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Traumatologia Forense

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Traumatologia Forense I

Energias mecânicas 
Relacionadas com ação de um instrumento 
sobre o corpo e através das suas 
característica, energia e velocidade é capaz 
de produzir o trauma.
Perito: característica da lesão e instrumento 
para laudo
LESÕES CORPORAIS 
-Lesões leves - pouca repercussão orgânica 
e fácil recuperação. Caráter transitório 
relacionado à lesão. O intervalo de tempo 
entre a agressão e a pericia é crucial para 
identificação. Penalidade de 3 meses a 1 ano.
-Lesões graves - produz incapacidade 
ocupacional por 30 dias ou mais, representa 
perigo à vida e risco de morte. Pode 
acontecer uma debilidade permanente de 
membro, sentido ou função. Compromete a 
ação dos movimentos. Pode acelerar um 
trabalho de parto, caso a vitima seja gestante. 
Penalidade de 1 ano a 5 anos. 
-Lesões gravíssimas - incapacidade 
permanente para o trabalho e enfermidades 
incuráveis. Perda ou inutilização de membro/
sentido/função, deformidade permanente ou 
aborto. Penalidade de 2 anos a 8 anos
-Lesões que qualificam as graves ou 
gravíssimas seguidas de morte. Penalidade 
de 4 a 12 anos 
Aspectos de ordem pericial envolvem 
observação da lesão e instrumento. 
• Arma 
• Elemento que usa-se com a finalidade de 
arma. Exemplo: apagador, ponteira, faca de 
cozinha. 
• Próprio corpo como arma de agressão, uso 
da mão para esganar outro indivíduo, 
mordidas (para se defender ou modos 
operandi do agressor - padrão desviante do 
individuo).

Objetivo do agressor é atacar a cabeça, 
mas a vitima flexiona o antebraço para se 
proteger e muda o local da lesão. 

Lesão de arraste. 
1. Instrumento perfuro cortante - ferida 
punctória; formato de ponto circular. Bem 
delimitada e é feita através da aplicação da 
energia sob a superfície corpórea com um 
instrumento pontiagudo. 
Perfurar é diferente de cortar, a perfuração 
apenas afasta as fibras, é uma ferida de fácil 
recuperação. Exemplo: alfinete, picador de 
gelo, estilete (pontiagudo, diferente de afiar 
lápis ou baionetas). 
Essas feridas podem ser profundas, 
produzindo lesões hepáticas, venosas e 
arteriais. Mas não são feridas sangrantes 
porque ao tirar o instrumento as fibras 
retornam a sua morfologia inicial. 
Caracterizam sangramentos internos, tem um 
intervalo de tempo relativamente alto até o 
individuo ficar imobilizado de fato (entra em 
choque). 
O formato da lesão varia de acordo com o 
local em que ela foi aplicada. Mesmo 
instrumento em regiões diferentes, produzem 
lesões diferentes. 
A lesão do instrumento depende da linha de 
tensão corporal -> plano muscular e TC 
adjacente ao tegumento. Lei de phillis e lei de 
langerhans 
2. Instrumento cortante - ferida incisa: corta 
as fibras e não afasta. Plano superficial até o 
mais profundo. Ferida ampla com áreas de 
descontinuidade do plano superficial ao 
profundo. Esgorjamento: grande lesão, 
destruição dos tecidos e vários planos. 
Dependendo do loca da lesão, a vítima pode 
ser até decapitada. São lesões muito 
sangrantes, podendo atingir grandes vesos. 
Lesões que apresentam cauda de entrada e 
saída, maior pressão da entrada e saída do 
corte de acordo com o manuseio do 
instrumento. 

Ferida incisa pode ser produzida com um 
elemento que não é cortante. Faca de cozinha 
é um elemento misto (perfurocortante), que 
pode gerar uma lesão incisa. 
3. Instrumento contundente - ferida contusa: 
não tem perfuração nem incisão, transferencia 
de energia do corpo sobre um objeto ou de 
um objeto sob o corpo. 
Depende da massa. Soltar um tijolo na 
cabeça de alguém, independente da força: 
machuca. Soltar um milho na cabeça de 
alguém é indiferente. A velocidade que o 
objeto é arremessado também é significativa 
na lesão.
Chinelada: ferida contusa, de caráter 
transitória e com dano mínimo. Causa uma 
hiperemia. Geralmente reproduz a marca de 
um objeto. 
Ao comprimir vigorosamente o braço da 
vitima há formação de equimose: hemorragia, 
os vasos se rompem e o sangue preenche os 
interstícios. Lesão transitória.
Equimose: sangue infiltra 
Hematoma: forma compartimento com 
coleta de sangue->lacustre
Quando a transferencia de energia é 
depositada sob um tecido com lamina óssea 
abaixo mais superficialmente acontece um 
corte na ação contundente. 
Instrumentos contundentes dorso do 
machado, pedra, bastão, madeira, mesa, 
carteira e cadeira.
*Lesão: individuo é golpeado na cabeça com 
um martelo. Lesão contusa e produz fratura 
da díploe, fratura arredondada (lembra o 
martelo) com fragmentos ósseos 
internamente da fratura. Sinal de Carrara, 
fratura em mapa mundi. 
Evidencia do traumatismo cranioencefálico 
(fratura de base de crânio): pálpebra 
edemaciada, máscara de guaxinim. 
Vasos da base do crânio: artéria carótida 
interna e artéria oftálmica se rompem 
formando essas lesões características. 
4. Lesões mistas

Instrumento perfuro cortante -ferida perfuro 
incisa: linhas de tensão do corpo são capazes 
de abrir as margens da ferida por isso temos 
feridas mais abertas ou fechadas. Apresentam 
bordas. lisas, regulares e em forma de fenda. 
São feridas sangrantes. Podem ser 
superficiais, normalmente são profundas. 
Atingem grandes vasos, órgãos, podendo 
atingir até vértebras as lesionando.
Se é um local com alto numero de gordura, a 
própria gordura promove um tamponamento 
da lesão. 
Instrumentos: facas, bisturi.
Golpear mais movimentação da lamina: 
aumenta o dano e possibilidade de 
hemorragias internas. 
Machado não é perfuro cortante devido a sua 
superfície, porque para produzir corte é 
preciso de muita força.
5. Perfuro contundente: ferida perfuro 
contusa: projetil de arma de fogo. 
Exclusivamente utilizado como arma. Não é 
branca (espadas, punhais). Utiliza a pólvora e 
projetil para mecanismo imprescindíveis para 
produzir a lesão. Há combustão do material 
para impulsionar o projetil perfuro 
contundente. O projétil perfura somente 
quando está em alta energia, sendo capaz de 
vencer a elasticidade da pele. Outros perfuro 
contundentes: ponta de guarda chuva, arame 
de ferro.
A estrutura geral do projetil:
-Arma automatica ou semi automatica: 
pólvora nos dedos
-Arma convencional: pólvora combusta no 
dorso da mão 
Precessão

Nutação: projetil que é espiralado para maior 
velocidade e impacto no corpo. 
De acordo com a distancia do disparo 
efetuado e elementos podem chegar ate o 
corpo da vitima ou são dispersados antes de 
chegar no corpo da vitima. Forma-se diversos 
orifícios 
A. Margem mais escura: orla de enxugo ou 
limpeza do projétil 
B. O projétil perfura devido a alta velocidade 
-> orla de contusão. Geralmente a maioria 
dos orifícios pelos projetis apresentam 
bordas circulares 
C. Disparo a curta distancia: orla de 
esfumaçamento formada pela 
impregnação da margem da área de 
entrada do projetil por fuligem (combustão 
da pólvora). Pode ser removida 
parcialmente se for lavada removendo 
grande parte da pólvora 
D. Zona de tatuagem que é constituída por 
pequenas partículas metálicas super 
aquecidas ou pela própria pólvora no local 
periférico a conta de entrada. Lesão direta 
do tegumento e não é removível. 
- Quadro de execução quando o cano da 
arma é colocado sobre o tegumento. 
Ferimento geralmente é na cabeça ou 
tórax. 

Quando ocorre nas partes moles a área 
escura é muito grande na superfície. 

Outra situação especifica é quando há 
disparo sobre superfície de lâmina óssea 
que acontece uma câmara de pressão entre 
o tegumento e lamina óssea. Há um 
aumento muito grande do tegumento, pela 
entrada do projetil, atravessamento do 
projétil na lamina óssea e os elementos do 
disparo ficam entre o osso e a pele. 

Efeito mina de Hoffman - tiro de execução; 
disparo sobre lâmina óssea. É um tipo de 
disparo especifico, não tem como ser 
utilizado em situações de defesa. 
O orifício de saída dos tiros é sempre maior 
que o orifício de entrada 
Orifício de saída: bordas evertidas, muito mais 
sangrantes e com perda de tecido. Formado 
irregular (as vezes em forma de estrela)Projetil no crânio entrada e saída -> sinal de 
funil ou sinal de Bonnet
Diploe - entrada delaminada da lâmina 
compacta em direção ao crânio e destruição 
do osso esponjoso da diploe. E através disso 
é possível determinar o lado em que o disparo 
foi feito, direita ou esquerda. 
6. Instrumento corto-contundente: ferida 
corto contusa 
- Rompe os tecidos, mas não rompe de 
forma concisa. Ha fratura dos pontos mais 
profundos. Fratura de grandes ossos ou 
traumatismo crânio encefálico.
- As areas das feridas sao irregulares, com 
pontes de tecido e exposição dos planos 
mais profundos. Estão associadas à 
fraturas podendo haver amputações e 
evicerações. Feridas muito sangrantes.
- A ação contundente associada com a 
cortante é tão incisiva que pode haver a 
amputação ou até decapitação.
- Padrão de lesão de conflitos 
circunstanciais, armas improvisads, como 
por exemplo machado ou facão de cana 
que são instrumentos de trabalho. 
Hemorragias:
- Petéquia: hemorragia minuscula na pele, 
mucosas ou serosas. Diagnostico da 
dengue: fragilidade capilar; cerca de 1mm. 
Chupão -> crime de quesito sexual 

- Equimose e sufusão hemorrágica: 
hemorragia cutânea/mucosa/serosa de 
dimensões maiores. Ha impregnação de 
sangue nos tecidos (= infiltração)

- Hematoma: hemorragia maior na qual o 
sangue não se difunde das malhas do 
tecido e uma forma de coleção lacustre 
sanguínea (= poça de sangue)

- Bossa sanguínea: coleção sanguínea 
localizada sobre um plano ósseo fazendo 
saliência na superfície da pele 
No abdome não tem plano ósseo, então não 
tem como formar bossa sanguínea 
EVOLUÇÃO DAS LESÕES 
- - 1o dia - vermelho
- - 2o ao 3o - arroxeada
- - 4o ao 6o - azulada
- - 7o ao 10o - esverdeada
- - 10o ao 12o - amarelo esverdeada
- 12o ao 17o - amarelada
TRAUMATOLOGIA FORENSE II 

Energias físicas 

Situações acidentais 
1. Temperatura precisa ser estável.

O frio extremo ou calor tem impacto sobre 
nosso organismo; 



A.Frio hipotermia



- Fatores de variação como idade, fadiga 
e etilismo. 

- Isquemia cerebral (MMSS e MMII) 
causando uma vasoconstrição que leva 
casos de: congestão/isquemia das 
vísceras

- Hipóstase clara: manchas violácias que 
se depositam nas áreas de decúbito, é um 
fenômeno pós mortum 

 - Separação das suturas

 - Flictenas: formam-se nas queimaduras 
ou geladuras (queimaduras pelo frio) - 
acontece principalmente nas 
extremidades - dedos, nariz, orelha, lábios 



- A geladura pode ser mensurada: 

 - Grau 1: palidez ou rubefação 
(hiperemia), aspecto anserino (granulação 
do local) 

 - Grau 2: eritema (mancha vermelha bem 
consistente com presença de flictema

 - Grau 3: necrose

 - Grau 4: gangrena seca (escurecimento 
e desidratação do tecido) e tendo como 
consequência a desarticulação. Pé de 
trincheira;



B.Calor termonoses 



1. Calor difuso: insolação (ambiente 
aberto) e intermação (ambiente aberto). 

Indivíduos em local aberto com roupa de 
frio pesado pode apresentar caso de 
intermação



- Secreção espumosa e sanguinolenta nas 
vias respiratórias, rigidez cadavérica e 
putrefação precoce. Congestão e 
hemorragia das vísceras.



- Coagulação da miosina cardíaca, 
destruição dos elementos sanguíneos e 
trombose. Lesão neuronal. 



Exposição à luz solar e confinamento em 
ambientes fechados. 

2. Calor direto - queimaduras 

- Fontes variáveis; Água superaquecida, 
óleo quente, incêndios (campos abertos 
ou residenciais, colisões de veículos e 
explosões). 

- Há uma RARA ação criminosa.

- Presença de fuligem nas vias 
respiratórias levando a asfixia - Sinal de 
Montalti. Mucosa recoberta de fuligem - 
fossas nasais, laringe. 

- Regra dos nove - Pulaski e Tennisson: % 
da área queimada no paciente. Cada parte 
do corpo representa uma porcentagem. 



Classificação 

- Grau 1: epiderme e edema dérmico, 
NÃO há formação de bolha. Sinal de 
Christininson 

- Grau 2: eritema, bolha e flictema com 
coleção de Sinal de Chambert. Há 
ulceração do tegumento. Recuperação 
integral.

- Grau 3: necrose e cicatriz. Atinge 
músculo. Pode haver infecção da lesao, 
garantindo um maior tempo de 
regeneração da lesão. 

 Grau 4: carbonização; exposição de 
temperaturas extremamente elevadas. 
Pode ser parcial ou total. 



Dependendo a situação o grau pode levar 
a óbito depois de algum tempo. 



Na carbonização não é possível o 
reconhecimento pelas características e 
mãos e pés são perdidos 

3. Eletricidade 



a. Natural: fulminação e fulguração - 
Atmosférica

- Fulguração - descarga elétrica 
atmosférica que produz grande dano 
tecidual que pode resultar no óbito

- Fulminação - quando a descarga elétrica 
produz imediatamente o óbito 

- São circunstanciais e acidentais 

- Teoria das pontas: tudo que se ergue até 
à atmosfera é um ponto atrativo para 
descarga elétrica (individuo em pé na praia 
ou campo)

- Sinal de Lichtenberg: lesão em plano 
cutâneo com aspecto arborescente, 
acompanhando o eixo dos vasos 
sanguíneos e dos nervos. Aparenta uma 
tatuagem.

- As lesões severas em necroscópico: 
queimadura, hemorragias por ruptura dos 
vasos, ruptura do coração, fraturas, 
congestão polivisceral e sufusões (pulmão 
e fígado). Leva à uma parada 
cardiorrespiratória.



b. Artificial: fontes geradores de energia, 
residências e ruas - eletroplessão 

- Marca de Jellinek: marca cutânea com 
lesão descontinua do tegumento com a 
margem corrugada, evidenciando uma 
queimadura. 

- Se essa queimadura ampliar evidencia-
se uma queimadura elétrica, com 
impregnação metálica (metalização 
elétrica)

- Fraturas formando pérolas ósseas 
(fundição da matriz óssea)

- Asfixia ou trauma (perda da consciência 
e individuo pode cair ou ser arremessado 
da onde esteja)

-> Morte cardíaca abaixo 120v (comum 
em mortes residenciais)

-> Morte pulmonar entre 120 a 1200v

-> Morte cerebral acima de 1200v

- Agravantes: corpo molhado aumenta a 
descarga elétrica por diminuir a resistência 
corpórea. 

4. Radiação 

- Lembrando que a exposição à radiação: 

- alta radiação em curto periodo - 
perigoso e 

- baixa radiação em curtos períodos - 
exames médicos ainda sim com cautela 

- Em longo termo a exposição pode levar 
a casos de aparecimento de mutações. Já 
exposição a altas frequências de 
radiações por curto periodo de tempo 
pode levar à vômitos, eviscerações e 
queimaduras

- Os corpos daqueles que morreram por 
causa de radiação ainda emitem radiação, 
portanto é necessário cuidados extras 
para evitar contaminação. 

- Taxa de exposição - quanto maior for a 
radiação administrada maior será seu 
efeito

- Área exposta - quanto maior a área 
exposta maior será seu efeito

- Síndrome da radiação aguda (SAR): 
vômitos, diarreia, insuficiência respiratória 
e por fim coma

- Sintomas gerais: cefaleia, vertigem, 
debilidade, alterações do trato e olfato. 

- Gastrointestinais: anorexia, nauseas, 
vomitos e diarreia

- Cardiovasculares: taquicardia, arritmias, 
queda da pressão sanguínea

- Quadro sanguíneo: leucopenia, 
trombocitopenia, leucemia

- Defesas organicas: infecções 
oportunistas, estomatites, gengivites, 
faringites, gastrites, abscessos 
pulmonares, broncopneumonias 

- Destacamento e semelhança ao quadro 
de grangrena nas bolhas do tegumento

- Imediatos: horas até semanas depois de 
irradiação: radiodermite (queimaduras, 
necrose e lesões bolhosas)

- Tardios: anos ou décadas depois da 
irradiação: leucemia

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