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Trabalho
Vence hoje às 23:59
Instruções
Leia, atentamente, o estudo de caso e responda ao final:
 
David, residente no município de Salvador/BA, fazia uma viagem de carro até Ilhéus/BA. Após algumas horas de viagem, quando trafegava em uma rodovia na altura da cidade de Valença/BA, seu carro se chocou com o de Luciano (este por sua vez, residente na cidade de Cairu/BA, estava no local a trabalho). O carro de David teve sérios danos materiais, e os motoristas não chegaram a um consenso sobre quem teve a culpa do acidente.  Testemunhas (moradores da cidade onde ocorreu o sinistro) presenciaram tudo. David pretende ingressar com a ação judicial de reparação de danos em face de Luciano. Como advogado de David, onde você explicaria ao seu cliente que a ação deveria ser ajuizada? Qual o dispositivo legal que fundamenta sua resposta?
Não sendo ocorrendo um consenso entre as partes, o prejudicado (ou ambos) poderá exercer seus direitos tanto pelo Juizado Especial Cível (se o pedido contemplar até quarenta salários mínimos) ou pelo Procedimento Comum da Justiça Civil.
Exige-se, ainda, por um entendimento jurídico não previsto em lei, que o pedido seja respaldado por pelo menos três orçamentos, como forma de trazer uma média de custo justo sobre o valor do dano que deverá ser indenizado pelo ofensor.
No Juizado Especial não cabe produção de prova pericial, portanto a ausência de um valor médio dos danos poderá inviabilizar o pedido de reparação, enquanto que no procedimento comum, o custo da perícia atrelada a natural demora no processo poderá trazer prejuízos ainda maiores até a solução final da causa.
Além da comprovação do custo, poderão ser incluídos outros pedidos de indenização, a depender dos prejuízos ocasionados ao prejudicado em cada caso, tais como despesas médicas, aluguel do veículo durante os reparos, compensação financeira para motorista profissional, dentre outros, conforme será melhor esclarecido abaixo.
Contudo, para que o ressarcimento e indenização ocorram, deverá ser demonstrada a responsabilidade pelo acidente, que poderá ser exclusiva, solidária ou concorrente, a depender de cada caso, o que influencia, diretamente, no pedido de reparo dos danos, senão vejamos:
De acordo com a teoria geral do direito civil, em breve resumo, 3 (três) são os fundamentos jurídicos para que exista a responsabilidade, quais sejam: (i) conduta culposa, (ii) dano e (iii) nexo de causalidade entre a conduta e o dano.
Para que a conduta seja reprovável pelo direito, portanto, apta a se postular uma reparação, referida conduta deve ser praticada com negligência ou imprudência, também denominada de ato ilícito conforme previsto nos artigos 186 e 927 do Código Civil.
Isso porque, se a conduta não for praticada com negligência ou imprudência (culpa), não há que se falar em um ato passível de responsabilização (a princípio).
Pode-se definir como imprudência a falta de cautela ou cuidado, como, por exemplo, o motorista que dirige em excesso de velocidade ou ultrapassa o sinal vermelho, enquanto que a negligência é a mesma falta de cuidado em uma conduta omissiva, ou seja, haverá negligência se o veículo não estiver em condições de trafegar por deficiência de freios, pneus, etc.
Assim, realizada a conduta, esta será reprovável (e, portanto, tutelada pelo direito) se, em decorrência desta conduta ocorrer um dano a um terceiro.
Importante destacar, ainda, que o dever de ressarcir e indenizar não é apenas do condutor do veículo, mas igualmente do proprietário do bem, pois ao emprestar seu veículo, o proprietário assume o risco de eventual acidente que o motorista poderá causar (culpa in eligendo).
4. DIREITOS DO LESADO.
Uma vez constatada a culpa pelo acidente, o responsável não se obriga a reparar somente o dano direto no veículo de quem colidiu embora este seja o pedido mais comum, mas deverá indenizar todos os prejuízos sofridos em razão da conduta culposa.
Esta é a determinação contida no artigo 927 do Código Civil, que obriga o causador à reparação integral do dano, inclusive o dano moral, se existente.
Para dizer de outra forma, se a colisão atingiu um motorista de taxi ou de aplicativos de transporte, por exemplo, além do custeio dos danos ao carro, o ofensor deverá também custear o prejuízo sobre os dias em que o veículo vai permanecer na oficina para conserto, que será equivalente ao que seria recebido pelo motorista lesado, se estivesse trabalhando (também denominado de lucros cessantes).
Isso porque, em razão do ato praticado por terceiro, o motorista do taxi, por exemplo, não conseguirá transportar nenhum passageiro, sendo impedido de exercer a sua atividade até que seu veículo seja reparado.
O mesmo se observa com relação aos motoqueiros que utilizam suas motocicletas como atividade remunerada, normalmente em serviços de entregas, transportes ou delivery.
Ressalta-se que o acidente também poderá ocasionar danos físicos aos envolvidos, com a ocorrência de fraturas, lesões, luxações ou mesmo a morte, seja do causador do dano ou do lesado.
Neste cenário, além dos danos no veículo, o responsável deverá custear todo o tratamento médico, cirurgias, inclusive remédios, até que o dano ocasionado seja integralmente reparado, incluindo os danos morais e estéticos (se o caso) em razão da dor sofrida pelo lesado, bem como eventuais seqüelas ocasionadas pelo acidente (cicatriz, paralisia, prótese, etc).
Em caso de morte, além da apuração do crime de homicídio culposo (em que não há intenção de matar) e da reparação acima já mencionada, poderá o condutor ser obrigado a indenizar os familiares, inclusive com o pagamento de pensão mensal, caso o falecido fosse o provedor da família, independente do seguro que o falecido já possui junto ao DPVAT.
Em outras palavras, um acidente de trânsito poderá trazer consequências catastróficas e inimagináveis a ambas as partes, uma vez que o direito busca a reparação integral do dano, de modo que o lesado retorne ao estado inicial, antes da sua ocorrência.
Assim, caso seja impossível esse retorno, pela ocorrência de danos físicos ou mesmo morte, a reparação não poderá ser integral, mas deverá conter indenização financeira compatível, denominada de dano moral (em sentido amplo), como forma de minorar/compensar os efeitos daquele prejuízo irreparável.
5. CASOS PRÁTICOS.
Considerando a importância do tema e o seu alto risco de ocorrência, foram trazidos alguns julgados interessantes que auxiliam no entendimento e advertem sobre o perigo destes acidentes, oferecendo premissas e interpretações do judiciário.

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