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FACULDADE MULTIVIX BERNARDO RODEX, JOBERTE DE MATOS ALVES, MATHEUS OZELANNE, CRISTIANO FREIRE, EDSON MORAES, KAIO GOMES, FELIPE CAPETINI RESPONSABILIDADE CIVIL POR VÍCIO E DEFEITO DO PRODUTO E SERVIÇO CARIACICA/ES 2020 BERNARDO RODEX, JOBERTE DE MATOS ALVES, MATHEUS OZELANNE, CRISTIANO FREIRE, EDSON MORAES, KAIO GOMES, FELIPE CAPETINI RESPONSABILIDADE CIVIL POR VÍCIO E DEFEITO DO PRODUTO E SERVIÇO Trabalho apresentado à disciplina de Direito do Consumidor e Responsabilidade Civil, do curso de Direito da Faculdade de Ensino Superior Multivix, com intuito de obtenção de nota bimestral. Orientador: Prof.ª Alessandra Soares Fernandes CARIACICA/ES 2020 Responsabilidade civil por vício e defeito do produto e serviço Visando conferir a pretendida proteção ao consumidor, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) introduz a ideia de responsabilidade pelo vício e defeito dos produtos e dos serviços prestados. Segundo o artigo 12 do CDC: “Um produto é considerado defeituoso quando colocado no mercado e apresente risco potencial ou real à segurança do consumidor. Esse defeito sendo perigoso ou nocivo, além do esperado e que seja a causa do dano. O defeito é o vício acrescido de um problema extra, alguma coisa extrínseca ao produto ou serviço, que causa um dano maior que simplesmente o mau funcionamento, o não-funcionamento, a quantidade errada, a perda do valor pago, já que o produto ou serviço não cumpriram o fim ao qual se destinavam. O defeito causa, além desse dano do vício, outro ou outros danos ao patrimônio jurídico material e/ou moral e/ou estético e/ou à imagem do consumidor. Logo, o defeito tem ligação com o vício, mas, em termos de dano causado ao consumidor, é mais devastador. O § 1º do artigo 12, menciona claramente o que seria um produto defeituoso, ou seja, quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando- se em conta a sua apresentação, o uso e os riscos razoavelmente esperados e a época em que foi colocado em circulação. § 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: I - sua apresentação; II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III - a época em que foi colocado em circulação. O CDC adota a responsabilidade objetiva, sendo que não há de se demonstrar a existência de culpa do fornecedor, pois este assume o risco pelos danos que os produtos e serviços possam causar aos consumidores, entretanto, o § 4º, do Art. 14 do CDC, adota a teoria da responsabilidade subjetiva para os profissionais liberais, de modo que o consumidor ao deduzir a sua pretensão em juízo, deverá provar a culpa do profissional liberal (advogados, médicos, engenheiros). Apesar de a responsabilidade ser objetiva, o CDC ressalvou algumas causas de “exclusão da responsabilidade” enfatizando a teoria do risco mitigada, ou seja, comporta algumas excludentes a favor de quem deve indenizar consoante a previsão legal. Os §§ 2º e 3º deste artigo 12, do Código de Defesa do Consumidor, menciona as hipóteses de exclusão da responsabilidade, sendo que o § 2º indica que não se considera defeituoso o produto somente pelo fato de ter sido colocado no mercado outro de melhor qualidade e, o § 3º exclui a responsabilidade do fabricante, construtor, produtor ou importador quando provar que não colocou no mercado, que o defeito é inexistente ou que se trata de culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros. O § 4º, do art. 14, adota a Teoria da Responsabilidade Subjetiva para os Profissionais Liberais, de modo que o consumidor ao deduzir sua pretensão em juízo, deverá provar a culpa do profissional liberal (advogados, médicos, etc.). O profissional liberal somente será responsabilizado por danos quando restar provado que ele tenha agido com imprudência, negligência ou imperícia. O defeito é o vício acrescido de um problema extra, alguma coisa extrínseca ao produto ou serviço, que causa um dano maior que simplesmente o mau funcionamento, o não funcionamento, a quantidade errada, a perda do valor pago, já que o produto ou serviço não cumpriram o fim ao qual se destinavam. O defeito causa, além desse dano do vício, outro ou outros danos ao patrimônio jurídico material e/ou moral e/ou estético e/ou à imagem do consumidor. Logo, o defeito tem ligação com o vício, mas, em termos de dano causado ao consumidor, é mais devastador. A responsabilidade pelo vício do produto ou do serviço é aquela atribuída ao fornecedor por anormalidade que sem causar riscos à saúde e à segurança do consumidor, afeta a funcionalidade do produto ou do serviço nos aspectos de qualidade e quantidade, tornando-os impróprios ou inadequados ao consumo, ou lhes diminuam o valor. Os vícios podem ser de qualidade (art. 18, do CDC) ou de quantidade (art. 19, do CDC). Vícios de qualidade dos produtos são aqueles impróprios ao consumo ou lhes diminuem o valor, como por exemplo: data de validade vencida. Vícios de qualidade dos serviços são aqueles que tornam os serviços impróprios à fruição ou lhes diminuem o valor. Vícios de quantidade dos produtos são aqueles que apresentam disparidade entre o conteúdo e as medidas indicadas pelo fornecedor. Vícios de quantidade dos serviços são aqueles decorrentes da discrepância entre a oferta e os serviços efetivamente prestados. Vícios aparentes são aqueles de fácil constatação, perceptíveis de verificação desde logo pelo consumidor. Vícios ocultos são aqueles que não estão suscetíveis ao consumidor no uso ordinário ou que só aprecem depois de algum ou muito tempo. Ocorrendo vício de qualidade, o fornecedor deverá atender o consumidor em 30 dias para saneamento do vício. Caso não seja sanado o vício neste prazo, poderá o consumidor exigir alternativamente, conforme art. 18, I, II e III, do CDC: I - A substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; II - A restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III - O abatimento proporcional do preço. Para os vícios de quantidade poderá o consumidor requerer o ressarcimento das seguintes formas: Substituição da peça viciada; substituição do produto por outro; restituição da quantia paga; abatimento no preço. Os órgãos públicos ou suas empresas concessionárias de serviços, como as de energia elétrica, água, gás, transportes, etc., também ficam obrigados ao fornecimento de serviços adequados, eficientes e seguros. No caso de descumprimento total ou parcial da prestação de serviços públicos, as pessoas jurídicas responsáveis serão compelidas a cumprir tais obrigações e a reparar os danos causados, na forma do CDC. Garantia legal A garantia legal é aquela disposta por imposição de lei, ou seja, é uma obrigação ex lege, sendo vedada qualquer exoneração contratual do fornecedor neste sentido, nos termos do art. 24, do CDC. O prazo de garantia legal estabelecido no art. 26, do CDC, faculta ao consumidor apresentar reclamação para: produtos e serviços não duráveis trinta dias e produtos e serviços duráveis noventa dias. O prazo da garantia legal se inicia a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução do serviço, segundo o art. 26, § 1º, do CDC. Trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis; noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis. Tal prazo tem aplicação quando se tratar de vícios aparentes ou de fácil constatação. No caso dos vícios ocultos,os prazos para reclamação serão os mesmo que os acima citados, porém, a grande diferença se dará no momento em que estes prazos começam a contar. Diferentemente dos defeitos aparentes, nos vícios ocultos a própria Lei estipula que os prazos são contados a partir do momento em que o defeito é detectado pelo consumidor. Prazo decadencial e prescricional Estabelece o CDC, em seu art. 27, prazo prescricional de cinco anos para o consumidor deduzir a pretensão de responsabilizar os agentes mencionados no art. 12 para reparar os danos causados, oriundos de: projeto, fabricação, construção, montagem, etc. O Código de Defesa do Consumidor dispõe sobre prazo decadencial no artigo 26, e trata do prazo prescricional no artigo 27, estabelecendo que a decadência seja aplicável ao direito de reclamar, enquanto a prescrição se refere ao prazo para ajuizamento da pretensão à reparação pelos danos causados pelo fato do produto ou do serviço. A prescrição é causa extintiva da pretensão do direito material pelo seu não exercício no prazo estipulado por lei, enquanto que a decadência é causa extintiva de direito pelo seu não exercício no prazo estipulado pela lei. Porem existe uma ressalva no art. 26, do CDC: Obstam a decadência: I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca; III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento. Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que o defeito ficar evidenciado, ainda que decorrido o prazo da garantia contratual.
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