Gestão da Logistica Integrada - Introdução a logistica integrada

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introdução
Introdução
GESTÃO DA LOGÍSTICA INTEGRADAGESTÃO DA LOGÍSTICA INTEGRADA
INTRODUÇÃO A LOGÍSTICAINTRODUÇÃO A LOGÍSTICA
INTEGRADAINTEGRADA
Autor: Me. Laiane Aparecida Soares Sena Nery
Revisor : Dany lo de Araujo V iana
IN IC IAR
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Caro(a) estudante, no mercado atual, que é altamente competitivo, as empresas precisam
enfrentar a concorrência e a alta exigência de seus consumidores, então, o estabelecimento de
uma logística integrada e�ciente é indispensável. Nesse sentido, veremos, nesta unidade, alguns
conceitos básicos sobre Logística Integrada, bem como as principais áreas da logística que
compõem a cadeia de suprimentos. Veremos, também, algumas das principais características
dos cinco modais de transporte e como estes podem operar de forma estratégica. Veremos, por
�m, algumas características da infraestrutura de transportes de carga brasileira e suas
principais di�culdades. Além disso, estudante, ao longo da unidade, você contará com materiais
extras, por exemplo, artigos, livros, sites e �lmes, para que seja possível aprofundar-se em
alguns temas. Atividades curtas também estarão presentes, ao longo da unidade, como forma
de auxiliar na �xação do conteúdo apresentado. Espero que aproveite o material. Bons estudos!
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Em tempos de relações globais, busca por melhores resultados, menores custos e rapidez -
muita rapidez - nos processos e interações, a Logística Integrada tem papel fundamental nas
organizações, pois é por meio desta que os objetivos estratégicos de uma empresa podem ser
alcançados.
Conceitos Básicos da Logística Integrada
Há muito tempo, os processos logísticos eram vistos apenas como atividades independentes,
por exemplo, estoques, produção e transporte. Ao longo dos anos, essa visão foi mudando. O
que era atividade independente começou a fazer parte do mesmo processo, mas com uma nova
visão incorporada: a visão integrada.
De forma geral, podemos entender a Logística Integrada como o esforço de gerenciar cinco
grandes áreas em uma organização: a) Instalações/Localização; b) Processamento de Pedidos; c)
Estoques; d) Transporte e) Armazenamento, conforme mostra a Figura 1.1. Essa rede de
atividades e processos está em constante movimento, seja de pessoas, materiais ou informação.
A Logística IntegradaA Logística Integrada
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Nas palavras de Ching (2010, p. 51), a Logística Integrada tem, como objetivo, alinhar os
processos-chaves do negócio, ou seja, estabelecer um ritmo de trabalho no qual haja apoio
mútuo entre todos os elos, sejam estes fornecedores, fábricas, distribuidores, etc.
Somada a esta ideia de integração logística, surgiu a necessidade de planejamento estratégico,
que tem, como objetivo, melhorar os processos na busca de diminuição do custo total, além da
melhora na e�ciência operacional. Nesse cenário, surge, então, a Gestão da Cadeia de
Suprimentos ou Supply Chain Management que, além de integrar a logística dos processos, é
responsável por elaborar estratégias de gerenciamento a longo e médio prazo.
A Figura 1.2 mostra esta relação. Na visão de Bowersox (2014, p. 7), a cadeia de suprimentos
integrada pode ser entendida como a colaboração mútua de empresas que integram-na,
levando em consideração o �uxo de materiais, informações e suas restrições.
Nessa estrutura, há um intercâmbio constante de materiais, informações, serviços e, claro,
muito conhecimento. Essa troca permanente ocorre tanto no sentido produtivo, ou seja, do
fornecedor até o consumidor, quanto em seu sentido inverso.
Figura 1.1 - Logística Integrada 
Fonte: Bowersox (2014, p. 37).
Figura 1.2 - Estrutura da Cadeia de Suprimentos Integrada 
Fonte: Bowersox (2014, p. 7).
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Podemos dizer que a manufatura, os suprimentos e o atendimento ao cliente são os pilares da
organização, e a logística, por sua vez, tem o papel de integrar todas essas áreas, buscando,
sempre, agregar, de forma estratégica, seja diminuindo custos, seja melhorando o atendimento
ao consumidor �nal.
Além de pensarmos em todos os elos da cadeia e em como estes relacionam-se, é importante
lembrar que essa cadeia de suprimentos está inserida em um contexto que pode sofrer
alterações do ambiente externo, como variação do câmbio, política externa, comércio mundial,
novas legislações e, assim, por diante.
praticar
Vamos Praticar
Em relação à logística integrada e à estrutura de relacionamento da cadeia de suprimentos, analise as
a�rmativas a seguir, o papel das atividades e dos processos e, na sequência, assinale a alternativa
correta.
a) A alta do dólar não afeta a cadeia, pois diz respeito, apenas, ao consumidor, que sente os
preços mais elevados.
b) A Logística Integrada foca, principalmente, no atendimento. Suprimento e manufatura são
segundo plano.
reflita
Re�ita
Já se perguntou-se como é possível comprar uma aspirina pela internet e, em
algumas horas, recebê-la em sua casa? Ou como pode-se abrir um aplicativo,
escolher uma refeição completa e receber na portaria de seu prédio? Ou
comprar uma roupa, um livro, uma bebida e desfrutá-los no conforto de seu
lar? Dentre outras coisas, a logística funciona de forma integrada, para que
tudo isso aconteça da forma mais veloz possível. A pergunta é: vivemos, hoje,
apenas o resultado de uma cadeia de suprimentos evoluída e e�ciente ou
somos, de fato, prisioneiros mergulhados em um mar de tecnologia e
consumismo sem precedentes? Não há resposta simples.
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c) A alta do dólar pode afetar positiva ou negativamente toda a cadeia de suprimentos, a�nal,
tudo está interligado.
d) A logística integrada é um conceito que foca, em especial, nos transportes, pois este é o
coração do negócio.
e) Processamento de pedidos faz parte da Logística Integrada apenas em empresas que
fabricam itens.
Atividades Básicas da Logística Integrada
A logística está presente em todas as empresas, por exemplo, entregando bens ou serviços.
Gerenciar diferentes atividades de forma integrada não é uma tarefa fácil; é necessária muita
comunicação e estratégia, sendo isto o que a Logística Integrada propõe-se a fazer, por meio da
gestão de cinco atividades básicas, que veremos a seguir.
Processamento de pedidos
O ato de “processar pedidos”, ou seja, gerenciar os pedidos que chegam, além de como e
quando serão realizados, pode parecer, à primeira vista, uma tarefa simples, mas não é bem
assim. Esta é uma atividade que, por algum tempo, foi negligenciada nas organizações,
justamente por parecer uma tarefa puramente operacional e que não merecia um olhar mais
estratégico.
Para Bowersox (2014, p. 34), o processamento de pedidos é de extrema importância para a
logística integrada, pois, quando se tem um �uxo de informações rápido e e�ciente, isso
impacta diretamente e positivamente em todos os outros processos.
Estoques
O gerenciamento dos estoques, talvez, seja a atividade mais complexa dentro da cadeia de
suprimentos, isso porque, ao mesmo tempo em que são necessários para o pleno atendimento
da demanda, tê-los, em excesso, por via de regra, é considerado um desperdício de recursos.
Portanto, podemos a�rmar que o objetivogeral do gerenciamento de estoque é encontrar um
equilíbrio, para que não falte e nem sobre material.
Estoques são acumulações de matérias-primas, suprimentos, componentes,
materiais em processo e produtos acabados que surgem em numeroso pontos do
canal de produção e logística das empresas [...] O custo de manutenção destes
estoques pode representar de 20 a 40% do seu valor por ano, por isso mesmo,
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administrar cuidadosamente o nível dos estoques é economicamente sensato
(BALLOU, 2007, p. 272).
Não existe resposta, nem quantidade certa, quando falamos em estoques. Cada empresa deve
elaborar sua política de estoque, levando em consideração o nível de serviço desejado, sua
capacidade, objetivos estratégicos e, claro, as possíveis vantagens e desvantagens desta decisão
(Quadro  1.1).
Quadro 1.1 - Vantagens e desvantagens dos estoques 
Fonte: Adaptado de Ballou (2007, p. 272-273).
Um ponto fundamental, quando falamos em estoque, diz respeito aos custos. Manter uma
elevada quantidade de materiais em estoque pode solucionar a questão da disponibilidade, ou
seja, ter sempre o material “a mão”, porém, quanto maior o estoque, maiores são seus custos.
Segundo Ballou (2007, p. 278), devemos considerar, ao menos, três custos principais:
custos de aquisição : valor da preparação do pedido, custo de fabricação, transporte,
etc.;
custos de manutenção : valor gasto com espaço, aluguel, seguros, equipamentos de
movimentação etc.;
custos de falta de estoque : vendas perdidas e pedidos atrasados.
Uma das formas de minimizar esses custos é encontrar uma quantidade X que, ao ser
adquirida, combine o menor valor possível de todos os custos juntos. Essa relação de equilíbrio
pode ser alcançada por meio do que chamamos de “Lote Econômico de Compras” (LEC) (Figura
1.3), que é uma forma de encontrar a quantidade ideal de estoque a ser adquirida, de forma a
minimizar os seus custos totais.
Vantagens do Estoque Desvantagens do Estoque
Melhorar o atendimento ao cliente; 
Descontos em compras grandes; 
Menor risco de compra com preços altos; 
Economia com transporte; 
Disponibilidade no atendimento; 
Segurança contra escassez.
Ocupação do capital da empresa; 
Não agregam valor; 
Camu�ar problemas operacionais; 
Desestimular o gerenciamento
estratégico; 
Risco de obsolência; 
Risco de roubo, avaria, etc.
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O LEC mostra-nos a relação entre os custos do estoque. À medida que a quantidade de
materiais a ser adquirida aumenta, aumentam-se, também, os custos de manutenção. Por outro
lado, há um declínio dos custos de aquisição. Podemos observar, portanto, que a intersecção
desses custos, ou seja, o ponto em que se encontram, é justamente o menor valor possível,
resultado da combinação de todos esses custos. Logo, quando a quantidade a ser adquirida (Q)
está neste ponto especí�co, encontramos o chamado Lote Econômico de Compras, o menor
custo possível com estoques.
Transportes
O transporte é, conhecidamente, uma das atividades mais dispendiosas, quando falamos em
Logística. No geral, especula-se que os custos com transporte variam em torno de 60% dos
custos logísticos totais (BALLOU, 2007, p. 149; BOWERSOX, 2014, p. 2000). Por muito tempo, a
logística foi relegada unicamente ao gerenciamento dos transportes. Sabemos que esta visão
mudou e que a Logística Integrada, hoje, atua diretamente em várias etapas do processo.
Atualmente, as empresas contam com cinco tipos de transportes, os chamados “modais de
transporte”. Dentre estes, temos o modal rodoviário, ferroviário, hidroviário, dutoviário e
aeroviário. O gerenciamento dos transportes vai muito além de escolher o modal, sendo
necessário ater-se a outras questões, como custos, velocidade, capacidade, segurança etc.
Sem dúvidas, o custo envolvido em cada modal de transporte tem um peso signi�cativo em sua
escolha. Nesse sentido, podemos dividir os custos, basicamente, em dois tipos: custos variáveis
e custos �xos. Os custos �xos de transportes são aqueles relacionados a licenças, seguros,
instalações de apoio, salários etc. Já os custos variáveis são aqueles relacionados a
combustíveis; manutenção de equipamentos, acessórios, dentre outros.
Gerenciar os transportes em uma empresa não é uma tarefa simples, pois devemos considerar
o volume e a dinâmica dos materiais, ao longo da cadeia de suprimentos. Nesse sentido, o uso
de softwares é indispensável. O mais conhecido é o TMS ( Transportation Management System ),
que tem a função de controlar, rastrear e planejar todas as ações que envolvem o transporte.
Figura 1.3 - Lote Econômico de Compras (LEC) 
Fonte: Ballou (2007, p. 279).
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Armazenagem, Manuseio de Materiais e Embalagens
De forma simples, podemos de�nir o armazém como o local destinado à guarda física de
matérias-primas, materiais em processo ou produtos acabados. Ocorre que a armazenagem era
vista, no passado, puramente como uma ação passiva, ou seja, apenas como um depósito onde
as mercadorias eram guardadas.
Atualmente, a armazenagem possui um papel muito mais estratégico, devendo ser �exível e
e�ciente, o que tornou possível a introdução da tecnologia. Nas palavras de Bowersox (2014, p.
229), “nenhum depósito deve ser incluído em um sistema logístico a menos que totalmente
justi�cado com base em uma combinação de custo e serviço. O ideal é que um depósito ofereça
simultaneamente benefícios econômicos e de serviços”.
Nesse cenário de armazéns estratégicos, a movimentação dos materiais tem um papel
fundamental dentro de um armazém, pois é por meio da movimentação e�ciente e segura que
podemos alcançar bons níveis de atendimento.
Há três formas básicas de realizar a movimentação: forma manual, forma automatizada e forma
semiautomatizada. No geral, os armazéns contam com uma mistura desses três sistemas.
A movimentação manual é aquela realizada pela mão de obra humana. Para isso, são usados
carrinhos, paleteiras hidráulicas (Figura 1.4) ou as próprias mãos.
saiba mais
Saiba mais
Falando em tecnologia, você já ouviu falar sobre o
sistema RFID? A identi�cação por radiofrequência ou,
simplesmente, RFID, ganhou espaço na logística, já que é
um sistema de identi�cação automática, que contribuiu
para o aumento da agilidade e segurança na identi�cação
e controle de materiais em armazéns e demais unidades
logísticas. Para conhecer mais sobre essa tecnologia,
acesse o artigo.
Acesso em: 2 jan.2020.
Fonte: Adaptado de Pedroso et al . (2009).
ACESSAR
http://www.scielo.br/pdf/ram/v10n1/v10n1a02.pdf
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O sistema semiautomatizado conta com a utilização de empilhadeiras diversas, que são
equipamentos responsáveis por carregar, descarregar e movimentar os materiais. Os modelos
variam de acordo com a capacidade de carga, capacidade de elevação, local de uso (ambiente
aberto ou fechado), tipo de combustível, dentre outros (Figura 1.5).
As embalagens também fazem parte deste cenário e destacam-se, dentre outras coisas, por
facilitarem a movimentação dos materiais, como é o caso do Container (Figura 1.7), que é usado
para transportar grandes quantidade de material, muito comum no transporte aquaviário.
Figura 1.4 - Paleteira Hidráulica 
Fonte: Aleksandr Matveev / 123RF.
Figura 1.6 - AGVs 
Fonte: vanitjan / Freepik.
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Apesar de não ser, necessariamente,uma embalagem, o pallet (Figura 1.8) também facilita
bastante o manuseio dos materiais, porque sua utilização facilita a movimentação e
armazenagem de materiais, que, em geral, são utilizados no carregamento e descarregamento
de cargas.
Rede de Instalações
A temática de rede de instalações foi, por muito tempo, um assunto negligenciado pelas
empresas, pois, geralmente, esta era uma questão puramente operacional, diferente da
atualidade, em que as decisões sobre redes de instalações são altamente estratégicas às
empresas.
De forma geral, as questões e decisões que devem ser tomadas em relação à rede de
instalações logísticas dizem respeito à quantidade, localização e capacidade das instalações. Os
tipos mais comuns de instalações, segundo Bowersox (2014, p. 41), são fábricas, depósitos,
armazéns, operações de cross‐docking e lojas.
Figura 1.7 - Container 
Fonte: pat138241 / 123RF
Figura 1.8 - Pallet 
Fonte: scanrail / 123RF.
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Nas palavras de Bowersox (2014, p. 41), a função da rede de instalações é criar uma estrutura
para que as operações logísticas sejam executadas. Para isso, é necessário que haja uma
integração, nas habilidades de informação e transporte, e, assim, as demais atividades, como
processamento de pedidos, manuseio de materiais, armazenagem de estoque etc., serão
planejadas e gerenciadas a partir dessa estrutura de instalações.
praticar
Vamos Praticar
A Logística Integrada possui ao menos cinco atividades básicas. Uma destas é o gerenciamento de
estoques. Não existe, segundo alguns autores, uma regra especí�ca sobre a forma de gerenciar os
estoques, havendo, no entanto, boas práticas e sugestões para obter um gerenciamento mais e�ciente.
Em relação aos estoques, assinale a alternativa correta.
a) É melhor sobrar do que faltar itens no estoque, por isso, é aceitável gastar mais para ter um
estoque grande.
b) O bom gerenciamento é aquele em que se busca um equilíbrio entre custos e nível de
atendimento dos estoques.
c) Se eu tiver grandes estoques, estou completamente seguro para atender à demanda, não
precisando preocupar-me com o gerenciamento.
d) O LEC é a forma mais simples de encontrar a resposta com relação a se devo ou não manter
altos níveis de estoque.
e) Quanto maior for o estoque, menores serão os meus custos. Isso ocorre porque estoques
grandes podem ser gerenciados por poucos funcionários e, assim, meu custo com mão de obra
torna-se menor.
Modais de Transporte
Nas palavras de Valente et al . (2015, p. 150), “o processo de produção do transporte envolve
uma série de etapas. Todos os elementos envolvidos nesse processo – materiais, equipamentos,
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pessoal, ambientes, métodos de trabalho, modelos administrativos, �uxo de informações –
podem afetar a qualidade do serviço de transporte”.
Dentre os cinco modais de transporte, o rodoviário é o que se destaca no transporte brasileiro.
Segundo a Confederação Nacional do Transporte (SOMENTE…, 2018), este é responsável por
mais de 60% do total de cargas transportadas. Os demais modais têm sua importância, sendo
mais requisitados quando se deseja velocidade ou menor custo etc. A combinação desses
modais no mesmo transporte também é possível, sendo o que chamamos de Transporte
Intermodal. Veremos mais sobre os tipos de modais a seguir.
Modal Ferroviário
Esse tipo de transporte pode ser caracterizado, principalmente, por ser de longo curso, baixa
velocidade e baixo custo. Segundo Ferroviário… ( on-line ), o índice de furtos e acidentes nas
ferrovias é bem menor do que nas estradas. São cargas típicas deste modal: Produtos
Siderúrgicos; Grãos; Minérios de Ferro; Cimento e Cal; Adubos e Fertilizantes; Derivados de
Petróleo; Calcário; Carvão Mineral e Clinquer; e Contêineres.
O transporte ferroviário pode ocorrer, basicamente, de duas formas: transporte comum e
transporte privado. O transporte comum é explorado por agências governamentais, que podem
transportar cargas de diversas empresas. Já o transporte privado atende a um cliente exclusivo.
Segundo Valente et al . (2015, p. 156), o modal ferroviário é um dos mais seguros. O autor a�rma
que, nos últimos vinte e cinco anos, o grau de segurança desse tipo de transporte aumentou
71%. Embora este seja um modal, via de regra, mais barato e mais seguro, o Brasil não possui
plena exploração de seu potencial, sendo a presença das ferrovias mais comum no Sul e
Sudeste, com apenas duas rami�cações no Nordeste e nenhum no extremo Norte do País
(Figura 1.9)
Modal Rodoviário
Figura 1.9 - Mapa Subsistema Ferroviário Federal 
Fonte: Adaptada de Mapa… (on-line).
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O modal rodoviário é o que chamamos de “transporte porta a porta”. Em outras palavras, é o
único modal com capacidade de percorrer todo o canal de suprimentos e chegar até o cliente
�nal, seja este na indústria, no comércio ou, de fato, na casa dos consumidores. Esse modal
tem, como característica, o foco no transporte de materiais acabados ou semiacabados e
possui, como principais vantagens, disponibilidade, frequência, �exibilidade, agilidade e longo
alcance.
Segundo Bowersox (2014, p. 207), o modal rodoviário possui custos �xos relativamente baixos e
custos variáveis altos. O autor ainda aponta que as principais di�culdades desse modal são alto
custo com reposição e manutenção de equipamentos; falta de segurança; custo do combustível;
e regulamentação do horário de trabalho dos motoristas.
O transporte rodoviário pode ocorrer por meio de frota própria ou de veículos terceirizados. No
caso dos terceirizados, a empresa pode contratar apenas um “frete”, ou seja, escolher um
pro�ssional autônomo, uma empresa ou cooperativa para realizar uma única entrega. Ademais,
a empresa pode, de fato, terceirizar toda a sua operação de transporte, o que ocorre, no geral,
por meio de transportadoras especializadas ou operadores logísticos.
O transporte rodoviário é, de fato, muito expressivo, no Brasil. Segundo o Ministério da
Infraestrutura, em 2017, o Brasil registrou mais de 1 milhão e meio de veículos de transporte de
cargas, segundo o RNTRC (Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga) (Figura
1.10).
Modal Aéreo
O transporte de cargas aéreas, embora seja, via de regra, o mais caro dentre todos os modais, é,
sem dúvidas, o mais veloz. Ballou (2007, p. 155) a�rma que o modal aéreo é, em média, duas
vezes mais caro que o modal rodoviário, bem como que cerca de dezeseis vezes mais caro que
o modal ferroviário. Ainda, esta é uma opção cada vez mais usada como transporte regular
pelas empresas, por conta da segurança e agilidade.
Figura 1.10 - Número de veículos registrados no RNTRC 
Fonte: Anuário… (2019, on-line).
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Nesse aspecto, o mais comum é que esse tipo de modal seja usado para materiais de alto valor
agregado, entregas urgentes e/ou pequenos volumes. Segundo Transporte... (2013, on-line ), as
cargas mais comuns nesse modal são medicamentos, bens de luxo, produtos perecíveis,
amostras, designs e modelos industriais, bem como componentes eletrônicos. Cargas vivas e
produtos perecíveis também são comumente transportados pelo modal aéreo.
Modal Hidroviário
O transporte hidroviário, também conhecido como aquaviário, é considerado o mais antigo
meio de transporte, conferindo um maior espaço para cargas, pois pode transportar milhares
de toneladas em uma única viagem. Por isso, este é o modal de transporte mais adequado para
longasdistâncias e/ou para cargas volumosas.
Esse modal pode ser dividido, basicamente, em três tipos principais: marítimo , que ocorre por
meio da navegação de mares e oceanos; �uvial , que ocorre por meio de rios; e lacustre , que é
a navegação por meio de lagoas.
O ministério da infraestrutura destaca algumas das principais características do transporte
hidroviário: grande capacidade de carga; baixo custo de transporte; baixo custo de manutenção;
baixa �exibilidade; transporte lento; sofre muita in�uência pelas condições climáticas
(TRANSPORTE..., 2014).
Segundo Bertaglia (2016, p. 283-284), uma das maiores di�culdades desse tipo de transporte, no
Brasil, é a infraestrutura, que deixa a desejar, se comparada as de outros países, e o pouco
investimento em tecnologia e mão de obra quali�cada. Ainda assim este é um modal muito
importante, pois, segundo o mesmo autor, 85% das exportações brasileiras ocorrem por meio
do modal hidroviário.
Atualmente, existem projetos de construção de supernavios, como é o caso do navio
encomendado pela empresa francesa CMA CGV, que terá capacidade de transporte prevista de
22.000 contêineres (CMA..., 2017).
Modal Dutoviário
Dutos nada mais são do que tubos ou canos cilíndricos de espessura variável, que possuem a
função de ligar um local a outro, para que seja possível o transporte de materiais (Figura 1.11).
Nas palavras de Bertaglia (2016, p. 284), os materiais mais comuns a serem transportados são
líquidos, gases, grãos e minérios. O autor ainda destaca que é comum relacionar o modal com o
que ele transporta, por exemplo: gasoduto, oleoduto etc.
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Esse tipo de modal de transporte exige um alto investimento, em sua implantação, porque é
fundamental que haja um projeto de engenharia cuidadoso, além, é claro, do custo com
infraestrutura (perfurações, instalações no mar ou em rios, estação de bombeamento, licenças
ambientais etc.). Contudo, o custo variável é bastante baixo, pois, uma vez instalado e
operando, o modal dutoviário necessita, apenas, de monitoramento e, eventualmente, de
reparos ou manutenções preventivas.
Segundo Ballou (2007, p. 1), embora os dutos possuam uma velocidade nominal lenta, sua
capacidade de funcionar vinte e quatro horas por dia, praticamente sem interrupções, torna-o
um modal competitivo. Suas vantagens são a capacidade elevada, o baixo risco de perda/roubo
de produto e o baixo custo variável. Entretanto, é necessário salientar que os dutos
Figura 1.11 - Duto 
Fonte: esmehelit / 123RF.
saiba mais
Saiba mais
O Ministério da Infraestrutura lançou, recentemente, o
“Anuário Estatístico de Transportes 2010-2018”. Este
conta com informações, em forma de grá�cos e �guras,
dos principais números relacionados à cadeia produtiva,
infraestrutura de transporte e movimentação de cargas
nos cinco modais. É um documento muito interessante e
bastante útil para entender melhor o funcionamento e a
dimensão da nossa estrutura de transporte e
movimentação de cargas.
Acesso em: 2 jan. 2020.
Fonte: Elaborado pela autora.
ACESSAR
https://www.infraestrutura.gov.br/images/2019/Documentos/anuario/Sum%C3%A1rio_Executivo_AET_-_2010_-_2018_11_07_2019.pdf
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apresentam-se como um modal com pouca �exibilidade e que, em casos nos quais existam
rupturas ou vazamentos, o risco de contaminação do meio ambiente é elevado.
praticar
Vamos Praticar
A escolha do modal de transporte deve levar, em consideração, algumas variáveis, tais como peso,
distância e volume das cargas. Cada modal possui suas particularidades, vantagens e desvantagens. Em
relação aos modais de transporte, é correto a�rmar que:
a) É comum o uso do modal aéreo para entregas urgentes, como no caso do transporte de
órgãos.
b) É comum o transporte de materiais de alto valor agregado no modal ferroviário.
c) O modal aéreo é conhecido por ser porta a porta, pois existem cerca de 2.545 aeroportos no
país.
d) O modal hidroviário é, basicamente, divido em dois grupos: transporte público e privado.
e) Os dutos são conhecidos por terem um baixo custo variável, porque os materiais que são
transportados são, em sua maioria, líquidos, gases e/ou grãos.
Estratégias de Transporte e Infraestrutura Brasileira
São muitas as variáveis que impactam na decisão sobre o tipo de modal a escolher no
transporte de cargas. Para facilitar essas decisões, algumas variáveis devem ser levadas em
consideração.
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Outras variáveis impactam diretamente sobre o custo do transporte. As características de seus
produtos podem in�uenciar diretamente na formação de preço de um dado modal. Nas
palavras de Bowersox (2014, p. 2015), os principais fatores de impacto são: distância, peso e
densidade. Outros fatores, como capacidade de acondicionamento, manuseio, risco,
características do mercado etc., também são citados pelo autor.
Ballou (2007, p. 189) destaca a questão da escolha do modal como uma abordagem estratégica.
Para o autor, a escolha do meio de transporte pode transformar-se em uma vantagem
competitiva. Por exemplo, quando um comprador possui diversos fornecedores para escolher,
aquele que oferecer o melhor serviço de transporte e o preço mais competitivo estará, sem
dúvidas, a frente de seus concorrentes.
Além das questões estratégicas do transporte, uma outra variável precisa ser levada em
consideração: a infraestrutura de transportes brasileira. O Brasil, como sabemos, é o quinto
maior país em dimensão territorial, possuindo diversos rios e uma imensa costa navegável,
porém todo esse potencial nunca foi bem aproveitado.
A malha rodoviária é, no mínimo, precária, possuindo apenas 11% de sua extensão
pavimentada. O Brasil possui, em média, 1,7 milhão de quilômetros de rodovias e, desse total,
apenas 200 mil quilômetros de rodovias são pavimentadas. Em comparação, em países como
China e Índia, a média é de 1,5 milhão e, nos Estados Unidos, são 4 milhões de quilômetros de
rodovias asfaltadas (ALVAREZ, 2017, p. 12-13).
Em relação às ferrovias, muitas são da época do império, com maquinário mal conservado e, em
muitos lugares, com bitolas (dimensões do trilho) de tamanhos diferentes, o que pode dar
continuidade da viagem de uma região para outra. Em questão de dimensões, a Índia conta com
63 mil quilômetros de ferrovias; a China com 77 mil; os EUA com 220 mil; e o Brasil apenas com
30 mil quilômetros. Apenas lembrando que somos o quinto maior país do mundo em extensão
territorial (ALVAREZ, 2017, p. 12-13).
Em relação aos portos e aeroportos, a situação não é diferente. Os portos brasileiros sofrem,
sobretudo, com a precária infraestrutura intermodal, ou seja, falta de uma estrutura que
possibilite a transferência de cargas entre os modais. Os aeroportos, por sua vez, possuem uma
Tarifas de
frete
(Valor pago pelo transporte, são composições deste 
valor: peso e cubagem da mercadorias, impostos,
seguros, pedágios, taxas diversas entre outros.)
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elevada burocratização nos processos, o que acaba diminuindo a velocidade da operação, que
é, por sinal, a maior vantagem deste modal.
praticar
Vamos Praticar
Devido às diferentes características dos modais de transporte, alguns fatores devem ser levados em
consideração, no momento de escolher o modal de transporte mais adequado. Nesse sentido, assinale
a alternativa correta.
a) No que diz respeito ao fator de risco e peso, o modal aéreo é o mais adequado, se
comparado ao modal hidroviário.
b) O modal dutoviário,de forma geral, é mais veloz e mais seguro que o modal aéreo.
c) No que diz respeito ao fator peso, o modal hidroviário tem maior vantagem que o modal
aéreo.
d) O fator “manuseio” é o mais evidenciado no modal dutoviário, já que é necessário muito
manuseio humano dos materiais.
saiba mais
Saiba mais
As estratégias de transporte vão além de questões de
custos, escolha de um modal e infraestrutura.
Atualmente, fala-se em Logística 4.0, que é uma
atualização do conceito de logística fortemente ligada ao
que chamamos de “4º Revolução Industrial”. Dentre
outros conceitos, a Logística 4.0 trata do que foi apoiado
no conceito de Industria 4.0. Esse novo conceito aborda
novas tecnologias, por exemplo, Big Data; Internet das
Coisas; Machine Learning, dentre outras.
Acesso em: 2 jan. 2020.
Fonte: Elaborado pela autora.
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https://cadernopaic.fae.emnuvens.com.br/cadernopaic/article/view/214/175
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e) No que diz respeito ao fator “custo”, em geral, o modal rodoviário é o mais barato, se
comparado ao modal ferroviário.
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indicações
Material Complementar
LIVRO
Nome do livro : Logística Reversa - Sustentabilidade e
Competitividade
Editora : Saraiva
Autor : Paulo Roberto Leite
ISBN : 978-85-472-1504-0
Comentário : a logística, atualmente, tem uma preocupação que vai
além da e�ciência dos transportes ou da diminuição dos custos de
estoques: a Logística Reversa. Esta trata do �uxo inverso de materiais
em uma cadeia de suprimentos, seja por conta de devolução,
conserto, remanufatura ou descarte de materiais. Leite traz, em seu
livro, além da temática da Logística Reversa, uma abordagem da
questão ambiental e competitiva, agregando mais valor ao tema da
Logística Reversa que, na atualidade, é uma questão muito discutida
em todas organizações.
WEB
Nome : Ferrovia Mrs 14 - Mrs 2008, uma viagem de sonho e
realidade.WMV
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Ano : 2008
Comentário : este é um curta-metragem produzido como material
institucional da MRS Logística, que mostra o dia a dia das operações
de transporte ferroviário, desde o planejamento até a execução do
serviço logístico. Para conhecer mais, assista ao vídeo sobre ferrovias
no link:
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https://www.youtube.com/watch?v=kn1LR2-hIDY
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conclusão
Conclusão
Olá, estudantes! Como vimos, ao longo da unidade, a Logística Integrada funciona de forma a
unir as diversas áreas logísticas em um esforço conjunto para gerar ganhos competitivos. É
importante lembrar que essa integração deve ocorrer de forma estratégica, sempre levando em
consideração um planejamento a médio e longo prazo. Esse esforço integrado ocorre nas cinco
principais áreas: instalações; processamento de pedidos; estoques; transporte; e
armazenamento. O transporte, como vimos, tem um papel fundamental e pode ser operado de
forma estratégica, independente do modal escolhido, lembrando, é claro, que as características
de cada modal, assim como a infraestrutura logística de cada tipo de transporte, deve ser
considerada no momento de decidir o modal mais adequado. Portanto, podemos a�rmar que o
bom gerenciamento da Logística Integrada pode, de fato, auxiliar as organizações que almejam
melhores resultados, seja ganhando e�ciência em seus processos e operações, ou seja
diminuindo custos ao longo da cadeia.
referências
Referências
Bibliográ�cas
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Disponível em: https://bit.ly/2v�xlg . Acesso em: 3 jan. 2020.
ANUÁRIO Estatístico de Transportes. Infraestrutura , 2019. Disponível em:
https://www.infraestrutura.gov.br/images/2019/Documentos/anuario/Sum%C3%A1rio_Executivo_AET_
_2010_-_2018_11_07_2019.pdf . Acesso em: 26 nov. 2019.
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Alegre: Bookman, 2007.
https://books.google.com.br/books?id=C7x5DwAAQBAJ&printsec=frontcover&dq=INFRAESTRUTURA+DE+TRANSPORTE+DE+CARGAS&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwixy56OjPvlAhVyHrkGHYN2Db0Q6AEIPDAC#v=onepage&q=INFRAESTRUTURA%20DE%20TRANSPORTE%20DE%20CARGAS&f=false
https://www.infraestrutura.gov.br/images/2019/Documentos/anuario/Sum%C3%A1rio_Executivo_AET_-_2010_-_2018_11_07_2019.pdf
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http://infraestrutura.gov.br/conteudo/52-sistema-de-transportes/1432-transporte-aquaviario.html
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