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UNIVERSIDADE DE SOROCABA PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO E ASSUNTOS ESTUDANTIS CURSO DE FARMÁCIA Ana Flávia Rodrigues de Lima Costa Andrezza Caroline Cobello Mariana Mossin A SITUAÇÃO DO USO DE MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO NO BRASIL – UMA REVISÃO NARRATIVA Sorocaba/SP 2021 Ana Flávia Rodrigues de Lima Costa Andrezza Caroline Cobello Mariana Mossin A SITUAÇÃO DO USO DE MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO NO BRASIL – UMA REVISÃO NARRATIVA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do Diploma de Graduação em Farmácia, da Universidade de Sorocaba. Orientadora: Yoko Oshima Franco Sorocaba/SP 2021 Ana Flávia Rodrigues de Lima Costa Andrezza Caroline Cobello Mariana Mossin A SITUAÇÃO DO USO DE MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO NO BRASIL – UMA REVISÃO NARRATIVA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do Diploma de Graduação em Farmácia, da Universidade de Sorocaba. Orientadora: Yoko Oshima Franco Aprovado em ______/______/______ Banca Examinadora: ________________________________________ Pres.: presidente da banca ________________________________________ 1º Exam: professor 1º avaliador _________________________________________ 2º Exam: professor 2 º avaliador AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente a Deus pela nossa vida, por ter nos dado força e coragem para superar todos os desafios durante esses cinco anos de curso, sem Ele nada disso seria possível. Às nossas famílias que não mediram esforços para nos ajudar nessa caminhada, não deixando que faltasse nada e dando suporte em tudo que era necessário, nenhuma palavra é suficiente para demostrar a nossa total gratidão. Somos muito gratas a Universidade de Sorocaba e a todos os docentes que estiveram presentes durante esses anos, pelos ensinamentos, apoio e os puxões de orelha quando era preciso, com certeza nada disso seria possível sem eles. Deixamos também nosso agradecimento aos colegas de sala, que de alguma forma foram importantes. A nossa orientadora Prof. Dr. Yoko Oshima Franco agradecemos pela paciência, atenção, por todos os conselhos que nos ajudaram a continuar e que não deixou de acreditar que tudo seria possível. Foi um privilégio poder ter um exemplo de profissional tão competente conosco nessa etapa. Nosso muitíssimo obrigado por todo auxilio. RESUMO Segundo a Organização Mundial da Saúde, os medicamentos isentos de prescrição (MIPs), “são medicamentos aprovados pelas autoridades sanitárias para aliviar sintomas de doenças não graves, com uma evolução lenta e que não causam danos significativos”. São liberados sem receitas no balcão de farmácias, apenas com as orientações disponíveis no rótulo e bula. Os MIPs, são como os medicamentos prescritos com receita médica e merecem a orientação sobre a dose indicada, por quanto tempo tomar, as contraindicações e possíveis efeitos adversos. O seu uso incorreto pode oferecer riscos, pois envolve etapas importantes que acontecem no organismo de cada um (absorção, metabolização e excreção). Se o paciente possui alguma outra doença os MIPs poderão interferir no tratamento ou levar a alguma reação alérgica e, em outras situações, poderão aliviar o sintoma e mascarar o diagnóstico correto da doença. Quando o medicamento é usado de forma correta, os efeitos produzidos aliviam os sintomas, ressaltando-se a importância do farmacêutico no processo de orientação do uso correto e, quando necessário, do encaminhamento do paciente ao médico. De acordo com os dados de 2017 da Organização Mundial da Saúde, 35% dos medicamentos são comprados por automedicação, e 50% são consumidos de forma incorreta, levando os hospitais a gastarem seus orçamentos com 20% destinado na solução de complicações geradas por mau uso de medicamentos. A partir disso, este projeto foi direcionado à produção de uma matéria para veiculação em jornal, com vistas à orientação da população, em seu direito de receber informações de profissionais habilitados e prevenir efeitos adversos indesejados, intoxicações ou algo mais grave. A metodologia utilizada foi revisão narrativa utilizando a base de dados Scielo (ressaltando os efeitos dos anti- inflamatórios, analgésicos, antitérmicos e relaxantes musculares) e SINITOX, para construir os argumentos da matéria. Foram também selecionadas as principais legislações que regulam o uso de MIPs no Brasil. Palavras-chave: Automedicação. Medicamentos isentos de prescrição (MIPs). Assistência farmacêutica. Anti-inflamatórios. Analgésicos. Antitérmicos. Relaxantes musculares. ABSTRACT Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxx Keywords: Xxxxxxxxxxxxxx, Xxxxxxxxxxxxxx, Xxxxxxxxxxxxxx, LISTA DE TABELAS E FIGURAS Tabela 1 – Casos de intoxicação por medicamentos segundo circunstância............ 32 Tabela 2 - Casos de intoxicação por medicamentos segundo faixa etária ................ 33 Tabela 3 - Casos de intoxicação por medicamentos segundo sexo .......................... 33 Tabela 4 - Casos de intoxicação por medicamentos segundo zona de ocorrência ... 34 Tabela 5 - Casos de intoxicação por medicamentos segundo evolução ................... 34 LISTA DE ABREVIATURAS ABIMIP - Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição AINEs - Anti-inflamatórios não-esteroidais ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária COX - Ciclo-oxigenase IN - Instrução Normativa MIPs - Medicamentos Isentos de Prescrição OMS - Organização Mundial de Saúde RDC - Resolução da Diretoria Colegiada SINITOX - Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas SNC - Sistema Nervoso Central TCC - Trabalho de Conclusão de Curso SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 11 1.1 Medicamentos Isentos de Prescrição ..........................................................11 2 REVISÃO DE LITERATURA........................................................................... 12 2.1 Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) .................................................. 12 2.2 Analgésicos ................................................................................................... 13 2.3 Antitérmicos................................................................................................... 14 2.4 Relaxantes Musculares ................................................................................. 15 2.5 Legislação ...................................................................................................... 17 2.5.1 Resolução da Diretoria Colegiada nº 98, de 1° de agosto de 2016 ........... 17 2.5.2 Instrução Normativa n° 86, de 12 de março de 2021 .................................. 19 2.5.3 Resolução da Diretoria Colegiada nº 44, de 17 de agosto de 2009 ........... 20 2.5.4 Resolução da Diretoria Colegiada nº 96, de 17 de dezembro de 2008 ...... 20 2.6 Automedicação .............................................................................................. 22 2.7 A Importância do Farmacêutico no Uso Racional de Medicamentos ....... 25 3 OBJETIVOS .................................................................................................... 28 3.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 28 3.2 Objetivo Específicos ..................................................................................... 28 4 MÉTODOS ...................................................................................................... 29 4.1 Metodologia ................................................................................................... 29 5 RESULTADOS ................................................................................................ 30 6 DISCUSSÃO ................................................................................................... 30 6.1 SINITOX .......................................................................................................... 31 6.2 TOXICIDADE ................................................................................................. 35 6.2 O FARMACÊUTICO ....................................................................................... 37 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 37 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 39 APÊNDICE A – ......................................................................................................... 47 ANEXO A – ............................................................................................................... 47 11 1 INTRODUÇÃO 1.1 Medicamentos Isentos de Prescrição Os medicamentos isentos de prescrição (MIPs), também chamados de medicamentos de venda livre ou OTC (sigla inglesa de “over the counter”, cuja tradução literal é “sobre o balcão”), são, segundo o Ministério da Saúde, “aqueles cuja dispensação não requerem autorização, ou seja, receita expedida por profissional” (COSTA, 2005). Geralmente, os MIPs são indicados para doenças com alta morbidade e baixa gravidade e são considerados de elevada segurança de uso, eficácia comprovada cientificamente ou de uso tradicional reconhecido, de fácil utilização e baixo risco de abuso, como, por exemplo, os antiácidos, os analgésicos e os antitérmicos. Os MIPs podem ser vendidos, comprados, solicitados, fornecidos, dispensados ou doados sem obrigatoriedade de nenhuma formalização de documento emitido por profissional legalmente habilitado para prescrevê-lo (OPAS, 2008). O consumo de fármacos de venda isenta de prescrição traria benefícios ao indivíduo e ao governo. Para o indivíduo os benefícios seriam a diminuição de custos com despesas médicas e comodidade na aquisição do medicamento, já para o governo, com a dispensa de consultas médicas haveria diminuição substancial de custos para o sistema de saúde e otimização de recursos governamentais. Porém, o fácil acesso a esses medicamentos torna-os diretamente atrelados à automedicação, representando um risco potencial de graves danos à saúde do indivíduo. Em relação a categorização de medicamentos como isentos de prescrição, esta varia de acordo com a legislação de cada país. No Brasil, a classe de MIP é regulamentada pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) n° 98, de 1º de agosto de 2016, e Instrução Normativa (IN) nº 11, de 29 de setembro 2016 as quais dispõem critérios e procedimentos para o enquadramento de medicamentos como isentos de prescrição e a lista de medicamentos isentos de prescrição (LMIP). 12 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) Algumas famílias de anti-inflamatórios fazem parte da categoria de medicamentos isentos de prescrição (MIPs) e ficam ao alcance da população nos estabelecimentos farmacêuticos. O CRF-SP, porém, ressalta que os anti-inflamatórios estão entre as classes de medicamentos que mais causam intoxicações no país – fato que implica diretamente sobre a responsabilidade do farmacêutico em garantir o seu uso adequado (CRF-SP, 2017). Os AINEs são compostos por grupos quimicamente heterogêneos, que consistem de um ou mais anéis aromáticos ligados a um grupamento ácido funcional. Apesar da heterogeneidade todos eles compartilham, em maior ou menor grau, propriedades analgésicas, antitérmicas e anti-inflamatórias (BATLOUNI, 2009). Nesse contexto, os AINEs são amplamente utilizados para aliviar dores, reduzir inflamações e combater a febre. Embora alguns AINEs possam ser comercializados sem apresentação de prescrição, isso não significa que sejam totalmente seguros. O uso de maneira inadequada, desnecessária e por contradição são fatores relacionados aos medicamentos que é considerado como um fator preocupante para a saúde pública, pois são responsáveis por aumentarem os riscos de Reações Adversas a Medicamentos (RAM) e as intoxicações por medicamentos (LOPES et al, 2016). Estima-se que no mundo mais de 30 milhões de pessoas utilizem diariamente os anti-inflamatórios não esteroidais, sendo, em alguns países, a classe medicamentosa mais consumida sem receita médica (RANKEL et al, 2016). Os AINES pertencem a duas grandes classes: Inibidores Não Seletivos da ciclo-oxigenase (esses AINEs atuam inibindo tanto a COX-1, quanto a COX-2, de forma reversível) e Inibidores Seletivos (KUMMER; COELHO, 2002). MECANISMO DE AÇÃO O principal mecanismo de ação dos AINEs é a inibição da síntese de prostaglandinas. Essas moléculas tem importante papel na resposta inflamatória, pois aumentam a permeabilidade capilar, atraem macrófagos e sensibilizam as 13 terminações nervosas, provocando dor no local (BRUNTON, 2019). Em geral, os AINEs inibem a produção dessas moléculas por inibição da COX, enzima que participa da via metabólica do ácido araquidônico, precursor das prostaglandinas (BRUNTON, 2019). A COX-1 encontrada em vários tecidos, sendo uma enzima capaz de promover a função de homeostasia. Já a COX-2 é uma enzima induzida na inflamação, tendo influência nos eventos vasculares (BRUNTON, 2019). 2.2 Analgésicos Diversos estudos sobre a automedicação no Brasil, com o objetivo de levantar dados sobre as classes de medicamentos sem prescrição mais usadas, demostram que a classe dos analgésicos está entre as primeiras mais usadas para o alívio de dores leves e moderadas (SANTOS et al, 2018). Os analgésicos são indicados para tratar dores leves ou moderadas de condições clínicas agudas ou crônicas, como cefaleias, doresde dentes, dores musculares/ articulares, cólicas menstruais, entre outros tipos de dor, além de atuarem como antitérmicos (tratar febre) em alguns casos, devendo ser utilizados por um período curto, não ultrapassando muitos dias (MATOS et al, 2018). Na grande maioria dos casos, seu uso é para resolver dores causadas por outras condições clínicas secundárias, que necessitam de tratamento específico próprio, como ocorre em casos de dores decorrentes, por artrose, dores musculares e cefaleia em pacientes que realizam hemodiálise, devido a injúria renal crônica (IRC) (SAKATA; NUNES, 2014), como também é frequentemente usada por pacientes idosos, por causa do aumento de ocorrência de Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT), que causam dor e quadro inflamatórios. Sobretudo pelas mulheres idosas que sofrem com mais recorrência de quadros de artrite, artrose e reumatismo (ELY et al, 2015). Além disso, os analgésicos são comumente usados pelas faixas etárias mais novas, para o tratamento de sintomas álgicos, como dor nas costas e musculares (GAMA; SECOLI, 2020), cefaleias e entre as mulheres para aliviar cólicas menstruais (MATOS et al, 2018). 14 MECANISMO DE AÇÃO Os analgésicos atuam na inibição das enzimas ciclo-oxigenases (COX-1 e COX-2), atuando principalmente na inibição da COX-2, responsável por produzir mediadores prostanoides da inflamação, ao ser induzida pela ativação Interleucina-1 (IL-1) e Fator de Necrose Tumoral alfa (TNF- α) mediadores. Ao causar a inibição da COX-2, resulta na diminuição de prostaglandinas, bradicininas e serotonina, os principais estimulantes de nociceptores, provocando analgesia (MARTINEZ et al, 2014). 2.3 Antitérmicos Os antitérmicos também conhecidos como antipiréticos, são medicamentos indicados e utilizados para combater a febre ao inibir o mecanismo que eleva a temperatura do corpo. Os antitérmicos não combatem a verdadeira causa do problema, eles apenas auxiliam reduzindo a temperatura corporal e mal estar que está associado a várias doenças, como: infecções, alergia, distúrbios hormonais, tumores e entre outros. A febre aparece quando há algo anormal no funcionamento do corpo, serve de alerta quando ocorre a invasão dos microrganismos, a febre também pode ter causa não identificada, ou por insolação, desidratação, alguma condição inflamatória e outras mais (BLANK, 2011). A temperatura corporal é controlada pelo hipotálamo, quando o organismo é invadido por agentes infecciosos os glóbulos brancos são ativados e começam a combater esses invasores. Esse processo aumenta a produção de prostaglandinas, que ajuda no processo de eliminação da infecção, quando esses agentes chegam ao cérebro, estimulam o hipotálamo, que aumenta a temperatura do corpo, servindo de alerta. Nisso o corpo vai reagir com calafrios, enjoo e desconfortos. Nessa situação os médicos indicam para o tratamento os antitérmicos (BLANK, 2011). Os antitérmicos são os medicamentos mais frequentemente prescritos na faixa etária pediátrica, pois a febre é uma das principais queixas frequentes também, tanto em consultórios como também em emergências. Embora não haja consenso sobre a necessidade de se tratar agressivamente o aumento de temperatura como resposta 15 fisiológica contra processos infecciosos, o uso de medicamentos antitérmicos é a primeira medida tomada pela maioria dos pais quando os filhos apresentam febre. Para fins de diagnóstico, é aceito como febre temperatura retal maior ou igual a 38°C, oral e timpânica maior ou igual a 37,6°C ou axilar maior ou igual a 37,4°C (PEREIRA, 2012). O tratamento farmacológico deve levar em consideração que todo antipirético pode provocar efeitos adversos e que a escolha deve-se basear em eficácia e segurança avaliando-se cuidadosamente os riscos e benefícios da medicação utilizada (PEREIRA, 2012). MECANISMO DE AÇÃO Eles atuam de forma indireta no hipotálamo, o principal centro de regulação térmica do sistema nervoso central, e que responde a diversos tipos de estímulos, como, por exemplo, as infecções. Os antitérmicos atuam no mecanismo da cascata de inflamação, mas especificamente nas enzimas conhecidas como COX-1 e COX-2. Desta forma, também impedem a liberação das prostaglandinas e passam a ter um efeito indireto central no hipotálamo, ou seja, ao atuar nessas substâncias, o medicamento acaba modulando os comandos do hipotálamo em relação ao aumento da temperatura (BRASIL, 2018). Os antitérmicos, portanto: alguns tipos desses medicamentos agem no início do processo, inibindo a produção da prostaglandina, enquanto outros atuam diretamente sobre o hipotálamo, impedindo que ele seja influenciado (BRASIL, 2018). Não usar antitérmicos durante o processo de tratamento de uma doença pode acarretar em alguns riscos, como convulsões em crianças pequenas, principalmente entre 6 a 18 meses de vida, em pacientes com doenças pré-existentes que podem ser agravadas, tais como as cardiopulmonares, e em idosos (BRASIL, 2018). 2.4 Relaxantes musculares Os relaxantes musculares são uma classe voltada para tratar problemas musculares. A função principal do relaxante muscular é aliviar dores nos músculos, 16 geralmente causadas por torções, traumas ou doenças. Esses medicamentos, como promete o seu nome, reduz a tensão nos músculos, o que contribui para o alívio da sensação de dor e desconforto (BIAGINI, 1980). Outra indicação é para pacientes prestes a passar por cirurgia, que visam trazer mais tranquilidade durante o procedimento. Os espasmos musculares são provavelmente o principal problema tratado por relaxantes musculares, esses espasmos é quando ocorre uma diminuição significativa na mobilidade que pode limitar a habilidade de realizar pequenas atividades básicas do dia a dia. E as indicações mais comuns são para lombalgia, torcicolo, fibromialgia, cervicobraquialgia, entre outras (BIAGINI, 1980). MECANISMO DE AÇÃO Existem de maneira geral dois tipos de relaxante muscular. Enquanto alguns medicamentos atuam no cérebro e na medula espinhal, outros atuam direto no músculo. Os que atuam no sistema nervoso central (SNC), são os relaxantes musculares de ação central, enquanto os que atuam diretamente na musculatura são chamados de bloqueadores neuromusculares (BIAGINI, 1980). Os medicamentos que atuam no SNC são mais conhecidos como antiespasmódicos, controlam os espasmos musculares e espasticidade, sintomas bastante comuns em distúrbios musculoesqueléticos como bursites e artrites . Quando essas substâncias entram no organismo, conforme seu princípio ativo, provocam a produção de compostos relaxantes que agem como tranquilizantes. Dessa forma, a tensão sobre a musculatura é reduzida. Usando como exemplo os espasmos musculares, que são contrações musculares involuntárias, geralmente ocasionadas por lesões ou inflamações em tecidos próximos, a função principal do medicamento seria impedir essa contração, o que também eliminaria a dor. Ao que tudo indica, esse é o principal mecanismo de ação, sendo ele um facilitador do relaxamento muscular (BIAGINI, 1980). Os medicamentos que atuam no músculo, os betabloqueadores musculares, são mais usados em procedimentos cirúrgicos, pois atuam inibindo a transmissão dos impulsos nervosos, impede que o nervo se comunique com o músculo, isso impossibilita temporariamente a transmissão do sinal de dor. O mecanismo de ação é 17 simples, eles impedem a comunicação efetiva entre os nervos, que trazem sinais do cérebro, e a musculatura, que supostamente executam uma determinada ação. Dessa forma, impedem temporariamente a transmissão da sensação dolorosa (BIAGINI, 1980). 2.5 Legislação A primeira referência ao modo de dispensar e quais são os estabelecimentos autorizados a portar medicamentos isentos de prescrição, ocorreu na Lei nº5.991, de 17 de dezembro de 1973, que “Dispõem sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, e dá outras providências”. Manifesta-se em seu capítulo II “Do Comércio Farmacêutico”, no qual a categoria de medicamentos é denominada como, “medicamentos anódinos” que não dependem de receita médica (ABIMIP, 2017). Posteriormente, nos anos 2000, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), proferiu o seu primeiro regulamento sobre os MIPs, através da RDC nº 138, de 29 de maio de 2003, a qual foi republicada em 2004 (ANVISA, 2021). Nesta resolução foi decretado como seria feita a divisão entre os MIPs, e os medicamentos de venda sob prescrição médica, sendo que a RDC determinou em seu artigo 1º e 2º respectivamente, que os isentos estariam exprimidos na Lista de Grupos e Indicações Terapêuticas Especificadas (GITE), enquanto que os sob prescrição se enquadrariam como medicamentos que não foram descritos no GITE e se forem medicamentos novos (RDC N° 138, DE 29 DE MAIO DE 2003). Após alguns anos, a Anvisa outorgou uma nova RDC para a classe, a RDC nº 98, de 1º de agosto de 2016. Atualizando os critérios para o enquadramento de um medicamento como isento de prescrição (ABIMIP, 2017). 2.5.1 RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA RDC nº 98, de 1º de agosto de 2016. “Dispõem sobre os critérios e procedimentos para o enquadramento de medicamentos como isentos de prescrição e o reenquadramento como medicamentos 18 sob prescrição, e dá outras providências”. A atualização da RDC, promoveu a troca da lista GITE, pela introdução da Lista de Medicamentos Isentos de Prescrição (LMIP), na qual conforme a definição da lei é a relação dos medicamentos enquadrados pela Anvisa, como isentos de prescrição nos termos dessa resolução. Esta também traz os principais critérios para que um medicamento seja enquadrado como isento de prescrição, sendo sete critérios que constam no artigo 3º desta resolução. São estes: 1) Estar em comercialização há pelo menos 5 anos no Brasil, como um medicamento de venda sob prescrição médica, ou no exterior ser um OTC por no mínimo 5 anos, desde que os critérios de enquadramento sejam análogos aos critérios desta resolução. Para isso, o (s) princípio (s) ativos (s), precisam ter as mesmas indicações, faixa terapêutica e via de administração durante esse período. 2) Ser seguro para o paciente, quando este adquiri-lo sem a orientação profissional, apresentando dessa forma, baixo risco de causar danos à saúde. Devido ao seu baixo potencial tóxico que só ocorre se, a dose usada ultrapassar a dose terapêutica, como também ao conhecimento das reações adversas que devem ser reversíveis, após o seu uso e o baixo potencial de interagir com alimentos e medicamentos. Levando em conta, a forma farmacêutica, o princípio ativo e sua concentração, posologia e via de administração. 3) Ter recomendação para tratar, prevenir ou aliviar, sinais e sintomas de doenças que não sejam graves, e possuam evolução lenta ou inexistente. Além de, serem identificados de forma rápida pelo paciente, cuidador ou farmacêutico, sem necessitar de consulta do prescritor ou realização de exames no laboratório. 4) Ser usado por um curto período de tempo ou pelo tempo indicado pela bula, ressalvo em caso de prevenção, e também em casos de alguns medicamentos específicos e fitoterápicos, com indicação para doenças de pouca gravidade. 5) “ser manejável pelo paciente, seu cuidador, ou mediante orientação pelo farmacêutico”. 6) Apresentar baixo risco ao paciente, devido ao uso inadequado do medicamento, ao tratar uma condição diferente da orientação da bula. Assim como, em caso de administração de dose superior a recomendada, ou por um período além do indicado, e em caso de intoxicação. 19 7) O princípio ativo não pode apresentar potencial de levar o paciente a desenvolver dependência, mesmo que o uso seja de acordo com a recomendação da bula. (Artigo 3º RDC nº 98, de 1º de agosto de 2016) A resolução também determina, que as apresentações de indicação sob prescrição ou via parenteral, não podem ser enquadradas como medicamentos isentos de prescrição. E que há a possibilidade de se registrar um medicamento como isento, ou sob prescrição ao mesmo tempo, desde que haja diferença entre estes, em relação a forma farmacêutica, concentração ou unidades farmacotécnicas. A Lista de Medicamentos Isentos de Prescrição (LMIP), é atualizada e disponibilizada no site da Anvisa por meio de Instrução Normativa específica, sendo atualizada conforme novas solicitações de enquadramento serem aprovadas, após publicação no Diário Oficial da União. 2.5.2 INSTRUÇÃO NORMATIVA IN Nº 86, DE 12 DE MARÇO DE 2021. “Define a Lista de Medicamentos Isentos de Prescrição.” Estabelece nos anexos I e II, as Listas de Medicamentos Isentos de Prescrição (LMIP). Em seu anexo I – Medicamentos Sintéticos, Específicos e Biológicos, os medicamentos sem prescrição são determinados como, produtos com o mesmo IFA (ou associação), forma farmacêutica, indicações terapêuticas, indicações terapêuticas e com concentração inferior ou iguais, aos valores indicados na lista, neste anexo consta-se 257 medicamentos, que podem ser comercializados sem prescrição. Enquanto que, em seu anexo II – Fitoterápicos, este é determinado como isento de prescrição, se o produto ter a mesma parte empregada, ser da mesma espécie e ter as indicações terapêuticas tendo como base cada linha da LMIP, neste anexo consta- se 51 medicamentos fitoterápicos que podem ser vendidos, sem prescrição. 20 2.5.3 RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA- RDC Nº 44, DE AGOSTO DE 2009. “Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação, e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências”. SECÇÃO IV – Da Organização e Exposição dos Produtos Art.40. Inciso 2º “Os medicamentos isentos de prescrição poderão permanecer ao alcance dos usuários para obtenção por meio de autosserviço no estabelecimento. (Redação dada pela Resolução – RDC nº 41, de 26 de julho de 2012)”. Art. 41. Inciso 2º “Os medicamentos isentos de prescrição devem ser dispostos de forma separada dos demais produtos comercializados na área de autosserviço. (Incluído pela Resolução – RDC nº 41, de 26 de julho de 2012)”. 2.5.4 RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA –RDC Nº 96, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2008. “Dispõe sobre a propaganda, publicidade, informação e outras práticas cujo objetivo seja a divulgação ou promoção comercial de medicamentos”. Esta resolução determina os parâmetros que norteiam, a publicidade de medicamentos, de produção nacional ou estrangeira, independentemente dos meios de veiculação. Em seu Artigo 3º, inciso 2, a RDC determina que todas as afirmações contidas na propaganda do medicamento (de forma geral), quanto à sua ação, indicações, modo de uso, posologia, eficácia, entre outras características, precisa ser idênticas as informações que foram registradas na Anvisa. Além disso, neste mesmo artigo no inciso 3º, é definido que o conteúdo referente as bibliografias citadas na propaganda ou publicidade, dos medicamentos isentos de prescrição, necessitam estar disponíveis pela empresa, para os consumidores através do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), e para os profissionais prescritores e dispensadores de medicamento, por meio de canal destinado a esse público. A respeito da publicidade e propaganda de Medicamentos Isentos de 21 Prescrição, a resolução possui um título exclusivo, para tratar dessa categoria de medicamentos. Trata-se do título II “REQUISITOS PARA A PROPAGANDA OU PUBLICIDADE DE MEDICAMENTOS INDUSTRIALIZADOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO”. Dessa forma, seu Artigo 22 determinaque a propaganda ou publicidade de medicamentos de venda livre, devem constar as seguintes informações: “I - Nome comercial do medicamento, quando houver;” “II - Nome da substância ativa de acordo com a DCB e, na sua falta, a DCI ou nomenclatura botânica, que deverá ter, no mínimo, 50% do tamanho do nome comercial;” “III - Número de registro na Anvisa, contemplando, no mínimo, nove dígitos, com exceção das peças publicitárias veiculadas em rádio;” “IV - No caso dos medicamentos de notificação simplificada, a seguinte frase: "MEDICAMENTO DE NOTIFICAÇÃO SIMPLIFICADA RDC Anvisa Nº......../2006. AFE nº:..........................", com exceção das peças publicitárias veiculadas em rádio;” “V - As indicações;” “VI - Data de impressão das peças publicitárias;” “VII - A advertência: "SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO", que deve observar o artigo 6º.” (RDC Nº 96, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2008) Em relação à linguagem, principalmente quando direcionada ao público em geral, é determinado que os termos técnicos devem ser apresentados ao público, de forma que facilite sua compreensão pelo público leigo. Outra determinação em relação a propaganda ou publicidade, envolve a exigência da veiculação de advertência relacionada à substância ativa do medicamento, e quando não é observada alguma substância ativa, no material de divulgação, a advertência deve conter as seguintes afirmações e dizeres "(nome comercial do medicamento ou, no caso dos medicamentos genéricos, a substância ativa): É UM MEDICAMENTO. SEU USO PODE TRAZER RISCOS. PROCURE O MÉDICO E O FARMACÊUTICO. LEIA A BULA", a qual deve ser contextualizada durante a publicidade, a fim de que a advertência seja apresentada, pelo personagem principal ou pelo locutor, e quando for impressa precisa levar a pessoa, a ter o mesmo impacto visual que outras 22 informações da propaganda. Quanto as proibições na propaganda ou publicidade de medicamentos isentos de prescrições, este tema é abordado no Artigo 26 que veda: “I - Usar expressões tais como: "Demonstrado em ensaios clínicos", "Comprovado cientificamente";” “II - Sugerir que o medicamento é a única alternativa de tratamento e/ou fazer crer que são supérfluos os hábitos de vida saudáveis e/ou a consulta ao médico; (Redação dada pela Resolução – RDC nº 23, de 20 de maio de 2009)” “III - Apresentar nome, imagem e/ou voz de pessoa leiga em medicina ou farmácia, cujas características sejam facilmente reconhecidas pelo público em razão de sua celebridade, afirmando ou sugerindo que utiliza o medicamento ou recomendando o seu uso;” “IV - Usar de linguagem direta ou indireta relacionando o uso de medicamento a excessos etílicos ou gastronômicos;” “V - Usar de linguagem direta ou indireta relacionando o uso de medicamento ao desempenho físico, intelectual, emocional, sexual ou à beleza de uma pessoa, exceto quando forem propriedades aprovadas pela Anvisa;” “VI - Apresentar de forma abusiva, enganosa ou assustadora representações visuais das alterações do corpo humano causadas por doenças ou lesões;” “VII - Incluir mensagens, símbolos e imagens de qualquer natureza dirigidas a crianças ou adolescentes, conforme classificação do Estatuto da Criança e do Adolescente.” (RDC Nº 96, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2008) 2.6 Automedicação No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, Port. nº 3916/98), define a automedicação como o uso de qualquer medicamento sem acompanhamento, prescrição e orientação médica. A prática da automedicação pode ser decorrente do compartilhamento dos medicamentos com familiares, vizinhos ou amigos, da utilização das sobras de medicamentos provenientes de outras prescrições, da reutilização de antigas receitas, do prolongamento do tratamento medicamentoso indicado na receita, além da aquisição do produto sem prescrição 23 médica. Tendo em vista que nenhum medicamento é 100% eficaz e totalmente seguro, a automedicação pode ser considerada uma prática potencialmente nociva à saúde e um problema associado aos medicamentos. Desse modo, o uso indevido de medicação sem avaliação criteriosa do profissional habilitado pode ocasionar reações adversas, aparecimento de sintomas inespecíficos e piora da condição de saúde. Além de que a automedicação, pode mascarar sintomas ou doenças e atrasar o diagnóstico de enfermidades graves. O que pode contribuir para essa prática, é a facilidade de acesso aos produtos de venda livre, propaganda irrestrita nos meios de comunicação e pouca legislação brasileira. Sendo que o consumo de medicamentos isentos de prescrição (MIP), é considerado uma solução imediata para problemas de saúde (BRASIL, 2020). A automedicação é maior no sexo feminino, pelo fato de as mulheres sofrerem mais com dores de cabeça, enxaqueca, dores musculares, e também utilizarem analgésicos desde muito cedo para aliviar cólicas menstruais, sendo a faixa etária com maior destaque fica entre 16 anos a 40 anos de idade. O elevado número de consumo de medicamentos isentos de prescrição como os analgésicos, reflete uma população com alta prevalência de dor, motivada por estresse do dia a dia, tensão ou uma demanda física, apesar de a maioria dos medicamentos não ter prescrição, não pode menosprezar as possíveis intoxicações e efeitos adversos que podem causar nos usuários (BRASIL, 2020). Considerando a automedicação como uma necessidade, é um procedimento caracterizado fundamentalmente pela iniciativa de um doente, ou de seu responsável para obter ou produzir benefícios no tratamento de doenças ou alívio de sintomas. A automedicação inadequada, tal como a prescrição errônea, pode ter como consequência efeitos indesejáveis. É evidente que o risco dessa prática está correlacionado com o grau de instrução e informação dos usuários sobre medicamentos (BRASIL, 2020). O uso de MIPs tem papel importante no direito que o consumidor exerce de fazer escolhas conscientes a respeito da sua própria saúde, por isso é ideal que quando for consumir um medicamento sem prescrição o paciente saiba que pode ocorrer riscos, pois cada medicamento tem sua dosagem, efeito terapêutico, frequência correta de ingestão, as contraindicações, evolução do tratamento e 24 possíveis efeitos adversos, com isso deve haver coerência e responsabilidade no consumo, para não agravar uma doença já existente ou levar a uma intoxicação medicamentosa (SANTOS, 2020). Certamente a qualidade da oferta de medicamentos e a eficiência do trabalho das várias instâncias que controlam este mercado também exercem papel de grande relevância nos riscos implícitos na automedicação, como por exemplo estabelecimentos não farmacêuticos que disponibilizam medicamentos favorecendo a automedicação, mesmo sendo uma simples dipirona. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (ABIFARMA), cerca de 80 milhões de pessoas são adeptas da automedicação, a má qualidade da oferta de medicamentos, o não-cumprimento da obrigatoriedade da apresentação da receita médica e a carência de informação e instrução na população em geral justificam a preocupação com a qualidade da automedicação praticada no país (SANTOS, 2020). De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, 29% dos óbitos ocorridos no Brasil são provocados por intoxicação medicamentosa. Além disso, 15% a 20% dos orçamentos hospitalares são utilizados para tratar complicações causadas pelo mal uso de medicamentos. Uma pesquisa realizada pelo Sistema Único de Saúde em 2013 mostrou que 17.725 das internações por intoxicações medicamentosas foram em menores de cinco anos de idade, em todas as grandes regiões do país, fármacos não especificados foram os mais envolvidos, sendo que 4,3% dessas intoxicações ocorreram no Norte e 47,5% no Sudeste (BRASIL, 2003). As classes terapêuticasmais envolvidas nas internações de crianças menores de cinco anos por intoxicações medicamentosas financiadas pelo SUS no Brasil foram fármacos não especificados. A ocorrência de internações com mais de um diagnóstico de intoxicação reflete a exposição da criança a mais de uma classe terapêutica. Como a maior parte das intoxicações em crianças ocorre em circunstâncias acidentais, as intoxicações mostram acesso a diferentes medicamentos, em situações relacionadas a armazenamento inadequado ou desatenção dos cuidadores. Com essa situação mostra que todas as pessoas estão suscetíveis a medicamentos isentos de prescrição e que sem orientação e cuidado pode levar a alguns riscos (BRASIL, 2003). Medicamento é o principal agente tóxico que causa intoxicação em seres humanos no Brasil, ocupando o primeiro lugar nas estatísticas do SINITOX desde 25 1994; os benzodiazepínicos, antigripais, antidepressivos, anti-inflamatórios são as classes de medicamentos que mais causam intoxicações em nosso País (44% foram classificadas como tentativas de suicídio e 40% como acidentes, sendo que as crianças menores de cinco anos – 33% e adultos de 20 a 29 anos – 19% constituíram as faixas etárias mais acometidas pelas intoxicações por medicamentos. A propaganda de medicamentos muitas vezes leva ao acúmulo de medicamentos nas residências, constituindo por vezes um verdadeiro arsenal terapêutico, levando ao habito da automedicação. Certas propagandas induzem o consumo desenfreado, adquirindo sem necessidade por muitas vezes, gerando o acumulo e o consumo até mesmo sem perceber, pois já está na rotina. Conforme autorização da Anvisa, os MIPs podem ser expostos e comercializados na área de autosserviço das farmácias. Os medicamentos dessa categoria, quando não usados adequadamente, podem causar eventuais danos à saúde e mesmo mascarar doenças graves ou que podem agravar-se, devido a não realização oportuna do diagnóstico. São situações que podem resultar em hospitalizações evitáveis e gastos desnecessários, tanto para o paciente como para os sistemas público e privado de saúde. Por tudo isso, o uso de MIPs deve ser criterioso, seguindo a orientação e o acompanhamento do farmacêutico”, lembra o presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Dr. Walter Jorge João. “O farmacêutico pode ainda prescrever o encaminhamento do paciente a outro profissional, caso ele entenda que o problema foge do seu âmbito de atuação. Também é permitido que atue como educador em saúde, estimulando o paciente a mudar hábitos de vida”, complementa o Dr. Jorge João. Para o consumo mais consciente dos MIPs é importante sempre ler a bula do medicamento, olhar a dosagem e como tomar, prestar sempre atenção se tiver algum sintoma ou algo estranho e procurar ajuda, na duvida da compra sempre consultar ao farmacêutico e tirar dúvidas recorrentes. 2.7 A importância do Farmacêutico no Uso Racional de Medicamentos Todos os países, independentemente de seu grau de desenvolvimento, precisam de meios para assegurar o uso racional e custo-efetividade dos medicamentos. Nesse 26 sentido, os farmacêuticos podem desempenhar um papel chave no atendimento das necessidades do indivíduo e da sociedade. Esses profissionais devem ampliar suas responsabilidades para além dos produtos, das estruturas químicas e da farmacologia, envolvendo os pacientes e suas condições médicas. Para que ocorra o uso correto, seguro e racional de medicamentos, os farmacêuticos precisam se conscientizar da importância dos MIPs, pois essa classe terapêutica está sob sua responsabilidade e deve ser usada como a principal ferramenta para tratamentos de sintomas menores de baixa gravidade, passíveis de orientação farmacêutica e de automedicação (OPAS, 2004). A dispensação de medicamentos, isentos ou não de prescrição, deve ser entendida como um processo de atenção à saúde. Quando a dispensação é acompanhada de orientação adequada, os riscos relativos a medicamentos diminuem, contribuindo para que os estabelecimentos farmacêuticos sejam verdadeiros estabelecimentos de saúde. Neste cenário, destaca-se a indicação farmacêutica e a prescrição farmacêutica de MIPs (NUNES, 2008). A indicação farmacêutica é definida como: “ato profissional pelo qual o farmacêutico responsabiliza-se pela seleção de um MIP com objetivo de aliviar ou resolver um problema de saúde a pedido do paciente, ou seu encaminhamento ao médico quando o referido problema necessite de sua atenção”. Enquanto a prescrição farmacêutica é o ato pelo qual o farmacêutico seleciona e documenta terapias farmacológicas e/ou não farmacológicas, e outras intervenções relativas ao cuidado à saúde do paciente, visando à promoção, proteção e recuperação da saúde, e à prevenção de doenças e de outros problemas de saúde (NUNES, 2008). Assim, ressalta-se a importância do farmacêutico neste processo, visto suas competências profissionais e legais para indicar ou prescrever e orientar o paciente quanto à utilização correta desses medicamentos. No Brasil, onde o acesso à assistência médica pública é difícil e onde há uma grande parcela da sociedade na faixa da pobreza que não tem condições financeiras para pagar um plano de saúde, a prática da automedicação torna-se bastante comum. Mas somente o fator financeiro não basta para explicar a prática da automedicação, fatores como escolaridade, classe social, acesso às informações a respeito dos medicamentos e, principalmente, o fator cultural também entram nesse contexto. É notável a inclusão do farmacêutico no processo de automedicação 27 responsável. O usuário que vai fazer uso do medicamento muitas vezes tira dúvida com algum parente, vizinho ou amigo, e quando quer algo mais seguro busca o farmacêutico, que fica em um estabelecimento de saúde de fácil acesso e gratuito. O farmacêutico deve estar consciente da sua competência e dos limites que deve haver na intervenção do uso do medicamento, e se for necessário conduzir o paciente a um médico ou hospital (NUNES, 2008). Certos medicamentos não necessariamente irão surtir efeitos benéficos e positivos em outra pessoa como surgiu em quem está se medicando, por isso a consulta com um farmacêutico é importante, numa conversa indireta e somente contando como está se sentindo, qual é o desconforto e talvez apenas uma opinião de um profissional da saúde. Ouvir uma indicação de um conhecido ou pesquisar na internet pode ter seus malefícios, pois cada organismo responde ao medicamento de uma forma (NUNES, 2008). A intervenção do farmacêutico entra como uma educação ao paciente, por ser um profissional experiente, conhece a dosagem, ação terapêutica, possíveis efeitos adversos, quantidade correta que deve tomar e por quanto tempo é necessário. O profissional farmacêutico busca a cada dia o seu espaço na farmácia, embora que na maioria das regiões do Brasil a desvalorização da profissão seja evidente. O farmacêutico dentro de suas habilitações é o profissional capacitado para prestar assistência farmacêutica, cujo objetivo principal é conscientizar o paciente que os medicamentos utilizados corretamente e sob orientação médica propiciam alívio de males que afetam a sua saúde (NUNES, 2008). O serviço da atenção farmacêutica é importante para que o paciente obtenha resultados positivos no tratamento, mesmo que seja para uma dor pequena, ou para um tempo curto de uso, isso garante que o tratamento seja mais adequado possível e garanta efeito terapêutico desejado. Os MIPs são autorizados a ser vendidos pelas autoridades sanitárias, mas apesar da segurança assegurada e do fato dos MIPs serem livres de prescrição, isto não significa que eles sejam isentos de causar danos à saúde do usuário (BRASIL, 2020). É sempre importante durante a dispensação do medicamento que o próprio farmacêutico possa interferir econversar com o paciente, podendo orientar para ler a bula, ver corretamente por quanto tempo tomar o medicamento, a quantidade correta e dosagem. Isso faz toda a diferença no tratamento, ainda mais se o paciente for um 28 idoso ou medicamento para criança, mulher gravida e pessoas que ele possa ver que precisa de mais atenção e orientação (BRASIL, 2020). O profissional farmacêutico sempre quer o bem estar do paciente, está pronto para atender e ajudar. A atenção farmacêutica é importante e deve ser valorizada por todos os pacientes. Poucos minutos de uma conversa pode prevenir possíveis agravados na saúde ou melhora no tratamento. O farmacêutico tem o papel de orientar sobre o medicamento, é um profissional competente e que entende da sua área de atuação (BRASIL, 2020). Lembrando que o papel do farmacêutico não é intervir no diagnóstico e sim da melhor forma sempre orientar e garantir uma farmacoterapia racional e segura. A orientação é um processo informativo, e por parte do profissional é importante ter uma postura de credibilidade para mostrar segurança ao paciente, esse processo informativo é motivar e conscientizar o paciente da responsabilidade da sua saúde. A orientação deve ser de forma clara, simples e compreensiva em função da necessidade de cada paciente e também de qual medicamento está se falando, deve informar os riscos e de que maneira pode ser evitado. Sempre importante ressaltar ao paciente, o porquê do medicamento, o modo de usar, via de administração, horário de administração, quantidade, efeitos adversos, intoxicações e entre outras possíveis dúvidas que surgir (BRASIL, 2020). 3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral Através de uma revisão narrativa, compreender de forma integral os riscos e consequências que um medicamento isento de prescrição pode trazer para a saúde e bem estar de uma pessoa. 3.2 Objetivos Específicos a) Utilizar as quatro classes mais consumidas (anti-inflamatórios, analgésicos, antitérmicos e relaxante muscular) encontradas no 29 levantamento de dados e mostrar quais são os efeitos produzidos no organismo e consequentemente as suas causas. b) Promover uma orientação adequada para que os riscos expostos pelo uso inadequado desses medicamentos sejam evitados. c) Fazer um levantamento de dados e buscar uma relação entre gênero, faixa etária, zona de ocorrência, em que há mais casos de intoxicação por medicamentos. d) Importância da assistência farmacêutica. 4 MÉTODOS 4.1 Metodologia A metodologia usada para desenvolvimento e a consecução dos objetivos deste Trabalho de Conclusão de Curso, foi uma revisão narrativa, na qual abordou- se o tema “A situação do uso de medicamentos isentos de prescrição no Brasil”. Para realizar a revisão de literatura e encontrar dados foi utilizada a base de dados Scielo, visto que esta base de dados dispõe de literaturas de pesquisadores e pesquisas realizadas no Brasil, que por sua vez consiste no foco deste trabalho. Após pesquisa prévia para encontrar dados sobre automedicação e MIPs, foi decidido focar nos efeitos dos anti-inflamatórios, analgésicos, antitérmicos e relaxantes musculares, devido a estas classes serem as principais mais utilizadas pelos pacientes, fato que foi confirmado durante a coleta de dados no Scielo. Dessa forma, foram usadas as seguintes palavras chaves: automedicação, medicamentos isentos de prescrição (MIPs), assistência farmacêutica, anti-inflamatórios, analgésicos, antitérmicos e relaxantes musculares. Foram selecionados os artigos que abordavam os efeitos dessas classes, e também os que debatiam sobre a automedicação e o papel do farmacêutico, sendo selecionados previamente aproximadamente 50 artigos que posteriormente passaram por uma uma nova seleção criteriosa. Além disso, para a seleção das principais leis que norteiam o uso de MIPs no Brasil, foi usado como base de consulta o Fascículo II “Medicamentos Isentos de Prescrição” do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo-CRF SP 30 publicado em 2009. A partir de dados obtidos do Sistema Nacional de Informações Tóxico- Farmacológicas (SINITOX) foram analisados casos de intoxicação por medicamentos segundo circunstância, faixa etária, sexo, zona de ocorrência e evolução nos anos de 2015, 2016 e 2017 na região SUDESTE apenas e então foi feita uma comparação e conclusão embasada nesta pesquisa. Além disso, após o término da defesa deste trabalho, será produzida uma matéria sobre o uso de medicamentos isentos de prescrição, com a finalidade de promover a orientação sobre o tema, destinada a população de Sorocaba-SP, através da veiculação desta no jornal Cruzeiro do Sul, jornal local do município. 5 RESULTADOS A seguir apresentamos como resultado do objetivo deste TCC a matéria sobre o uso de medicamentos isentos de prescrição no Brasil, com o intuito de promover uma orientação sobre o tema à população em geral. Esta será veiculada posteriormente a defesa do trabalho no Jornal Cruzeiro do Sul, que determina que a matéria tenha no máximo 3.500 caracteres para poder ser publicada. Esta é uma parceria entre a Universidade de Sorocaba (UNISO) e o respectivo jornal, feita com a finalidade de ter uma aproximação dos TCCs feitos na instituição com a população e assim contribuir para a melhoria da comunidade. 5.1 Matéria Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os medicamentos isentos de prescrição (MIPs), são aqueles aprovados pelas autoridades sanitárias para tratar sintomas e males menores, disponíveis sem prescrição ou receita médica devido à sua segurança e eficácia, desde que utilizados conforme as orientações constantes das bulas e rotulagens. Os MIPs podem ser comprados sem nenhuma formalização de receita de profissional legalmente habilitado, porém o fácil acesso a esses medicamentos torna- os diretamente atrelados à automedicação, representando um risco potencial de graves danos à saúde, pois cada medicamento tem sua dosagem, efeito terapêutico, 31 frequência correta de ingestão, as contraindicações, evolução do tratamento e possíveis efeitos adversos. As legislações brasileiras dispõem de alguns dispositivos legais para o enquadramento e o controle dos MIPs no país. Dessa maneira, a RDC nº 98/ 2016, introduziu a Lista de Medicamentos Isentos de Prescrição (LMIP), na qual em seu artigo 3º determina como um dos critérios de enquadramento de um MIP, que o medicamento deve ser seguro para o paciente e possuir baixo potencial tóxico, além de serem indicados para o tratamento, prevenção ou alívio de sinais e sintomas de doenças não graves. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, 29% dos óbitos ocorridos no Brasil são provocados por intoxicação medicamentosa. Além disso, 15% a 20% dos orçamentos hospitalares são utilizados para tratar complicações causadas pelo mal uso de medicamentos. Desde 1994 os medicamentos representam a principal causa de intoxicações humanas registradas no Brasil, segundo as estatísticas divulgadas anualmente, no Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX), sendo que os benzodiazepínicos, antigripais, antidepressivos, anti-inflamatórios são as classes medicamentosas que mais causam intoxicações em nosso País. Em análise de dados provenientes do SINITOX, foram registrados no período de 2015, 2016 e 2017, um total de 42.215 casos de intoxicações por medicamentos na região Sudeste. Dos casos registrados, acidente individual (28%), uso terapêutico (26%) e tentativa de suicídio (23%) foram os responsáveis por alto índice de intoxicação nestes anos. Essas três circunstâncias juntas são responsáveis por grande parte dos casos de intoxicação, mas chama atenção também a quantidade exacerbante de erros de administração (3%) e automedicação (3%). Os grupos populacionais mais atingidos são as criançasentre um a quatro anos (25%) e o sexo feminino (56%), sendo que o maior número de casos foi a zona urbana (73%), devido maior facilidade de acesso aos medicamentos. Quanto à evolução, os anos de 2015, 2016 e 2017, registram baixos índices de sequelas e de letalidade atribuídas aos medicamentos. Dos casos registrados, a maior parte evoluiu para a cura (48%), embora haja uma pequena porcentagem relacionada como cura não confirmada (2%). Comparando os anos apontados, pode-se observar que o maior registro de 32 casos foi no ano de 2016, sendo um total de 18.731 (57,97%). No ano de 2015 foi estimado um total de 15.826 casos (54,99%) e no ano de 2017, 7.658 casos (37,11%) sendo o ano de menor índice de intoxicação por medicamentos no período apresentado. A dispensação de medicamentos, isentos ou não de prescrição, deve ser entendida como um processo de atenção à saúde. Quando a dispensação é acompanhada de orientação adequada, os riscos relativos a medicamentos diminuem, contribuindo para que os estabelecimentos farmacêuticos sejam verdadeiros estabelecimentos de saúde. 6 DISCUSSÃO A falsa crença de que os medicamentos são totalmente seguros, é muito encontrada na população, principalmente entre os idosos. Um estudo feito com idosos de uma Universidade Aberta da Terceira Idade sobre o uso de MIPs, constatou que um dos principais motivos para a automedicação dentre o grupo estudado, é a certeza da segurança no uso desses medicamentos (SANTOS et al, 2018). Um dos fatores para essa crença é a publicidade de medicamentos no país, que apesar da regulamentação da RDC nº 98/2008, as propagandas de medicamentos em desacordo com a lei são comuns nos meios de comunicação (MATOS et al, 2018). Além disso, em muitos casos os anúncios descrevem somente os benefícios, não havendo muitos esclarecimentos dos riscos e reações adversas (OLIVEIRA et al, 2018) e quando aparecem, são mostrados rapidamente e em letras pequenas que desfavorece o entendimento pelo público. Isto tudo contribui para a idealização de que o medicamento é isento de riscos pela população, o que pode contribuir para o seu uso excessivo e irresponsável (SANTOS et al, 2018). Outro fator importante é o uso de MIPs para o tratamento de sintomas oriundos de condições crônicas, em contramão as indicações de uso dessa classe. Exemplo que foi constatado em estudo que o uso de medicamentos para tratar dores musculares e articulares, por automedicação, foram prevalentes com a população analisada, e estes sintomas são associados a presença de artrose e hipotireoidismo que requerem tratamento específico (SANTOS et al, 2018). 33 6.1 SINITOX O SINITOX foi constituído em 1980, pelo Ministério da Saúde, a partir da constatação, entre as prioridades do governo, da necessidade de criar um sistema abrangente de informação e documentação em Toxicologia e Farmacologia de alcance nacional. O SINITOX, em 1986, foi incorporado à estrutura do Centro de Informação Científica e Tecnológica da Fundação Oswaldo Cruz e tem, como principais atribuições, coordenar, compilar, analisar e disseminar dados e informações no campo das intoxicações e envenenamentos em todo o país. Os registros são realizados pela Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Renaciat), composta por diversas unidades presentes em todas as regiões do Brasil. Os resultados do trabalho são divulgados anualmente. Os medicamentos representam a principal causa de intoxicações humanas registradas no Brasil, segundo as estatísticas divulgadas, anualmente, pelo SINITOX. Na região Sudeste, foram registrados no período de 2015, 2016 e 2017, um total de 42.215 casos de intoxicações por medicamentos. Dos casos registrados, acidente individual, uso terapêutico e tentativa de suicídio foram os responsáveis por alto índice de intoxicação nestes anos. Essas três circunstâncias juntas são responsáveis por grande parte dos casos de intoxicação, mas chama atenção também a quantidade exacerbante de erros de administração e automedicação (tabela 1). Tabela 1: Casos de intoxicação por medicamentos segundo circunstância. 2015 2016 2017 Acidente Individual Acidente coletivo Acidente ambiental Ocupacional Uso terapêutico Presc. Méd. Inadequada Erro de administração 4969 65 1 11 5284 41 447 5532 51 - 8 5504 43 693 1506 8 - 2 474 5 513 34 Auto medicação Abstinência Abuso Ingestão de alimentos Tentativa suicídio Tentativa aborto Violência/Homicídio Uso indevido Ignorada Outra 696 2 103 11 3285 30 23 199 246 413 720 4 135 3 3812 18 17 120 1838 233 86 - 5 - 2641 5 11 4 1936 462 Fonte: Adaptado de SINITOX, 2021. Os grupos populacionais mais atingidos são as crianças entre um a quatro anos (tabela 2) e as mulheres (tabela 3). As crianças entre dois e três anos de idade são as mais suscetíveis aos acidentes tóxicos, em todo o mundo. A curiosidade natural a essa faixa etária, associada ao desenvolvimento motor, aumentam o risco de exposição. Dos quatro anos em diante, as crianças já compreendem melhor as orientações dos adultos e são mais seletivas, quanto ao paladar. A faixa etária menos frequente foi a de 80 anos ou mais. Tabela 2: Casos de intoxicação por medicamentos segundo faixa etária. 2015 2016 2017 <1 01-04 05-09 10-14 15-19 20-29 30-39 40-49 831 4551 1217 647 973 1668 1663 1194 950 5129 1383 830 1098 1707 1733 1199 206 1276 393 415 655 915 787 527 35 50-59 60-69 70-79 80 e + Ign. 983 819 668 304 308 1009 824 603 354 1912 283 143 95 62 1901 Fonte: Adaptado de SINITOX, 2021. Tabela 3: Casos de intoxicação por medicamentos segundo sexo. 2015 2016 2017 Masculino Feminino Ignorado 831 4551 1217 950 5129 1383 206 1276 393 Fonte: Adaptado de SINITOX, 2021. A zona de ocorrência que apresentou maior número de casos foi a zona urbana (tabela 4), tendo-se em vista que indivíduos residentes em áreas urbanas possuem maior facilidade de acesso aos medicamentos. Tabela 4: Casos de intoxicação por medicamentos segundo zona de ocorrência. 2015 2016 2017 Rural Urbana Ignorada 47 12413 3366 47 13166 5518 389 5235 2034 Fonte: Adaptado de SINITOX, 2021. Quanto à evolução, os eventos tóxicos registrados são classificados em "Cura", "Cura não confirmada", "Sequela", "Óbito", "Óbito outra circunstância", "Outra", "Ignorada". Os anos de 2015, 2016 e 2017, registram baixos índices de sequelas e de letalidade atribuídas aos medicamentos. Dos casos registrados, a maior parte evoluiu para a cura, embora haja uma pequena porcentagem relacionada como cura não confirmada, o que pressupõe descontinuidade no acompanhamento dos casos (Tabela 5). 36 Tabela 5: Casos de intoxicação por medicamentos segundo evolução. 2015 2016 2017 Cura Cura não confirmada Sequela Óbito Óbito outra circunstância Outra Ignorada 14998 310 6 15 - 130 367 689 384 - 72 2 4215 13369 4561 482 1 24 4 264 2322 Fonte: Adaptado de SINITOX, 2021. Comparando os anos apontados, pode-se observar que o maior registro de casos foi no ano de 2016, sendo um total de 18.731 (57,97%). No ano de 2015 foi estimado um total de 15.826 casos (54,99%) e no ano de 2017, 7.658 casos (37,11%) sendo o ano de menor índice de intoxicação por medicamentos no período apresentado. 6.2 Toxicidade O uso indiscriminado e irracional de medicamentos causa várias consequências negativas, como não controle ou cura do problema de saúde, intoxicações e até óbitos em alguns casos. Assim os medicamentos ocupam o primeiro lugar nos registros de intoxicações (MATHIAS et al, 2019), sendo importantecausa de hospitalização nos últimos anos. De acordo com o estudo de SANTOS e BOING, sobre análises de internações hospitalares por intoxicações e reações adversas à medicamentos no Brasil, em período compreendido entre 2000 e 2014, as hospitalizações aumentaram no país nesse período, sendo que o ano de 2014 apresentou taxas duas vezes maiores do que o início do estudo. Dentre as classes de MIPs abordadas neste trabalho, os principais efeitos adversos e tóxicos encontrados foram: 37 Anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs) São múltiplos os riscos evidenciados à utilização exacerbada de AINEs: riscos cerebrovasculares, renais, hepáticos, cardiovasculares e trombóticos, gastrintestinais, gestacionais e fetais (BRUNTON, 2019). Os AINEs causam reações adversas devido a sua toxicidade sobre vários sistemas, entre os efeitos mais importantes estão os danos gastrointestinais, que podem ir do desconforto abdominal até a erosão da mucosa, podendo levar ao sangramento e perfuração (BRUNTON, 2019). Analgésicos O uso de analgésicos de maneira abusiva pode levar a quadros de dores de cabeça crônica (ARRAIS; BERTOLDI, 2016), e assim como os AINEs pode causar no organismo distúrbios gastrointestinais como a dispepsia, diarreia, náusea, vômitos, ulcerações e sangramento gástrico, reações alérgicas, reações cutâneas alérgicas e efeitos renais como nefrite crônica, necrose papilar e injúria renal aguda reversível (MARTINEZ et al, 2014. Assim como, problemas hepáticos como ocorre em fármacos como o paracetamol que pode causar hepatoxicidade, principalmente em idosos e com problemas hepáticos visto que estes possuem uma dificuldade maior de metabolizar e eliminar o metabólito ativo deste (ELY et al, 2015). Em crianças, o uso crônico e abusivo do paracetamol também pode causar hepatoxicidade, enquanto que o uso de dipirona leva a diminuição das células de defesa sanguínea, além de casos de agranulocitose e trombocitopenia (PROLUNGATTI et al, 2014). Antitérmicos Os fármacos mais administrados pelas crianças em nosso país são o ácido acetilsalicílico (AAS), o paracetamol, a dipirona e o ibuprofeno. Os efeitos colaterais causados pelo uso indiscriminado dos antitérmicos geralmente não são graves podendo ocasionar dor e desconforto abdominal, contudo podem causar efeitos mais preocupantes como a agranulocitose, a hipersensibilidade medicamentosa, a intolerância hepática (MED, 2017). 38 Pelo fato de os antitérmicos serem mais consumidos pelas crianças, as toxicidades são mais prevalentes nelas, como exemplo a Síndrome de Reye é uma doença rara e grave, causa confusão mental e danos no fígado, ela ocorre por uma infecção ou pelo uso descontrolado de antitérmico (MAIOR, 2012). As crianças estão mais sujeitas a intensificar a ação do medicamento, facilitando a instalação da síndrome no corpo. Por esse motivo deve ter acompanhamento médico, não tomar medicamento sem orientação de um profissional para evitar possíveis danos prejudiciais à saúde (MAIOR, 2012). Relaxantes Musculares Assim como outros fármacos, os relaxantes musculares podem causar reações adversas. Os problemas geralmente surgem quando tais medicamentos são usados sem orientação médica, em doses e frequências indiscriminadas. Sonolência, boca seca, fadiga, tontura, cólica lesões no fígado, reação alérgica são algumas das reações (BIAGINI, 1980). 6.3 O Farmacêutico A Atenção Farmacêutica é uma prática que tem como principal finalidade melhorar a qualidade de vida do paciente que faz uso de medicamentos, otimizar o tratamento farmacológico e prevenir problemas relacionados ao uso de medicamentos, é o componente da prática profissional onde o farmacêutico interage diretamente com o paciente para atender suas necessidades relacionadas aos medicamentos (NUNES, 2008). O farmacêutico, mais do que nunca, tem um papel importante junto à construção de um novo modelo de atenção à saúde, onde ele possa estar inserido como profissional do medicamento, atuando como referência na orientação, cumprimento, acompanhamento e monitoramento da terapia farmacológica (NUNES, 2008). Segundo o ministério da saúde, uma pesquisa realizada pela ABIMIP (Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição), mostrou que 77% dos cidadãos brasileiros pedem orientações ao farmacêutico no momento 39 da compra de MIPs, e 85% procuram o profissional quando estão a alguns dias com sintomas e que não estão sendo resolvidos com medicamentos. Vale ressaltar que é importante sempre buscar orientação de um profissional capacitado, não tomar medicamentos por conta própria por muito tempo, sempre pedir orientação e consultar um médico. 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que as classes mais consumidas de Mips são os anti-inflamatórios, analgésicos, antitérmicos e relaxante muscular, são as classes que estão relacionadas com o tratamento de dores em geral, febre, tensão muscular e entre outros sintomas. Os medicamentos dessas classes são dispensados na drogaria sem prescrição médica, o fácil acesso favorece a automedicação da população, nisso exige-se a indicação e prescrição do farmacêutico responsável que tem capacidade para informar de forma correta, efetiva e segura. De acordo com a pesquisa feita no Sinitox as crianças e as mulheres são os grupos que mais consomem esses medicamentos e que mais estão sujeitas as intoxicações, ocorrem por acidente individual e estão mais presentes na população da área urbana. A faixa etária que mais ocorre é de 1 a 4 anos e de 20 a 29 anos de idade. Os principais riscos que essas classes medicamentosas oferecem são problemas cardiovasculares, gastrointestinais, renais e hepáticos, sendo que podem ser evitados durante a compra do medicamento, pedindo informação e auxilio do farmacêutico responsável. A orientação do farmacêutico é essencial para que não ocorra efeitos indesejados no paciente. As informações fornecidas são necessárias para que o medicamento seja tomado de forma correta, com isso o efeito terapêutico é eficaz, evitando-se a toxicidade, sendo um resultado da orientação sobre o uso correto e o uso racional dos medicamentos. Ao farmacêutico cabe seguir com vigência a dispensação e comunicação com o paciente preservando sempre a qualidade de vida e bem estar. O objetivo do trabalho sempre foi de alguma forma transmitir essas informações para a população, então irá ser publicada posteriormente uma matéria que já está pronta no Jornal Cruzeiro do Sul de Sorocaba. Essa matéria tem o intuito de mostrar 40 a população que pode ocorrer efeitos toxicológicos se os MIPs não forem consumidos da forma correta, e que é sempre importante procurar a orientação de um profissional capacitado. 41 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO (BRASIL). Conheça o MIP. São Paulo: ABIMIP, 2017. Disponível em: https://abimip.org.br/texto/conheca-o-mip. Acesso em: 16 set. 2021. Arrais P.S.D, Fernandes M.E.P, da Silva Dal Pizzol T, Ramos L.R, Mengue S.S, Luiza V.L, et al. Prevalência da automedicação no Brasil e fatores associados. Rev Saude Publica. 2016; 50(supl 2):13s. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsp/a/PNCVwkVMbZYwHvKN9b4ZxRh/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 22 set. 2021. ARRAIS, P. S. D. et al. 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