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DOENÇAS ERITEMATO-DESCAMATIVAS DEFINIÇÃO: Doenças eritematodescamativas são aquelas que cursam com lesões de pele caracterizadas pela coloração eritematosa, pela descamação e aspecto ressecado. Entre elas, estão: psoríase e seus subtipos, pitiríase rubra pilar, pitiríase rósea e dermatite seborreica PSORÍASE DEFINIÇÃO: É uma doença inflamatória crônica, imunomediada e que atinge a pele e as articulações. Possui bases genéticas e apresenta grande polimorfismo de expressão clínica. ETIOLOGIA: É considerada uma doença autoimune com as células T produzindo citocinas padrão Th1. Acomete ambos os sexos. Pode ser desencadeada por traumatismos (fenômeno de Koebner), infecções (estreptocócica), fatores emocionais, drogas (lítio, corticosteroides orais, antimaláricos, interferon e bloqueadores beta-adrenérgicos), ingesta de álcool e uso de tabaco. Todos esses fatores atuam como agravantes da psoríase. Esta afecção pode ainda ser acompanhada de artropatia. EPIDEMIOLOGIA: É consensual que a psoríase é uma doença bastante frequente, mas a incidência depende da região onde o estudo epidemiológico foi realizado, chegando a 0,6% em países nórdicos e a 4% nos Estados Unidos. Não há grandes estudos populacionais no Brasil, mas certamente os números estão na média descrita (em torno de 2%). Não há predileção racial, e as mulheres são tão afetadas quanto os homens. A doença pode surgir em qualquer idade, com casos descritos já nos primeiros meses de vida, até na 7ª e na 8ª décadas. No entanto, é rara nesses extremos, e a idade média de acometimento é de 30 anos (80% estão entre 20 e 45 anos) FISIOPATOLOGIA: O surgimento da psoríase se sustenta em um tripé que inclui base genética, influência ambiental e fatores imunológicos e leva à combinação de processo inflamatório dermoepidérmico com um estado de hiperproliferação na epiderme. Das alterações genéticas, é muito bem estabelecida a participação dos antígenos HLA (antígeno leucocitário humano), diretamente relacionados ao sistema genético MHC, sendo os seguintes os principais relatados em estudos: HLA- Cw6, HLA-B13, HLA-B17, HLA-DR6 e HLA-B27 (o mesmo da síndrome de Reiter). Outros genes não relacionados ao HLA, convencionalmente denominados PSORs, também já foram descritos, como o PSORS1, localizado no cromossomo 6p21. No que tange à participação do sistema imunológico, é importantíssima a ação das interleucinas que sustentam o processo inflamatório; entre elas, sem dúvida a gamainterferona e o fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa) são os mais importantes, uma vez que são responsáveis pelo recrutamento de células inflamatórias com produção de interleucinas mediadoras como IL-12, IL-17 e IL-23. O TNF-alfa também é responsável pelo estado de inflamação crônico e persistente que acaba gerando a síndrome plurimetabólica, em que os pacientes apresentam dislipidemia, hipertensão, obesidade e resistência periférica a insulina, explicando, assim, a maior morbidade cardiovascular que acompanha a psoríase. As interleucinas também acabam tendo um estímulo sobre os queratinócitos da epiderme, gerando aumento do turnover celular e acelerando o ciclo dessas células, que passa de 28 para 4 dias; isso caracteriza o estado hiperproliferativo mencionado. Dos fatores ambientais, o mais conhecido é a presença do estresse emocional, muitas vezes relatado pelos próprios pacientes. É bastante conhecida a associação entre a psoríase e algumas infecções, como as estreptococcias e pelo HIV, sendo tais agentes gatilhos para o desencadeamento do quadro cutâneo. Tabagismo e álcool também estão associados, mas não se sabe se são vieses epidemiológicos, pois os pacientes com psoríase acabam sendo dependentes devido ao comprometimento psicológico causado pela doença. Fatores físicos exercem papel por vezes benéfico, como acontece com a melhora das lesões após a exposição solar. O uso de certos medicamentos desencadeia ou agrava a psoríase, e entre eles estão os betabloqueadores, os inibidores da enzima conversora de angiotensina, os anti- inflamatórios não hormonais, o lítio e a cimetidina. Fatores hormonais (gravidez) e distúrbios hidroeletrolíticos (hipocalcemia) também já foram relatados como agravantes. Tem-se chamado a atenção ao estado inflamatório criado pela psoríase, que contribui para a piora da aterosclerose, sendo, portanto, um fator de risco para eventos cardiovasculares como infarto do miocárdio e acidentes vasculares encefálicos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS PSORÍASE EM PLACAS OU VULGAR: É a apresentação mais comum, caracterizada pela presença de placas eritematodescamativas bem definidas e cujas escamas branco- prateadas são muito bem aderidas. Pode acometer qualquer região do corpo (rara na face, exceto nas crianças), mas tem predileção por alguns pontos como joelhos e cotovelos (faces extensoras dos membros), dorso sacral, couro cabeludo e região palmoplantar. Pode acometer as regiões genital e perianal. As lesões ungueais são frequentes, surgindo alterações quase patognomônicas, como as “manchas de óleo” (amarelamento da lâmina ungueal, como se estivesse suja por óleo), às vezes levando a grandes distrofias ungueais, que fazem diferencial com as onicomicoses e com o líquen plano. Ao remover as escamas das placas, processo denominado curetagem metódica de Broqc, surgem 2 sinais de propedêutica dermatológica: o sinal “da vela”, quando a escama retirada com a raspagem da placa assume aspecto de lasca de vela; e o sinal “do orvalho sangrante” ou sinal de Auspitz, quando, ao retirar a escama, surgem pontos de sangramento sobre a placa devido à lesão de vasos da derme. O prurido é variável, mas na grande maioria leve e numa minoria feroz. Apenas 20% relatam nenhum prurido. A evolução do quadro é crônica e recidivante, havendo um ciclo repetitivo de desaparecimento e surgimento de novas lesões. O fenômeno de Koebner pode estar presente em alguns casos e é descrito como o aparecimento de novas lesões sobre áreas de trauma, como ferida cirúrgica ou escoriação acidental. PSORÍASE INVERTIDA: Nesses casos (aproximadamente 5%), as placas são exclusivas de áreas de dobras, como axilas, inframamárias e inguinais, e pela oclusão assumem aspecto de maceração, simulando os quadros de intertrigo (popularmente chamada de assadura). É mais comum em pacientes HIV positivo e melanodérmicos. PSORÍASE PUSTULOSA GENERALIZADA: Sinonímia: psoríase de von Zumbusch. Outra forma eruptiva, com surgimento de pústulas (estéreis) disseminadas e com manifestações inflamatórias sistêmicas (febre, adinamia e inapetência). São casos mais graves que evoluem com complicações (insuficiência cardíaca de alto débito, distúrbio eletrolítico etc.). Pode ter algumas apresentações mais localizadas, como a pustulose palmoplantar e uma forma pustulosa periungueal (acrodermatite contínua de Hallopeau) e outra específica na gravidez – impetigo herpetiforme PSORÍASE ERITRODÉRMICA: Qualquer uma das formas descritas pode evoluir para a mais grave, caracterizada por eritema universal (85 a 100% da superfície) associado a fina descamação e comprometimento sistêmico pela síndrome da resposta inflamatória sistêmica; tais pacientes evoluem com perdas proteicas, distúrbios hidroeletrolíticos ou infecções, e são frequentemente hospitalizados para compensação do quadro. Muitas vezes, essa eritrodermia é desencadeada por tratamentos errôneos e intempestivos, principalmente com os corticoides sistêmicos, após a parada súbita seguida de efeito rebote. PSORÍASE ARTOPÁTICA: Pode acometer de 5 a 7% dos pacientes e, em 75% dos casos, surge após o aparecimento das lesões cutâneas, algumas vezes cerca de 10 anos depois; pode preceder o quadro cutâneo em 10% dos casos (sendo uma das artrites soronegativas) e ser simultânea em 15% deles. As principais formas articulares são: Oligoartrite assimétrica: a mais habitual, com poucasarticulações acometidas; Interfalangiana distal: manifesta-se com os dedos “em salsicha” (dactilite), sendo a forma mais típica, porém a menos frequente; Artrite mutilante/deformante: forma mais grave, com sequelas articulares (pencil-in-cup – achado radiológico); Poliartrite simétrica: simula a artrite reumatoide, porém com fator reumatoide negativo; 108 sic dermatologia Espondiloartrite: acometimento da coluna vertebral semelhante ao da espondilite anquilosante DIAGNÓSTICO A maioria das formas não apresenta alterações laboratoriais, e, somente nos casos com sintomas sistêmicos, pode haver alterações no hemograma e nos exames da fase aguda (velocidade de hemossedimentação, proteína C reativa etc.). Nos casos de psoríase gutata, podem- se encontrar indícios de infecção estreptocócica por meio do ASLO (anticorpo antiestreptolisina O). Formas disseminadas, como a eritrodérmica e a pustulosa de von Zumbusch, estão associadas a distúrbios hidroeletrolíticos (principalmente hipocalcemia) e hipoproteinemia. Na maioria dos pacientes, nem mesmo a biópsia com exame anatomopatológico é necessária, pois a apresentação é muito característica; em casos duvidosos, é por meio dela que se chega ao diagnóstico. O diagnóstico diferencial vai depender da forma clínica em questão: Psoríase em placas: dermatite seborreica, líquen plano, lúpus, farmacodermias, tinhas e micose fungoide; Psoríase gutata: pitiríase rubra pilar, pitiríase rósea de Gilbert, sífilis secundária, farmacodermias e parapsoríase; Psoríase pustulosa: pustulose subcórnea, pustulose exantemática por farmacodermia, herpes disseminado, disidrose TRATAMENTO Não há cura, e os quadros costumam ser recorrentes, com frequências variáveis para cada paciente. Logo, o tratamento da psoríase é considerado por muitos dermatologistas uma “arte”, pois é necessária boa experiência para o cuidado dos pacientes, com rodízio das medicações. A 1ª condição é nunca usar corticoides sistêmicos, pelo risco de piora após a suspensão (efeito rebote). Formas mais leves e localizadas podem ser controladas topicamente; nesses casos, sempre deve ser feita a associação de drogas antiproliferativas (como derivados do coaltar e o calcipotrieno) a corticoides de média e alta potências (betametasona e clobetasol); são sempre úteis os ceratolíticos, como ureia e ácido salicílico nos cremes hidratantes. Nas formas mais graves e extensas, deve-se lançar mão das medicações sistêmicas, como os imunossupressores (metotrexato e ciclosporina) e os retinoides (acitretina); nesses casos, pode-se iniciar o tratamento em regime hospitalar e depois dar continuidade ambulatorialmente, evitando, assim, complicações graves pelos efeitos colaterais das medicações (principalmente hepatotoxicidade e nefrotoxicidade). A fototerapia, associada ou não aos psoralênicos (PUVA), também é uma modalidade eficaz e segura, sendo possível até mesmo a utilização com outras medicações tópicas e sistêmicas (por exemplo, Re- PUVA = retinoides + PUVA). Recentemente, houve grande avanço no controle da psoríase com o uso de imunobiológicos – anticorpos de origem recombinada ou humana com ação anti-interleucinas, como o anti-TNF-alfa (por exemplo, infliximabe, adalimumabe e etanercepte). Também se deve considerar a presença ou não da artrite psoriásica, pois nesse caso as melhores opções seriam os imunobiológicos citados e o metotrexato PITIRÍASE RUBRA PILAR DEFINIÇÃO: Afecção infrequente, de caráter crônico, com lesões eritematodescamativas de disposição folicular, podendo estar associada a eritrodermia e ceratodermia palmoplantar, com algumas variantes clínicas em adultos e crianças EPIDEMIOLOGIA: Doença rara com baixa incidência, que atinge aproximadamente 0,2% da população geral. Há 2 faixas etárias de acometimento, com um pico em crianças e outro em adultos, cada qual com suas particularidades clínicas; no 1º caso, normalmente há história familiar positiva. Não há predileção por sexo ou raça FISIOPATOLOGIA: Alguns autores interpretam a pitiríase rubra pilar como uma manifestação dermatológica por reação anormal do sistema imunológico a um quadro infeccioso, pois há trabalhos que mostram associação a infecções estreptocócicas e, principalmente, à infecção pelo HIV; também já foi descrita como manifestação paraneoplásica, sendo então uma resposta imune contra antígenos carcinogênicos. Há quadros familiares com base genética bem determinada (herança autossômica dominante). Apesar de todos esses relatos, a etiologia ainda é desconhecida. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Há 6 subtipos clínicos com características em comum, que seriam as placas formadas pela confluência de pápulas foliculares e que assumem cor vermelho-alaranjada; outra característica importante é a presença de áreas de pele sã, formando ilhas no tegumento; a maioria dos pacientes também apresenta a ceratodermia palmoplantar, que consiste no espessamento e em fissuras da pele nessas regiões. Muitos casos podem evoluir com uma temida complicação, a eritrodermia, necessitando frequentemente de internação para controle do quadro. Alterações distróficas das unhas, como pittings e ceratose subungueal, também podem estar presentes. O prurido é variável. A classificação dos 6 subtipos é a seguinte: Tipo I- Clássica do adulto: A mais comum; forma aguda e esporádica com resolução espontânea em alguns anos, em que os pacientes apresentam lesões eritematoescamosas e áreas de pele sã, quase sempre associadas à ceratodermia palmoplantar doenças eritematodescamativas Tipo II- Atípica do adulto: Forma com alopecia, lesões mais ictiosiformes e eczematosas Tipo III- Clássica juvenil: Manifestação semelhante à do tipo I que surge nos primeiros anos de vida e pode ter resolução espontânea Tipo IV- Juvenil localizada: Forma mais comum em crianças, marcada pela localização típica das lesões em joelhos e cotovelos, raramente progredindo para a disseminação do quadro Tipo V- Atípica juvenil: Além das lesões foliculares, associação a lesões esclerodermiformes nas extremidades Tipo VI- Variante descrita recentemente: Associada ao HIV, em que os pacientes apresentam lesões foliculares combinadas com lesões pustulosas e nodulocísticas DIAGNÓSTICO: O exame histopatológico é bem típico, com “rolhas” córneas nos folículos pilosos. Com esse achado, fecha-se o diagnóstico. Não há exames laboratoriais específicos, mas deve-se buscar algum foco infeccioso de acordo com a anamnese clínica. A solicitação do teste para HIV também é recomendada. O diagnóstico diferencial é feito dentro do grupo das lesões eritematodescamativas, como a psoríase (não tem distribuição folicular e apresenta descamação de cor prateada), parapsoríase, pitiríase rósea (não apresenta lesões palmoplantares) e farmacodermias; a forma eritrodérmica é indistinguível das demais apresentações. TRATAMENTO: Apesar de a maioria das formas clínicas evoluir para a cura espontânea, isso pode levar anos, e a comorbidade causada pelas lesões palmoplantares e pela distrofia ungueal piora a qualidade de vida. A droga mais eficaz é a acitretina, um retinoide que age diminuindo o estado hiperproliferativo e requer monitorização laboratorial devido ao potencial de hepatotoxicidade. Casos mais leves podem responder aos tratamentos tópicos com retinoides (tazaroteno e tretinoína), derivados análogos da vitamina D (calcipotriol), e com corticoides de alta potência, como o clobetasol e a betametasona; os emolientes com ação ceratolítica (ureia e lactato de amônia associados ao ácido salicílico) podem auxiliar, aumentando a eficácia das medicações mencionadas anteriormente. PITIRÍASE RÓSEA DEFINIÇÃO: Doença caracterizada por erupção súbita de lesões eritematoescamosas disseminadas com distribuição característica e evolução benigna, de resolução espontânea, sem a necessidade de intervenção com tratamentos EPIDEMIOLOGIA: Por ter provável associação a etiologia viral, apesar deo agente ainda não ser conhecido, pode assumir caráter de epidemia, havendo aumento de incidência nos meses mais frios em países de clima temperado (em países tropicais, sua incidência é maior na primavera e no outono). Sua frequência é relativamente alta, com taxas de incidência por volta de 1 a 2% da população em geral. É um pouco mais frequente entre as mulheres do que entre os homens (2:1) e não há predominância racial, embora possa assumir características clínicas atípicas em negros, dificultando o diagnóstico. A faixa etária mais acometida é de adultos jovens, com pico entre 10 e 35 anos. Mesmo sendo benigna na maioria dos casos, pode vir associada a complicações nas gestantes, havendo maior incidência de abortos e partos prematuros, com repercussões leves nos recém-nascidos (hipotonia, hiporreatividade etc.) FISIOPATOLOGIA: Desconfia-se de associação a agente infeccioso. Os mais cotados são os vírus da família herpes, havendo trabalhos mostrando a presença de DNA dos HHV-7, vírus muito comum na população, sendo então uma associação ainda controversa. O que suporta a relação com o agente viral são o caráter exantemático da erupção, concomitante a aumento de IgM sérica, e a imunidade permanente adquirida após o 1º surto. No entanto, a etiologia da pitiríase rósea ainda é desconhecida MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Manifesta-se classicamente em cerca de 80% dos casos, com o surgimento primeiramente de lesão única, em placa cor de salmão e colarete descamativo, chamada placa-mãe; esta pode instalar-se em qualquer parte do corpo e, muitas vezes, é mal diagnosticada como tinha ou quadro de eczema. Cerca de semanas depois (pode ser de dias a meses), surgem pequenas pápulas eritematodescamativas, em erupção súbita com rápida progressão; distribuem-se respeitando as linhas de força da pele, o que lhe confere o aspecto “de árvore de natal”, predominante no tronco e nas extremidades proximais, poupando a face e as regiões palmoplantares (Figura 8). O prurido pode estar presente em 2/3 dos casos, quase sempre de leve a moderado. Não há sintomas sistêmicos associados. Em 20% dos casos, a apresentação é dita atípica com a forma invertida (acomete face, couro cabeludo e extremidades distais), a forma com fotossensibilidade e a forma unilateral que respeita a linha média; esses quadros atípicos são mais comuns em afrodescendente DIAGNÓSTICO: Como ainda não se conhece o agente viral, não há um exame sorológico específico que prove a etiologia. Por outro lado, pode-se demonstrar, em alguns casos, aumento de IgM na eletroforese de proteínas, o que é uma resposta inespecífica contra agentes infecciosos. Outros exames inespecíficos podem estar ligeiramente alterados, como hemograma e velocidade de hemossedimentação. Se houver a manifestação clássica com a placa-mãe e a distribuição troncular “em árvore de natal”, o diagnóstico será fácil; já em casos atípicos, somente se chega à conclusão após exame anatomopatológico. O diagnóstico diferencial depende da fase da doença. Diagnóstico diferencial de acordo com a fase da doença Placa-mãe: É frequentemente confundida com a tinha do corpo e os eritemas figurados (como o eritema anular centrífugo); pode lembrar as placas de eczema numular, mas é menos exsudativa. Fase eruptiva: O principal diferencial é com a sífilis secundária, principalmente se há acometimento palmoplantar, sendo, então, importante solicitar a sorologia específica (VDRL e FTA-ABS); outras lesões eritematoescamosas também entram em questão, como psoríase gutata, parapsoríase, pitiríase rubra e pitiríase liquenoide crônica, e pode ser necessária a biópsia para a conclusão final. Há quadros idênticos provocados por reações medicamentosas, chegando-se ao diagnóstico pela história clínica TRATAMENTO: Por ser uma doença com resolução espontânea, o importante é assegurar isso ao paciente, para que ele se sinta confortado; o tempo aproximado de melhora é de 4 a 5 semanas, e podem restar algumas cicatrizes hipo ou hipercrômicas transitórias. Em casos pruriginosos, pode-se ter alívio com anti-histamínicos e corticoides tópicos nas lesões; devem-se evitar corticoides sistêmicos, que levam a exacerbação e prolongamento do quadro. Muitos pacientes se beneficiam com a exposição dos raios ultravioletas, mesmo na forma natural da luz solar. Há alguns trabalhos mostrando resolução mais rápida com uso de antivirais como o aciclovir sistêmico. Após o 1º surto, é muito rara uma 2ª erupção (menos de 1% dos casos), provavelmente pela imunidade adquirida com o 1º quadro
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