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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE _____ Processo nº xxxxxxxxxxxxxx BRYAN X, já qualificado nos autos da ação penal em epígrafe, vem, respeitosamente, por meio de seu procurador signatário, conforme procuração anexa, perante Vossa Excelência, com fundamento no art. 396 e 396-A, do Código de Processo Penal, apresentar: RESPOSTA À ACUSAÇÃO às alegações formuladas pelo Ministério Público de X, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: SUMA FÁTICA: Narra a inicial acusatória que o réu, ao realizar a compra de materiais de construção para a reforma da sua casa, emitiu cheques pós datados para o uso de pagamento de parcelas referentes à compra desses materiais. Assevera que, no mês seguinte à referida compra, o primeiro cheque da transação comercial foi apresentado ao banco e não compensado, momento em que o proprietário da loja de material de construção descobriu que os mencionados cheques foram sustados. Assim, o empresário se dirigiu a Delegacia de Polícia, levando consigo os cheques e os apresentou, como forma de comprovar o ocorrido, indicando Bryan como o autor do delito. Com base nesses fatos, o Ministério Público ofereceu denúncia em face do acusado, que foi incurso, em tese, pelo delito previsto no art. 171, §2º, inciso IV, do Código Penal. Entretanto, razão não lhe assiste, conforme se demonstrará a seguir. I – PRELIMINARMENTE: ATIPICIDADE DA CONDUTA, COM FUNDAMENTO NA SÚMULA 554 DO STF: A Súmula 554 do Supremo Tribunal Federal, restrita ao crime de estelionato na modalidade de emissão de cheques sem fundos, dispõe que: “O pagamento de cheque sem fundos antes de recebida a denúncia extingue a punibilidade, após a denúncia, mantém-se o prosseguimento da ação penal.” Como se vê dos autos, no momento em que foi instaurado o Inquérito Policial, o acusado compareceu a Delegacia e explicou os fatos, relatando que sua esposa Suellen X, pediu para uma amiga, Tassia X, cheques emprestados para pagar as prestações dos materiais de construção. Contudo, afirmou que Tassia, enquanto viajava à trabalho, teve sua bolsa furtada, razão pela qual sustou todo o talão de cheque, por motivos de segurança, mas não avisou a Suellen. Assim, com o intuito de ver resolvida a situação antes de ser oferecida a denúncia pelo Parquet, Bryan fez um empréstimo em instituição bancária e pagou todas as parcelas de uma vez à vista. Dessa forma, e de acordo com a Súmula 554 do STF, extinguiu-se a punibilidade, o que causa óbice ao prosseguimento da ação penal. II – DO MÉRITO: ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA EM RAZÃO DA ATIPICIDADE DA CONDUTA: Para que seja configurado o crime de estelionato, é necessário a presença do dolo na conduta. Por isso, e em razão da aplicação da Súmula 554, já referida, pela ausência da intenção fraudulenta, tese também firmada na Súmula 246 do STF que dispõe: “Comprovado não ter havido fraude, não se configura o crime de emissão de cheque sem fundos”, pede-se a absolvição sumária do acusado, com fundamento no art. 397, do Código de Processo Penal. SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO, CONSOANTE ART. 89, DA LEI Nº 9.099/95: No caso de entendimento diverso por este juízo, requer a suspensão condicional do processo, como prevê o art. 89, da Lei 9.099/95, nos seguintes termos: “Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).” No caso em tela, preenchidos os requisitos da suspensão condicional do feito e, não sendo atendido o pedido de absolvição sumária, pede-se, subsidiariamente a aplicação da suspensão. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art77 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art77 III – DOS PEDIDOS: Ante o exposto, requer: a) O recebimento da presente resposta à acusação; b) acolhimento da preliminar exarada para que seja reconhecida a atipicidade da conduta e, por isso, a falta de justa causa, com fundamento nas Súmulas 246 e 554, do STF; c) A absolvição sumária do acusado, por falta de justa causa, conforme art. 395, inciso I e III do CPP; d) Subsidiariamente, requer a suspensão condicional do processo, consoante disposto no art. 89, da Lei nº 9.099/95. Nestes termos, pede e espera deferimento. Data, local. Advogado. OAB XXXX
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