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3-impugnacao-a-contestacao-audiencia-civel-conc-01

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11º Andar, sala 115, Centro. 
Campo Grande, MS. CEP 79002-072 
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 14ª VARA 
CÍVEL DA COMARCA DE CAMPO GRANDE - MS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Processo nº 0827234-86.2015.8.12.0001 
 
 
 
 LAIS DE ALBUQUERQUE MAIER, já devidamente 
qualificado nos autos da AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTENCIA DE DÍVIDA 
C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E PEDIDO DE TUTELA 
ANTECIPADA movido contra DIGITAL NET INTERNET SERVICE PROVIDER 
LTDA, feito em epígrafe, por intermédio de seu advogado infra-assinado, vem mui 
respeitosamente, perante Vossa Excelência, vem, com o devido acatamento e respeito à 
presença de Vossa Excelência, apresentar a presente 
 
IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO 
 
Pelo o que passa a expor e ao final requerer: 
 
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I – NO MÉRITO 
 
1- DA NEGATIVAÇÃO INDEVIDA. INEXISTÊNCIA DE DÍVIDA. DANO 
MORAL DEVIDO 
 
Aduz a requerida que a requerente utilizou os serviços de internet até o 
mês de Janeiro de 2015, sendo que neste período houve a retirada do aparelho de sua 
residência. Pontua também, que não houve a assinatura da autora no termo de 
recolhimento do aparelho porque a mesmo se recusou a exará-la. Diante disto, como o 
pagamento da última fatura foi em outubro de 2014 e a autora não comprovou o 
pagamento da utilização do serviço até aquela data, a cobrança realizada pela requerida é 
correta, logo, a inscrição não é ilegal. 
 
Ademais, afirma a requerida que a autora possuía outras inscrições em 
seu nome, impedindo assim a possibilidade de receber indenização por danos morais, 
conforme previsto na Súmula 385, do STJ. 
 
No que pese as razões da requerida, não deve ser consideradas capazes 
de julgar improcedentes os pedidos expostos na presente demanda. 
 
Veja que a contração com os serviços da requerida fora realizado em 
Junho do ano de 2014, cujo valor mensal era de R$ 69,90 (sessenta e nove reais e 
noventa centavos). 
 
Entretanto, a requerente somente conseguiu utilizar, com muita 
insistência, o serviço de internet por apenas 02 (dois) meses ante da impossibilidade de 
utilização do serviço em seu computador, porque o Windows não suportava a velocidade 
atribuída na internet, fato este sequer informado à autora, e por não ter condições de 
adquirir outro computador com memória capaz utilizar o serviço da requerida, não 
restou alternativa senão pedir o cancelamento do contrato. 
 
Como não houve cláusula expressando qualquer valor de multa por 
quebra do contrato, em 31/10/2014 fora apenas quitada a parcela da mensalidade 
contratada da utilização do serviço de Outubro de 2015, ou seja, R$ 69,90 (sessenta e 
nove reais e noventa centavos), conforme recibo de pagamento de fls. 21: 
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 Em 01 de Novembro de 2014 a empresa requerida foi à residência da 
autora para recolhimento dos equipamentos, inclusive retirando a antena parabólica que 
era utilizada para captação do sinal da internet, ou seja, confirmando, assim, o termo da 
contratação com àquele pagamento efetuado em 10/2014. 
 
A prova referente ao distrato e a retirada do aparelho se torna 
verossímil com a juntada dos documentos realizada pela requerida, fls. 60, pois 
demonstra que não houve utilização do serviço em novembro de 2014 a Janeiro de 
2015. 
 
Ademais, a cobrança realizada pela requerida é no valor de R$ 
227,71, ou seja, muito superior ao valor das prestações, que aliás, mesmo sendo 
ventilada a tese de que a autora deveria pagar qualquer saldo remanescente do 
período de outubro de 2014, seria um valor muito inferior ao que está sendo 
cobrado. 
 
Deve ser aplicado também, no caso em tela, o princípio da 
impugnação específica, disciplinado pelo art. 302, do CPC, pois a empresa sequer 
rebateu os argumentos da autora quanto a cobrança de multa por rescisão do 
contrato. O valor que está sendo cobrado da autora não se trata apenas de eventual 
serviço utilizado, como alegado pela requerida, mas sim, valor de multa contratual. 
 
Não há previsão no contrato referente a multa aplicada. ,mesmo 
porque, quando foi realizado o cancelamento do contrato, a requerida assegurou à 
autora de que não haveria quaisquer cobranças mais em função do distrato firmado. 
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A requerida, mesmo diante de um cancelamento do contrato, 
continuou realizando cobranças mensais e por não aceitar a imposição daqueles valores 
a autora se negou a realizar qualquer pagamento. 
 
Diante do não pagamento das cobranças ilegais, em 23/07/2015, a 
requerida inscreveu o nome da autora perante os órgãos de proteção ao crédito, 
sendo que sequer fora notificada sobre a suposta dívida, impedindo qualquer 
direito de realizar qualquer procedimentocapaz de evitar a negativação de seu 
nome perante o SCPC, fato este, de não enviar missiva de notificação sobre a 
negavição, incontroverso, porque sequer foi impugnado pela requerida. 
 
Realmente a autora fora pego de surpresa pela audácia da requerida. 
 
Ademais, quanto as outras negativações existente no nome da 
autora não são capazes de afastar o pedido de dano moral, pois a restrição 
realizada pela empresa Riachuelo foi causa de procedimento administrativo no 
Procon, cujo acordo foi no sentido de revisão da fatura e, quanto a negativação 
existente pela empresa Jequiti também houve revisão na fatura que será entregue à 
autora neste mês de novembro de 2015, pois os valores cobrados estavam em 
desacordo com que fora contratado inicialmente. 
 
Veja que, a Súmula 385, do STJ, somente poderia ser aplicada no 
caso em tela se houvessem pré-existências de outras negativações em nome da 
autora, de cobranças tidas como legais. O que não é o caso dos autos. 
 
Tais provas serão demonstradas em juízo no momento oportuno, 
mesmo porque, as faturas de revisão das cobranças serão entregues à autora no final do 
mês de novembro de 2015. 
 
A injusta manutenção da restrição do nome da autora perante o 
SCPC, referente ao débito já devidamente quitado, gerou o dano moral na forma 
in re ipsa. 
 
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Destacamos alguns posicionamentos jurisprudenciais que indicam o 
posicionamento quanto ao valor arbitrado em casos semelhantes: 
 
“E M E N T A – APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR 
DANOS MORAL – RECURSO DO BANCO – PRELIMINAR DE 
ILEGITIMIDADE PASSIVA – REJEITADA – BANCO SUCESSOR – 
INSCRIÇÃO INDEVIDA – DÍVIDA JÁ PAGA – RECURSO 
IMPROVIDO. 
1. O banco sucessor, visto que assumiu o negócio bancário deste quando da 
incorporação, é o responsável pelas obrigações do sucedido, incluindo as 
indenizações advindas de inscrições indevidas junto aos órgãos de restrição 
ao crédito, sendo, pois, parte legítima para figurar no pólo passivo da 
demanda. 
2. Comete ato ilícito o banco que inscreve o nome do cliente em órgãos de 
controle de crédito por dívida já quitada. O adimplemento da dívida com 
atraso não exclui a responsabilidade da instituição financeira pelos danos 
causados ao cliente. 
3. O ato de inscrever indevidamente o nome do consumidor em serviço de 
proteção ao crédito gera, por si só, a responsabilidade civil do fornecedor. O 
dano moral, nesses casos, é chamado in re ipsa, pois decorre da mera 
existência do fato, não sendo exigível a demonstração de prejuízo advindo 
de tal conduta. 
APELO DA PARTE AUTORA – MAJORAÇÃO DO VALOR DA 
INDENIZAÇÃO – RECURSO PROVIDO. 
4. O quantum indenizatório devido a título de danos morais deve 
assegurar a justa reparação do prejuízo sem proporcionar 
enriquecimento sem causa do autor, além de levar em conta a 
capacidade econômica do réu. (...) 
a indenização fixada em primeiro grau (R$ 3.500,00, equivalente a pouco 
mais de 7,5 salários mínimos da época da sentença), deve ser majoradas, 
pois incapaz de assegurar o caráter repressivo-pedagógico próprio da 
indenização por danos morais. 
Entendo que para a controvérsia, se mostra razoável a quantia de R$ 
15.000,00 (quinze mil reais), que equivale a aproximadamente 28 
salários mínimos, eis que não se mostra capaz de causar enriquecimento 
sem causa, e atende ao fim social da indenização (caráter repressivo-
pedagógico).” (Apelação Cível - Ordinário – N. 2009.033669-6/0000-00, 
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Relator - Exmo. Sr. Des. Fernando Mauro Moreira Marinho, TJMS, 3ª 
Turma, jugado em 24 de maio de 2010) 
 
Também nesse sentido: 
 
“E M E N T A – APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DECLARATÓRIA 
DE NULIDADE DE TÍTULO E INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO 
JURÍDICA C/C REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS C/PEDIDO DE 
TUTELA ANTECIPADA – INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA – 
NEGATIVAÇÃO INDEVIDA – RESPONSABILIDADE DA 
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA – FALTA DE DILIGÊNCIA QUANTO À 
VERIFICAÇÃO DOS DOCUMENTOS E INFORMAÇÕES 
APRESENTADAS – RESPONSABILIDADE OBJETIVA – DEVER DE 
CAUTELA – DANO MORAL PURO – PROVA DO PREJUÍZO – 
DESNECESSIDADE – QUANTUM INDENIZATÓRIO – 
INOCORRÊNCIA DE FIXAÇÃO DE FORMA DESPROPORCIONAL – 
RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. 
Todo aquele que se dispõe a exercer alguma atividade no campo do 
fornecimento de bens ou prestação de serviços tem o dever de responder 
pelos fatos e vícios resultantes do empreendimento, independentemente da 
existência de culpa. 
Presentes os requisitos delineados no artigo 186 do Código Civil, surge o 
dever de indenizar. Apelação Cível - Sumário - N. 2010.002510-6/0000-00 – 
Corumbá, relator - Exmo. Sr. Des. Oswaldo Rodrigues de Melo, Terceira 
Turma Cível, TJMS, publicado em 24.2.2010) 
 
 
“E M E N T A – APELAÇÃO CIVEL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR 
DANOS MORAIS – INSCRIÇÃO NO SPC – FINANCIAMENTO COM 
DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO – PARCELA 
DESCONTADA – NEGATIVAÇÃO INDEVIDA – INDENIZAÇÃO 
DEVIDA – DANO MORAL PRESUMIDO – IMPROVIMENTO”. 
Deve ser mantida a condenação da instituição bancária ao pagamento de 
indenização ao autor por dano moral se a negativação de seu nome no SPC 
foi indevida, eis que se tratava de financiamento com consignação em folha 
de pagamento e restou demonstrado nos autos que as parcelas foram 
devidamente descontadas. 
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Tratando-se de inscrição indevida nos órgãos de proteção ao crédito o 
dano moral é presumido, ou seja, independe de prova da ocorrência de 
constrangimentos vividos pela vítima”. (TJ-MS, Apelação Cível n. 
2009.015046-7, Rel. Des. Luiz Carlos Santini, 2ª T, Julg: 22/09/2009) 
 
 
O efeito do ressarcimento do dano moral, no caso presente, deve ser 
visto como cunho pedagógico, que tem o valor arbitrado nas circunstâncias do caso 
concreto, devendo ser reparado de forma justa e razoável o abalo sofrido pela parte. 
 
Diante disto, requer a procedência do pedido de inexistência de dívida 
e indenização por danos morais na forma postulada pela peça inicial. 
 
 
 
2 – DA APLICAÇÃO DO CODIGO DO CONSUMIDOR. RELAÇÃO DE 
CONSUMO. 
 
Nesse sentido, partindo-se da premissa de que a relação jurídica é 
composta por um sujeito ativo - assim entendido como o beneficiário da norma -, um 
sujeito passivo - aquele sobre o qual incidem os deveres impostos pela norma -, um 
objeto - que se identifica com o bem sobre o qual recai o direito -, e um "fato propulsor" 
- assim considerado como o tipo de vínculo que liga o sujeito ativo ao sujeito passivo -, 
deve-se analisar a relação de consumo sob o ponto de vista de cada um de seus 
componentes. 
 
Desse modo tem-se, o consumidor, o fornecedor, o produto ou serviço, 
e o seu fato propulsor, seja ele de natureza contratual ou extracontratual 
 
Em prosseguimento, uma vez identificados os elementos componentes 
da relação jurídica de consumo, poder-se-á, com clareza, mensurar a "ação do facho 
normativo" da Lei 8.078/90, o Código de Defesa do Consumidor. 
 
Ademais, vale ressaltar que a utilidade da correta identificação dos 
elementos componentes da relação jurídica de consumo prende-se, também, à 
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necessidade da observância do princípio da legalidade previsto no Art. 5º da Constituição 
Federal, considerando ser, o Código de Defesa do Consumidor, um estatuto 
multidisciplinar, definindo em seu bojo inclusive tipos criminais, a par de regras de 
comportamento mais gravosas em cotejo com as estabelecidas pelo Código Civil e pelo 
Código Comercial. 
 
Nesse diapasão, as relações de consumo são as relações jurídicas por 
excelência, as quais envolvem sempre, basicamente, duas partes bem definidas. 
 
Como primeira parte, uma relação tendo como vértices, de um lado um 
adquirente de um produto ou serviço (consumidor); de outro o fornecedor ou vendedor 
de um produto ou serviço (produtor/fornecedor). 
 
Desse modo, Newton De Lucca, citando Alberto do Amaral Jr, pondera 
que: 
 
(...) por exemplo, em trabalho que merece ser citado à exaustão 
pelos estudiosos do direito do consumidor no Brasil, parece 
identificar ambos os conceitos ao afirmar que "a relação de 
consumo não se verifica entre simples particulares e que os 
produtos e serviços de que trata devem ser colocados no mercado 
por um sujeito no exercício de sua atividade empresarial.” 
 
Como segunda parte, tem-se o objeto destinado a satisfação de uma 
necessidade privada do consumidor. 
 
Portanto, o Código de Defesa do Consumidor fora criado para 
disciplinar as relações de consumo em geral. 
 
Desta forma, para aferir com precisão a existência de uma relação de 
consumo, é indispensável ter conhecimento prévio de dois conceitos fundamentais, 
necessários para se identificar tal relação, quais sejam: consumidor e fornecedor. 
 
No caso em tela, a empresa requerida é fornecedora de produto, tendo o 
autor adquiridos bens em seu estabelecimento na qualidade de consumidor, sendo que 
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em sua contestação não correlacionou aos autos provas suficientes que isentaria da culpa 
por ter mantido o nome do autor perante os registro do SCPC indevidamente. 
 
CDC dispõe: 
 
"Art. Art. 6º São direitos básicos do consumidor:: 
(...) 
IV - VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a 
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a 
critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele 
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;". 
 
O fornecimento não pode ser uma armadilha para o consumidor, como 
transparece na hipótese, no qual foi completamente desprezado o princípio da boa-fé 
contratual. 
 
Portanto, resta claro que a manutenção do nome da autora perante o 
registro de proteção ao crédito por uma dívida quitada foi injusta. 
 
Assim, deve ser aplicada a inversão do ônus da prova. 
 
III - CONCLUSÃO 
 
Por conclusivo, a parte autora reitera todos os elementos que compõem 
a inicial, requerendo o não acolhimento das preliminares argüidas e no mérito TOTAL 
PROCEDÊNCIA dos pedidos articulados, aplicando inclusive a confissão quanto a 
matéria de fato do pedido de lucros cessantes, no aguardo de que, assim, far-se-á 
JUSTIÇA! 
Pede deferimento. 
 
Campo Grande - MS, 06 de novembro de 2015. 
 
Edylson Durães Dias Alyne França Mota 
Advogado - OAB (MS) 12.259 Advogada OAB (MS) 19.145 
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