Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
❖ Doenças exantemáticas: • Exantema – definição: Erupção cutânea eritematosa = lesão de pele Etiologia: infecciosa (em maioria); alergias medicamentosas; doenças reumatológicas Padrões do exantema: -maculopapular -papulovesicular -petequial ⧫ Exantema maculopapular: Lesões (máculas) + pápulas (manchas vermelhas mais elevadas) Padrão que engloba: rubéola; sarampo; eritema infeccioso ⧫ Exantema papulovesicular: Também começa com máculas, que evoluem para pápulas e evoluem para vesícula (bolha com líquido dentro) que geralmente estoura e vira uma crosta (são as fases da lesão) ⧫ Exantema petequial: Decorre de alterações vasculares = podem estar associadas a distúrbios de plaquetas e/ou distúrbios de coagulação -geralmente, fica roxo, preto, devido à lesão vascular, que leva à necrose vascular Diferencial: ele não some à digitopressão Mais comum em doenças infecciosas bacterianas invasivas (como a meningococcemia) , mas também pode estar presente em distúrbios imunológicos • Fases clínicas da doença exantemática: Fase inicial: Período de incubação Fase prodrômica: Há sintomas inespecíficos (febre baixa, conjuntivite, nariz escorrendo) Fase exantemática: A que permite o diagnóstico clínico Fase de convalescença: Quando a criança melhora • Anamnese: Caracterizar: idade da criança; sazonalidade; tipo de exantema; procurar manifestações clínicas associadas (mucosas; febre; sintomas de vias aéreas superiores) • Classificação das doenças exantemáticas: 1ª doença: sarampo 2ª doença: escarlatina 3ª doença: rubéola 4ª doença: doença de Filatov-Dukes (doenças exantemáticas causadas por bactérias) 5ª doença: eritema infeccioso 6ª doença: exantema súbito ❖ Sarampo Antigamente: era doença endêmica mundial – seguiu assim até a introdução da vacina = quando houve queda da incidência • Etiologia: Vírus de RNA de fita única Família: paramyxoviridae Gênero: morbilivirus (únicos hospedeiros = humanos) Sazonalidade: verão e primavera Transmissão: gotículas Período de transmissão = 7 dias após a exposição, até 4-6 dias após o início do exantema Taxa de ataque: 90% • Fases clínicas: Período de incubação: 8-12 dias -> durante esse período de incubação, o vírus começa a migrar para os linfonodos regionais -> dos linfonodos regionais, faz uma primeira viremia (se replica) e se dissemina para o sistema retículo endotelial, onde faz uma segunda viremia e se replica novamente. É devido a essa 2ª viremia que aparecem os sintomas pródromos. Pródromo: No pródromo do sarampo há: febre leve; conjuntivite com fotofobia; coriza e tosse --→ todos esses sintomas atingem o seu pico no 1º dia do exantema. Fácies sarampenta Fase exantemática: Quando já começa a produção de anticorpos – os outros sintomas passam a serem menos proeminentes (sobra apenas o exantema) obs: achado patognomônico no sarampo → manchas de Koplik: manchas brancas azuladas, de aprox. 1mm de diâmeto, presentes na face interna da bochecha, em geral, altura dos dentes molares → aparecem de 1-4 dias antes do surgimento do exantema e desaparecem 2-3 dias após desaparecimento do exantema. Exantema maculopapular morbiliforme: - máculas e pápulas que coalescem e formam placas maiores → Início do exantema do sarampo: começa atrás do pavilhão auricolar, na linha de implantação dos cabelos e vai descendo →duração: uma semana – ele começa a desaparecer na mesma direção que iniciou (crânio-caudal); após desaparecimento do exantema, há a presença da furfurácea = descamação bem fina • Diagnóstico: Clínico-epidemiológico -ter histórico de contato →Achados laboratoriais: Leucopenia com linfopenia VHS e PCR nromais Sorologia: na fase aguda → IgM elevado (1-2 dias após início do exantema e ficam elevados por até 1 mês) e na fase de convalescença → aumento dos títulos de IgG • Tratamento: De suporte: antitérmicos, hidratação, suporte nutricional Precauções de contato e gotículas Vitamina A (< 2 anos principalmente) • Complicações do sarampo: Principalmente: - menores de 5 anos (principalmente < 1 ano) - maiores de 20 anos - pessoas com comorbidades: desnutrição, deficiência de vitamina A ou imunodeficiência → Quando suspeitar de complicação no sarampo: Quando houver persistência ou recrudescência da febre após iniciada fase do exantema →Complicação mais comum: otite média aguda →Complicação que mais leva a morte: pneumonia Obs: são complicações bacterianas secundárias Complicações mais graves: No SNC: →Encefalite após sarampo: -Decorrente de um processo imunológico por infecção viral -Durante exantema: há = convulsões, letargia, coma e irritabilidade -No Líquor (LCR): há = pleocitose linfocítica e hiperproteinorraquia -Mortalidade: 15% -Sequelas a longo prazo: 20-40% dos casos →Encefalite por sarampo: -Devido lesão cerebral direta do vírus -Mais comum em imunodeprimidos (HIV; neoplasias malignas ou reticulares; naqueles que usam imunossupressores) -Ocorre 1-10 meses após o sarampo -Evolução com: convulsões, mioclono, estupor e coma, podendo evoluir para doença progressiva e morte →Panencefalite esclerosante subaguda: -complicação crônica do sarampo, de início tardio e é quase sempre fatal -Há: infecção persistente com vírus alterado, após 7-10 anos do sarampo (o vírus se torna alterado e fica latente por anos no SNC e depois faz uma nova replicação e ataca células do SNC) -Achados clínicos: alterações no comportamento (redução do desempenho escolar, por ex), mioclono maciço e coreatetose, distonia e rigidez; morte em 1-3 anos →Sarampo negro (ou hemorrágico): -Há erupção cutânea hemorrágica -Frequentemente fatal • Profilaxia pós-exposição: Após contato, alguém não vacinado pode receber a vacina em até 72h – bloqueando a infecção -Uso de imunoglobulina em até 6 dias após o contato = principalmente em gestantes, menores de 6 meses e imunocomprometidos (onda a vacina não é eficaz ou permitida) ❖ Rubéola: Antes da vacinação: ocorria em pré-escolar e escolares, com epidemias a cada 6-9 anos Após vacinação: houve queda de incidência em mais de 99%; atualmente é mais comum em maiores de 19 anos -gestantes com rubéola: pode levar a síndrome da rubéola congênita no RN →Tem sintomas parecidos aos do sarampo, mas bem mais leves • O que é a rubéola: Vírus de RNA de fita única Família: Togaviridae Gênero: Rubivirus • Transmissão: Por gotículas = 5 dias antes a 7 dias após o aparecimento do exantema • Fases da rubéola: Incubação: 2-3 semanas (período mais longo que o sarampo) Pródromo: Febre baixa; dor de garganta; hiperemia ocular; mal-estar; Achado que sugere rubéola: linfadenopatia suboccipital ou pós-auriculares Fase exantemática: Exantema maculopapular rubeoliforme Mais róseo (mais claro) Pápulas menores (mas tb podem coalescer) Se inicia em face e em tronco superior (diferente do sarampo) Também é crânio-caudal →dura só 3 dias →não possui desaparecimento com descamação Achado patagnomônico: - na oroscopia: manchas de Forchheimer • Diagnóstico da rubéola: Clínico-diagnóstico Achados laboratoriais: -Leucopenia com neutropenia -Trombocitopenia leve -Isolamento viral em nasofaringe (para diagnóstico de certeza) = muito importante em gestantes e em RN -Sorologia: fase aguda = IgM; fase de coavolescencia: IgG • Tratamento: De suporte: analgésicos -Se houver trombocitopenia grave não remitente: usar corticoides e imunoglobulina Fazer precauções de contato e gotículas • Complicações da rubéola: Autolimitadas: -Trombocitopenia -Artrite Mais graves: -Encefalite pós-infecciosa -Panencefalite progressiva da rubéola⧫ Complicações autolimitadas: Trombocitopenia: Geralmente: sexo feminino Após 2 semanas do exantema Há: petéquias, epistaxe, hematúria Artrite: Mais comum em: mulheres adultas Após 1 semana do exantema (geralmente) Acomete principalmente: pequenas articulações das mãos ⧫ Complicações graves: Encefalite pós-infecciosa: Decorre do efeito viral direto Após 7 dias do exantema Evolução: cefaleia, convulsão, sinais neurológicos focais No LCR há: pleocitose mononuclear leve e hiperproteinorraquia Mortalidade de 20% Panencefalite progressiva da rubéola: Anos após a rubéola Evolução: distúrbio neurodegenerativo Morte após 2-5 anos • Profilaxia após exposição na rubéola: É controversa -vacinação de bloqueio em até 72h após contato Gestante: fazer imunoglobulina (devido risco da rubéola congênita) em até 6 dias ❖ Eritema infeccioso: • Etiologia: Causado pelo parvovírus B19 – vírus de DNA fita única; Família parvoviridae Gênero: Erythrovirus Acomete mais escolares (5-15 anos) Sazonalidade: fim do inverno e início da primavera Transmissão: Gotículas Também pode ser: transplacentária ou por transfusão sanguínea Taxa de ataque: Domiciliar: 15-30% Surtos em escolas: 10-60% • Patologia: O parvovírus B19 infecta os precursores eritróides (pro-normoblasto) → faz, então, a lise dessas células: depleção progressiva → há, assim, parada transitória da eritropoiese • Infecção pelo parvovírus B19: Eritema infeccioso e artrite = fenômenos imunológicos pós-infecciosos (quando ele ocorre, não há mais parvovírus se replicando) Crise aplásica transitória = decorrente da infecção viral direta • O eritema infeccioso: Manifestação mais comum do parvovírus B19 Ocorre após incubação de 4-28 dias Pródromo: Febre baixa Cefaleia IVAS (coriza nasal, tosse) Fase exantemática: É a que permite o diagnóstico clínico do eritema infeccioso Dividida em 3 estágios: 1º: face esbofeteada: Com sinal de filatove 2ª fase: exantema maculopapular rendilhado: -lesões com clareamento central = faz como se fosse uma renda Inicia no tronco e vai para as extremidades Poupa as palmas das mãos e plantas dos pés Desaparece após 10 dias e não deixa descamação 3ª fase: recidiva do exantema rendilhado: Por 1-3 semanas Pós-exposição: sol, calor, exercícios físicos, estresse = retorna o exantema rendilhado, mas depois vai embora • Crise aplásica transitória: Decorrente dos efeitos diretos do vírus nos precursores eritroides Grupos de riscos para a crise: -Pacientes que têm anemias hemolíticas crônicas (anemia falciforme; talassemia; deficiência de piruvato quinase) -Pacientes com imunodepressão humoral -Parada transitória da eritropoiese: há = queda abrupta da hemoglobina com reticulopenia absoluta Há: febre, letargia, palidez, taquicardia, taquipneia -Infecção do parvovírus em fetos ou RN: pode levar a uma hidropsia fetal não imune e levar a um RN natimorto • Diagnóstico: Clínico Sorologia: principalmente em pacientes com sintomas de risco -Sorologia: IgM = aumenta por 6-8 semanas IgG = soroconversão -Identificação do DNA viral em secreções • Tratamento do eritema infeccioso: De suporte (ele resolve espontaneamente) -crise aplásica: pode ser necessária uso de imunoglobulina EV • Complicações do eritema infeccioso: -Artrite e artralgias (geralmente após o eritema) -Púrpura trombocitopênica -Meningite asséptica -Síndrome hemogagocítica (principalmente em imunodeprimidos) ❖ Exantema súbito: Causado pelo herpevírus humano tipo 6 -Vírus de DNA dupla fita →também pode ser causado por herpevírus humano tipo 7 -Pode ser chamado de roséola ou de 6ª doença (devido a classificação antiga dos exantemas) Família: herpesviridae Subfamília B-herpesvírus Acomete + = lactentes →pico 6-15 meses -doença sem sazonalidade -transmissão: por gotículas • Quadro clínico: Iincubação: 5-15 dias Pródromo: Pode ser leve ou até assintomático -Coriza leve, faringite -Hiperemia conjuntival -Evolui: febre alta por 3-5 dias (criança pode ter convulsão febril) -A febre desaparece em crise → e é quando aparece a fase exantemática Fase exantemática: 12-24h após o desparecimento da febre -exantema maculopapular róseo -não coça, não tem vesícula e nem pústula → desaparece 1-3 dias sem descamar • Diagnóstico: Clínico → quase sempre Por sorologia: IgM = 5-7 dias com pico 2-3 semanas; IgG = soroconversão em 2-3 semanas Cultura viral ou PCR • Tratamento: Suporte: antitérmicos Imunodeprimidos: encefalite e pneumonite →Ganciclovir por 2-3 semanas ❖ Escarlatina: Causada por bactéria É causada pela infecção do estreptococo B- hemolítico do grupo A Streptococcus pyogenes: bactéria gram positiva; morfologia coco; reservatório natural = seres humanos • Mecanismos fisiopatológicos: 3 distintos: 1-Infecção direta 2-Complicações não supurativas 3-Produção de toxinas Manifestações clínicas decorrentes da infecção direta: Streptococcus pyogenes = é agente etiológico das faringotonsilites, do impetigo e de infecções bacterianas graves invasivas -Faringotonsilites: mais comuns no inverno e primavera; acometem mais crianças de 2-15 anos; transmitida por gotículas. -Impetigo: mais comum no verão; transmissão: de contato com pele não íntegra Complicações não supurativas: Febre reumática; glomerulonefrite pós- estreptocócica Doenças causadas por produção de toxinas: Erisipela; escarlatina; síndrome do choque tóxico • Escarlatina: Ocorre quando há infecção por Streptococcus pyogenes na faringe → faringotonsilite → mas o Streptococcus pyogenes que infectou a garganta está infectado por um bacteriófago → esse bacteriófago é produtor de toxinas eritrogênicas = exotoxinas pirogênicas estreptocócicas A, B e C Há, então = 3 tipos de toxinas estreptocócicas →cada bacteriófago é produtor de uma toxina (logo, há chances de ter-se 3x escarlatina) Dados da escarlatina: Faixa etária = 3-15 anos Sazonalidade: inverno e início de primavera Pródromo: De faringotonsilite = febre alta; mal estar; dor de garganta Incubação: 2-6 dias Fase exantemática: Após 24-48h da infecção Características semiológicas típicas: Exantema micropapular (em lixa) Lesão sobrelevada pequena Exantema vermelho que some à digitopressão Exantema tem início em tronco →em geral = é craniocaudal →se resolve com descamação fofurácea (bem fina) →pode haver descamação pele ungueal Linha de pastia: Acentuação ao longo de dobras → cotovelos, axilas, virilhas Face esbofeteada: Com sinal de filatov + Língua em framboesa: -acentuação das papilas linguais, com muita hiperemia Diagnóstico da escarlatina: Clínico Laboratorial = pela identificação do Steplococcus pyogenes (a partir de cultura de Swab de orofaringe); teste rápido; dosagem de anticorpos anti-estreptocócicos (aslo; anti-DNAse B) Tratamento: Exantema autolimitado Antibioticoterapia: Benzilpenicilina – dose única via IM Amoxicilina – 10 dias via oral Antibioticoterapia = encurta o curso clínico; → evita complicações supurativas → previne febre reumática ❖ Doença de filatov-dukes: É uma forma diferente de rubéola → exantema escarlatiniforme = muito vermelho e é eritema heterogêneo e muito difuso 1900 →Dukes descreveu como quarta doença 1979→Powell descobriu doença causada por exotoxinas S. aureus, e deu o nome de síndrome da pele escaldada estafilocócica Doença de filatov-Dukes = síndrome da pele escaldada estafilococia • Síndrome da pele escaldada estafilocócica: Staphylococcus aureus: -cepas toxigênicas (71 e 55) -produz toxinas esfoliativas A ou B = fazem a proteaseda desmogleína -1 (proteína que fica entre as células dos queratinócitos) -> há, assim, clivagem na camada gordurosa da pele →síndrome da pele escaldada estafilocócica Transmissão: Por gotículas Por contato: principalmente quando há infecção da pele →ex: infecção de coto umbilical Disseminação das toxinas: Ocorre de forma hematogênica Faixa etária: Mais frequente em lactentes (provavelmente por terem clearence renal reduzido e fazerem mais depuração das toxinas) Comorbidades: Alterações de função renal Imunodeprimidos Incubação: 2 a 4 semanas Pródromo: Febre IVAS ou conjuntivite Irritabilidade Fase exantemática: Dor a palpação da pele Características semiológicas típicas: -Exantema escarlatiniforme -começa a soltar pedaços da pele (como se fossem bolhas) → como se tivesse jogado água quente no bebê e ele estivesse sido escaldado (por isso o nome) -Sinal de nikolsky + -descamação laminar (a medida que a camada é retirada, há risco de infecções secundárias) -crostas melicéricas superficiais em região perifacial → mas não há envolvimento de mucosas Diagnóstico: Clínico Laboratorial = pode meio do isolamento do S. aureus → cultura do local de infecção inicial Obs: as bolhas são estéreis = não adianta colher cultura de bolha →Identificação das toxinas por PCR →Biopsia de pele: identifica clivagem intraepidérmica na camada granulosa Tratamento: -Local: limpeza e curativo; não é necessário antibiótico tópico -Suporte: analgesia, hidratação EV, correção hidroeletrolítica -Antibioticoterapia: oxaciclina EV; clindamicina (para inibir a síntese proteica do s. aureus) Prognóstico: Baixa mortalidade: 1-5% Complicações: sepse; pneumonia; distermia; celulite; distúrbios hidro-eletrolíticos ❖ Exantema papulovesicular: Exantema que inicialmente começa com máculas, que evoluem para pápulas e evoluem para vesículas, que, geralmente, estouram e viram crostas e, então, se resolvem ❖ Varicela (catapora): Antes da vacinação: doença universal da infância →Vacinação: 15 meses e depois aos 4 anos • Maior morbimortalidade: Lactentes; adultos; imunocomprometidos • Etiologia: Varicela é causada por vírus varicela-zoster – vírus de DNA dupla fita Família herpesviridae Subfamília a-herpesvírus Sazonalidade Inverno e primavera Transmissão: Gotículas + líquido das secreções das lesões Apenas por contato = quando há o herpes-zoster Taxa de ataque domiciliar: 65-85% • Fisiopatologia: Infecção primária: varicela O vírus fica latente: nos gânglios nervosos sensoriais Infecção recorrente = herpes zoster (10-15% dos casos) e maioria após 45 anos Fisiopatogenia: Inoculação do vírus = na mucosa de via aérea superior → replicação no tecido linfoide local → disseminação para sistema reticuloendotelial, com viremia → 2ª viremia = gera aparecimento do exantema → há, então, resposta imune celular e humoral para controlar o vírus (leva ele para onde ele fica latente “quieto”) → latência = nos gânglios da raiz dorsal Incubação: 10-21 dias Pródromo: 1-2 dias antes do período da varicela e pode persistir por 2-4 dias Febre, mal-estar, cefaleia e dor abdominal leve Fase exantemática: Exantema polimórfico maculopapulovesicular Principal característica da varicela: numa mesma área de pele é possível ver todos os estágios de lesão -Lesões se iniciam no couro cabeludo; na face e pescoço e depois vai para tronco, e, por fim, para extremidades -Exantema muito pruriginoso = coça muito -Lesões aparecem novas a cada 3-5 dias (nova viremia) por isso dá para ver diferentes fases -pode cursar com lesões ulcerativas em mucosas de boca; em conjuntiva e até em pálpebras Diferentes apresentações clínicas: ⧫ Varicela modificada: -Aparece em crianças previamente vacinadas -Exantema maculopapular (< 50 lesões) -Febre baixa -Menos contagiosa ⧫ Varicela progressiva: -Mais comum em imunodeprimidos -Há desenvolvimento contínuo de lesões → podem levar a varicela hemorrágica -Mais comum ter envolvimento visceral → há dor abdominal intensa, com, principalmente, comprometimento hepático → pode levar a coagulopatia e hemorragias = mortalidade 20% Diagnóstico: -Clínico -Laboratorial: leucopenia nas primeiras 72h; linfocitose; elevação de transaminases (75% dos casos) -Etiológico: em casos graves e se houver dúvida = identificação viral PCR nas lesões ou sorologia pareada Tratamento: -Sintomático: antitérmicos, anti-histamínicos Obs: não usar AAS: risco de síndrome de Reye -Aciclovir oral: nas primeiras 24h e manter por 5 dias = para pacientes com risco de doença grave: adolescentes, doenças crônicas e uso crônico de corticoides -Aciclovir EV: por 7 dias =doença grave, disseminada, grávidas, imunodeprimidos Complicações da varicela: Infecção bacteriana secundária das lesões -S. aureus ou S. pyogenes -Sinal da infecção: eritema na base da vesícula -Recrudescência da febre após 3-4 dias do início do exantema Hepatite: leve e assintomática (por aumento de transaminase) Trombocitopenia: há o aparecimento de petéquias Complicações graves: Infecções invasivas: -varicela gangrenosa; sepse bacteriana; pneumonia; artrite; fascite necrosante; osteomielite; pneumonia (uma das principais causas de morte por varicela em adultos) Doenças mediadas por toxinas Complicações no SNC (mais comum em menores de 5 anos e acima de 20) = geralmente são autolimitadas (1-3 dias) -ataxia cerebelar -meningoencefalite Profilaxia da varicela: Vacina com 15 meses e 4 anos Isolamento de contato e respiratório de gotículas até que todas as lesões estejam em crosta Profilaxia pós-exposição: Em imunocompetentes: apenas em surtos hospitalares → vacina m até 3- dias Imunodeprimidos, grávidas e RN: IGHAVZ (imunoglobulina humana anti varicela zoster) em até 4 dias ❖ Herpes-zoster: Reativação do vírus varicela-zoster Mais em adultos + 45 Crianças: acomete imunocomprometidos; varicela precoce (- de 6 anos) Fisiopatologia: Latência nos gânglios da raiz dorsal Queda transitória da imunidade Replicação viral → há: inflamação do nervo (neurite) = leva a dor; aparecimento de lesões de pele acompanhando dermátomo que o nervo segue Pródromo: Dor e parestesia na região do dermátomo 3- dias antes da erupção cutânea Erupção Mal-estar; febre; dor Exantema: Exantema maculopapulovesicular localizado Complicação: Neuralgia pós-herpétca: 20-40% dos casos Oftálmico: risco de cegueira Disseminado: em imunocomprometido Tratamento: De suporte: pomada analgésica, anestésica Aciclovir oral: reduz duração da neuralgia Aciclovir EV: imunocomprometidos, zoster oftálmico Vacina herpes-zoster = profilaxia (idosos = para redução da neuralgia pós-herpética) ❖ Enterovírus: Vírus RNA de fita única Família picornaviridae Gênero: enterovírus Mais comum: < 1 ano Sazonalidade: ano todo Transmissão: fecal-oral, gotículas, fômites, vertical Por via respiratória: 1-3 semanas Via intestinal: 7-11 semanas • Subgrupos do enterovírus: Poliovírus (poliomielite) Ecovírus Coxsackievírus • Manifestações clínicas: Miocardite e pericardite: coxasckievirus B (+ comum em crianças) Herpangina: coxsackievirus A e enterovírus 71 Doença mão-pé-boca • Doença mão-pé-boca: Agente etiológico: coxsackievírus A16 Enterovírus 71 -Aquisição via oral ou respiratória → replicação células de mucosa faringe/intestino e tecido linfoide → disseminação para sistema reticuloendotelial → onde estimula a resposta imne do hospedeiro → quando não ocorre → leva a viremia secundária: lesões de pele e mucosas Incubação: 3-6 dias Pródromo: febre baixa Lesões vesicularesem boca Exantema -Lesões de mucosa: vesículas em língua, mucosa bucal, faringe Exantema: Exantema maculopapular em vesículas em mãos e pés Em geral = exantema dura 1 semana Diagnóstico: Clínico Etiológico Cultura viral em sangue, urina, orofaringe e até LCR Tratamento: Antitérmicos; anestésicos Etiológico Internação: se houver má aceitação oral – para fluidoterapia Obs: ter precaução de contato ❖ Herpangina: Coxsackievirus A e enterovírus 71 = causadores • Quando clínico: Febre alta e súbita Dor de garganta e difagia Vesículas em orofaringe posterior Tratamento: Sintomático
Compartilhar