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FAVENI FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA DA RELIGIÃO JOÃO BATISTA DOS SANTOS ARAÚJO INTRODUÇÃO À FILOSOFIA JOÃO BATISTA DOS SANTOS ARAÚJO INTRODUÇÃO À FILOSOFIA Petrópolis (RJ) 2022 INTRODUÇÃO À FILOSOFIA Trabalho de Conclusão de Curso de Pós- graduação em Filosofia da Religião apresentado a Faculdade venda Nova do Imigrante como requisito parcial para obtenção do grau de pós-graduação. JOÃO BATISTA DOS SANTOS ARAÚJO INTRODUÇÃO À FILOSOFIA Trabalho de Conclusão de curso de Pós-graduação em filosofia da religião apresentado a Faculdade venda Nova do Imigrante como requisito parcial para obtenção do grau de pós-graduação Banca Examinadora Orientador: Co-Orientador: Membro: Dedico essa obra primeiramente a Deus, sem o qual não seria possível a realização da mesma, a minha família, meu filho, a Deus toda honra e glória para sempre. AUTOR JOÃO BATISTA DOS SANTOS ARAÚJO Declaro que sou autor deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho. Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). RESUMO O Homem sempre se questionou sobre temas como a origem e o fim do universo, as causas, a natureza e a relação entre as coisas e fatos. Essa busca levou o homem a buscar suas origens. O homem se mostrou muito curioso sobre quem somos nós, de onde viemos e para onde vamos, quem criou o universo, a natureza, os animais e os seres humanos. O pensamento filosófico surgiu com essa missão, dar ao homem essa resposta. A filosofia surgiu na Grécia antiga através dos primeiros pensadores gregos. Homens como Tales de Mileto, Sócrates, Platão e outros. O termo filosofia deriva do grego (PHILOS) amantes e (SOPHIA) conhecimento, saber. A filosofia é uma ciência de conceito ético moral, mas também racional e lógica, porque busca responder esses questionamentos de forma racional e lógica. A filosofia propõe a responder às questões dos valores ético moral, (o modus vivendi) da sociedade, a explicação lógica e racional da criação, da natureza e do homem, dentro de um contexto lógico baseado no conhecimento que vêm através da filosofia. Além disso, a filosofia funciona como uma balança, que define entre o que é moral e ético e o modo de como as coisas devem ser no mundo, tanto na vida humana, como na ciência. Esse é o legado dos grandes pensadores grego da antiguidade, que até hoje norteia nosso modo de vida e pensamento de forma geral. Nesse trabalho de conclusão de curso, temos um objetivo em comum, fazer uma pequena abordagem da origem da filosofia, definir o conceito e seus principais pensadores e fundadores, bem como suas ideias e conceitos de forma bem resumida. Palavras chaves: Filosofia, Grécia. Mitos, Mitologia. SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................……...8 METODOLOGIA CIENTÍFICA DO CONHECIMENTO FILOSÓFICO .............…….10 1 FILOSOFIA PRÉ-SOCRÁTICA ...................................................................……..13 2 FILOSOFIA CLÁSSICA ………………………..................................................…..15 3 FILOSOFIA PÓS-SOCRÁTICA ...................................................................……..17 4 FILOSOFIA MEDIEVAL ...............................................................................……..19 4.1 Deus não é a origem do mal – Santo Agostinho (354-430) ....................…...19 4.2 O Universo nem sempre existiu – São Tomás de Aquino (1225-1274) .…...20 4.2.1 A Filosofia dos padres apostólicos ......................................................……21 4.2.2 Os padres apologistas ...........................................................................……21 4.2.3 Filosofia Patrística ..................................................................................……21 4.2.4 Filosofia Escolástica ..............................................................................……22 4.2.5 Os argumentos filosóficos de São Tomás de Aquino .........................…...22 5 FILOSOFIA MODERNA………………………………………………………………...26 5.1 Os principais Autores e Correntes da Filosofia Moderna ......................…...28 6 FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA .................................................................…….30 6.1 Características da Filosofia Contemporânea ..........................................…...31 7 OS GRANDES PENSADORES DA FILOSOFIA GREGA .............................……32 7.1 Tales de Mileto (623-546 a.C) ....................................................................……32 7.2 Anaximandro (610-547 a.C) ...................................................................………32 7.3 Anaximeres (588-524 a.C) .........................................................................……32 7.4 Pitágoras (570-490 a.C) .............................................................................……32 7.5 Heráclito de Éfeso (535-475 a.C) ..............................................................……33 7.6 Parmênides (510-470 a. C) ........................................................................……33 7.7 Zenão de Eléia ............................................................................................…...33 7.8 Empédocles (490-430 a.C) .........................................................................…...33 7.9 Demócrito (430-370 a.C) ............................................................................……33 7.10 Protagora (480-410 a.C) ...........................................................................…...34 7.11 Górgio (487-380 a.C) ................................................................................…...34 7.12 Sócrates (469-399 a.C) ............................................................................……34 7.13 Platão (427-347 a.C) .................................................................................…...34 7.14 Aristóteles (384-322 a.C) .........................................................................…...35 7.15 Epícuro (324-271 a.C) ..............................................................................…...35 7.16 Zenão de Cítio (336-263 a.C) ...................................................................…...36 7.17 Pirro (365-275 a.C) ...................................................................................……36 7.18 Diógenes (413-327 a.C) ............................................................................…...37 CONCLUSÃO ....................................................................................................…...39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS…………………………………………………….40 8 INTRODUÇÃO A palavra filosofia vem da palavra grega PHILOS que significa amantes e SOPHIA, conhecimento, sabedoria. A filosofia é uma ciência de conceitos ético e moral, mas também racional e lógica. A filosofia nasceu na Grécia antiga conforme ensinam os especialistas e estudiosos do assunto. O homem sempre teve a curiosidade de saber suas origens, de onde veio, para onde vai e o porquê está aqui. Quem criou o universo, os seres humanos, foram questões que vinham sendo debatidas ao longo da história da humanidade. A mitologia grega tentava de alguma forma dar essa resposta com os mitos da criação dos deuses gregos a TEOGONIA e o mito da criação do Universo, a COSMOGONIA. Com o tempo esses mitos já não satisfaziam a fome dos pensadoresgregos na busca pela origem das coisas, do conhecimento e de uma resposta mais lógica e racional. A primeira filosofia era a filosofia mística, baseada nos mitos (mitologia grega) tendo como precursor Tales de Mileto. Depois surgiram os filósofos pré- socráticos e através de Sócrates, nascia a filosofia racional, com seus conceitos mais bem definidos, lógicos, através de teorias como a antropológica e empirismos que deram embasamento e argumentos para responder alguns questionamentos referente à origem, criação e natureza. Nesse TCC vamos abordar de forma bem sucinta os primeiros filósofos pré –Socráticos, as escolas pré-Socráticas, os primeiros pensadores e o nascimento da filosofia ocidental. Algumas das perguntas feitas pela Filosofia são: 01: O que é real? 02: O que é a verdade? 03: O que é conhecimento? 04: O que é bondade? 05: O que é justiça? 06: Quem criou o universo? 07: Quem criou o homem? 08: Deus existe? 9 09: O que é ética? 10: O que é moral? Essas são as dúvidas e perguntas que sempre nortearam a mente humana através dos séculos, então o homem foi em busca dessas respostas. Por causa disso foi que surgiu a filosofia grega, que é a precursora, a qual buscou através de seus pensadores, os filósofos gregos, uma resposta a essa indagação. Fica evidente que a filosofia não tem e nunca terá a resposta concreta e real para responder todos os questionamentos humanos a respeito do universo, criação, natureza e o homem, mas com certeza, trouxe luz e resposta a vários questionamentos humanos. A filosofia é uma ciência em constante evolução e já através dos séculos conseguiu descortinar muitas das nossas dúvidas. Michelangelo - A Criação de Adão (estreita ligação entre os homens e os deuses https://www.todamateria.com.br/origem-filosofia/ site visitado em 11/01/2021 https://www.todamateria.com.br/origem-filosofia/ 10 METODOLOGIA CIENTÍFICA DO CONHECIMENTO FILOSÓFICO Todo curso superior precisa de uma metodologia para se chegar a um consenso geral do assunto. É preciso acima de qualquer coisa estudar e dominar a metodologia científica, que é, matéria primordial para os alunos de cursos superiores. Nessa breve introdução à metodologia do conhecimento filosófico pretendemos, apresentar a metodologia da filosofia. Primeiro vamos definir o que é a metodologia científica. Para Minayo Et Al (2006) entende-se que metodologia é “o caminho do pensamento e a prática exercida na abordagem da realidade.Trata –se de uma disciplina acadêmica com o objetivo de nortear as técnicas e métodos científicos para abordar o objeto de pesquisa”. Para compreender a metodologia é preciso saber o que é ciência. Etimologicamente a palavra ciência vem do latim, SCIENTIA, que quer dizer por definição ampla, conhecimento ou reconhecimento. É muito importante ter uma certa noção da metodologia da pesquisa científica, por se tratar de uma disciplina de extrema necessidade para os alunos de cursos superiores e os recém formados devem e precisam dominar esse assunto. Afinal essa matéria faz parte de qualquer curso de nível superior, seja ciências humanas, exatas ou outras. Os formados não terão sucesso quando precisar fazer algum trabalho de cunho científico, como por exemplo de uma tese de mestrado ou doutorado. Para isso os especialistas nesse assunto escreveram diversas obras que servem como base para nossa pesquisa. Em outras palavras, a realidade de conhecimento é tão complexa que o homem, para apropriar –se dela teve que aceitar diferentes formas e níveis de conhecimento, sempre visando um bem comum: alcançar o conhecimento geral e a visão correta do universo, sua criação, o homem, a natureza e os valores e conceitos, de como o homem deve viver diante desse conhecimento. Vamos apenas nos ater ao conhecimento filosófico, do que se trata esse trabalho de conclusão de pós-graduação em filosofia da religião. O conhecimento filosófico é valorativo, pois seu ponto de partida consiste em hipóteses, que não poderão ser submetidas à observação: as 11 hipóteses filosóficas baseiam-se na experiência, portanto este conhecimento filosófico é não verificável, já que os enunciados das hipóteses filosóficas, ao contrário do que ocorre no campo da ciência, não podem ser confirmados nem refutadas (LAKATOS; MARCONI,2004). É fruto do raciocínio e da reflexão humana. É o conhecimento especulativo sobre fenômenos, gerando conceitos subjetivos. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo ultrapassando os limites formais da ciência (BELLO,2004). O conhecimento filosófico possui a dúvida como ponto de partida. É um método que se utiliza no conhecimento filosófico, como faziam os primeiros grandes pensadores da Grécia antiga, que segundo os especialistas e pesquisadores é o berço da filosofia. A filosofia surgiu da necessidade humana do homem conhecer suas origens, o universo, a criação. Os mitos da mitologia grega já não satisfaziam a curiosidade e a fome de conhecimento dos primeiros pensadores. A ciência nasceu com os mesmos objetivos que a filosofia e caminham juntas, com a nobre missão de trazer conhecimento e informações. O fator determinante para essa união, ocorre justamente na empiria (EXPERIÊNCIA). A experiência é o fundamento da base da ciência e a forma da comprovação e validação de uma teoria da ciência. Através da (EMPIRIA), da experimentação, os cientistas encontram na verdade a base para seu objeto de estudos e pesquisas. Para o conhecimento filosófico, a experiência é parte do processo do conhecimento, que pode ou não estar presente, não há a necessidade da validação empírica do conhecimento. Isso faz com que a filosofia possa se dedicar os temas que não são passíveis de comprovação empírica como a metafísica. Quando a empiria é possível, filosofia e ciência caminham juntas. O conhecimento filosófico, não a mitologia. A mitologia surgiu da necessidade e da curiosidade humana, afinal o homem sempre procurou saber a fonte de suas origens. A mitologia grega a princípio tinha essa ideia de dar ao homem essa resposta. Os primeiros filósofos eram chamados de filósofos míticos porque usavam a mitologia para embasar seus argumentos a respeito da origem do homem, da criação etc. Mas com o tempo a mitologia já não satisfazia a fome e o desejo por respostas mais lógicas e racionais. Então sai a filosofia mística e entra a filosofia racional de Sócrates, Platão e Aristóteles. (MATTAR ,João .Metodologia da pesquisa Científica na Era da informática .4 ed.São Paulo ,( 2008) 12 O conhecimento filosófico é racional, lógico e sistemático,pois suas hipóteses e enunciados visam a uma representação coerente da realidade estudada,numa tentativa de prendê-la em totalidade. É também infalível e exato, já que quer a busca da realidade capaz de abranger todas as outras, quer na definição do instrumento capaz de apreender a realidade, seus postulados, assim como suas hipóteses, não submetidos ao decisivo teste da observação (experimental) (LAKATOS; MARCONI,2004). O conhecimento filosófico é o saber baseado nas dúvidas e questionamentos sobre a realidade. Tem como fonte primária descobrir, de forma lógica e racional, as respostas e os anseios humanos,por respostas sobres questões da vida,da ética,dos valores morais, que deve nortear a sociedade, a política e o modo correto de se viver em sociedade. Também com esse propósito e objetivo nasceu a filosofia através dos primeiros pensadores gregos na Grécia antiga.A filosofia é uma ciência como qualquer outra ciência, pois também é uma exata em certo sentido, por se tratar de buscar métodos e instrumentos legais, lógicos e racionais para embasar suas definições e argumentos em fontes secundárias e na experimentação (EMPÍRICA) . O conhecimento filosófico pode ser também uma ciência de conceitos, pois também se ocupa de ensinar a humanidadeo modo correto de se viver (MODUS VIVENDIS). Os objetivos de análise da filosofia são ideias, relações conceituais, exigências lógicas não redutíveis à realidade material e, por essa razão, não passíveis de observação sensorial direta ou indireta, como é exigido pelo conhecimento científico. A filosofia continua sendo essencial para o fortalecimento da ciência, seja ela exata, humana etc. (Instituto pedagógico de Minas gerais http://www.ipemig.com.br) 13 1. FILOSOFIA PRÉ- SOCRÁTICA Os Pré-socráticos são os primeiros filósofos da filosofia grega, que são anteriores ao grande filósofo e pensador Sócrates, que viveu na Grécia antiga por volta de volta do século VI a.C e que é considerado um dos criadores da filosofia ocidental. Essa fase da filosofia grega corresponde à época da formação da civilização helênica, caracteriza-se se pela preocupação com a natureza e o universo (COSMO). Ela inaugura uma nova era de mentalidade com base na razão, na racionalidade e na lógica. Essa filosofia deixou de lado a filosofia mística que tinha como base os mitos da mitologia grega, que no início eram a base dos primeiros pensamentos dos filósofos gregos, também conhecida como filosofia mítica. Os filósofos pré-socráticos fazem parte dos primeiros grandes pensadores da filosofia grega antiga. Eles criaram suas teorias dos séculos VII ao V a.C. e receberam esse nome de filósofos pré- socráticos, pois antecederam a Sócrates. Esses pensadores buscavam nos elementos da natureza as respostas sobre a origem do ser e do mundo focando principalmente nos aspectos da natureza, através da observação e estudos teóricos. Eram chamados de filósofos da physis ou filósofos da natureza, porque buscavam a resposta para todas as coisas na natureza de modo geral. (Maciel, Willians - UFPR-2013) Os primeiros filósofos pré-socráticos foram essenciais para o desenvolvimento do conhecimento filosófico. Foram os responsáveis pela transição da consciência mítica para a consciência filosófica e assim buscaram dar um sentido melhor mais amplo, mais racional e lógico para explicar a origem das coisas. Antes a filosofia era mítica, porque se baseava nos mitos (MITOLOGIA GREGA) para explicar suas ideias e conceitos. Depois os pré- socráticos criaram uma nova era para a filosofia, agora usando o raciocínio, a razão e lógica, bem como os elementos da natureza para explicar melhor a origem das coisas. (GEISLER, Norman. L, Weinberg, Paul D. Introdução à Filosofia Editora: Vida Nova; 3ª, Revisada edição (27 janeiro 2017) 14 A mitologia grega explicava o universo através da cosmogonia (COSMO, UNIVERSO, E GONOS, GÊNESE, NASCIMENTO). A cosmogonia dá sentido a tudo o que existe através da ideia de nascimento a partir da relação sexual entre os deuses. Acreditavam que os deuses gregos mantinham relação sexual entre si e davam origem às coisas. O filósofos pré- socráticos abandonaram essa ideia e conceito e construíram a cosmologia,explicação do universo baseado no ( LÓGOS) argumentação, lógica, razão .Os deuses gregos da mitologia grega ,deram lugar à natureza ( PHYSIS), argumento que atribui a natureza a origem das coisas .A filosofia nascida com esses primeiros filósofos, os pré-socráticos, deu origem a vasta produção de conhecimento, novas ideias ,conceitos ,levando a uma filosofia lógica, racional, usando a razão e também os elementos da ( PHYSIS) e a natureza como fonte de explicação das coisas.Toda essa construção serviu como base para o desenvolvimento da cultura ocidental. Os filósofos pré-socráticos sem dúvida contribuíram muito para a produção do conhecimento filosófico. Assim inauguram uma nova era de conhecimento, na qual a humanidade e a sociedade moderna globalizada deve muito a esses pensadores.( In O livro da Filosofia /Tradução Douglas Kim –São Paulo ;Globo ,2011) https://www.educabras.com/enem/materia/filosofia/aulas/filosofia_presocratica site visitado em 11/01/2021 https://www.educabras.com/enem/materia/filosofia/aulas/filosofia_presocratica 15 2 - FILOSOFIA CLÁSSICA De 470 a 320 A.C a filosofia da Grécia Antiga teve nos sofistas e em Sócrates seus principais expoentes. Se distinguiram pela preocupação metafísica, ou procura do ser, e pelo interesse político em criar a cidade da harmonia e justa que tornasse possível a formação do homem e da vida de acordo com a sabedoria. Esse período corresponde ao apogeu da democracia e é marcado pela hegemonia política de Atenas, capital da Grécia Antiga, onde temos a origem das cidades-estado e a democracia. Os sofistas, filósofos contemporâneos de Sócrates, como Protágoras de Abdera (548 a.C-410 a.C.) e Górgias de Leontinos (485 a.C. – 380 a.C.), acumulavam conhecimento enciclopédico e eram educadores pagos pelos alunos. Pretendem substituir a educação tradicional, destinada a formar guerreiros e atletas, por uma pedagogia, preocupada em formar o cidadão da nova democracia ateniense. Com eles surgem a arte da retórica, falar bem e de maneira convincente a respeito de qualquer assunto, e que alcança um grande desenvolvimento, conhecido somente pelo testemunho de Platão, já que não existe documento de Sócrates (470 a.C. -399 a.C.). A retórica desloca a reflexão filosófica da natureza para o homem e define, pela primeira vez, o universal como objeto da ciência. Dedica- se à procura metódica da verdade identificada com o bem moral. Seu método se divide em duas partes: Ironia e Maiêutica. Pela ironia, EIRONEIA, do grego perguntar, ele força seu interlocutor a reconhecer que ignora o que pensa saber. Já com a maiêutica, Sócrates tenta extrair do interlocutor a verdade contida em sua consciência. Discípulo de Sócrates, Platão (427 a.C. 347 a.C.) afirma que as ideias são o próprio objeto do conhecimento intelectual, a realidade metafísica. Para melhor expor sua ideia ou teoria se utiliza de uma alegoria, o mito da caverna na qual a caverna simboliza o mundo sensível, a prisão, os juízos de valor, onde só se percebem as sombras das coisas. O exterior é o mundo das ideias, do conhecimento racional ou científico, feito de corpo e alma, o homem pertence a esse mundo e simultaneamente a dois mundos. (GEISLER, Norman. L, Weinberg, Paul D. Introdução à Filosofia Editora: Vida Nova; 3ª, Revisada edição (27 janeiro 2017) 16 A tarefa da Filosofia seria a de libertar o homem das aparências, para o mundo físico, real, das essências. Platão foi o primeiro a teorizar o Idealismo. Seguidor de Platão, Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) aperfeiçoa e sistematiza as descobertas de Platão e Sócrates e desenvolve a lógica dedutiva clássica, formal, que postula o encadeamento das proposições e das ligações dos conceitos mais gerais para os menos gerais. A lógica, segundo ele, é um instrumento para atingir conhecimento científico, ou seja, aquilo que é método e sistemático. Ao contrário de Platão, Aristóteles afirma que a ideia não possui uma existência separada, ela só existe no ser real e concreto. Temos aqui um conceito e ideias da filosofia clássica. (Enciclopédia Estudos De Teologia Editoria Semeie 3 Edições 2010) https://www.ex-isto.com/2018/05 /filosofia-classica.html site visitado em 13/01/2021 ; 17 3- FILOSOFIA PÓS-SOCRÁTICA A filosofia pós-socrática de (320 a.C.) até o início da era cristã era uma corrente filosófica do ceticismo, epicurismo e estoicismo, que traduzia decadência política e militar da Grécia antiga. Primeira grande corrente filosófica após o aristotelismo, o ceticismo, que tem em Pirro (365 a.C. a 275 a.C.) seu principal representante, afirma que as limitações do espírito humano nada permite conhecer seguramente, assim ele concluiu pela suspensão do julgamento e a permanência da dúvida. Ao recusar toda afirmação dogmática, prega que o ideal do sábio é o total despojamento,o equilíbrio da alma, que não pode perturbar. Os cínicos, como o filósofo Diógenes (413 a.C.- 323 a.C.) e Antístenes (444 a.C.-365 a.C) desprezavam as convenções sociais para levar uma vida natural primitiva, afirmava que só a virtudes podem libertar o homem do desejo de possuir bens materiais, podem purificá-los. Já o filósofo Epicuro (341 a.C.-270 a.C.) e seus discípulos, os epicuristas, viam no prazer obtido pela prática da virtude, o bem. O prazer consiste no não-sofrimento do corpo humano em si e na não- perturbação da alma. (GEISLER, Norman. L, Weinberg, Paul D. Introdução à Filosofia Editora: Vida Nova; 3ª, Revisada) Os Estóicos, como Sêneca (4 a.C.-65 a.C.) e Marcos Aurélio (121-180), que se opõem aos epicuristas, pregam que o homem deve permanecer indiferente às circunstâncias exteriores, como dor, prazer e emoções. Procuram submeter sua conduta à razão, mesmo que isso traga a dor e o sofrimento e não o prazer. No século III da era cristã, Plotino (205- 270) pensou o platonismo na perspectiva histórica do império Romano. As doutrinas neoplatônicas possuem grande influência sobre os pensadores da filosofia cristã. 18 https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Filosofia/noticia/2016/08/socrates-ensina-como-nao- ligar-para- opiniao-dos-outros.html site visitado em 13/01/2021 https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Filosofia/noticia/2016/08/socrates-ensina-como-nao-ligar-para-opiniao-dos-outros.html https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Filosofia/noticia/2016/08/socrates-ensina-como-nao-ligar-para-opiniao-dos-outros.html https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Filosofia/noticia/2016/08/socrates-ensina-como-nao-ligar-para-opiniao-dos-outros.html 19 4 FILOSOFIA MEDIEVAL Nesse capitulo vamos estudar e abordar de forma resumida a filosofia. A filosofia medieval surgiu no período da era medieval, quando já despontava a filosofia moderna 4.1 Deus não é a origem do mal - Santo Agostinho (354 – 430) Nesse período a Igreja Católica Apostólica enfrentava várias correntes filosóficas que confrontavam os dogmas da Igreja. Foi o tempo em que se levantam dois dos maiores defensores e filósofos da filosofia medieval: Santo Agostinho Bispo e São Tomas de Aquino. Aurélio Agostinho nasceu em 354 em Tagaste, pequena cidade ao norte da África, de mãe cristã e pai pagão. Foi educado para ser um orador e depois lecionou retórica em sua cidade natal e também em Cartago, Roma e Milão, onde ocupou uma posição de prestígio. Por um período Santo Agostinho foi seguidor do maniqueísmo da religião que considerava o bem e o mal como forças duplas do universo, mas por influência de Santo Ambrósio, bispo de Milão, foi atraído pelo cristianismo. Em 386 ele sofreu uma crise espiritual e se converteu ao cristianismo, abandonou a carreira e dedicou-se a escrever obras cristãs, muitas delas de natureza filosófica. Em 395 tornou-se bispo de Hipona, no norte da África, e manteve o seu posto até o fim de sua vida. Morreu aos 75 anos de idade, quando a cidade foi sitiada e saqueada por vândalos. Santo Agostinho ao retomar as ideias de Platão, identificava o mundo das ideias, com o mundo das ideias divinas. Através da iluminação, o homem recebe de Deus o conhecimento das verdades eternas. Essa corrente da filosofia e seu desenvolvimento é conhecido como patrística, por ter sido elaborada por padres da Igreja Católica Apostólica Romana. Nos séculos V e Xlll predominam as escolásticas, ou seja, o conjunto das doutrinas oficiais da Igreja fortemente influenciadas pelo pensamento Platônico e Aristotélico. Os representantes das escolásticas estão preocupados em conciliar a razão com a fé cristã e desenvolver a discussão, a argumentação e o pensamento discursivo de uma das principais correntes do pensamento filosófico: o 20 tomismo, doutrina escolástica do grande teólogo e filosófico São Tomás de Aquino (1225-12274). 4.2 O universo nem sempre existiu - São Tomás de Aquino (1225-1274) Santo Tomás de Aquino nasceu em 1225, em Roccasecca na Itália, estudou na universidade de Nápoles e ingressou na ordem Dominicana, uma ordem de frades altamente intelectual, contra a vontade de sua família. Como noviço estudou em Paris e depois em Colônia, com o teólogo aristotélico alemão Alberto Magno. Retornando a Paris tornou-se um mestre em teologia, lecionando por dez anos antes de viajar para a Itália. De maneira incomum recebeu um novo chamado para um segundo período como mestre em Paris em 1273. Sofreu algo que podia ser tanto um derrame quanto um tipo de visão mística. Depois disso afirmou que tudo que fizera era simples ninharia e nunca mais escreveu. Morreu em 1323 e foi declarado santo da Igreja. A figura central do pensamento de São Tomás de Aquino é a filosofia do grande pensador Aristóteles, cujas obras fascinaram os pensadores medievais. A filosofia medieval foi desenvolvida na Europa no período da idade média no século (V-XXV), um período de expansão e consolidação do Cristianismo na Europa ocidental. A filosofia medieval tentou conciliar a religião com a filosofia, ou seja, a consciência cristã com a razão filosófica e científica. Isso pode até parecer um paradoxo, mas naquele momento era plausível isso acontecer. As principais características da filosofia medieval são: 1. Inspiração na filosofia clássica (Grego –Romana); 2.União da fé cristã e da razão; 3.Utilização dos conceitos da filosofia grega ao cristianismo; 4.Busca da verdade divina. Como a filosofia medieval abrange um longo período de tempo, faz-se necessário uma divisão proposta pelos estudiosos do assunto. 1.Filosofia dos padres apostólico; 2.Filosofia dos padres apologista; 3.Patrística; 4.Escolástica 21 4.2.1 A filosofia dos padres apostólicos Nos séculos l e ll estava relacionada com o início do fundamento do cristianismo, portanto os filósofos desse período estavam preocupados em explicar os ensinamentos de Jesus cristo, durante um período pagão. Ela recebe esse nome simplesmente porque sua base era os ensinos dos apóstolos de Jesus Cristo. A figura central desse período com certeza foi o apóstolo Paulo. 4.2.2 Os padres apologistas Os padres apologistas se utilizavam dos mesmos argumentos, figuras de linguagem e dialogavam e defendiam suas idéias e pensamentos como os helenistas. Assim defendiam o cristianismo como uma filosofia propriamente natural que seria muito superior ao pensamento e ideias Greco-Romanas. Dessa maneira eles aproximaram o pensamento grego-romano aos conceitos e ao pensamento cristão que estavam sendo disseminados pelo império romano. Se destacavam os apologistas cristãos Justino Mártir, Orígines de Alexandria e Tertuliano. 4.2.3 Filosofia patrística A filosofia chamada patrística foi desenvolvida a partir do século lV e ficou até o final do século Vlll. Ela recebe esse nome porque foi fundada e desenvolvida e escrita pelos padres da Igreja. A filosofia patrística tinha a preocupação em adaptar os ensinamentos da filosofia grega antiga aos princípios cristãos. Baseava-se nas obras de Platão e identificava a palavra de Deus com o mundo das ideias platônicas. Partia do princípio de que o homem seria capaz de entender a Deus através da iluminação e da revelação. Essa era uma fase inicial de desenvolvimento da filosofia medieval, enquanto o cristianismo está concentrado no Oriente e vai avançando e se expandindo pela Europa. Além disso a maioria dos filósofos era de teólogos e o tema 22 central da filosofia medieval era a conciliação entre a fé e a razão. Os padres da Igreja tinham a grande tarefa de explicar os conceitos como a imortalidade da alma, a existência de um único Deus, os dogmas da santíssima trindade, a partir da filosofia, tarefa que conseguiram fazer com muita maestria e sabedoria, afinal eram homens de grande saber filosófico e dominavam muitas outras ciências. Entre os padres se destacavam Santo Irineu de Lyon, Santo Inácio de Antioquia, São João Crisóstomo,Santo Ambrósio de Milão. Mas vale ressaltar que entre os maiores padres apologistas, se destaca Santo Agostinho de Hipona. 4.2.4 Filosofia Escolástica A filosofia escolástica se baseava na filosofia de Aristóteles. Foi um movimento filosófico da era medieval que se desenvolveu entre os séculos lX e XVl. Ela surge com a finalidade de refletir sobre a existência de Deus, da alma humana, da imortalidade. A escolástica desejava justificar a fé a partir da razão. Era tarefa relacionar a fé com a razão e achar um ponto de equilíbrio entre ambas.O escolástico defendia que era possível conhecer a Deus através do conhecimento empírico, da lógica e da razão. Grandes filósofos da escolástica foram São Bernardo de Claraval, Pedro Aberlado, Guilherme de Ockham e o beato João Duns Escoto. Nessa época temos a maior e mais proeminente figura: São Tomás de Aquino e sua gigantesca e espetacular obra suma teológica, onde ele estabelece os cincos pilares e princípios para a existência de Deus, na qual citaremos aqui para fechar essa abordagem sobre a filosofia medieval. Não temos como narra de forma geral a filosofia medieval por se tratar de um assunto muito extenso e vasto, como é todo o conhecimento filosófico. 4.2.5 Argumentos filosóficos de São Tomás de Aquino Para ajudar os incrédulos e céticos a crer na existência do ser de Deus, várias teorias e argumentos foram criados, entre elas as cincos vias de São Tomás de Aquino. Cinco vias que provam a existência de Deus em Santo Tomás de Aquino, constituí um trabalho magnífico, que visava defender a fé cristã na idade média, pois a igreja se viu ameaçada pelo avanço da chamada era moderna. Nesse 23 período a ciência alcançou um patamar inimaginável e grande desenvolvimento. Homens como Isaac Newton, Galileu Galilei e Copérnico, contribuíram muito para o avanço da ciência. Além disso a filosofia se destacava com seus conceitos lógicos e racionais, dando respostas satisfatórias a assuntos de grande relevância para o progresso da educação e os valores éticos e políticos. Na idade média a Igreja Católica Apostólica Romana reinava absoluta e era a dona da verdade. Mas viu se reino ruir e a visão da fé cristã e as questões relacionadas às pessoas precisavam ser defendidas por grande teólogos e filósofos da filosofia da religião, que se levantaram em defesa da fé cristã, como Santo Agostinho, bispo de Hipona, São Tomás de Aquino e Santo Anselmo. Comumente se diz que Santo Agostinho cristianizou Platão, assim como Aquino cristianizou Aristóteles. Como este, Aquino parte do sensível para chegar ao inteligível, como processo de conhecimento. Assim, o filósofo cristão distingue cinco vias para caracterizar o conhecimento e provar a existência de Deus. Vejamos quais são: 1. Primeiro motor imóvel : esta primeira via supõe a existência do movimento no universo. Porém, um ser não move a si mesmo, só podendo, então, mover outro ou por outro ser movido. Assim, se retroagirmos ao infinito, não explicamos o movimento se não encontrarmos um primeiro motor que move todos os outros; 2. Primeira causa eficiente : a segunda via diz respeito ao efeito que este motor imóvel acarreta: a percepção da ordenação das coisas em causas e efeitos permite averiguar que não há efeito sem causa. Dessa forma, igualmente retrocedendo ao infinito, não poderíamos senão chegar a uma causa eficiente que dá início ao movimento das coisas 3. Ser Necessário e os seres possíveis : a terceira via comparam os seres que podem ser e não ser. A possibilidade destes seres implica que alguma vez este ser não foi e passou a ser e ainda vem a não ser novamente. Mas do nada, nada vem e, por isso, estes seres possíveis dependem de um ser necessário para fundamentar suas existências; 4. Graus de Perfeição : a quarta via trata dos graus de perfeição, em que comparações são constatadas a partir de um máximo (ótimo) que na verdade contém o verdadeiro ser (o mais ou menos só se diz em referência a um máximo); 5. Governo Supremo : a quinta via fala da questão da ordem e finalidade que a suprema inteligência governa todas as coisas (já que no mundo há 24 ordem!), dispondo-as de forma organizada racionalmente, o que evidencia a intenção da existência de cada ser.Todas essas vias têm em comum o princípio de causalidade, herdado de Aristóteles, além de partirem do empírico, ou seja, de realidades concretas e de um mundo hierarquicamente ordenados. Vale também notar como Tomás de Aquino concebe o homem. Para ele, o homem é um ser intermediário. É composto de corpo (matéria) e alma (forma) sem as quais nada significa, isto é, nada é isoladamente. Assim, o homem é um ser intermediário entre os seres de forma mais elementar, como os minerais, as plantas e os animais, e os seres mais perfeitos como os anjos e Deus. O homem possui as características dos anteriores a ele e também dos precedentes na hierarquia do universo. Entretanto, o conhecimento de Deus se faz por analogia, seguindo uma vida de negação que afasta dele todo elemento criatural. Mas somente isto redundaria num agnosticismo. E não se conhece Deus imediatamente como numa contemplação direta com a essência divina, mas somente através de um saber analógico em que todos os nomes não predicados, explícita ou implicitamente de modo negativo, lhe aplicam tal sentido analógico, o que evidencia a distância infinita entre o Criador e as criaturas e também justificam os enunciados que de Deus fazemos (Deus é Bom, Infinitamente Sábio, etc.). Essa doutrina da analogia que inclui semelhança e comparação se opõe à da iluminação; está propõe um contato imediato com Deus. O abandono da Iluminação divina – experiência interna – pela analogia experiência externa – acarretou suas consequências e dificuldades, a saber: em primeiro lugar, as criaturas semelhantes a Deus por serem causadas por Ele (causa equívoca) devem conter seus efeitos. Desse modo, a causa contém em si os seus efeitos; em segundo lugar, nada é univocamente predicável de Deus e das criaturas, o que de acordo com o dito acima (causa equívoca) seus efeitos também o são. A univocidade se enquadra em categorias e é a relação para a equivocidade, enquanto Deus não se encaixa em nenhuma categoria. Ele é simplesmente; e em terceiro lugar, alguns predicados não são enunciados do modo puramente equívoco de Deus, já que para Aquino, uma equivocação pura é um termo que, por simples causalidade, é empregado para designar coisas diversas. O tautológico não se relaciona com as coisas e se assim fosse, não teríamos dele conhecimento algum; e por último, que os predicados positivos são anunciados analogicamente de Deus e das criaturas. Em nossas predicações, o ser compete primeiro às criaturas e depois a Deus. E não o contrário, porque não há relações entre estes. Designamos Deus a partir do que deparamos nas criaturas de modo infinito (nas relações, ocorre o inverso, já que o predicado é anterior à natureza de qualquer substância). Portanto, Santo Tomás de Aquino atribui a predicação de 25 Deus e da criatura, somente por analogia, evidenciando entre eles uma distância infinita da qual nenhum conceito transpõe, já que Deus transcende infinitamente a criatura. (CABRAL, João Francisco Pereira. "Cinco vias que provam a existência de Deus em Santo Tomás de Aquino"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/cinco-vias-que- provam-existencia- deus-santo-tomas-.htm. Acesso em 19 de janeiro de 2021) https://www.todamateria.com.br/filosofia-medieval/ https://www.todamateria.com.br/filosofia-medieval/ 26 5 FILOSOFIA MODERNA A filosofia moderna é a corrente filosófica que teve seu início no século XV e chega até o século XVIII. Seu fim é marcado pelo início da idade contemporânea. Muitos autores no entanto consideram o marco inicial dafilosofia moderna os pensamentos produzidos pelo filósofo René Descartes.O fim é marcado pelo trabalho de Ludwig Wittgenstein no XX. Nesse modelo da classificação o pensamento feito entre os XV e XX VII é chamado de Filosofia renascentista. A Filosofia moderna surge juntamente com o final da idade média e com a queda do sistema feudal. O fim do período medieval e a diminuição do domínio da Igreja Católica Apostólica Romana, dá inicio há uma nova era pelos cientistas, uma nova maneira de pensar e raciocinar, deixando de lado as influências da Igreja Católica que praticamente dominava e ditava as regras do conhecimento na idade média. A igreja não tolerava nenhum pensamento ao contrário aos dogmas da Igreja, mas os cientistas da idade média foram deixando aos poucos as influências religiosas que foram a marca dominante do período medieval e passaram a buscar novas formas de saber e pensar de modo mais lógico, se utilizando da razão e do raciocínio. Durante o nascimento da filosofia moderna o mundo passava por diversas transformações, que foram primordiais para o surgimento da filosofia moderna, como o progresso da ciência para a humanidade, com as grandes navegações; a reforma e contra reforma protestante; o Renascimento; a formação dos primeiros estados nacionais modernos; consolidação dos regimes absolutistas; o surgimento da burguesia; invenção da impressa e a chegada aos novos continentes. As novas descobertas na área da ciência como a física, astronomia, medicina, engenharia e outras foram o fator determinante para a chegada do progresso científico e o surgimento da chamada filosofia moderna. Deram origem ao antropocentrismo, isto é, o homem no centro da produção cientifica e na busca de resposta baseada na razão, na lógica, no raciocínio. A forma de pensar, a maneira de se buscar as respostas por meio da razão, deram origem ao humanismo e ao renascimento que contribuíram para a maior inserção do indivíduo na sociedade. Após essa grande revolução o homem passa ser 27 encarado como um ser que pensa, racional, capaz de responder por suas escolhas e questionamentos. Algumas características marcaram a filosofia no período do século XV ao XX com maior ou menor intensidade, dependendo do momento da escola filosófica que está sendo analisada. Dentre as principais características vale a pena destacar as seguintes escolas: 1 Antropocentrismo e humanismo - O homem como o centro de todas as coisas as pesquisas e responsável por suas próprias escolhas 2 Valorização de novas técnicas científicas e das pesquisas para encontrar as soluções dos problemas levantados. 3 Racionalismo - Corrente filosófica muito importante da Modernidade. Tem como principal objetivo teorizar o modo de conhecer dos seres humanos, não aceitando qualquer elemento empírico como fonte do conhecimento verdadeiro. O racionalismo tem como pai o filósofo Rene Descartes, considerado um dos maiores pensadores da filosofia moderna 4 Empirismos - O uso de experimentos para provar as afirmações e encontrar soluções dos problemas em questão. 5 Liberdade de pensamento a partir da menor influência religiosa 6.O surgimento das escolas laicas de Filosofia 7. Negação da religião (O livro da Filosofia /Tradução Douglas Kim –São Paulo ;Globo ,2011) Esses fatores surgiram com o advento da ciência moderna, uma era de novos começos e de novos caminhos através das pesquisas científicas. Os principais problemas levantados pelos filósofos modernos, principalmente os das primeiras gerações, estão ligados ao corpo e a mente humana, a metafísica e a epistemologia. Os filósofos se dedicavam a pensar sobres as questões políticas ligadas aos governantes absolutistas, aos governantes 28 liberais e aos anarquistas. Também durante a filosofia moderna é que são levantadas questões ligadas às novas relações sociais e econômicas, principalmente no período Pós-revolução industrial e ao papel da burguesia dentro desse novo modelo de vida social. 5.1 Os principais Autores e Correntes da Filosofia Moderna Entre os principais filósofos iremos destacar os seguintes: 1 Nicolau Maquiavel (1469-1527) - Considerado o pai do pensamento político moderno, Maquiavel desenvolveu sua filosofia no período renascentista. É autor de “O Príncipe”, obra que aponta as diretrizes de como os reis devem governar seus países. 2 Jean Bodin (1530-1596) - Filósofo Francês apresenta visões que contribuíram para a evolução do pensamento positivo e político modernos. Faz análise da teoria do direito divino dos reis em sua obra, composta por seis livros denominada “A República”. 3 Francis Bacon (15564-1642) - Colaborou com a criação do método indutivo da investigação cientifica que preza as observações e depois apresenta induções para os fenômenos naturais. 4 Galileu Galileu (1564-1642) - Astrônomo, físico e matemático. Galileu é considerado o pai da física e da chamada ciência moderna. Galileu deu uma grande contribuição para a humanidade através de suas descobertas científicas. Ele criou o método matemático experimental, que aplica a matemática a fenômenos naturais e foi defensor das ideias heliocêntricas de Copérnico. Galileu contrariava as crenças e os dogmas da Igreja Católica, que acreditavam no geocentrismo, pois a Igreja defendia a terra como o centro de todas as coisas. 29 5 René Descartes (1596-1650) - O filosofo René Descartes foi o criador do pensamento cartesiano, defendia o método racional e lógico das coisas. O pensamento cartesiano ou a filosofia de René Descartes é apresentado em sua grande obra no método do discurso de 1637. Que influenciou os pensadores e filósofos modernos. 6 Baruch Spinoza (1634-1677) - Filósofo Holandês que critica e combate todo tipo de superstição, pois seriam criadas pela imaginação. Acreditava e defendia a existência de um Deus transcendental que está ligado à natureza. Além dos filósofos aqui citados, vale lembrar que temos outros filósofos que também foram muito importantes para o advento da filosofia moderna. Entre eles podemos citar Thomas Hobbbes, John Locke, David Hume, Montesquieu, Voltaire, Diderot, Rousseau, Adam Smith, Immanuel Kant, Issac Newton e Pascal.1 1https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/filosofia/filosofia-moderna site visitado em 04/03/2021 https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/filosofia/filosofia-moderna%20site%20visitado%20em%2004/03/2021 https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/filosofia/filosofia-moderna%20site%20visitado%20em%2004/03/2021 30 6 FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA A filosofia contemporânea teve seu início no século XIX e continua até os dias atuais. Entres as principais características predominantes da filosofia contemporânea está a sua forma de pensar racionalmente, sempre apelando para a razão lógica das coisas. A filosofia contemporânea teve como marco inicial a revolução francesa. A era que começa após a revolução industrial e o desenvolvimento do capitalismo trouxe muitas mudanças sociais, políticas, econômicas e filosóficas. Além da revolução francesa, outros movimentos sociais nasceram sobre o fenômeno da revolução francesa e a revolução industrial. Os movimentos feministas avançavam requerendo seu direito ao voto, também o socialismo e as ciências naturais se desenvolviam em larga escala. Nesse contexto temos ainda as transformações na sociedade principalmente causada pelo êxodo rural e conflitos entre burguesias e proletariado. O cenário caracterizado por muitas divergências produziu um solo fértil para a criação de escolas filosóficas e para o surgimento de novas linhas do interesse e abordagem. Entre essas linhas estava a filosofia contemporânea. A filosofia contemporânea só garantiu seu espaço nos séculos XIX e XX, mas foi no século XVIII que ela foi tomando forma. Neste período surgia um dos grandes conflitos políticos e sociais que causou um impacto profundo em toda a Europa: a revolução francesa, uma revolta contra a burguesiae contra a monarquia. Durante esse período o capitalismo estava sendo construído e consolidado, gerando evidências de que esse modelo econômico produzia uma desigualdade social intensa. Durante esse período foram criadas a energia elétrica, o petróleo passou a ser a matéria-prima, o telefone foi inventado e o automóvel se tornava um novo meio de transporte. Ao passo em que a tecnologia e a ciência avançavam, criando novas oportunidades de trabalho, as pessoas eram submetidas a longa jornadas de trabalhos e eram exploradas ou substituídas por máquinas. Foi neste contexto que as escolas filosóficas contemporâneas criaram suas concepções. Havia grande progresso no campo da ciência e da tecnologia, porém a sociedade não acompanha esse grande desenvolvimento. Então a filosofia contemporânea surge para consolidar o que 31 ficou conhecido como consciência de classe, termo que se refere à reflexão sobre as lutas sociais. É valido lembrar que a filosofia contemporânea antecede a filosofia moderna e que muitos autores acreditam que esta última foi assimilada pela primeira. 6.1 Características da Filosofia Contemporânea A filosofia contemporânea também recebeu influências de correntes importantes como a da indústria cultural e a escola de Frankfurt. Dos elementos que caracterizam essa concepção filosófica, podem ser citados positivismo, idealismo, racionalismo, pragmatismo, cientificismo, liberalismo, niilismo, utilitarismo, fenomenologia, pluralismo e a subjetividade. Dessas, duas grandes linhas de pensamento se estabeleceram: o marxismo, do filósofo alemão Karl Marx, que pregava a igualdade das classes sociais, e o existencialismo do filósofo francês Jean –Paul Sartre, que pregava a liberdade. De certo modo a filosofia contemporânea pregava uma nova concepção da racionalidade. Podemos citar como principais filósofos contemporâneos Friedrich Hegel (1770-1831); Arthur Schopenhauer (1788-1860); Auguste Comte (1798-1857). Karl Marx (1818-1883); Friedrich Nietzsche (1844-1900); Martin Heidegger (1889-1976); Jean Paul Sartre (1905-1980) e Theodor Adorno (1903-1969)2 2 livro da Filosofia /Tradução Douglas Kim –São Paulo ;Globo ,2011 32 7 OS GRANDES PENSADORES DA FILOSOFIA GREGA Iremos neste capítulo abordar de forma resumida os grandes pensadores da filosofia grega antiga. Não seria justo de nossa parte não fazer menção aos grandes filósofos da antiguidade. 7. 1Tales de Mileto (623-546 a.c.) Tales De Mileto foi um filósofo pré-socrático, considerado o pai da filosofia grega. Ele propõe que a água é a substância primordial da vida, denominada de (ARCHÉ). Para Tales De Mileto tudo é água, a água é o elemento que trás e dá origem a vida, tudo é água. 7.2 Anaximandro (610-547 a.c.) Foi discípulo de Tales De Mileto. O filósofo procurou buscar o elemento fundamental de todas as coisas, denominando de ÁPEIRON o infinito e o indeterminado, que representa a massa geradora da vida e do universo. 7.3 Anaximeres (588 -524 a.c.) Ele foi discípulo de Anaximandro. Para o filósofo Anaxímeres, a substância primordial que dá origem às coisas é o elemento do ar. 7.4 Pitágoras (570 -490 a.c.) Segundo o filósofo Pitágoras a origem de todas as coisas estava intimamente relacionada com os números, suas ideias foram essenciais para a filosofia e a matemática. Desenvolveu o famoso TEOREMA DE PITÁGORAS. 33 7.5 Heráclíto de Éfeso (535-475 a.c.) Heráclito de Éfeso foi um filósofo pré-socrático que contribui com as reflexões da existência. Segundo ele, tudo está em processo de mudança e o fluxo constante da vida é impulsionado pelas forças opostas. Ele elegeu o fogo como elemento essencial da natureza. 7.6 Parmênides (510- 470 a.c.) O filósofo Parmênides foi considerado um dos principais filósofos pré- socráticos. Contribuiu para os estudos do ser, ONTOLOGIA, da razão, da vida e da lógica. Segundo suas palavras o ser é e o não ser é. 7.7 Zenão de Eleia Foi discípulo de Parmênides. Suas reflexões filosóficas destacavam o paradoxo de Zenão, no qual pretendia demonstrar que a noção de movimento era contraditória e inviável. 7.8 Empédocles (490-430 a.c.) Por meio do pensamento racional, Empédocles defendeu a existência dos quatros elementos naturais AR, ÁGUA, FOGO E TERRA, os quais agiriam de maneira cíclica a partir de dois princípios, AMOR E O ÓDIO 7.9 Demócrito (430 – 370 a.c.) Demócrito foi criador do conceito do atomismo. Segundo ele, a realidade era formada por partículas invisíveis e indivisíveis denominadas de átomos, MATÉRIA. Nas palavras do filósofo Empédocles tudo o que existe no universo nasce do acaso ou da necessidade. 34 7.10 Protágoras (480-410 – a.c.) Protágoras foi um filósofo e pensador da filosofia grega antiga. Foi um filósofo e famoso por sua célebre frase: “O homem é a medida de todas as coisas. Ele contribuiu para as ideias associadas ao subjetivismo absoluto dos seres. 7.11 Górgias (487 – 380 a.c.) Górgias foi um dos maiores oradores da Grécia antiga, esse filósofo seguiu os estudos sobre o subjetivismo de Protágoras, o que o levou a ceticismos absolutos. 7.12 Sócrates (469-399 a.c.) Sócrates foi um dos maiores filósofos da filosofia grega, através dele o pensamento filosófico ganhou forma e corpo. Sem dúvida podemos afirmar que sem Sócrates a filosofia não chegaria a esse patamar. Suas ideias, conceitos e ensino foram primordial para o avanço do conhecimento filosófico. A filosofia socrática estava pautada no autoconhecimento, CONHECE TE A TI MESMO, desenvolvida mediante a IRONIA E à MAIÊUTICA. 7.13 Platão (427 -347 (a.c.) Platão foi um dos importantes filósofos da Grécia antiga. Ele foi discípulo de Sócrates e escreveu sobre as ideias de seu mestre. De suas reflexões filosóficas destaca-se e a teoria das ideias, base do platonismo, que seria a passagem do mundo sensível (APARÊNCIA) para o mundo das ideias (ESSÊNCIA). A obra “O mito da caverna” demonstra essa dicotomia entre ilusão e realidade. Suas ideias, obras e conhecimento contribuiu muito para o desenvolvimento do pensamento da filosofia grega. 35 7.14 Aristóteles (384 -322- a.c) Ao lado de Sócrates e Platão, foi um dos importantes filósofos da Grécia antiga. Suas ideias e pensamentos são considerados a base do pensamento lógico e científico. Escreveu diversas obras sobre a essência dos seres METAFÍSICA palavra com origem no grego e que significa "o que está para além da física". É uma doutrina que busca o conhecimento da essência das coisas. Para Aristóteles, a metafísica é, simultaneamente, ontologia, filosofia e teologia, na medida em que se ocupa do ser supremo dentro da hierarquia dos seres. Além disso, o grande pensador grego deixou uma vasta gama de sabedorias, ideias e conhecimento em geral. Escreveu diversas obras sobre a essência das coisas, a lógica, arte, ética, política, potência etc. 7.15 Epicuro (324 -271-a.c.) Epicuro foi o fundador do epicurismo, sistema filosófico que prega a procura dos prazeres moderados para atingir um estado de tranquilidade e de libertação do medo, com a ausência de sofrimento corporal pelo conhecimento do funcionamento do mundo e da limitação dos desejos. Já quando os desejos são exacerbados podem ser fonte de perturbações constantes, dificultando o encontro da felicidade que é manter a saúde do corpo e a serenidade do espírito. Para o filósofo e pensador grego Epicuro, a vida deveria se basear no prazer. No entanto, diferente da corrente (HEDONISMOS) do grego hedonê, "prazer", "vontade" é uma teoria ou doutrina filosófico-moral que afirma que o prazer é o bem supremo da vida humana. Surgiu na Grécia e seu mais célebre representante foi Aristipo de Cirene. O prazer do epicurista seria racional, baseado na razão e na lógica, equilibrado. Se não fosse dessa forma o prazer poderia resultar em dor e sofrimento. 36 7.16 Zenão de Cítio (336-263-a.c) Zenão de Cítio foi fundador do ESTOICISMO doutrina e desenvolvida por váriasgerações de filósofos, que se caracteriza por uma ética em que a imperturbabilidade, a extirpação das paixões e a aceitação resignada do destino são as marcas fundamentais do homem sábio, o único apto a experimentar a verdadeira felicidade. O estoicismo exerceu profunda influência na ética cristã. Zenão de Cítio defendia a ideia de uma realidade racional, que ocorre por meio do dever da compreensão. Dessa forma, por meio da compreensão, a realidade de que faz parte o homem e a natureza leva ao caminho da felicidade. 7.17 Pirro (365-275-a.c.) Pirro foi o fundador do pirronismo, doutrina que pode ser entendida como a impossibilidade do espírito do indivíduo chegar na verdade a partir do juízo em todos os domínios. O ceticismo parte do questionamento para o conhecimento, onde essa verdade pode não atingir as pretensões do indivíduo cético, ou seja, a descrença é excessiva nessa visão. Ele defendia a ideia da incerteza em tudo que nos envolve, por meio de uma postura ceticista. Assim nenhum conhecimento é seguro sendo a busca de uma verdade absoluta em todos. O pirronismo tornou-se influente há alguns séculos, desde o surgimento da moderna visão científica do mundo. Nada pode ser conhecido, nem mesmo isto. Os cépticos pirrónicos negam assentimento a proposições não imediatamente evidentes e permanecem num estado de questionamento perpétuo. Por exemplo, os pirrônicos afirmam que uma falta de provas não constitui prova do oposto, e que essa falta de crença é profundamente diferente de uma descrença ativa. Ao invés de descrer em Deus, poderes psíquicos etc., baseados na falta de evidências de tais coisas, os pirrônicos reconhecem que não podemos estar certos de que evidências novas não possam aparecer no futuro, de modo que se mantêm abertos na sua pesquisa. Também questionam o saber estabelecido, como o (DOGMATISMO), que afirma a capacidade do homem de atingir a verdade absoluta e indiscutível. Na religião, corresponde ao 37 conjunto de dogmas e na filosofia é o pensamento contrário à corrente do ceticismo que contesta a possibilidade de conhecimento total da verdade. O Pirronismo via o dogma como uma doença mental. O Pirronismo trouxe influência para a ciência moderna 7.18 Diógenes (413-327-a.c.) Diógenes foi um destacado filósofo grego da antiguidade pertencente à corrente filosófica do Cinismo. Nascido na cidade de Sínope (atual Turquia), Diógenes era filho de um fabricante de moedas. Um fato de forjar as moedas levou a prisão de seu pai e o exílio de Diógenes. Por esse motivo, viveu grande parte de sua vida em Atenas. Foi um grande estudioso, no entanto, preferiu se afastar dos bens materiais para atingir a plenitude por meio do conhecimento. De tal modo, teve uma postura radical e anti-materialista se afastando dos bens materiais e do luxo, que, segundo ele, cegavam o ser humano. A grande questão imposta pelo filósofo foi de que cada ser humano deveria se aprofundar no conhecimento de si. Assim, permaneceu durante muito tempo perambulando nas ruas de Atenas e vivendo num barril com o mínimo que precisava para sobreviver. Uma de suas frases enquanto caminhava pelas ruas era “procuro um homem”. Suas palavras estavam relacionadas com a busca de alguém que pudesse viver sem o luxo da sociedade. Alguns começaram a lhe chamar de “Diógenes, o cão” posto que vivia sua vida da maneira mais simples possível, como um cachorro de rua. Por outro lado, esse apelido pode estar relacionado com a Escola do Cinismo, uma vez que o termo é derivado da palavra “cão” (KYNOS). A partir dessas experiências, foi considerado o símbolo da simplicidade, sendo admirado por muitos. Alcançou reflexões filosóficas sobre a natureza e o ser humano, fazendo parte da corrente filosófica denominada de “Cinismo”. Um episódio interessante de sua vida foi o encontro com Alexandre, o Grande, que ouviu rumores de sua sapiência. Alexandre foi até Diógenes e perguntou o que ele queria. Sem hesitar Diógenes respondeu: “Senhor, apenas não tire de mim o que não pode me dar”. Noutra versão ele teria respondido: “Sim, podes sair da frente do meu sol”. Impressionado com o 38 desprezo do filósofo, o conquistador comentou: “Se eu não fosse Alexandre, queria ser Diógenes”. O filósofo escreveu uma obra intitulada (A República) em que ele critica os valores da sociedade grega. Faleceu em 327 a.C., na cidade grega de Corinto. Em sua lápide foi escrita a seguinte frase: Diógenes representou uma das mais importantes figuras da corrente filosófica do Cinismo. Os Cínicos eram homens simples, nômades, sem família e sem pátria.Seu mestre e fundador da Escola do Cinismo foi o filósofo Antístenes. Com ele desenvolveu diversas teorias acerca do mundo.Ao contrário da corrente do hedonismo e do epicurismo, em que a busca do prazer era o mais importante, para os cínicos o prazer leva o homem à alienação.Dessa forma, o ser humano se torna escravo de si, o afastando da sua real liberdade, uma vez que eles se tornam escravos de suas ações.Em resumo, esses filósofos acreditavam que a felicidade não podia ser encontrada pelos supérfluos que preenchiam a vida, e sim pelo autoconhecimento. http://bibliafala.blogspot.com/2011/09/paulo-no-areopago.html site visitado em 13/01/2021 http://bibliafala.blogspot.com/2011/09/paulo-no-areopago.html%20site%20visitado%20em%2013/01/2021 39 CONCLUSÃO Filosofia é o ato de pensar, dialogar e buscar a resposta para nossas dúvidas e questionamentos. O homem é um ser pensante, que pergunta, que tem dúvidas sobre a origem do Universo, da criação, da natureza, de Deus. Devemos muito aos grandes pensadores da antiguidade. A Filosofia é um campo do conhecimento que estuda a existência humana e o saber por meio da análise racional. Do grego, o termo filosofia significa “amor ao conhecimento”. A busca pela verdade é antiga, desde os primórdios da humanidade o homem vem buscando o conhecimento. Para alcançar a resposta aos seus anseios e a fome da sabedoria, para se chegar a uma conclusão muito simples, parece fácil, mas ao mesmo tempo parece estar muito longe de mera visão mortal. O homem sempre quis saber afinal quem é Deus, quem criou o universo, quem criou os animais, as grandes florestas e quem criou o homem. Essa pergunta levou o homem a buscar uma resposta. E foi por isso que surgiu a filosofia grega. Não para preencher toda essa lacuna na sua totalidade, o que seria impossível. Afinal, parafraseando William Shakespeare, existe mais coisas entre o céu e a terra do que a nossa vã filosofia pressupõe, mas pelos menos os grandes pensadores da antiguidade grega foram em busca dessas respostas. Não conseguiram responder em sua totalidade, mas conseguiram trazer luz para guiar nossos caminhos e nos tirar das trevas da ignorância através do pensamento filosófico. Não há dúvida de que a filosofia contribuiu e continua a contribuir para o conhecimento humano. Devemos muito aos pensadores como Tales De Mileto, Sócrates, Platão, Aristóteles, Heráclito, enfim, sabemos muito bem que a filosofia é essencial para o desenvolvimento da humanidade seja na política, na educação, no direito, na ciência e em todos os lugares lá está a filosofia. Hoje ela faz parte de nossa vida. 40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARANHA, Maria Lúcia De Arruda; Martins, Maria helena Pires. Filosofando; Introdução à Filosofia, São Paulo: Editora Moderna .1994 ARISTÓTELES, São Paulo, Companhia Das Letras ,2002. 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Introdução à Filosofia Editora: Vida Nova; 3ª, Revisada edição (27 janeiro 2017) INSTITUTO PEDAGÓGICO DE MINAS GERAIS http://www.ipemig.com.br LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2004. MATTAR ,João .Metodologia da pesquisa Científica na Era da informática .4 ed.São Paulo ,( 2008) NICOLA, Abbagnano.Dicionário de Filosofia. São Paulo : Martins Fontes, 2007. https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/filosofia/filosofia-moderna%09site%09visitado%09em http://www.ipemig.com.br/ 41 OLIVEIRA, Régis Fernandes de.Filosofia na Antiguidade:Sócrates e Platão. São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2012. PRADO JUNIOR, C. O que é Filosofia. São Paulo: Brasiliense .1983 REALE, G, História da Filosofia Antiga. São Paulo. 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FILOSOFIA PRÉ- SOCRÁTICA 2 - FILOSOFIA CLÁSSICA 3- FILOSOFIA PÓS-SOCRÁTICA 4 FILOSOFIA MEDIEVAL 4.1 Deus não é a origem do mal - Santo Agostinho (354 – 430) 4.2 O universo nem sempre existiu - São Tomás de Aquino (1225-1274) 4.2.1 A filosofia dos padres apostólicos 4.2.2 Os padres apologistas 4.2.3 Filosofia patrística 4.2.4 Filosofia Escolástica 4.2.5 Argumentos filosóficos de São Tomás de Aquino 5 FILOSOFIA MODERNA 5.1 Os principais Autores e Correntes da Filosofia Moderna 6 FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA 6.1 Características da Filosofia Contemporânea 7 OS GRANDES PENSADORES DA FILOSOFIA GREGA 7. 1Tales de Mileto (623-546 a.c.) 7.2 Anaximandro (610-547 a.c.) 7.3 Anaximeres (588 -524 a.c.) 7.4 Pitágoras (570 -490 a.c.) 7.5 Heráclíto de Éfeso (535-475 a.c.) 7.6 Parmênides (510- 470 a.c.) 7.7 Zenão de Eleia 7.8 Empédocles (490-430 a.c.) 7.9 Demócrito (430 – 370 a.c.) 7.10 Protágoras (480-410 – a.c.) 7.11 Górgias (487 – 380 a.c.) 7.12 Sócrates (469-399 a.c.) 7.13 Platão (427 -347 (a.c.) 7.14 Aristóteles (384 -322- a.c) 7.15 Epicuro (324 -271-a.c.) 7.16 Zenão de Cítio (336-263-a.c) 7.17 Pirro (365-275-a.c.) 7.18 Diógenes (413-327-a.c.) CONCLUSÃO KIM, Douglas. Livro da Filosofia /Tradução .São Paulo. Globo ,2011 LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2004. NICOLA, Abbagnano.Dicionário de Filosofia. São Paulo : Martins Fontes, 2007.
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