
farmacêutica é o ato pelo qual o farmacêutico seleciona e documenta terapias 
farmacológicas e/ou não farmacológicas, e outras intervenções relativas ao cuidado à 
saúde do paciente, visando à promoção, proteção e recuperação da saúde, e à 
prevenção de doenças e de outros problemas de saúde (NUNES, 2008). 
 Assim, ressalta-se a importância do farmacêutico neste processo, visto suas 
competências profissionais e legais para indicar ou prescrever e orientar o paciente 
quanto à utilização correta desses medicamentos. 
 No Brasil, onde o acesso à assistência médica pública é difícil e onde há uma 
grande parcela da sociedade na faixa da pobreza que não tem condições financeiras 
para pagar um plano de saúde, a prática da automedicação torna-se bastante comum. 
Mas somente o fator financeiro não basta para explicar a prática da automedicação, 
fatores como escolaridade, classe social, acesso às informações a respeito dos 
medicamentos e, principalmente, o fator cultural também entram nesse contexto.
 É notável a inclusão do farmacêutico no processo de automedicação 
27 
 
 
responsável. O usuário que vai fazer uso do medicamento muitas vezes tira dúvida 
com algum parente, vizinho ou amigo, e quando quer algo mais seguro busca o 
farmacêutico, que fica em um estabelecimento de saúde de fácil acesso e gratuito. O 
farmacêutico deve estar consciente da sua competência e dos limites que deve haver 
na intervenção do uso do medicamento, e se for necessário conduzir o paciente a um 
médico ou hospital (NUNES, 2008). 
 Certos medicamentos não necessariamente irão surtir efeitos benéficos e 
positivos em outra pessoa como surgiu em quem está se medicando, por isso a 
consulta com um farmacêutico é importante, numa conversa indireta e somente 
contando como está se sentindo, qual é o desconforto e talvez apenas uma opinião 
de um profissional da saúde. Ouvir uma indicação de um conhecido ou pesquisar na 
internet pode ter seus malefícios, pois cada organismo responde ao medicamento de 
uma forma (NUNES, 2008). 
 A intervenção do farmacêutico entra como uma educação ao paciente, por ser 
um profissional experiente, conhece a dosagem, ação terapêutica, possíveis efeitos 
adversos, quantidade correta que deve tomar e por quanto tempo é necessário. 
 O profissional farmacêutico busca a cada dia o seu espaço na farmácia, embora 
que na maioria das regiões do Brasil a desvalorização da profissão seja evidente. O 
farmacêutico dentro de suas habilitações é o profissional capacitado para prestar 
assistência farmacêutica, cujo objetivo principal é conscientizar o paciente que os 
medicamentos utilizados corretamente e sob orientação médica propiciam alívio de 
males que afetam a sua saúde (NUNES, 2008). 
 O serviço da atenção farmacêutica é importante para que o paciente obtenha 
resultados positivos no tratamento, mesmo que seja para uma dor pequena, ou para 
um tempo curto de uso, isso garante que o tratamento seja mais adequado possível e 
garanta efeito terapêutico desejado. Os MIPs são autorizados a ser vendidos pelas 
autoridades sanitárias, mas apesar da segurança assegurada e do fato dos MIPs 
serem livres de prescrição, isto não significa que eles sejam isentos de causar danos 
à saúde do usuário (BRASIL, 2020). 
 É sempre importante durante a dispensação do medicamento que o próprio 
farmacêutico possa interferir econversar com o paciente, podendo orientar para ler a 
bula, ver corretamente por quanto tempo tomar o medicamento, a quantidade correta 
e dosagem. Isso faz toda a diferença no tratamento, ainda mais se o paciente for um 
28 
 
 
idoso ou medicamento para criança, mulher gravida e pessoas que ele possa ver que 
precisa de mais atenção e orientação (BRASIL, 2020). 
 O profissional farmacêutico sempre quer o bem estar do paciente, está pronto 
para atender e ajudar. A atenção farmacêutica é importante e deve ser valorizada por 
todos os pacientes. Poucos minutos de uma conversa pode prevenir possíveis 
agravados na saúde ou melhora no tratamento. O farmacêutico tem o papel de orientar 
sobre o medicamento, é um profissional competente e que entende da sua área de 
atuação (BRASIL, 2020). 
 Lembrando que o papel do farmacêutico não é intervir no diagnóstico e sim da 
melhor forma sempre orientar e garantir uma farmacoterapia racional e segura. A 
orientação é um processo informativo, e por parte do profissional é importante ter uma 
postura de credibilidade para mostrar segurança ao paciente, esse processo 
informativo é motivar e conscientizar o paciente da responsabilidade da sua saúde.
 A orientação deve ser de forma clara, simples e compreensiva em função da 
necessidade de cada paciente e também de qual medicamento está se falando, deve 
informar os riscos e de que maneira pode ser evitado. Sempre importante ressaltar ao 
paciente, o porquê do medicamento, o modo de usar, via de administração, horário de 
administração, quantidade, efeitos adversos, intoxicações e entre outras possíveis 
dúvidas que surgir (BRASIL, 2020). 
 
3 OBJETIVOS 
3.1 Objetivo Geral 
Através de uma revisão narrativa, compreender de forma integral os riscos e 
consequências que um medicamento isento de prescrição pode trazer para a saúde 
e bem estar de uma pessoa. 
 
3.2 Objetivos Específicos 
a) Utilizar as quatro classes mais consumidas (anti-inflamatórios, 
analgésicos, antitérmicos e relaxante muscular) encontradas no 
29 
 
 
levantamento de dados e mostrar quais são os efeitos produzidos no 
organismo e consequentemente as suas causas. 
b) Promover uma orientação adequada para que os riscos expostos pelo 
uso inadequado desses medicamentos sejam evitados. 
c) Fazer um levantamento de dados e buscar uma relação entre gênero, 
faixa etária, zona de ocorrência, em que há mais casos de intoxicação 
por medicamentos. 
d) Importância da assistência farmacêutica. 
 
4 MÉTODOS 
4.1 Metodologia 
A metodologia usada para desenvolvimento e a consecução dos objetivos 
deste Trabalho de Conclusão de Curso, foi uma revisão narrativa, na qual abordou-
se o tema “A situação do uso de medicamentos isentos de prescrição no Brasil”. 
Para realizar a revisão de literatura e encontrar dados foi utilizada a base de 
dados Scielo, visto que esta base de dados dispõe de literaturas de pesquisadores 
e pesquisas realizadas no Brasil, que por sua vez consiste no foco deste trabalho. 
 Após pesquisa prévia para encontrar dados sobre automedicação e MIPs, foi 
decidido focar nos efeitos dos anti-inflamatórios, analgésicos, antitérmicos e 
relaxantes musculares, devido a estas classes serem as principais mais utilizadas 
pelos pacientes, fato que foi confirmado durante a coleta de dados no Scielo. Dessa 
forma, foram usadas as seguintes palavras chaves: automedicação, medicamentos 
isentos de prescrição (MIPs), assistência farmacêutica, anti-inflamatórios, 
analgésicos, antitérmicos e relaxantes musculares. Foram selecionados os artigos 
que abordavam os efeitos dessas classes, e também os que debatiam sobre a 
automedicação e o papel do farmacêutico, sendo selecionados previamente 
aproximadamente 50 artigos que posteriormente passaram por uma uma nova 
seleção criteriosa. 
Além disso, para a seleção das principais leis que norteiam o uso de MIPs 
no Brasil, foi usado como base de consulta o Fascículo II “Medicamentos Isentos de 
Prescrição” do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo-CRF SP 
30 
 
 
publicado em 2009. 
A partir de dados obtidos do Sistema Nacional de Informações Tóxico-
Farmacológicas (SINITOX) foram analisados casos de intoxicação por medicamentos 
segundo circunstância, faixa etária, sexo, zona de ocorrência e evolução nos anos de 
2015, 2016 e 2017 na região SUDESTE apenas e então foi feita uma comparação e 
conclusão embasada nesta pesquisa. 
 Além disso, após o término da defesa deste trabalho, será produzida uma 
matéria sobre o uso de medicamentos isentos de prescrição, com a finalidade de 
promover a orientação sobre o tema, destinada a população de Sorocaba-SP, através 
da veiculação desta no jornal Cruzeiro do Sul, jornal local do município. 
 
 
5 RESULTADOS 
A seguir apresentamos como resultado do objetivo deste TCC a matéria sobre o 
uso de medicamentos isentos de prescrição no Brasil, com o intuito de promover uma 
orientação sobre o tema à população em geral. Esta será veiculada posteriormente a 
defesa do trabalho no Jornal Cruzeiro do Sul, que determina que a matéria tenha no 
máximo 3.500 caracteres para poder ser publicada. Esta é uma parceria entre a 
Universidade de Sorocaba (UNISO) e o respectivo jornal, feita com a finalidade de ter 
uma aproximação dos TCCs feitos na instituição com a população e assim contribuir 
para a melhoria da comunidade. 
5.1 Matéria 
 Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os medicamentos isentos 
de prescrição (MIPs), são aqueles aprovados pelas autoridades sanitárias para tratar 
sintomas e males menores, disponíveis sem prescrição ou receita médica devido à 
sua segurança e eficácia, desde que utilizados conforme as orientações constantes 
das bulas e rotulagens. 
 Os MIPs podem ser comprados sem nenhuma formalização de receita de 
profissional legalmente habilitado, porém o fácil acesso a esses medicamentos torna-
os diretamente atrelados à automedicação, representando um risco potencial de 
graves danos à saúde, pois cada medicamento tem sua dosagem, efeito terapêutico, 
31 
 
 
frequência correta de ingestão, as contraindicações, evolução do tratamento e 
possíveis efeitos adversos. 
 As legislações brasileiras dispõem de alguns dispositivos legais para o 
enquadramento e o controle dos MIPs no país. Dessa maneira, a RDC nº 98/ 2016, 
introduziu a Lista de Medicamentos Isentos de Prescrição (LMIP), na qual em seu 
artigo 3º determina como um dos critérios de enquadramento de um MIP, que o 
medicamento deve ser seguro para o paciente e possuir baixo potencial tóxico, além 
de serem indicados para o tratamento, prevenção ou alívio de sinais e sintomas de 
doenças não graves. 
 De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, 29% dos óbitos 
ocorridos no Brasil são provocados por intoxicação medicamentosa. Além disso, 15% 
a 20% dos orçamentos hospitalares são utilizados para tratar complicações causadas 
pelo mal uso de medicamentos. 
 Desde 1994 os medicamentos representam a principal causa de intoxicações 
humanas registradas no Brasil, segundo as estatísticas divulgadas anualmente, no 
Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX), sendo que os 
benzodiazepínicos, antigripais, antidepressivos, anti-inflamatórios são as classes 
medicamentosas que mais causam intoxicações em nosso País. 
 Em análise de dados provenientes do SINITOX, foram registrados no período 
de 2015, 2016 e 2017, um total de 42.215 casos de intoxicações por medicamentos 
na região Sudeste. Dos casos registrados, acidente individual (28%), uso terapêutico 
(26%) e tentativa de suicídio (23%) foram os responsáveis por alto índice de 
intoxicação nestes anos. Essas três circunstâncias juntas são responsáveis por 
grande parte dos casos de intoxicação, mas chama atenção também a quantidade 
exacerbante de erros de administração (3%) e automedicação (3%). 
 Os grupos populacionais mais atingidos são as criançasentre um a quatro anos 
(25%) e o sexo feminino (56%), sendo que o maior número de casos foi a zona urbana 
(73%), devido maior facilidade de acesso aos medicamentos. 
Quanto à evolução, os anos de 2015, 2016 e 2017, registram baixos índices de 
sequelas e de letalidade atribuídas aos medicamentos. Dos casos registrados, a maior 
parte evoluiu para a cura (48%), embora haja uma pequena porcentagem relacionada 
como cura não confirmada (2%). 
 Comparando os anos apontados, pode-se observar que o maior registro de 
32 
 
 
casos foi no ano de 2016, sendo um total de 18.731 (57,97%). No ano de 2015 foi 
estimado um total de 15.826 casos (54,99%) e no ano de 2017, 7.658 casos (37,11%) 
sendo o ano de menor índice de intoxicação por medicamentos no período 
apresentado. 
 A dispensação de medicamentos, isentos ou não de prescrição, deve ser 
entendida como um processo de atenção à saúde. Quando a dispensação é 
acompanhada de orientação adequada, os riscos relativos a medicamentos diminuem, 
contribuindo para que os estabelecimentos farmacêuticos sejam verdadeiros 
estabelecimentos de saúde. 
 
6 DISCUSSÃO 
A falsa crença de que os medicamentos são totalmente seguros, é muito 
encontrada na população, principalmente entre os idosos. Um estudo feito com idosos 
de uma Universidade Aberta da Terceira Idade sobre o uso de MIPs, constatou que 
um dos principais motivos para a automedicação dentre o grupo estudado, é a certeza 
da segurança no uso desses medicamentos (SANTOS et al, 2018). 
 Um dos fatores para essa crença é a publicidade de medicamentos no país, 
que apesar da regulamentação da RDC nº 98/2008, as propagandas de 
medicamentos em desacordo com a lei são comuns nos meios de comunicação 
(MATOS et al, 2018). Além disso, em muitos casos os anúncios descrevem somente 
os benefícios, não havendo muitos esclarecimentos dos riscos e reações adversas 
(OLIVEIRA et al, 2018) e quando aparecem, são mostrados rapidamente e em letras 
pequenas que desfavorece o entendimento pelo público. Isto tudo contribui para a 
idealização de que o medicamento é isento de riscos pela população, o que pode 
contribuir para o seu uso excessivo e irresponsável (SANTOS et al, 2018). 
 Outro fator importante é o uso de MIPs para o tratamento de sintomas oriundos 
de condições crônicas, em contramão as indicações de uso dessa classe. Exemplo 
que foi constatado em estudo que o uso de medicamentos para tratar dores 
musculares e articulares, por automedicação, foram prevalentes com a população 
analisada, e estes sintomas são associados a presença de artrose e hipotireoidismo 
que requerem tratamento específico (SANTOS et al, 2018). 
33 
 
 
6.1 SINITOX 
O SINITOX foi constituído em 1980, pelo Ministério da Saúde, a partir da 
constatação, entre as prioridades do governo, da necessidade de criar um sistema 
abrangente de informação e documentação em Toxicologia e Farmacologia de 
alcance nacional. O SINITOX, em 1986, foi incorporado à estrutura do Centro de 
Informação Científica e Tecnológica da Fundação Oswaldo Cruz e tem, como 
principais atribuições, coordenar, compilar, analisar e disseminar dados e informações 
no campo das intoxicações e envenenamentos em todo o país. Os registros são 
realizados pela Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica 
(Renaciat), composta por diversas unidades presentes em todas as regiões do Brasil. 
Os resultados do trabalho são divulgados anualmente. 
 Os medicamentos representam a principal causa de intoxicações humanas 
registradas no Brasil, segundo as estatísticas divulgadas, anualmente, pelo SINITOX. 
Na região Sudeste, foram registrados no período de 2015, 2016 e 2017, um total de 
42.215 casos de intoxicações por medicamentos. 
 Dos casos registrados, acidente individual, uso terapêutico e tentativa de 
suicídio foram os responsáveis por alto índice de intoxicação nestes anos. Essas três 
circunstâncias juntas são responsáveis por grande parte dos casos de intoxicação, 
mas chama atenção também a quantidade exacerbante de erros de administração e 
automedicação (tabela 1). 
Tabela 1: Casos de intoxicação por medicamentos segundo circunstância. 
 2015 2016 2017 
Acidente Individual 
Acidente coletivo 
Acidente ambiental 
Ocupacional 
Uso terapêutico 
Presc. Méd. Inadequada 
Erro de administração 
4969 
65 
1 
11 
5284 
41 
447 
5532 
51 
- 
8 
5504 
43 
693 
1506 
8 
- 
2 
474 
5 
513 
34 
 
 
Auto medicação 
Abstinência 
Abuso 
Ingestão de alimentos 
Tentativa suicídio 
Tentativa aborto 
Violência/Homicídio 
Uso indevido 
Ignorada 
Outra 
696 
2 
103 
11 
3285 
30 
23 
199 
246 
413 
720 
4 
135 
3 
3812 
18 
17 
120 
1838 
233 
86 
- 
5 
- 
2641 
5 
11 
4 
1936 
462 
Fonte: Adaptado de SINITOX, 2021. 
Os grupos populacionais mais atingidos são as crianças entre um a quatro anos 
(tabela 2) e as mulheres (tabela 3). As crianças entre dois e três anos de idade são 
as mais suscetíveis aos acidentes tóxicos, em todo o mundo. A curiosidade natural a 
essa faixa etária, associada ao desenvolvimento motor, aumentam o risco de 
exposição. Dos quatro anos em diante, as crianças já compreendem melhor as 
orientações dos adultos e são mais seletivas, quanto ao paladar. A faixa etária menos 
frequente foi a de 80 anos ou mais. 
Tabela 2: Casos de intoxicação por medicamentos segundo faixa etária. 
 2015 2016 2017 
<1 
01-04 
05-09 
10-14 
15-19 
20-29 
30-39 
40-49 
831 
4551 
1217 
647 
973 
1668 
1663 
1194 
950 
5129 
1383 
830 
1098 
1707 
1733 
1199 
206 
1276 
393 
415 
655 
915 
787 
527 
35 
 
 
50-59 
60-69 
70-79 
80 e + 
Ign. 
983 
819 
668 
304 
308 
1009 
824 
603 
354 
1912 
283 
143 
95 
62 
1901 
Fonte: Adaptado de SINITOX, 2021. 
Tabela 3: Casos de intoxicação por medicamentos segundo sexo. 
 2015 2016 2017 
Masculino 
Feminino 
Ignorado 
831 
4551 
1217 
950 
5129 
1383 
206 
1276 
393 
Fonte: Adaptado de SINITOX, 2021. 
A zona de ocorrência que apresentou maior número de casos foi a zona urbana 
(tabela 4), tendo-se em vista que indivíduos residentes em áreas urbanas possuem 
maior facilidade de acesso aos medicamentos. 
Tabela 4: Casos de intoxicação por medicamentos segundo zona de ocorrência. 
 2015 2016 2017 
Rural 
Urbana 
Ignorada 
47 
12413 
3366 
47 
13166 
5518 
389 
5235 
2034 
Fonte: Adaptado de SINITOX, 2021. 
Quanto à evolução, os eventos tóxicos registrados são classificados em "Cura", 
"Cura não confirmada", "Sequela", "Óbito", "Óbito outra circunstância", "Outra", 
"Ignorada". 
 Os anos de 2015, 2016 e 2017, registram baixos índices de sequelas e de 
letalidade atribuídas aos medicamentos. Dos casos registrados, a maior parte evoluiu 
para a cura, embora haja uma pequena porcentagem relacionada como cura não 
confirmada, o que pressupõe descontinuidade no acompanhamento dos casos 
(Tabela 5). 
36 
 
 
Tabela 5: Casos de intoxicação por medicamentos segundo evolução. 
 2015 2016 2017 
Cura 
Cura não confirmada 
Sequela 
Óbito 
Óbito outra circunstância 
Outra 
Ignorada 
14998 
310 
6 
15 
- 
130 
367 
689 
384 
- 
72 
2 
4215 
13369 
4561 
482 
1 
24 
4 
264 
2322 
Fonte: Adaptado de SINITOX, 2021. 
Comparando os anos apontados, pode-se observar que o maior registro de 
casos foi no ano de 2016, sendo um total de 18.731 (57,97%). No ano de 2015 foi 
estimado um total de 15.826 casos (54,99%) e no ano de 2017, 7.658 casos (37,11%) 
sendo o ano de menor índice de intoxicação por medicamentos no período 
apresentado. 
6.2 Toxicidade 
O uso indiscriminado e irracional de medicamentos causa várias 
consequências negativas, como não controle ou cura do problema de saúde, 
intoxicações e até óbitos em alguns casos. Assim os medicamentos ocupam o 
primeiro lugar nos registros de intoxicações (MATHIAS et al, 2019), sendo importantecausa de hospitalização nos últimos anos. De acordo com o estudo de SANTOS e 
BOING, sobre análises de internações hospitalares por intoxicações e reações 
adversas à medicamentos no Brasil, em período compreendido entre 2000 e 2014, as 
hospitalizações aumentaram no país nesse período, sendo que o ano de 2014 
apresentou taxas duas vezes maiores do que o início do estudo. 
 Dentre as classes de MIPs abordadas neste trabalho, os principais efeitos 
adversos e tóxicos encontrados foram: 
 
37 
 
 
Anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs) 
São múltiplos os riscos evidenciados à utilização exacerbada de AINEs: riscos 
cerebrovasculares, renais, hepáticos, cardiovasculares e trombóticos, gastrintestinais, 
gestacionais e fetais (BRUNTON, 2019). 
 Os AINEs causam reações adversas devido a sua toxicidade sobre vários 
sistemas, entre os efeitos mais importantes estão os danos gastrointestinais, que 
podem ir do desconforto abdominal até a erosão da mucosa, podendo levar ao 
sangramento e perfuração (BRUNTON, 2019). 
 
Analgésicos 
 O uso de analgésicos de maneira abusiva pode levar a quadros de dores de 
cabeça crônica (ARRAIS; BERTOLDI, 2016), e assim como os AINEs pode causar no 
organismo distúrbios gastrointestinais como a dispepsia, diarreia, náusea, vômitos, 
ulcerações e sangramento gástrico, reações alérgicas, reações cutâneas alérgicas e 
efeitos renais como nefrite crônica, necrose papilar e injúria renal aguda reversível 
(MARTINEZ et al, 2014. Assim como, problemas hepáticos como ocorre em fármacos 
como o paracetamol que pode causar hepatoxicidade, principalmente em idosos e 
com problemas hepáticos visto que estes possuem uma dificuldade maior de 
metabolizar e eliminar o metabólito ativo deste (ELY et al, 2015). 
 Em crianças, o uso crônico e abusivo do paracetamol também pode causar 
hepatoxicidade, enquanto que o uso de dipirona leva a diminuição das células de 
defesa sanguínea, além de casos de agranulocitose e trombocitopenia 
(PROLUNGATTI et al, 2014). 
 
Antitérmicos 
Os fármacos mais administrados pelas crianças em nosso país são o ácido 
acetilsalicílico (AAS), o paracetamol, a dipirona e o ibuprofeno. Os efeitos colaterais 
causados pelo uso indiscriminado dos antitérmicos geralmente não são graves 
podendo ocasionar dor e desconforto abdominal, contudo podem causar efeitos mais 
preocupantes como a agranulocitose, a hipersensibilidade medicamentosa, a 
intolerância hepática (MED, 2017). 
38 
 
 
 Pelo fato de os antitérmicos serem mais consumidos pelas crianças, as 
toxicidades são mais prevalentes nelas, como exemplo a Síndrome de Reye é uma 
doença rara e grave, causa confusão mental e danos no fígado, ela ocorre por uma 
infecção ou pelo uso descontrolado de antitérmico (MAIOR, 2012). 
 As crianças estão mais sujeitas a intensificar a ação do medicamento, 
facilitando a instalação da síndrome no corpo. Por esse motivo deve ter 
acompanhamento médico, não tomar medicamento sem orientação de um profissional 
para evitar possíveis danos prejudiciais à saúde (MAIOR, 2012). 
 
Relaxantes Musculares 
Assim como outros fármacos, os relaxantes musculares podem causar reações 
adversas. Os problemas geralmente surgem quando tais medicamentos são usados 
sem orientação médica, em doses e frequências indiscriminadas. Sonolência, boca 
seca, fadiga, tontura, cólica lesões no fígado, reação alérgica são algumas das 
reações (BIAGINI, 1980). 
6.3 O Farmacêutico 
A Atenção Farmacêutica é uma prática que tem como principal finalidade 
melhorar a qualidade de vida do paciente que faz uso de medicamentos, otimizar o 
tratamento farmacológico e prevenir problemas relacionados ao uso de 
medicamentos, é o componente da prática profissional onde o farmacêutico interage 
diretamente com o paciente para atender suas necessidades relacionadas aos 
medicamentos (NUNES, 2008). 
 O farmacêutico, mais do que nunca, tem um papel importante junto à 
construção de um novo modelo de atenção à saúde, onde ele possa estar inserido 
como profissional do medicamento, atuando como referência na orientação, 
cumprimento, acompanhamento e monitoramento da terapia farmacológica (NUNES, 
2008). 
 Segundo o ministério da saúde, uma pesquisa realizada pela ABIMIP 
(Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição), mostrou 
que 77% dos cidadãos brasileiros pedem orientações ao farmacêutico no momento 
39 
 
 
da compra de MIPs, e 85% procuram o profissional quando estão a alguns dias com 
sintomas e que não estão sendo resolvidos com medicamentos. Vale ressaltar que é 
importante sempre buscar orientação de um profissional capacitado, não tomar 
medicamentos por conta própria por muito tempo, sempre pedir orientação e consultar 
um médico. 
 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Conclui-se que as classes mais consumidas de Mips são os anti-inflamatórios, 
analgésicos, antitérmicos e relaxante muscular, são as classes que estão 
relacionadas com o tratamento de dores em geral, febre, tensão muscular e entre 
outros sintomas. Os medicamentos dessas classes são dispensados na drogaria sem 
prescrição médica, o fácil acesso favorece a automedicação da população, nisso 
exige-se a indicação e prescrição do farmacêutico responsável que tem capacidade 
para informar de forma correta, efetiva e segura. 
 De acordo com a pesquisa feita no Sinitox as crianças e as mulheres são os 
grupos que mais consomem esses medicamentos e que mais estão sujeitas as 
intoxicações, ocorrem por acidente individual e estão mais presentes na população da 
área urbana. A faixa etária que mais ocorre é de 1 a 4 anos e de 20 a 29 anos de 
idade. Os principais riscos que essas classes medicamentosas oferecem são 
problemas cardiovasculares, gastrointestinais, renais e hepáticos, sendo que podem 
ser evitados durante a compra do medicamento, pedindo informação e auxilio do 
farmacêutico responsável. 
 A orientação do farmacêutico é essencial para que não ocorra efeitos 
indesejados no paciente. As informações fornecidas são necessárias para que o 
medicamento seja tomado de forma correta, com isso o efeito terapêutico é eficaz, 
evitando-se a toxicidade, sendo um resultado da orientação sobre o uso correto e o 
uso racional dos medicamentos. Ao farmacêutico cabe seguir com vigência a 
dispensação e comunicação com o paciente preservando sempre a qualidade de vida 
e bem estar. 
 O objetivo do trabalho sempre foi de alguma forma transmitir essas informações 
para a população, então irá ser publicada posteriormente uma matéria que já está 
pronta no Jornal Cruzeiro do Sul de Sorocaba. Essa matéria tem o intuito de mostrar 
40 
 
 
a população que pode ocorrer efeitos toxicológicos se os MIPs não forem consumidos 
da forma correta, e que é sempre importante procurar a orientação de um profissional 
capacitado. 
 
 
41 
 
 
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