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Para criar estratégias e vantagens competitivas, é necessário compreender a dinâmica interna e externa que envolve a organização para, então, interpretar o universo da área de Recursos Humanos (RH). Reconhecer a relação entre as atitudes e o comportamento das pessoas, especialmente no que diz respeito a desempenho e resultados, está diretamente ligado ao papel do pro�ssional da área de Gestão de Pessoas (GP). Gerenciar pessoas envolve conhecer conceitos de estratégia, gestão e planejamento. À medida que as ações trazem à tona dados, o gestor é capaz de analisar as informações para tomada de decisão no que se refere a desempenho e objetivos atingidos. Quando esses elementos se apresentam abaixo do nível de excelência, é preciso de�nir novas estratégias de recrutamento e seleção e de treinamento e desenvolvimento, para que novas medidas sejam adotadas e solucionem os problemas. Apresentar novas estratégias orientadas para a criação de valor da empresa representa o avanço na capacidade de gerenciar pessoas. Caro(a) estudante, ao ler este roteiro você vai: analisar e resolver problemas a partir dos fundamentos básicos de gestão, planejamento e estratégias; articular saberes da pro�ssão com o contexto cultural, ambiental, social e global para compreender a realidade e tomar decisões; aprender a utilizar continuamente novas ferramentas e processos que permitam uma visão analítica de negócios e pessoas; conhecer processos de recrutamento e seleção de pessoas; ser capaz de implementar programas de treinamento e desenvolvimento pro�ssional; aprender a diagnosticar e gerenciar a cultura e o clima organizacional; Análise Estratégica em Gestão de Pessoas Roteiro deRoteiro de EstudosEstudos Autora: Dra. Renata Martinez Revisor: Silvio Soares entender aspectos da gestão para motivar, in�uenciar e engajar os sistemas operacionais de pessoas. Introdução O mercado de trabalho é condicionado por inúmeros fatores, como: crescimento, desenvolvimento, desempenho, gestão, planejamento, estratégias e pessoas. A vantagem competitiva e a criação de valor das empresas são decorrentes das pessoas que nela trabalham. De�nir estratégias para o desenvolvimento do capital humano por meio de programas de desempenho tem sido um dos maiores desa�os dos pro�ssionais de Recursos Humanos (RH). Para isso, atualmente as empresas buscam uma nova arquitetura para o RH e novas perspectivas quanto a objetivos, desempenho e resultados de excelência. Conceitos Fundamentais de Estratégia, Gestão e Planejamento De modo geral, estratégia é o método/caminho usado pelas organizações para atingir suas metas e objetivos, levando em consideração o contexto cultural, ambiental, social e global para compreender a realidade e resolver problemas. Estratégia é “a arte de planejar e colocar em prática ações que objetivam alcançar ou manter posições que privilegiem planos futuros” (ALMEIDA, 2015, p. 6). Oliveira (2013, p. 6) relata que é possível de�nir o termo “estratégica” como “uma situação em que existe uma identi�cada, analisada e efetiva interligação entre os fatores externos e internos da empresa, que visa interagir com as oportunidades e ameaças”. Já a gestão estratégica apresenta características que a de�nem, conforme descreve Almeida (2015, p. 8): “evolutiva, moderna, sistêmica, integrante, de resultados, competitiva e, por �m, qualidade e participação”. Isso posto, os gestores responsáveis pela de�nição das estratégias e pela tomada de decisão devem, antes de tudo, analisar as oportunidades e ameaças e também as limitações que o ambiente externo apresenta. Devem, também, analisar os pontos fortes e fracos do ambiente interno e, a partir disso, estabelecer os objetivos e propósitos organizacionais. Sob o ponto de vista de Oliveira (2013, p. 31), uma organização estratégica deve “proporcionar toda a sustentação para que a empresa alcance os resultados estabelecidos no planejamento”. É necessário “interligar as questões externas e não controláveis que podem in�uenciar a forma organizacional escolhida, com as questões internas da empresa” (OLIVEIRA, 2013, p. 31). Desse modo, a empresa deve realizar atividades para monitorar as estratégias e assegurar que os objetivos sejam atingidos, conforme delineado no planejamento. Considerando a importância do uso de ferramentas na gestão, Oliveira (2013, p. 30) a�rma que “o planejamento é o componente da administração estratégica que consolida a abordagem da interação da empresa com todos os fatores externos que estão no ambiente empresarial”. O objetivo do planejamento é “fornecer uma base metodológica para indicar o melhor caminho a ser seguido pela empresa para que ela alcance ou aperfeiçoe sua interação com o ambiente, tudo isso com aspectos inovadores e diferenciados” (ALMEIDA, 2015, p. 8). E qual a real atenção que devemos dar ao planejamento? O planejamento estratégico é fundamental porque “trata do que é considerado importante de modo sistemático e se impõe como modelo de solução para os problemas que surgirem” (ALMEIDA, 2015, p. 9). Nesse sentido, a ideia é que o planejamento conduza ações que levem ao cumprimento de metas, objetivos e resultados. Um planejamento e�caz deve ser coeso e possível de se alcançar e permitir que os resultados, à medida que são atingidos, sejam passíveis de análises quantitativas e qualitativas. Visando à conectividade do planejamento com as demais ações organizacionais, o delineamento do modelo de gestão deve ser feito de forma interativa, pois é “o processo estruturado, interativo e consolidado de desenvolver e operacionalizar a administração estratégica que busca crescimento e resultados de excelência” (OLIVEIRA, 2013, p. 63). Para o adequado desenvolvimento do modelo de gestão interligado ao planejamento e às estratégias, deve-se considerar o contexto geral dos negócios e delinear o propósito da empresa, isto é, o que a empresa quer ser no futuro, e, com isso, estruturar as táticas para que as atividades sejam operacionalizadas com aprimoramentos constantes. As maiores di�culdades para se implantar estratégias é o modo como é conduzido o processo de re�exão e de renovação da empresa. Gerenciar e planejar são ações que exigem conhecimento sobre o mercado e sobre os recursos para a execução de processos. Nesse cenário, a coleta de dados possibilita análise das informações para a correta tomada de decisões. Essa estrutura de dados permite planejamento para fundamentar metas da organização. Análise e Planejamento para Tomada de Decisão Um planejamento coeso e estruturado permite que o tomador de decisões, após análises e diagnósticos, opte pela melhor solução/caminho para resolver uma situação-problema. O envolvimento da equipe, o conhecimento e a autenticidade dos dados levam a esse caminho e contribuem com os resultados organizacionais. Ao identi�car a situação-problema, o tomador de decisão deve diagnosticar as causas e se as mudanças são de origem interna ou externa. Com isso, identi�car as pessoas envolvidas e as perspectivas para analisar e elucidar o problema contribui com a resolução. Os objetivos são os �ns ou resultados contemplados no planejamento que se espera alcançar a partir das ações. O planejamento é um processo que implica “de�nir objetivos, desenvolver premissas quanto às condições futuras, analisar alternativas de ação, escolher um curso de ação entre as várias alternativas e implementar o plano e avaliar resultados” (CHIAVENATO, 2010, p. 195). “É premissa básica que os pro�ssionais envolvidos tenham pleno conhecimento do assunto em si” (OLIVEIRA, 2013, p. 113). LIVRO Planejamento estratégico em RH Autor: Airton Vieira Almeida Editora: Pearson Education do Brasil Ano: 2015 Comentário: visando à relevância do planejamento, da gestão e das estratégias para a área de pessoas da empresa, leia a Unidade 3, “O planejamento estratégico para a área de recursos humanos”, da página 55 até a 78, para ampliar seu conhecimento voltado para o tema em questão.Disponível na Biblioteca Virtual. A estruturação de uma metodologia administrativa que circunda o planejamento estratégico contribui para “otimizar o desenvolvimento da futura interação da empresa com seu ambiente” (OLIVEIRA, 2013, p. 114). Com isso, temos a principal decorrência do planejamento, que são os planos. “Os planos facilitam a organização no alcance de suas metas e objetivos” (CHIAVENATO, 2010, p. 192). Visto a importância da de�nição dos objetivos para a tomada de decisão, é necessário que o gestor e a equipe tenham alguns pontos de�nidos para o alcance das metas organizacionais, como: “Para onde queremos ir? Onde estamos agora? O que temos pela frente? Quais os caminhos possíveis? Qual o melhor caminho? Como iremos percorrê-los?” (CHIAVENATO, 2010, p. 196). A informação apresenta variáveis que podem comprometer o planejamento, as análises e as decisões. Por isso, promover a sinergia entre organização, pessoas, ambiente, tarefas, estrutura e tecnologia contribui para que a empresa tenha vantagem competitiva, construa valor e tome decisões assertivas, driblando as diversas circunstâncias que permeiam o mundo dos negócios e da gestão. A tomada de decisão ocorre quando a empresa se depara com alternativas no plano de ação, ou seja, quando se tem mais de uma maneira para fazer algo, sendo uma escolha diante de várias alternativas de ação. “Tomar decisão é identi�car e selecionar um curso de ação para lidar com um problema especí�co ou extrair vantagens em uma oportunidade”, lembrando que “a decisão envolve uma racionalidade do tomador de decisão” (CHIAVENATO, 2010, p. 254). O processo decisório é complexo e implica a realização de diversas ações e, como aponta Chiavenato (2010, p. 256), “identi�car a situação, obter informação sobre a situação, gerar soluções, avaliar as alternativas e escolher a solução, transformar a solução em ação efetiva e avaliar os resultados obtidos”. À medida que se obtêm informações, o tomador de decisão deve investigar a situação para, posteriormente, analisá-las, por meio de relatórios, diálogos com as pessoas e observação in loco do trabalho. Pesquisar e ler sobre o assunto também são ações válidas como forma de veri�car antecedentes e fatos ocorridos anteriormente na organização. O levantamento de dados, as informações e o conhecimento contribuem para mitigar incertezas a respeito da situação-problema; após serem analisados, devem apresentar alternativas de soluções, avaliando-as para veri�car sua viabilidade. Frente à tomada de decisão, o pro�ssional deve transformar a solução em ação, implementando-a de forma prática e com pensamento global. Monitorar o andamento das ações é indispensável para descobrir se o problema foi realmente resolvido, considerando que o gestor pode avaliar os resultados e suas consequências. Recrutar e Selecionar Pessoas: O Uso das Mídias Sociais e da Comunicação Digital Os recursos e as dinâmicas internas presentes nas organizações são reconhecidos quando usados estrategicamente como vantagens competitivas. As organizações buscam pro�ssionais capacitados para agregar valor e formar o capital humano. Atualmente, as organizações fazem do processo seletivo “um mecanismo e�ciente para aumentar seu capital humano” (CHIAVENATO, 2014, p. 119), visto que a competitividade depende da competência das pessoas que criam o valor da empresa. O processo de recrutamento passou a ser visto com bons olhos por aqueles que, até então, não o consideravam necessário. O principal desa�o do recrutamento é “agregar valor à organização e às pessoas” (CHIAVENATO, 2014, p. 110). LIVRO Planejamento estratégico e gestão de desempenho para resultados Autora: Maria Diva da Salete Lucena Editora: Atlas Ano: 2004 Comentário: considerando a gestão no contexto empresarial moderno, sugiro a leitura da página 148 até a 154 e, para ampliar o conhecimento sobre o tema, a leitura da página 166 até a 168, cujo assunto relata a atuação gerencial sobre resultados, ou seja, conhecimentos indispensáveis para analisar e tomar decisões. Disponível na Minha Biblioteca. Por meio de suas políticas e ações, o recrutamento deve atrair candidatos para um cargo especí�co e disponível no mercado. Para agregar talentos, a organização tenta buscar candidatos internamente, no mercado externo ou a partir da combinação de ambos. Maximiano (2011, p. 157) retrata que o recrutamento é o processo de “atrair candidatos com as competências desejadas, que serão selecionados e treinados para ocupar as posições do quadro de funcionários da empresa”. Obter informações sobre o cargo a preencher ou a de�nição das competências requeridas pela organização são fatores indispensáveis para o processo. O objetivo do processo de seleção “é produzir informações que permitam predizer o desempenho do candidato no cargo a ser ocupado” no mercado (MAXIMIANO, 2011, p. 158). No entanto, as características do mercado também in�uenciam o comportamento das pessoas e, em particular, dos candidatos a emprego, visto que é no mercado que ocorrem as transações, as negociações, as mudanças e os relacionamentos. O processo seletivo, geralmente, combina várias técnicas de seleção e metodologias que variam de acordo com o per�l e a complexidade do cargo a ser preenchido. As técnicas de seleção auxiliam o processo e são agrupadas em categorias, como: “entrevistas, provas de conhecimento ou capacidade, testes psicológicos, testes de personalidade e técnicas de simulação” (CHIAVENATO, 2014, p. 127). Com o uso de tecnologias de apoio para a área de recursos humanos nos processos seletivos, é possível separar as melhores opções para a análise do pro�ssional, com maior assertividade, rapidez e economia para as empresas. Com a tecnologia, também é possível monitorar e avaliar o desempenho dos candidatos nas entrevistas/dinâmicas realizadas no processo. Dentre as tecnologias disponíveis no mercado para a realização de processo seletivo, segundo o artigo “Recrutamento e Seleção com IA” (MARINO, 2020), estão: Inteligência Arti�cial (IA), que processa os dados e currículos; Big Data, que auxilia na automação da triagem dos currículos; Blockchain, que oferece um registro con�ável do per�l dos candidatos; geolocalização, que apoia a realização de videoconferência com um grupo de pessoas; ferramentas de vídeos, testes on-line, uso de simuladores e realidade virtual, que ajudam nas análises de per�l e de comportamento. De acordo com pesquisas, os principais atributos exigidos das pessoas no processo seletivo estão relacionados com a orientação para resultados, capacidade de trabalhar em equipe, relacionamento interpessoal, visão de processos, capacidade de inovar etc., ou seja, peculiaridades que possam formar uma equipe de alta performance, ter resultados de excelência, agregar valor para a empresa e posicioná-la de forma diferenciada no mercado. O mundo do trabalho também passa por mudança e transformação e, com isso, apresenta-se mais dinâmico e necessita de respostas ágeis para atingir resultados. Dessa forma, a tecnologia e as tendências do mundo do trabalho passam a contribuir no processo de recrutamento e de seleção. O desempenho dos colaboradores demonstra a quali�cação e a satisfação deles, tanto pessoal quanto pro�ssional. Treinamento e Desenvolvimento para a Formação de Equipes de Alta Performance Na Era da Informação, que estamos atravessando, o conhecimento é um recurso importante e valioso. As pessoas e a produção de conhecimento constituem a chave do sucesso da organização, visto que as pessoas, hoje, são tidas como o principal ativo da empresa, conhecido como capital humano/intelectual. O desenvolvimento organizacional complementa e incentiva os programas de qualidade total nas empresas, e uma das características fundamentais é a orientação contingencial, tendo em LIVRO Administração para empreendedores Autor: Antonio Cesar Amaru Maximiano Editora: Pearson Prentice Hall Ano: 2011 Comentário: buscando novos conhecimentossobre o assunto abordado, a sugestão é fazer a leitura do capítulo 8, “Gestão de pessoas”, da página 149 até a 159, cujas abordagens permeiam a visão panorâmica do recrutamento e seleção. Disponível na Biblioteca Virtual. vista a mudança, de modo sistêmico. Em um mundo mutável, competitivo, com uma economia globalizada e sem fronteiras, os desa�os da inovação e da competitividade são contínuos, e as organizações precisam se preparar constantemente. Para serem bem-sucedidas, as empresas devem formar equipes talentosas, ágeis, empreendedoras e dispostas a assumir riscos, e, para isso, o intenso treinamento e a preparação das pessoas se tornam indispensáveis. O propósito do treinamento é “aumentar a produtividade dos indivíduos em seus cargos in�uenciando seus comportamentos” (CHIAVENATO, 2014, p. 310). O processo básico de treinamento abrange o levantamento de necessidades e a realização de programas de treinamento (MAXIMIANO, 2011, p. 160). Isso ganha força quando é realizado na tarefa, ou seja, quando o funcionário tem a oportunidade de aplicar cada um dos “assuntos aprendidos e começa a ver, na prática, os efeitos dos resultados que o processo de planejamento estratégico vai, ao longo do tempo, proporcionando para a empresa” (OLIVEIRA, 2013, p. 113). Há muitos tipos e técnicas de treinamento que uma empresa pode utilizar, desde a orientação dada pelo próprio líder aos funcionários até as técnicas mais complexas, que envolvem a contratação de consultores e empresas especializadas em treinamento. Todavia, treinamento não deve ser encarado como uma simples questão de realizar cursos e oferecer informação, e sim atingir desempenho por meio do desenvolvimento contínuo das pessoas que trabalham na organização. Cada pessoa pode assimilar informações, aprender habilidades, desenvolver atitudes e comportamentos diferentes, desenvolver conceitos abstratos e, sobretudo, construir competências individuais. O treinamento deve se voltar para o cotidiano das empresas e focar nas demandas e cargos atuais para melhorar as habilidades e competências relacionadas com o desempenho imediato do cargo. Uma vez que o treinamento é construído para desenvolver talentos com conhecimento e habilidades necessárias aos seus cargos atuais ou construir competências individuais, gerando o desenvolvimento organizacional, torna-se um “processo cíclico e contínuo composto de quatro fases: diagnóstico, desenho, implementação e avaliação” (CHIAVENATO, 2014, p. 136). Com isso, podemos dizer que as quatro etapas do treinamento envolvem o diagnóstico das carências organizacionais, a decisão quanto à estratégia para a solução, a implementação da ação e a avaliação e controle dos resultados das ações de treinamento. Nessa perspectiva, é viável buscar a sinergia com as demais pessoas e áreas interessadas no processo. Considerando que as empresas estão sempre preocupadas em planejar e implementar mudanças para impulsionarem o desempenho e os resultados, tornando-as mais competitivas, é importante ressaltar que o processo de treinamento e desenvolvimento pro�ssional faz parte da cultura praticada pela organização. Chiavenato (2010, p. 158) relata que, para Schein, a cultura é “um padrão de assuntos básicos compartilhados como maneira de resolver seus problemas de adaptação externa e integração interna”, que deve ser transmitido aos novos membros “como maneira correta de perceber, pensar e sentir em relação àqueles problemas”. Visto que os programas de treinamento buscam o desenvolvimento organizacional e, por conseguinte, a formação de equipes de alto desempenho, Chiavenato (2009, p. 162) salienta que o desenvolvimento organizacional é “um esforço integrado da mudança planejada que envolve a organização como um todo”. O autor reforça, ainda, que é um “programa educacional orientado para melhorar os processos de resolução de problemas e de renovação de uma organização” (CHIAVENATO, 2009, p. 162). Portanto, se a empresa tem interesse em treinar, também tem interesse em formar uma equipe quali�cada e promover o desenvolvimento por meio do envolvimento de esforços que tragam e�cácia global para a organização. Uma equipe capacitada é um dos “principais ingredientes na receita do sucesso de uma empresa”, lembrando que o processo de treinamento fornece aos membros da equipe “as oportunidades para adquirir, desenvolver ou corrigir a falta de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para o desempenho dos cargos que ocupam” (MAXIMIANO, 2011, p. 162). Desse modo, é preciso criar e desenvolver uma cultura interna favorável ao aprendizado e comprometida com as mudanças por meio da integração de atividades e pessoas altamente especializadas e com competências que se complementam. Um conhecimento transforma, permite ações e vantagem em uma empresa de modo e�caz e distinto. Os processos de formação preparam colaboradores e as lideranças, agregando valor à corporação e vantagens competitivas, porém insu�ciente para suprir todas as necessidades do mundo corporativo. Gestão de pessoas:estratégias e scorecard No cenário organizacional, temos, por um lado, as empresas em um ambiente altamente competitivo, o que requer competências, habilidades e atitudes condizentes diante dos desa�os por parte dos colaboradores e, por outro, temos as pessoas com qualidades técnicas e buscando espaço no mercado de trabalho. Com esse panorama, a área de gestão de pessoas (GP) �ca encarregada de acompanhar, propor soluções e estratégias para tantas inovações encontradas no contexto. Esse papel estratégico também exige que “os pro�ssionais de Recursos Humanos (RH) desenvolvam novas competências” (BECKER; HUSELID; ULRICH, 2001, p. 25). Os programas, de modo geral, apresentam módulos sobre melhores práticas com o setor de pessoal, de gestão de mudanças, de estratégias de negócios e outros. LIVRO Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos: como incrementar talentos na empresa Autor: Idalberto Chiavenato Editora: Manole Ano: 2009 Comentário: para contribuir a respeito do assunto discorrido, sugerimos a leitura da página 40 até a 73, compreendendo o capítulo que aborda o ciclo de treinamento, e a leitura da página 101 até a 109, que relata a execução e o retorno do investimento em treinamento. Disponível na Minha Biblioteca. Gestores proativos, segundo Stadler (2014, p. 68), deixam de ser “apoiadores burocráticos e passam a ser aliados estratégicos de toda empresa. O posicionamento da área certamente muda. As atividades estratégicas, administrativas e relacionais ganham novos contornos”. Para impulsionar os negócios, é preciso que a empresa conte com competências organizacionais decorrentes do capital humano, como: “habilidades e competências, atitudes, compromisso, adaptabilidade e �exibilidade, desempenho e foco em resultados” (CHIAVENATO, 2014, p. 477). Stadler (2014, p. 70) a�rma que “o capital humano de uma organização é muito difícil de ser copiado”, porém, nesse sentido, a forma como cada empresa organiza a gestão de seus recursos humanos “contribui enormemente para que ela tenha um diferencial competitivo ou não”. Desse modo, é possível notar que a gestão adequada dos recursos humanos passou a ser uma situação desejada pelas empresas. Contar com pro�ssionais especializados na composição das equipes tornou-se sinônimo de vantagem competitiva no contexto organizacional. Contudo, os desa�os são complexos e in�ndáveis. A dinâmica do mundo globalizado sugere novas e constantes estratégias, como manter a equipe motivada, envolvida, comprometida e em um processo contínuo de treinamento e desenvolvimento para que a empresa se perpetue e alcance os resultados. Segundo Stadler (2014, p. 71), as estratégias “não valem nada se não tivermos boas pessoas. As pessoas devem vir em primeiro lugar. As estratégias vêm depois”. O sistema de RH é “o fator crítico da in�uência estratégica da área de recursos humanos” (BECKER; HUSELID; ULRICH, 2001, p. 14). Nesse sentido,os gerentes de pessoas são chamados a criar valor e a transformar a arquitetura do RH em ativo estratégico. A expressão “arquitetura do RH” é usada para “descrever, de maneira ampla, o que se estende desde os pro�ssionais na função de RH até os sistemas de políticas e práticas de RH, passando pelas competências, motivações e comportamentos dos empregados da empresa” (BECKER; HUSELID; ULRICH, 2001, p. 13). Em vista disso, é preciso que sejam de�nidas com clareza a(s) estratégia(s) da empresa e se veri�que se há alinhamento com o desempenho e os resultados organizacionais desejados. Becker, Huselid e Ulrich (2001, p. 3) defendem que o gerente de recursos humanos deve “compreender a estratégia da empresa; ou seja, seus planos para desenvolver e sustentar uma posição vantajosa no mercado”. Para que o RH crie valor, a empresa precisa “estruturar cada elemento de seu sistema de RH de maneira que, implacavelmente, enfatize, respalde e reforce uma força de trabalho de alto desempenho” (BECKER; HUSELID; ULRICH, 2001, p. 15). Contudo, a iniciativa para desenvolver indicadores de ativos intangíveis – capital humano – torna-se indispensável para a organização. O desenvolvimento de um sistema de mensuração do desempenho exige a compreensão e a de�nição da estratégia competitiva e das metas organizacionais, além da identi�cação das competências e comportamentos dos funcionários para que se atinjam os objetivos da empresa. O princípio da vantagem competitiva está no alinhamento interno e externo do sistema de gestão de pessoas, possibilitando o ajuste do desempenho com a implementação da estratégia. No entanto, para exercer essa in�uência sobre o desempenho da empresa, esse sistema deve “ser parte integrante do processo de implementação da estratégia da organização” (BECKER; HUSELID; ULRICH, 2001, p. 25). Para que um programa de GP com scorecard tenha bons resultados, Becker, Huselid e Ulrich (2001, p. 205) reforçam que a empresa deve desenvolver sete fatores: “liderar a mudança, criar necessidades compartilhadas de mudança, amoldar a visão, mobilizar o comprometimento, construir sistemas capacitantes, monitorar e evidenciar o progresso e tornar duradouro”. Os funcionários da organização devem receber informações no que concerne ao trabalho deles, à posição, à unidade e sobre a própria empresa. Ao avaliar as competências dos colaboradores, a organização deve apresentar recompensas para as competências apresentadas. Portanto, a empresa, ao conceber seu scorecard de recursos humanos, como um programa ou um projeto, deve criar e desenvolver fatores para ampliar as chances de êxito da iniciativa. Com o scorecard, ou seja, com a criação de uma tabela de desempenho, cuja função é coletar dados rigorosos, previsíveis e regulares para o direcionamento dos gestores na transformação do RH, é possível alcançar resultados e conectar pessoas, estratégias e desempenho. Conclusão Para posicionamento e sobrevivência no mercado dinâmico dos negócios, as empresas precisam de vantagens competitivas e valor perante os concorrentes. Hoje, cria-se valor para as organizações por meio do desempenho dos ativos intangíveis. Os fundamentos dos conceitos de gestão, planejamento e estratégias tornam-se cada vez mais requisitados pelos gestores que buscam melhores soluções organizacionais. Formar equipe de alta performance passou a ser o desa�o para os pro�ssionais de gestão de pessoas que procuram, em uma nova arquitetura organizacional, recrutar, selecionar, treinar e desenvolver o capital humano desejado pelas empresas. Referências Bibliográ�cas LIVRO Gestão de pessoas: ferramentas estratégicas de competitividade Autor: Adriano Stadler Editora: Intersaberes Ano: 2014 Comentário: a sugestão de leitura tem o intuito de trazer uma melhor contribuição sobre o que é vantagem competitiva e observar por que o gerenciamento e�caz de pessoas tem sido considerado uma forma de obtenção de diferenciais competitivos. O capítulo 6 (da página 68 até a 88) contempla esse tema. Disponível na Minha Biblioteca. ALMEIDA, A. V. (org.). Planejamento estratégico em recursos humanos. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. BECKER, B. E.; HUSELID, M. A.; ULRICH, D. Gestão estratégica de pessoas com scorecard: interligando pessoas, estratégias e performance. Rio de Janeiro: Alta Books, 2001. CHIAVENATO, I. Administração nos novos tempos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Barueri: Manole, 2014. CHIAVENATO, I. Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos: como incrementar talentos na empresa. Barueri: Manole, 2009. LUCENA, M. D. da S. Planejamento estratégico e gestão do desempenho para resultados. São Paulo: Atlas, 2004. MARINO, C. Recrutamento e seleção com IA. O trabalho na próxima década. Revista Você RH, São Paulo, n. 66, p. 21-31, fev./mar. 2020. MAXIMIANO, A. C. A. Administração para empreendedores. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. OLIVEIRA, D. P. R. Administração estratégica: a competitividade para administrar o futuro das empresas. São Paulo: Atlas, 2013. STADLER, A. Gestão de pessoas: ferramentas estratégicas de competitividade. Curitiba: Intersaberes, 2014.
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