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DISPNEIA COM TOSSE PRODUTIVA! É PNEUMONIA OU DPOC? PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA VINHETA DE ABERTURA VINHETA DE ABERTURA DPOC DEFINIÇÃO – GOLD 2019 DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica): é uma doença comum, prevenível e tratável caracterizada por sintomas respiratórios persistentes e limitação ao fluxo aéreo, que é devido a alterações nas vias aéreas e nos alvéolos causadas por exposição significativas a partículas e gases nocivos. Fenótipos da DPOC FATORES DE RISCO Atrai Células inflamatórias Inativa a α-1 antitripsina Estimula Liberação de elastase Responsável por 85% dos casos de DPOC no Mundo Cachimbo, narguilé e maconha Pode haver uma susceptibilidade genética à doença SINTOMAS Podem variar no dia a dia = Geralmente acontecem mais pela manhã Dispneia: Progressiva, persistente e piora com esforço ੦ o que mais leva o paciente a procurar médico Tosse Crônica: Pode ser intermitente e seca ੦ primeiro sintoma a surgir: “tosse matinal do fumante” Catarro: pode estar presente e com variações EXAME FÍSICO E RX DE TÓRAX NA DPOC Geralmente normais = diagnóstico diferencial Tórax em tonel = formas avançadas Sibilos e roncos, principalmente nas exacerbações Estertores ausentes #CAI NA PROVA #IMPORTANTE DIAGNÓSTICO ESPIROMETRIA SINAIS / SINTOMAS Dispneia Tosse crônica Expectoração crônica HISTÓRICO DE FATORES DE RISCO Idade Tabagismo Biomassa Exposição ocupacional a poeiras/produtos químicos Confirmar o diagnóstico por meio de uma espirometria (VEF1/CVF pós-broncodilatador <0,70) GOLD 2020 Existem duas etapas para o diagnóstico e tratamento da DPOC Etapa 1: Espirometria - diagnosticar a DPOC e determinar a gravidade da obstrução do fluxo aéreo (escala GOLD 1 a 4) GOLD 2020 ESCALA VEF1 (% PRED.) pós BD 1 ≥80 2 50–79 3 30–49 4 <30 VEF1/CVF <0,7 Diagnóstico confirmado por espirometria Classificação da obstrução do fluxo aéreo Pós- broncodilatador VEF1/CVF <0,7 GOLD 2020 Existem duas etapas para o diagnóstico e tratamento da DPOC Etapa 2: Determinar a classificação GOLD A-D e subsequente tratamento farmacológico mais apropriado, através da avaliação dos sintomas e histórico de exacerbações (incluindo hospitalizações) GOLD 2020 C D A B Histórico de exacerbações ≥ 2 ou ≥1 com hospitalização 0 ou 1 sem hospitalização mMRC 0–1 CAT <10 mMRC 2+ CAT 10+ Sintomas #CAI NA PROVA Xantinas não fazem mais parte do tratamento Tratamento é diferente da asma! Asma = corticoide DPOC = broncodilatador DUAS VIAS DE AÇÃO CAUSAM A BRONCOCONSTRIÇÃO NA DPOC Controle Colinérgico da musculatura lisa das vias aéreas Controle Adrenérgico da musculatura lisa das vias aéreas Broncoconstrição Sintomas da DPOC Broncoconstrição mediada por acetilcolina (ACh) ligando aos receptores muscarínicos M3 Broncodilatação mediada por noradrenalina ligando aos receptores β2 Antimuscarínicos LAMA Agonistas β2 adrenérgicos LABA TRATAMENTO INICIAL GRUPO C LAMA GRUPO D LAMA OU LAMA+LABA* OU ICS+LABA** GRUPO A UM BRONCODILATADOR GRUPO B UM BRONCODILATADOR DE LONGA AÇÃO (LABA OU LAMA) ≥2 EXACERBAÇÕES MODERADAS OU ≥ 1 LEVANDO À INTERNAÇÃO 0 OU 1 EXACERBAÇÃO (SEM INTERNAÇÃO) LAMA LABA SABA *Considerar se muito sintomático ** Considerar se eosinófilos ≥ 300 SEGUIMENTO DO TRATAMENTO DISPNEIA LAMA ou LABA LAMA + LABA SEGUIMENTO DO TRATAMENTO EXACERBAÇÃO LAMA ou LABA LAMA + LABA LABA + ICS LAMA + LABA + ICS Roflumilast VEF1 <50% e bronquite crônica Azitromicina (em ex-fumantes) Considere se eos<100 Considere se eos ≥100 Considere se PNM Considere se eos ≥300 TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO PACIENTE ESSENCIAL RECOMENDADO DEPENDE DAS DIRETRIZES LOCAIS A Cessação do tabagismo (pode incluir tratamento farmacológico) Atividade física Vacinas: Gripe Pneumocócica B, C, D Cessação do tabagismo (pode incluir tratamento farmacológico) Reabilitação pulmonar Atividade física Vacinas: Gripe Pneumocócica #CAI NA PROVA 15 horas por dia PaO2 55 mm Hg ou SaO2 88 % com ou sem hipercapnia; ou PaO2: 55 e 59 mm Hg , SaO2 de 88% a 90%, HP, edema periférico ou policitemia (Ht > 55%) Melhora sobrevida! EXACERBAÇÃO NA DPOC O QUE É UMA EXACERBAÇÃO NA DPOC? Evento agudo caracterizado pelo agravamento dos sintomas respiratórios ੦ deve ser mais do que variações normais do dia-a-dia ੦ febre não está presente ੦ RX de tórax, HMG e PCR geralmente normais O diagnóstico baseia-se na avaliação clínica ੦ aumento da dispneia ੦ aumento da expectoração ੦ aumento da purulência do catarro = ATB! FISIOPATOLOGIA Inflamação sistêmica Limitação do fluxo expiratório Broncoconstrição, edema e muco Vias aéreas inflamadas/DPOCMaior inflamação das vias aéreas VírusBactéria Poluentes 50% 25% 5% Exacerbação Comorbidade cardiovascular #CAI NA PROVA O2: 88% - 92% e usar VNI se preciso Medicamentoso: BD: Ar Comprimido, O2, NEBU, BOMBINHA ੦ B2 agonista E/OU Anticolinérgico = Fenoterol 10 gotas e Ipatrópio 40 gts até de 4/4 horas ੦ longa duração: sem evidências Xantinas: não recomendada por efeitos colaterais ABCO Antibiótico, Broncodilatador, Corticoide e Oxigênio TRATAMENTO CORTICOIDES SISTÊMICOS “A” Diminuem o tempo de recuperação Melhoram a função pulmonar (VEF1) e Hipoxemia (PaO2) Reduzir o risco ੦ recaída precoce ੦ falha no tratamento ੦ duração de internação Prednisona: 40 mg 5 a 7 dias ATB PRECOCE ↑ dispneia, ↑ volume E purulência (B) ↑ purulência do escarro, ↑ dispneia OU volume do escarro (C) Exacerbação grave com VM/VNI(B) 5-7 dias VO ou IV VEF1 BACTÉRIA ATB > 50% e ausência FR H. influenzae M. catarrhalis S. pneumoniae C. pneumoniae M. pneumoniae Amoxic/clavu Cefuroxima Azitromicina ou claritromicina > 50% e + FR H. influenzae M. catarrhalis SPRP Os anteriores Quinolonas < 50% H. influenzae M.catarrhalis SPRP Enterobactérias Pseudomonas Quinolonas Amoxic/clavu Fatores de Risco: > 65 anos, comorbidades, BQT, > 2 exacerbações, ATB nos últimos 15 dias, hospitalização último ano RESUMO DPOC é prevenível e tratável Muito comum, porém subdiagnosticada Espirometria é fundamental! Corticoide inalado está sendo usado cada vez menos Exacerbação faz parte do curso clínico PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE DEFINIÇÃO Infecção dos alvéolos e bronquíolos, podendo ser causada por bactérias, vírus e fungos DEFINIÇÃO DE PAC Acomete o paciente fora do ambiente hospitalar ou até 48 horas de sua admissão O QUE É PNM PARA PROVA DE RESIDÊNCIA? Clínica Exame físico (<40% clínicos diagnosticam) “Mancha no pulmão” Consolidação: troca ar alveolar por líquido/material inflamatório EPIDEMIOLOGIA Maior incidência nos extremos de idade (<5 e >65 anos) Maior incidência nos meses de outono e inverno Brasil ੦ segunda causa de internação hospitalar ੦ terceira causa de óbito ੦ mortalidade é maior em idosos e portadores de comorbidades, mas está diminuindo ੦ 2% pacientes ambulatoriais ੦ 10% pacientes hospitalares ੦ 40% pacientes em UTI RESUMO Streptococcus pneumoniae: 16-60% Haemophilus influenzae: 3-38% Outros Gram negativos (Klebsiella pneumoniae): 7-18% Sthaphylococcus aureus: 2-5% ↑ Legionella pneumophila: 2-8% Mycoplasma pneumoniae: 1-20% Clamydophila pneumoniae: 6-12% Vírus: 10-30% ↑ ੦ influenza A e B ੦ adenovírus tipos 3, 4 e 7 ੦ parainfluenza ੦ vírus sincicial respiratório Germes atípicos VALE A PENA SABER QUAL É O “BICHO”? PAC não grave = nunca PAC grave Não respondedores ao ATB empírico Internados na UTI AGENTE ETIOLÓGICO Identificado somente em 40% dos casos Não existe nenhum critério clínico ou radiológico com valor preditivo adequado para definir a etiologia microbiológica da PAC A suspeita deve ser baseada na epidemiologia do paciente Jamais deve atrasaro início do tratamento devido a exames para definir o agente AGENTE ETIOLÓGICO ANAERÓBIOS Dentes em mal estado de conservação Fator de risco para broncoaspiração Expectoração volumosa e fétida Raios X ੦ abscesso pulmonar ੦ pulmão direito e segmentos posteriores de lobos superiores e inferiores Pneumonia aspirativa AGENTE ETIOLÓGICO PSEUDOMONAS AERUGINOSA Pneumopatia estrutural (bronquiectasia e DPOC) Uso crônico de corticoide Uso recente de antibiótico PNEUMONIA “ATÍPICA” Quadro insidioso ੦ tosse seca, febrícula Mycoplasma pneumoniae Clamydophila pneumoniae Legionella pneumophila QUADRO CLÍNICO Critérios diagnósticos – quadro radiológico compatível + um critério maior ou dois critérios menores Critérios maiores ੦ tosse = 85% casos ੦ expectoração = 70% casos ੦ febre (T ≥ 37,8C) = 65% casos Critérios menores ੦ dor torácica ੦ dispneia ੦ ausculta pulmonar alterada ੦ confusão mental ੦ leucocitose >12.000/mm³ EXAME FÍSICO Síndrome da consolidação (frêmito toracovocal aumentado, macicez e estertores crepitantes) DIAGNÓSTICO Confirmação radiológica é obrigatória Gravidade Complicações Evolução Pacientes baixo risco é único exame Metade dos diagnósticos de PNM não é PNM Até 10% dos RX em PNM são “normais” Sempre em PA e perfil Jamais deve postergar início ATB! RESUMOTRATAMENTO RESUMO DEFINIR O LOCAL DE TRATAMENTO CURB-65 Escore de Fine et al. Pneumonia Severity Index (PSI) Severe Community-Acquired Pneumonia Score (SCAP) SMART-COP RESUMO #CAI NA PROVA C = confusão mental U = ureia acima de 50 mg/dL R = respiração (FR>30 irpm) B = pressão arterial (PAS <90mmHg e/ou PAD <60mmHg) 65 = idade maior que 65 anos Recomendado pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia CURB-65 CURB-65 ESCORE CURB-65 2 3 ou +0-1 Tratamento hospitalar como PAC grave avaliar UTI se escore 4-5 Considerar tratamento hospitalar Provável candidato ao tratamento ambulatorial Mortalidade baixa 1,5% Mortalidade alta 22% Mortalidade intermediária 9,2% CRB-65 ESCORE CRB-65 1 ou 2 3 ou 40 Avaliar tratamento hospitalar Hospitalização urgente Provável tratamento ambulatorial Mortalidade intermediária, 8,15% Mortalidade alta, 31% Mortalidade baixa 1,2% CURB-65 (CRÍTICAS) Comorbidades Imagem radiológica Oxigenação Fatores psicossociais e econômicos Julgamento clínico Levar em consideração fator financeiro #CAI NA PROVA #IMPORTANTE AMBULATORIAL Previamente sadio e sem uso ATB últimos 3 meses Amoxicilina ou amoxicilina + ácido clavulânico ou macrolídeos: azitromicina ou claritromicina Com fatores de risco, doença mais grave, uso recente de antibióticos ੦ -lactâmico + macrolídeo 5 a 7 dias * Quinolonas somente se alergia aos anteriores TRATAMENTO TRATAMENTO ENFERMARIA Cefalosporinas de terceira geração (ceftriaxona ou cefotaxima) ou ampicilina/sulbactam + um macrolídeo (azitromicina ou claritromicina) Amoxicilina + ácido clavulânico Levofloxacino ou moxifloxacino ou gemifloxacino em monoterapia ੦ 7 a 10 dias TRATAMENTO UTI Cefalosporinas de terceira geração (ceftriaxona ou cefotaxima) ou ampicilina/sulbactam + um macrolídeo (azitromicina ou claritromicina) Cefalosporinas de terceira geração (ceftriaxona ou cefotaxima) + quinolona respiratória ੦ 7 a 14 dias FALHA TERAPÊUTICA Definida como ausência de melhora ou piora do quadro clínico e radiológico após 48-72 horas Todos os casos deverão ser reavaliados para falha terapêutica FALHA TERAPÊUTICA Diagnóstico correto Hospedeiro Droga Erro na seleção Erro na dose ou via Adesão Reação adversa Patógeno Resistência Outro patógeno: micobactéria, fungo etc. Complicações Obstrução brônquica Abscesso ou necrose pulmonar Empiema Superinfecção Diagnóstico incorreto Diagnóstico diferencial: ICC, TEP, vasculites, Ca, bronquioalveolar, linfoma, sarcoidose, BOOP e pneumonite eosinofílica RESUMO Doença comum e superdiagnosticada = importância de RX PNM repetição? Desconfie = TB? Neo? Boa história e exame físico são fundamentais β lactâmico x macrolídeo x quinolonas Tendência a diminuir o tempo ATB Importância de seguimento após diagnóstico DISPNEIA COM TOSSE PRODUTIVA! É PNEUMONIA OU DPOC?
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