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Ana Paula Barbosa Martins 5º período Medicina 
 
REFLEXÃO DA PRÁTICA – OFICINA 2 
ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO ADULTO 
1 – Diferenciar transição demográfica, epidemiológica e nutricional. 
2 – Entender as principais DCNT’s e sua epidemiologia. 
3 – Explicar quais fatores de risco influenciam no surgimento das DCNT. 
4 – Compreender a ação da atenção básica no controle e prevenção das DCNT (princípios, diretrizes, 
estratégias de enfrentamento e rastreio). 
5 – Conceituar o Vigitel e a sua influência no programa de atenção integral à saúde do adulto. 
6 – Compreender o conceito de carga global de doenças relacionando com a transição epidemiológica da 
realidade brasileira, considerando as diferenças socioeconômicas. 
7 – Descrever os conceitos dos cálculos DALY, QUALY e HALE. 
1 – DIFERENCIAR TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA, EPIDEMIOLÓGICA E NUTRICIONAL. 
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA 
Efeito que as mudanças nas taxas de natalidade e mortalidade provocam sobre o ritmo de 
crescimento populacional e na estrutura por idade. Refere-se ao processo caracterizado pelo 
declínio nas taxas de mortalidade e natalidade, levando ao envelhecimento populacional. O 
desenvolvimento econômico e a modernização das sociedades são os principais responsáveis pelas 
mudanças nas taxas de natalidade, com reflexos no crescimento populacional. Fases da transição 
demográfica: 
1. Pré-industrial 
2. Intermediária de divergências de coeficientes 
3. Intermediária de convergência de coeficientes 
4. Moderna ou pós transição 
Fase 1 - Pré-Industrial 
• Coeficientes de natalidade e mortalidade altos 
• Crescimento populacional lento: equilíbrio populacional 
• Origem da humanidade até meados do século XVIII 
Fase 2 – Divergência de coeficientes 
• Coeficientes de mortalidade reduz e natalidade continua elevado 
• Explosão populacional 
• Quando? Países desenvolvidos: pós-revolução industrial e países em desenvolvimento: século XX 
Fase 3 - Convergência de coeficientes 
• Coeficiente de natalidade reduz 
• Coeficiente de mortalidade continua decrescente 
Ana Paula Barbosa Martins 5º período Medicina 
 
• Crescimento populacional continua crescente 
• Efeito: envelhecimento populacional 
• Países desenvolvidos- processo completo no séc. XX 
Fase 4 – Moderna 
• Natalidade e mortalidade reduzem 
• Sociedade pós-industriais 
• Estado de equilíbrio populacional 
• Aumento na expectativa de 
Conceitos: 
Fecundidade: número médio de filhos que uma mulher teria ao final de sua idade reprodutiva 
Natalidade: número de pessoas que nascem por 1000 hab durante um ano 
Mortalidade total: número de pessoas que morrem por 1000 hab durante um ano 
TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA 
Caracterizada pelas mudanças ocorridas no tempo nos padrões de morte, morbidade e invalidez que 
caracterizam uma população específica e que, em geral, ocorrem em conjunto com outras 
transformações demográficas, sociais e econômicas. O processo engloba três mudanças básicas: 
1. Substituição das doenças transmissíveis por doenças não-transmissíveis e causas externas 
2. Deslocamento da carga de morbimortalidade dos grupos mais jovens aos grupos mais idosos 
3. Transformação de uma situação em que predomina a mortalidade para outra na qual a morbidade 
é dominante 
TRANSIÇÃO NUTRICIONAL 
Revista Carta Capital- antes famintos, hoje gordos: com a desnutrição controlada, o Brasil assiste ao 
vertiginoso crescimento da obesidade. 
• Associado a um padrão de vida mais urbano e industrializado 
• Padrão alimentar e de atividade física 
• Mudanças na composição corporal e estatura dos indivíduos 
Definição: Transição nutricional é o conjunto de mudanças dos padrões nutricionais, modificando a 
dieta e se correlacionando com mudanças sociais, econômicas, demográficas e relacionadas à saúde, 
o que geralmente está associado à obesidade (POPKIN et al., 2012). 
Uma das características marcantes do processo de transição nutricional no Brasil é o antagonismo de 
tendências temporais entre desnutrição e obesidade. Ao mesmo tempo em que declina a ocorrência 
da desnutrição em crianças e adultos num ritmo bem acelerado, aumenta a prevalência de excesso 
de peso e obesidade na população brasileira em determinadas regiões (BATISTA FILHO & RISSIN, 
2003). 
5 padrões nutricionais: 
1. Busca por alimentos – Baixa expectativa de vida 
Ana Paula Barbosa Martins 5º período Medicina 
 
• Marcada pela caça ao alimento 
• Alimentação é rica em carboidratos e fibras e pobre em gordura 
• Pessoas mais ativas com reduzida ocorrência de excesso de peso. 
2. Escassez de alimentos – Fome 
• Alimentação em menor quantidade e menos variada 
• Período com escassez de alimentos 
• Déficit nutricional e redução na estatura. 
3. Remissão da fome – Redução lenta da mortalidade 
• Consumo de frutas, vegetais e proteína animal 
• Redução da fome 
• Predomínio da inatividade e do lazer 
4. Nutrição relacionada com doenças não transmissíveis – Aumento acelerado da expectativa 
de vida 
• Alimentação rica em gordura total, colesterol, açúcar e carboidratos refinados 
• Aumenta o sedentarismo 
• Prevalência de obesidade e doenças crônicas não transmissíveis 
5. Mudança de comportamento – Envelhecimento saudável 
• Redução da prevalência de obesidade e doenças crônicas não transmissíveis 
• Substituição do sedentarismo por atividades programadas e de lazer 
→ Esses 5 processos variam de uma esfera populacional para outra dentro de um só país, podendo 
apresentar diferentes padrões. 
• Consumo alimentar 
• Tamanhos das porções 
• Disponibilidade alimentar 
• Ingestão de alimentos ricos em caloria, gorduras e sal 
• Gasto energético 
• Comportamento sedentário 
• Atividades do dia a dia 
• Trabalho braças 
No Brasil: Verifica-se uma transição do Padrão 3 (desnutrição) para o Padrão 4 (excesso de peso). 
Desafios atuais: 
• DCNT + Doenças transmissíveis 
• Desnutrição e obesidade 
Ana Paula Barbosa Martins 5º período Medicina 
 
• Carência de micronutrientes 
• Atenção básica 
• Maior vulnerabilidade e maior desigualdade em saúde. 
2 – ENTENDER AS PRINCIPAIS DCNT’S E SUA EPIDEMIOLOGIA. 
Doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são aquelas que se desenvolvem ao longo da vida, 
muitas vezes de forma lenta, silenciosa e sem apresentar sintomas, mas que comprometem muito a 
qualidade de vida e oferecem grave risco ao indivíduo. 
Entre as principais DCNT estão: doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crônicas (bronquite, 
asma, rinite), hipertensão, câncer, diabetes e doenças metabólicas (obesidade, diabetes, 
dislipidemia). 
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), as DCNT são responsáveis por 63% das 
mortes no mundo. No Brasil, são a causa de 74% dos óbitos. 
Apesar dessa realidade, a maioria das doenças crônicas pode ser prevenida ou controlada, após 
diagnóstico correto e tratamento adequado, possibilitando ao indivíduo ter melhor qualidade de vida. 
Para isso é preciso, em primeiro lugar, conhecer a doença e, em segundo, tratá-la de forma correta, 
completa e contínua. 
No início do século passado, às doenças infecciosas eram as que mais levavam ao óbito (cerca de 
50%) enquanto hoje, com as melhorias de condições sócio-econômico-culturais, a mortalidade está 
associada às doenças crônicas não transmissíveis. 
Causas: As doenças crônicas não estão associadas a uma causa única. Normalmente são 
decorrentes de múltiplos fatores relacionados, que podem ser: 
Condições de saúde: Obesidade; Doença congênita (que se adquire com o nascimento); Doença 
genética (produzida por alterações no DNA); Comorbidades (coexistência de doenças). 
3 – EXPLICAR QUAIS FATORES DE RISCO INFLUENCIAM NO SURGIMENTO DAS 
DCNT. 
Os fatores de risco se subdividem em fatores de risco de risco não modificáveis e fatores de risco 
modificáveis. 
- FATRES DE RISCO NÃO MODIFICÁVEIS: idade, sexo, genética. 
- FATORES DE RISCO MODIFICÁVEIS: tabagismo, álcool, alimentação inadequada,sedentarismo, 
obesidade, estresse. 
- FATORES DE RISCO INDERMEDIÁRIO: sobrepeso, obesidade, hipertensão, resistência a insulina, 
intolerância a glicose, dislipidemia. (doença coronariana, cerebrovascular, vascular periférica, renal 
crônica, diabetes, cânceres, dpoc) 
4 – COMPREENDER A AÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA NO CONTROLE E PREVENÇÃO 
DAS DCNT (PRINCÍPIOS, DIRETRIZES, ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO E 
RASTREIO). 
As DCNT constituem pesada carga, em termos de morbimortalidade, e também são um 
potencializador do aumento dos custos da saúde, comprometendo a sustentabilidade dos sistemas de 
saúde no longo prazo. 
Ana Paula Barbosa Martins 5º período Medicina 
 
O aumento de doenças crônicas é perceptível, impactando saúde e economia em todo mundo. Torna-
se evidente a preocupação dos órgãos e entidades ligadas à saúde com metas que contenham o 
avanço dessas doenças, visto seu potencial negativo de comprometer a saúde dos indivíduos, como 
sequelas, incapacidades e morte. 
De acordo com dados do monitoramento de cargas de doenças, agravos e riscos, 86,7% dos anos 
vividos com incapacidades e 71% dos anos perdidos por incapacidades ou mortes precoces são 
decorrentes de DCNT no Brasil. 
Dados do Fórum Econômico Mundial permitem estimar perdas globais associadas às DCNT que 
podem chegar a U$ 47 trilhões no período de 2011 a 2030. As principais doenças são: 
Doenças cardiovasculares (DCV): doenças do coração e vasos sanguíneos, incluindo variadas 
condições derivadas de suprimento sanguíneo, diminuído a diversos órgãos do corpo. Cerca de 80% 
da mortalidade diz respeito a quatro condições deste grupo: doença coronariana isquêmica (infarto do 
miocárdio), acidente vascular cerebral, doença hipertensiva e insuficiência cardíaca congestiva. 
Câncer: multiplicação anormal de células em determinados órgãos do corpo, afetando as células 
normais e produzindo novos focos invasivos à distância, as metástases. Há mais de 100 tipos de 
câncer, com fatores de risco igualmente múltiplos. 
Doenças respiratórias crônicas: doenças de natureza crônica que afetam as vias aéreas e também 
outras estruturas dos pulmões. As mais comuns são: asma, doença pulmonar obstrutiva crônica 
(DPOC), estados alérgicos, hipertensão pulmonar, além de algumas doenças relacionados ao 
processo de trabalho. 
Diabetes: o diabetes é uma doença de fundo metabólico na qual existe, por parte do organismo, 
incapacidade total ou parcial de retirar a glicose (além de outras substâncias) do sangue e levá-las 
para dentro das células, provocando e mantendo níveis sanguíneos altos dessas substâncias. 
Doenças mentais: trata-se de um termo genérico, que designa condições variadas que afetam as 
atitudes, o pensamento, os sentimentos, além da capacidade de se relacionar socialmente. Como 
depressão, esquizofrenia e, ainda, abuso de substâncias. 
Os principais fatores de risco são hipertensão; tabagismo; colesterol alto; baixo consumo de frutas e 
hortaliças; sobrepeso e obesidade; sedentarismo, bem como consumo abusivo de álcool. Vale 
salientar que esses fatores são modificáveis e são semelhantes em todos os países. 
O consumo de alimentos com altas taxas de gorduras saturadas e trans, de sal e de açúcar é a causa 
de, ao menos, 14 milhões de mortes ou de 40% de todas as mortes anuais por DCNT. O sedentarismo 
causa cerca de três milhões ou 8% de todas as mortes anuais por DCNT. O consumo de álcool leva 
a 2.3 milhões de mortes ao ano, 60% das quais dentro deste quadro. 
O tratamento de doenças crônicas pode ser particularmente oneroso em países onde uma elevada 
porcentagem de despesas totais de saúde é paga a partir do próprio bolso das famílias, somado a 
custos ligados a fatores indiretos como redução da participação na força de trabalho, queda no 
quantitativo de horas trabalhadas, maior rotatividade de empregos e aposentadorias precoces, bem 
como o comprometimento dos salários, ganhos e posição alcançada. 
Foi construído um plano de ações estratégicas para o enfrentamento das DCNT, que visa preparar o 
Brasil para enfrentar e deter estas doenças até 2022. O plano aborda os quatro principais grupos de 
doenças crônicas não transmissíveis (circulatórias, câncer, respiratórias crônicas e diabetes) e seus 
fatores de risco em comum modificáveis (tabagismo, álcool, inatividade física, alimentação não 
saudável e obesidade) e define diretrizes e ações em três eixos: 
 vigilância, informação, avaliação e monitoramento; 
Ana Paula Barbosa Martins 5º período Medicina 
 
 promoção da saúde; 
 cuidado integral. 
O plano foca principalmente no campo de promoção da saúde, nas ações voltadas para alimentação 
saudável, prevenção do uso e abuso de álcool e tabaco, incentivo da prática de atividades físicas e 
envelhecimento ativo. 
Os desafios para mudanças desses hábitos e comportamentos apontam para necessidade de focar 
na prevenção, desenvolvendo programas baseados em metas recomendadas pela OMS. Torna-se, 
então, necessária a integração de sistemas de saúde e equipes multidisciplinares nas intervenções 
de atenção à saúde. 
5 – CONCEITUAR O VIGITEL E A SUA INFLUÊNCIA NO PROGRAMA DE ATENÇÃO 
INTEGRAL À SAÚDE DO ADULTO. 
VIGILÂNCIA DE FATORES DE RISCO E PROTEÇÃO PARA DOENÇAS CRÔNICAS POR 
INQUÉRITO TELEFÔNICO. 
O sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito 
Telefônico (Vigitel) foi implantado em 2006 pelo Ministério da Saúde e desde então vem cumprindo, 
com grande eficiência, seu objetivo de monitorar a frequência e a distribuição dos principais 
determinantes das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) em todas as capitais dos 26 estados 
brasileiros e no Distrito Federal. 
O Vigitel compõe o sistema de Vigilância de Fatores de Risco de DCNT do Ministério da Saúde, com 
outros inquéritos domiciliares, em populações escolares, ampliando assim o conhecimento sobre as 
DCNT, seus determinantes e condicionantes e fatores de risco no País. 
Os resultados deste sistema subsidiam o monitoramento das metas propostas no Plano de Ações 
Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas no Brasil 2011-2022e também no Plano 
Regional (OPAS, 2014) e no Plano Global para o Enfrentamento das DCNT (WHO, 2013), contribuindo 
na formulação de políticas públicas que promovam a melhoria da qualidade de vida da população 
brasileira. 
Esta publicação é fruto de uma parceria entre o Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos 
Não Transmissíveis e Promoção da Saúde, da Secretaria de Vigilância em Saúde e o Departamento 
de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos 
Estratégicos do Ministério da Saúde. Neste número são apresentadas informações inéditas sobre o 
uso e as fontes de obtenção de medicamentos para hipertensão e diabetes, nas capitais brasileiras. 
6 – COMPREENDER O CONCEITO DE CARGA GLOBAL DE DOENÇAS 
RELACIONANDO COM A TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA REALIDADE 
BRASILEIRA, CONSIDERANDO AS DIFERENÇAS SOCIOECONÔMICAS. 
A metodologia do estudo da carga global de doença é um esforço científico sistemático, que 
visa quantificar a magnitude da perda de saúde devido a doenças, lesões e fatores de risco por idade, 
sexo, localidades geográficas. Envolvendo pesquisadores e especialistas em todo o mundo, essa 
cooperação permite a geração de dados comparáveis, padronizados e atualizados anualmente desde 
1990. São informações fundamentais para a adoção de medidas para o planejamento em saúde. 
A abordagem do Estudo de Carga de Doença Global (GBD) é um esforço sistemático e científico para 
quantificar a magnitude comparativa da perda de saúde decorrente de doenças, lesões e fatores de 
risco por idade, sexo e geografia para pontos específicos no tempo. A última iteração desse esforço, 
o Estudo de Carga de Doença Globals, Lesões, e Fatores de Risco 2010 (GBD 2010), foi publicado 
em The Lancet em dezembro de 2012. A intenção é criar um bem público global que será útil para 
informar o projeto de sistemas de saúde e a criaçãode uma política de saúde pública. Ele estima a 
Ana Paula Barbosa Martins 5º período Medicina 
 
morte prematura e invalidez devido a 291 doenças e lesões, 1.160 sequelas (consequências diretas 
de doença e lesão) e 67 fatores de risco para 20 faixas etárias e ambos os sexos em 1990, 2005 e 
2010. 
O GBD 2010 produziu estimativas para 187 países e 21 regiões. No total, o estudo gerou quase 1 
bilhão de estimativas de resultados de saúde. O GBD 2010 foi um esforço colaborativo entre 488 
pesquisadores de 50 países e 303 instituições. O Instituto de Métrica e Avaliação em Saúde (IHME) 
atuou como o centro coordenador para o estudo. A colaboração reforçou o esforço para a coleta de 
dados e a análise quantitativa ao reunir algumas das mentes mais avançadas de uma ampla gama de 
disciplinas. Nossa intenção é desenvolver essa colaboração com o aumento da rede nos próximos 
anos. Da mesma forma, o IHME e seus colaboradores esperam espandir a lista de doenças, lesões e 
fatores de risco incluídos no GBD e atualizar regularmente as estimativas deste. As atualizações 
contínuas assegurarão o acesso da comunidade internacional às estimativas de alta qualidade 
oportunamente. Com a mensuração segura, podemos fornecer evidências fundamentais que levarão 
à melhora da saúde da população. 
Além de fornecer um cenário comparável e compreensível das causas de morte prematura e de 
invalidez, o GBD também calcula o fardo de doenças atribuível a diferentes fatores de risco. A 
abordagem do GBD vai além da predominância de fatores de risco, como o número de fumantes ou 
grandes consumidores de álcool em uma população. Com uma avaliação comparativa de risco, o GBD 
incorpora tanto a prevalência de um determinado fator de risco quanto o dano relativo causado por 
esse fator de risco. Ele contabiliza a morte prematura e a invalidez atribuível à pressão arterial alta, 
uso de tabaco e de álcool, falta de exercícios, poluição do ar, má alimentação e outros fatores de risco 
que causam problemas de saúde. 
A concepção flexível do mecanismo do GBD permite atualizações regulares conforme novos dados 
são disponibilizados e estudos epidemiológicos são publicados. De forma semelhante à maneira como 
os formuladores de políticas utilizam os dados de produto interno bruto para monitorar a atividade 
econômica de um país, o GBD pode ser usado em nível nacional e global para a compreensão das 
tendências de saúde ao longo do tempo. 
7- DESCREVER OS CONCEITOS DOS CÁLCULOS DALY, QALY E HALE. 
DALY: DALY (disability-adjusted life years) é uma abreviatura para ano de vida ajustado por 
incapacidade. É uma métrica universal que permite aos pesquisadores e formuladores de políticas 
comparar diferentes populações e condições de saúde ao longo do tempo. DALY é igual à soma dos 
anos de vida perdidos (YLLs) e anos vividos com incapacidade (YLD). Um DALY é igual a um ano 
perdido de vida saudável. DALYs nos permitem estimar o número total de anos perdidos devido a 
causas específicas e fatores de risco em nível de países, regional e mundial. 
O que é um YLL (years of life lost to premature death)? Anos de vida perdidos (YLLs) são anos 
perdidos devido à mortalidade prematura. YLLs são calculados subtraindo a idade no momento da 
morte da maior expectativa de vida possível para uma pessoa nessa idade. Por exemplo, se a 
expectativa de vida mais longa para os homens em um determinado país é de 75, mas um homem 
morre de câncer aos 65 anos, esta seria de 10 anos de vida perdidos devido ao câncer. 
O que é um YLD (ears of life lost to disability)? YLD é uma abreviatura de anos vividos com 
incapacidade, que também pode ser descrito como anos vividos com uma saúde menos do que a 
ideal. Isso inclui condições como a gripe, que podem durar apenas alguns dias, ou epilepsia, que 
podem durar uma vida. Ele é medido tomando a prevalência da condição multiplicado pelo peso 
deficiência para essa condição. Pesos de deficiência refletem a gravidade das condições diferentes e 
são desenvolvidos através de inquéritos da população em geral. 
YLL = Número de mortes X Expectativa de vida na idade ao morrer 
YLD = Número de casos X Duração até remissão ou morte X Peso da Incapacidade 
Ana Paula Barbosa Martins 5º período Medicina 
 
DALY = YLD + YLL 
QALY: Os QALY são uma medida de resultado da saúde, baseada em preferências sociais, utilizada 
nas avaliações econômicas de programas de saúde e de doentes que necessitam de cuidados de 
saúde. A vantagem dessa medida é que combina num simples índice numérico a quantidade de vida 
(mortalidade) e a qualidade de vida (morbidade). O custo-efetividade de uma distribuição de recursos 
em saúde é determinado por comparação entre os QALYs gerados por uma intervenção e o custo 
associado a este resultado. O custo por QALY é calculado e comparado entre diferentes programas 
de saúde e/ou pacientes. 
O QALY é genericamente um indicador de estado de saúde que é constituído por dois componentes 
multiplicados entre si: 
1) um indicador de estado de saúde, denominado utilitário, cujo valor varia de 0 a 1, onde 0 representa 
a total ausência de saúde (morte ou pior estado de saúde) e 1 o estado de saúde perfeita. 
2) tempo de permanência no estado de saúde, igualmente padronizado para variar entre 0 e 1. 
Assim, o valor do QALY varia entre 0 e 1, sendo o valor 1 correspondente a um estado de saúde 
perfeita durante todo período de observação. 
HALE: (healthy life expectancy) A HALE expressa “o número de anos que uma pessoa de certa idade 
pode esperar viver em boa saúde, levando em conta a mortalidade, a morbidade e o estado funcional 
de saúde, que são específicos para cada idade”. Este indicador foi formulado a partir da crítica às 
limitações da medida usual de expectativa de vida, que toma em conta apenas a média de anos 
vividos, mas nada expressa acerca de condições boas ou más de saúde ao longo da extensão da 
vida. Para corrigir este viés, a HALE junta dados de morbidade aos de mortalidade, mediante o método 
de tábuas de vida de Sullivan, descontando dos anos de expectativa de vida os anos vividos em 
condição de incapacidade ou deficiência, em função de sequela por algum tipo de doença ou lesão. 
A diferença entre expectativa de vida usual e HALE se interpreta como anos perdidos, no sentido de 
que os pesos utilizados na pesquisa traduzem em anos de vida a menos a parcela de tempo vivida 
em condições de saúde deteriorada. Em termos de estimativas pontuais, a diferença entre a 
expectativa de vida e a HALE em 2010 era 8,5 anos para os homens e 10,0 anos para as mulheres. 
Em termos de estimativas de intervalo, essa diferença estava entre 7,0 e 10,1 anos para os homens 
e entre 8,4 e 11,9 anos para as mulheres. 
A análise da evolução entre 1990 e 2010 mostra: 
• entre 1990 e 2010, a HALE masculina cresceu 5,0 anos ou mais em 48 países e decresceu em 22 
países. A HALE feminina cresceu 5,0 anos ou mais em 43 países e decresceu em 11 países; 
• em termos pontuais, a HALE masculina cresceu 4,2 anos e a feminina, 4,5 anos; em termos de 
intervalo, a primeira cresceu entre 3,5 e 4,9 anos e a segunda cresceu entre 4,0 e 5,2 anos. 
REFERÊNCIAS 
https://www.scielo.br/j/csp/a/yXR7RdKdsfdWJgzcXR9sQSd/?lang=pt&format=pdf#:~:text=O%20QALY%20%C3%A9%20uma%20com
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https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/152717/sposito_lac_me_rcla.pdf;jsessionid=88544E8F5C96E46BA432F742C2
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http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/3593/1/td_2027.pdfv 
https://www.healthdata.org/sites/default/files/files/policy_report/2013/GBD_GeneratingEvidence/IHME_GBD_GeneratingEvidence
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