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UNIDADE 2 PENAL

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____° VARA CRIMINAL DA COMARCA ____.
PROCESSO N° ____
BRAYAN, já qualificado nos autos da ação penal em epígrafe, vem por sua advogada que abaixo subscrevem, que lhe move o Ministério Publico do Estado de ____, que alega o suposto crime pelo artigo 171, § 2º, VI do Código Penal, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência com fulcro nos artigos 396 caput e 396 – A do Código de Processo Penal para apresentar:
 RESPOSTA Á ACUSAÇÃO
 
I - SINTESE DOS FATOS
 
 Instaurou – se o inquérito policial para apurar o crime de Estelionato, que no mérito da denúncia formulada pelo Ministério Público, imputado contra o acusado, pelo suposto crime de Estelionato no incurso do art. 171, §2º, VI, do CP, pelo pagamento de cheques pós datados emitido sem provisão de fundos para compra de materiais em uma loja.
 A denúncia foi recebida pelo juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca, conforme nas (fls doc 01) e o acusado foi devidamente citado pessoalmente pelo oficial de justiça há 2 dias (flis doc. 02), para apresentar a resposta á acusação.
 Ocorre que o acusado havia conseguido um bom emprego depois de 2 anos desempregado, estava feliz e com o intuito de fazer mil planos com sua esposa Suellen, decidiram reformar a casa onde moram. Fizeram orçamento em várias lojas e conseguiram valores que poderiam ser pagos de forma parcelada. 
 No caso em tela, como o acusado estava voltando a trabalhar e conforme relato, não possuía nenhum cartão de crédito para poder parcelar suas compras. 
 Contudo, Suellen havia pedido a ajuda de sua melhor amiga de infância Tássia, que emprestasse alguns cheques para pagamento das prestações do material para reforma da casa e que naquela ocasião, Tássia não hesitou em atender ao pedido de sua esposa, indo com o casal até a loja, emitindo 6 cheques pós datados para pagamento do material.
 Aduz o acusado que uma semana depois da compra, Tássia tinha viajado a trabalho, teve sua bolsa furtada, com todos os seus documentos e o talão de cheques e que por segurança, sustou todo o talão de cheques esquecendo – se de avisar sobre o ocorrido.
 Por fim, relata que no mês seguinte, o primeiro cheque da transação comercial havia sido apresentado ao banco e não tinha sido compensado, que o dono da loja havia descoberto que os cheques tinham sido sustados e por conta do ocorrido, alega ainda, que o empresário havia ido até a delegacia para apresentar os cheques como prova do possível crime de Estelionato conforme tipificado do artigo 171 § 2° VI, do CP, indicando o acusado como o autor do crime. 
 Ademais, o acusado compareceu à Delegacia e explicou todo o ocorrido, aduziu que assim que soube de tudo, havia feito um empréstimo no banco, e quitado o valor da compra do material com dinheiro à vista, o que fez no mesmo dia em que esteve na Delegacia.
II - DO DIREITO
 
1. DAS PRELIMINARES DE MÉRITO
 Inicialmente, cumpre salientar que trata – se de peça acusatória ofertada pelo Ministério Público imputando-lhe contra o acusado a denúncia pelo crime de estelionato ao tipo penal do art. 171, § 2º, Inc. VI, do Código Penal.
 Importa observar que o pressuposto para o prosseguimento da denúncia ofertada pelo Ministério Público e uma vez ser legitimada contra o agente, ora acusado, deverá esta, obedecer as condições para ação de justa causa, ou seja, o lastro mínimo probatório, indícios de materialidade de fato e indícios mínimos de autoria, para incidir o incurso do crime de estelionato tipificado na peça acusatória, o tipo penal do art. 171, § 2º, Inc. VI, do Código Penal.
 Contudo Excelência, ressalva – se de que não há evidências de elementos de lastro mínimos probatórios, uma vez que há ausência de justa causa ao caso trazido á baila, não configurando portanto o incurso da tipificação penal pelo suposto crime de estelionato art. 171, § 2º, Inc. VI, do Código Penal ao acusado. Outrossim, não sendo legitimo o devido prosseguimento da ação penal, uma vez que a dívida de pronto fora quitada pelo acusado antes mesmo de ofertada a denúncia pelo Ministério Público. 
 
 Disto posto, requer que seja rejeitada a presente ação penal com o fundamento no artigo 395, III do Código de Processo Penal, bem como a anulação do feito nos moldes do artigo 564, IV do Código de Processo Penal, haja vista que houve vicio no recebimento da denúncia, pois não prospera as devidas formalidades de condições da ação, de omissão nas formalidades da presente peça acusatória para o prosseguimento da ação penal, ensejando a ausência de justa causa ao caso concreto.
 
 2. DA EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE
 Aduz o acusado que a amiga de sua esposa Tassia foi até a loja com o casal, emitiu 6 cheques pré-datados para pagamento das prestações de material para reforma da casa Naquela ocasião, o acusado havia recém conseguido um bom emprego após 2 anos desempregado e por conta disto, não possuía nenhum cartão de crédito para realizar a compra.
 Que após uma semana da compra, Tassia havia viajado a trabalho teve sua bolsa furtada com todos os seus documentos e o talão de cheques. Por segurança, achou por bem sustar todo o talão de cheques esquecendo – o de avisar sobre o ocorrido.
 Nesse Sentido, quanto ao tocante de forma de pagamento do cheque pré-datado não caracteriza o crime de estelionato na forma do artigo 171 § 2° inciso IV, do Código Penal, pois não se trata de ordem de pagamento á vista conforme artigo 32, caput, da Lei do Cheque (7.357/1985), mas apenas garantia de dívida, pois aquele que aceita o cheque para ser descontado em data futura, está recebendo o título como garantia, como simples promessa de pagamento, uma vez que não há de se cogitar fraude, pois trata – se de uma construção das relações comerciais, subtraindo o fato a tipicidade do crime de estelionato 171 § 2°, VI do CP.
 
 Nesta mesma linha, é sabido quando há emissão do cheque sem suficiente de provisão de fundos em poder do sacado ou lhe frustrar o pagamento pela não compensação do cheque, tendo o agente a intensão de dolo á fraude, obter vantagem ilícita e prejuízo alheio ou induzir a vítima a erro, será enquadrado o agente pelo crime de estelionato tipificado pelo código penal do artigo 171 § 2° inciso IV, do Código Penal, uma vez que a lei pune é o pagamento fraudulento.
Art. 171 § 2º CP- Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
VI - Emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
 Como é possível observar no caput, para que o crime se consuma, são necessários o acontecimento de quatro elementos, a saber:
Fraude;
Erro;
Resultado duplo (a obtenção de vantagem ilícita + prejuízo alheio);
Dolo.
 Conforme supramencionado, que o acusado não deu causa a frustação do pagamento, pois não fora o emitente, bem como o cheque foi dado como promessa de dívida ( pós datado) e não ordem de pagamento á vista previsto na lei dos cheques, sendo assim, não incorre a tipificação penal de estelionato. Outrossim, o acusado preocupado em resolver toda a situação, compareceu à delegacia para explicar todo o corrido bem como empréstimo no banco conforme (fls doc.), visando de pronto quitar a dívida, honrando seu compromisso, que o fez no mesmo dia em que esteve na delegacia.
 
 Indubitável observar a intenção de boa-fé do acusado, pois em nenhum momento houve provas suficientes que leve a conclusão de intenção de fraude ou de uma futura impossibilidade de saldar o debito, ou comprovação de dolo, pois em detrimento do evento inesperado o cheque foi imediatamente sustado por Tassia, ficando evidente a exclusão da tipicidade penal do artigo do § 2°, inciso IV, do Código Penal ao acusado, gerando a extinção da punibilidade no caso em tela.Ademais, o entendimento consolidado, Súmula 246 do STF “comprovado não ter havido fraude, não se configura crime de cheque sem fundo”. Outrossim, a matéria deixa de ter o interesse penal.
SÚMULA N° - 246 STF
“COMPROVADO NÃO TER HAVIDO FRAUDE, NÃO SE CONFIGURA O CRIME DE EMISSÃO DE CHEQUE SEM FUNDOS”.
 Por sua vez, a Súmula n° 554 do STF nos ensina que “o pagamento do cheque emitido após o recebimento da denúncia não obsta o prosseguimento da ação penal”, todavia pacificaram a jurisprudência e doutrina que a quitação do cheque antes da denúncia impede o prosseguimento da ação penal gerando consequentemente a extinção de punibilidade do acusado, conforme sumulas acima supramencionadas com vista ao trancamento da ação penal.
SUMULA N° 554 STF
“O PAGAMENTO DE CHEQUE EMITIDO SEM PROVISÃO DE FUNDOS, APÓS O RECEBIMENTO
DA DENÚNCIA, NÃO OBSTA AO PROSSEGUIMENTO DA AÇÃO PENAL”.
Neste Sentido o posicionamento jurisprudencial
Estelionato - Emissão de cheque sem provisão de fundos - Prejuízo - Ressarcimento - Denúncia - Recebimento a posteriori - Ação penal - Justa causa - Ausência - Extinção da punibilidade - Aplicação da Súmula 554 do STF Ementa: Apelação criminal. Estelionato. Cheque. Devolução por insuficiência de fundos. Ressarcimento do prejuízo antes do recebimento da denúncia. Extinção da punibilidade. Ausência de justa causa para a ação penal. Súmula 554 do STF. - Ao teor da Súmula 554 do Supremo Tribunal Federal, não se configura o delito de estelionato, na modalidade do art. 171, § 2º, inciso VI, do Código Penal, se, antes do recebimento da denúncia, houve ressarcimento do valor. APELAÇÃO CRIMINAL N° 1.0056.04.067998-9/001 - Comarca de Barbacena - Apelante: Camila Marcelina Fernandes Dielle - Apelado: Ministério Público do Estado de Minas Gerais - Relator: DES. EDUARDO MACHADO Acórdão Vistos etc., acorda, em Turma, a 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, sob a Presidência do Desembargador Alexandre Victor de Carvalho, na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à unanimidade de votos, EM DAR PROVIMENTO. Belo Horizonte, 22 de fevereiro de 2011. - Eduardo Machado - Relator
 
 Disto posto, caso superada a preliminar, resta requerer a absolvição sumária do acusado conforme artigo 397, inciso IV CP, sendo extinta a punibilidade, não merecendo o acusado ser punido, pois o acusado saldou os valores dos cheques pós-datados sem suficiência de provisão de fundos durante a investigação criminal, antes mesmo do inquérito ser encaminhado pelo Ministério Público, sendo o compromisso da dívida honrado pelo acusado, indicando portanto, a inexistência de dolo de fraude ou de obter vantagem ilícita em detrimento alheio. Outrossim, uma vez que se quer deveria ter prosseguido tal propositura da ação penal, tornando totalmente injusto, descabido. Como se vê, tal acusação não merece prosperar, visto que não houve a configuração do delito descrito no artigo 171, § 2º, inciso VI do Código Penal.
III- PEDIDOS:
 Diante do exposto, requer que seja rejeitada a presente ação penal, com o fundamento no artigo 395 inciso, III do Código de Processo Penal.
 Caso Vossa Excelência não entenda estar superada a possibilidade de rejeição, requer a anulação da ação penal “ab initio” por ausência de condições da ação com fulcro no artigo 564, inciso IV do CPP.
 Subsidiariamente, caso Vossa Excelência não entenda pela anulação da ação penal, requer que seja decretada a absolvição sumária com fulcro no artigo 397, inciso IV do Código de Processo Penal, demonstrada ausência de intenção fraudulenta e pelo pronto adimplemento da dívida conforme, extinta a punibilidade (Súmula 246 e 554 do STF).
 Caso Vossa Excelência não entenda pela absolvição sumária, pede que sejam intimadas as testemunhas ao final arroladas para que sejam ouvidas na ausência de instrução e julgamento. 
 Nestes termos;
Espera e pede deferimento.
(local, data).
_________________________
ADVOGADO - OAB n° XX.XXX
Rol de Testemunhas:
a) Tassia, endereço ....
b) Suellen, casada, endereço....

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