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DIREITO CIVIL II Dos atos, fatos e negócios jurídicos 1. Definição: Negocio Jurídico é um ato, ou uma pluralidade de atos, entre si relacionados, quer sejam de uma ou varias pessoas, e tem por fim produzir efeitos jurídicos, modificações nas relações jurídicas no âmbito do Direito Privado. - “O negocio jurídico é o meio de realização da autonomia privada e o contrato é o seu símbolo.” Francisco Amaral. Nem sempre os contratos são celebrados de maneira escrita, podendo ocorrer de forma verbal. Contudo, o contrato celebrado de forma escrita permite a inequivocidade quanto aos limites do negocio jurídico, bem como uma maior segurança jurídica. 2. Requisitos de existência do negócio jurídico: São elementos necessários para que o negócio jurídico seja valido: Declaração da vontade, finalidade negocial e idoneidade do objeto. a) Declaração de vontade A vontade é pressuposto básico do negócio jurídico e é imprescindível que se exteriorize. Do ponto de vista do direito, somente vontade que se exterioriza é considerada suficiente para compor suporte fático de negócio jurídico. A declaração de vontade é, portanto, o instrumento da manifestação da vontade. A vontade que permanece interna, como no caso da reserva mental– declaração contraria à vontade real, com o intuito de enganar o declaratário -, não serve como instrumento de validação do negócio jurídico, pois é de difícil ou até mesmo impossível comprovação. A vontade é um elemento subjetivo, que se revela através da declaração. Esta, portanto, e não aquela, constitui requisito de existência de negócio jurídico. Obs.: Principio da obrigatoriedade do contratante - O contrato faz lei entre as partes, não podendo ser modificado pelo Judiciário. Destina-se, também, a dar segurança aos negócios em geral. A declaração da vontade pode ser feita de maneira expressa, realizada por meio da palavra, falada ou escrita, gestos, sinais ou mimicas, possibilitando o conhecimento imediato da vontade do agente; tácita, expressa pelo comportamento do agente, e presumida, na qual a declaração não foi expressa expressamente, mas a lei deduz de certos comportamentos do agente. A principio, as pessoas tem liberdade de celebrar negócios jurídicos, criando direitos e contraindo obrigações. É o principio da autonomia da vontade. Contudo, estão limitadas pelo principio supremacia da ordem pública, pela qual o Estado interfere na manifestações de vontade em nome da ordem pública e do interesse social (proteção de opressão econômica dos mais fortes sobre os mai fracos, por exemplo). b) Finalidade Negocial No negócio jurídico, a manifestação da vontade tem finalidade negocial, que abrange a Aquisição, a Conservação, a Modificação e a Extinção de direitos. Aquisição de direitos: Ocorre a aquisição de um direito com a sua incorporação ao patrimônio e à personalidade do titular, sem interposição ou transferência de outra pessoa. Ex: Ocupação de uma propriedade ou coisa abandonada. - Pode ser originária, sem qualquer interferência do anterior titular (ocupação da coisa sem dono – res nullius) ou derivada, quando decorre de transferência feita por outra pessoa (como na compra e venda). Conservação de direitos: Para resguardar ou conservar seus direitos muitas vezes necessita o titular tomar certas medidas ou providências preventivas ou repressivas, judiciais ou extrajudiciais. - A ação judicial é um direito que todos têm de movimentas a maquina judiciária, a fim de pedir proteção, fazendo cessar a violação ou ameaça de um direito subjetivo, desde que tenham legitimação para agir e interesse econômico ou moral. Modificação de direitos: Os direitos podem sofrer mutações quanto ao seu objeto, quanto à pessoa do sujeito e, às vezes, quanto a ambos os aspectos. - Tem-se a modificação objetiva, quando atinge a qualidade (quando o conteúdo do direito se converte em outra espécie – Ex: O credor recebe do devedor um objeto ou propriedade de valor equivalente à quantia em dinheiro emprestada) ou quantidade do objeto (aumento ou diminuição no volume, sem alterar a qualidade do direito – Ex: diminuição de terrenos ribeirinhos, em virtude de aluvião) ou conteúdo da relação jurídica. Ex. Dação em pagamento, cessão de crédito, assunção de dívida. É preciso lembrar que há direitos que não comportam modificação em seu sujeito por serem personalíssimos; extinguem- se com a sua morte ou substituição. Extinção de direitos: Por diversas razões os direitos podem ser extintos. Perecimento do objeto, alienação, renúncia, abandono, falecimento do titular, prescrição, decadência, confusão, implemento de condição resolutiva, perempção, etc., são algumas das possibilidades de extinção de direitos. c) Idoneidade do objeto O objeto deve apresentar os requisitos e qualidades que a lei exige para que o negócio produza os efeitos desejados. Os requisitos de caráter geral para validação do negócio jurídico estão expostos no artigo 104, do Código Civil de 2002. 3. O negócio jurídico no Código Civil de 2002 No negócio jurídico há uma composição de interesses, um regramento bilateral de condutas, como ocorre na celebração de contratos. A manifestação de vontade tem finalidade negocial, que em geral é adquirir, transferir, modificar, extinguir direitos. Alguns negócios jurídicos são unilaterais, onde o aperfeiçoamento da vontade se dá com uma única manifestação de vontade. Ex. Testamento. 4. Classificação dos negócios jurídicos a) Quanto ao número de declarantes I. Unilaterais – aperfeiçoam-se com uma única manifestação de vontade. Subdivide-se em receptícios (a declaração de vontade tem de se tornar conhecida do destinatário para produzir efeitos, como na denúncia de um contrato) e não receptícios (é irrelevante o conhecimento por parte da outra pessoa, como ocorre no testamento ou na confissão de dívida). - Exemplos: Instituição de fundação, renúncia de direitos, testamento, renuncia de herança, etc. Não há a dependência de outra pessoa para que o negócio jurídico ocorra. Não é possível a existência de um negocio jurídico com apenas uma única pessoa. - Quanto ao negocio jurídico unilateral receptício, entende-se que tais negócios só produziram efeitos se atingirem outra pessoa. - Exemplos: Relação locatícia, denúncia, fim da relação jurídica. II. Bilaterais– aperfeiçoam-se com duas manifestações de vontade, coincidentes sobre o objeto. Esta coincidência chama-se consentimento mútuo ou acordo de vontades. Subdivide-se em bilaterais simples (somente uma das partes aufere vantagens, como na doação) e sinalagmáticos (há reciprocidade de direitos e obrigações, como ocorre na compra e venda). III. Plurilaterais – aperfeiçoam-se com mais de duas manifestações de vontade. Exemplos: contratos de emissão de cartão de crédito, contratos societários, consórcios de bens móveis e imóveis. As decisões nesses casos não decorrem de um intercâmbio de relações convergentes, de unanimidade de manifestações, mas da soma de sufrágios, ou seja, da decisão da maioria. b) Quanto às vantagens patrimoniais I. Gratuitos: apenas uma das partes aufere vantagens ou benefícios. Outorgam-se vantagens a uma parte sem exigir contraprestação da outra. - Ex.: Doação pura. II. Onerosos:ambos os contratantes auferem vantagens, às quais, porém corresponde uma contraprestação. São onerosos quando impõem ônus e acarretam vantagens a ambas as partes, ou seja, sacrifícios e benefícios mútuos. - Ex.: Compra e venda, locação, etc. Os contratos onerosos se subdividem em comutativos (prestações certas e determinadas – Ex: contrato de compra e venda) e aleatórios (caracterizam-se pela incerteza – Ex: Apostas, jogos). Contrato de Seguro: É, para o segurado, um contrato comutativo, pois este o celebra para assegurar-se contra qualquer risco. Contudo, para a seguradora, é um contrato aleatório,pois o pagamento ou não da indenização depende da ocorrência de um fato eventual. Todo contrato oneroso é bilateral, pois a prestação de uma parte envolve a contraprestação de outra. Mas nem todo ato bilateral é oneroso. A doação, por exemplo, é um contrato e, portanto, negocio jurídico bilateral, porém gratuito. III. Neutros: São negócios que não possuem atribuição patrimonial e caracterizam-se pela destinação especifica de um bem. -Ex.: instituição do bem de família, doação remuneratória, negócios que vinculam bens com clausula de incomunicabilidade ou inalienabilidade. IV. Bifrontes: podem ser onerosos ou gratuitos, segundo a vontade das partes. Ex.: o mandato, o depósito. A conversão só se torna possível se o contrato é definido na lei como negócio gratuito, pois a vontade das partes não pode transformar um negócio oneroso em benéfico, visto que isto subverteria sua causa. A doação e o comodato, por exemplo, ficariam desfigurados, pois se transformariam em venda e locação. c) Quanto ao aumento da produção dos efeitos I. Inter vivos: produzem efeitos desde logo, estando as partes vivas. - Ex.: locação, casamento, seguro de vida. II. Causa mortis: produzem efeitos após a morte do agente. Nesse caso, o evento da morte é requisito necessário para a validação e eficácia do contrato. - Ex.: testamento, codicilo. Obs.: Para ambos os negócios, o (s) contratante (s) deve estar em vida. O que muda de um para outro é o momento que os efeitos do ato celebrado terão validade. d) Quanto ao modo de existência I. Principais: têm existência própria e não dependem de outro negócio jurídico. - Ex.: Compra e venda. II. Acessórios: têm existência subordinada à do contrato principal. Ex.: Cláusula penal, fiança, penhor, hipoteca. Como regra, seguem o principal (acessorium sequitur principale), salvo disposições contrárias. Negócios derivados ou subcontratos: são os que tem por objeto direitos estabelecidos em outro contrato, o principal. Ou seja, são os “negócios acessórios dos negócios acessórios”. e) Quanto às formalidades a observar I. Solenes (formais): Os negócios jurídicos devem obedecer à forma prescrita em lei para se aperfeiçoarem. - Ex.: Casamento (arts. 1.533 a 1.542, CC), renúncia de herança (1.806, CC), testamento (1.864 e ss. CC). II. Não solenes: São os negócios de forma livre. Basta o consentimento para a sua formação. - Ex.: Contrato de locação (Lei 8.245/91). Como a lei não exige nenhuma formalidade, estes negócios podem ser celebrados por qualquer forma, inclusive a verbal. Em regra, os contratos têm forma livre, salvo exceções expressas na lei. (Art. 107, CC/2002) f) Quanto ao numero de atos necessários § Simples: Se constituem por um único ato. - Ex.: contrato de doação. II. Complexos: Resultam da fusão de vários atos sem eficácia independente. Compõem-se de várias declarações de vontade, que se completam, emitidas pelo mesmo sujeito ou diferentes sujeitos, para obtenção dos efeitos pretendidos em sua unidade. - Ex.: alienação de um imóvel em prestações. III. Coligados: Resultam da conexão mediante vínculo que una o conteúdo dos contratos. Nesse caso há uma multiplicidade de negócios, conservando cada qual sua fisionomia própria, Mas havendo um nexo que os reúne substancialmente. - Ex.: Arrendamento de posto de gasolina, coligado pelo mesmo instrumento ao contrato de locação das bombas, de comodato para a área de funcionamento da lanchonete, de fornecimento de combustível, de financiamento, etc. O que caracteriza o negócio coligado é a conexão mediante vinculo que uma o conteúdo dos dois negócios. É necessário que os vários negócios se destinem para a obtenção de um mesmo objetivo. Requisitos para a configuração de contrato coligado - A celebração conjunta de dois ou mais contratos; - A manutenção da autonomia de cada uma das modalidades que integra a modalidade nova; - A dependência recíproca ou apenas unilateral dos contratos amalgamados; - A ausência de unicidade entre os contratos jungidos; - A sua regência jurídica pelas normas típicas alusivas a cada um dos contratos que se coligam. 5. Elementos constitutivos do negócio jurídico Os elementos estruturais ou constitutivos do negócio jurídico abrangem: a) Elementos essenciais Imprescindíveis à existência do ato negocial, pois formam sua substância. - Ex: Art. 104, CC – A validade do negocio jurídico querer: agente capaz; objeto lícito, possível, determinado ou determinável; forma prescrita ou não defesa em lei. b) Elementos naturais: São as consequências que decorrem da própria natureza do negócio, sem necessidade de expressa menção. - Ex: Art. 441, CC – a responsabilidade do alienante pelos vícios redibitórios; pela evicção (Art. 447), lugar do pagamento quando não avençado (Art. 327). c) Elementos acidentais Estipulações ou clausulas acessórias que as partes podem adicionar em seus negócios para modificar uma ou algumas de suas consequências naturais, como a condição, o termo e o encargo ou modo (Arts. 121, 131 e 136, CC). 6. Elementos essenciais do negócio jurídicos Para que o negócio jurídico produza efeitos, possibilitando a aquisição, modificação ou extinção de direitos, deve preencher certos requisitos apresentados como os de sua validade (Art. 104, CC/2002). São eles: Agente Capaz, ž Objeto licito, possível, determinado ou determinável. a) Agente capaz Capacid ade do agente é a aptidão para intervir em negócios jurídicos como declarante ou declaratário. A capacidade é adquirida com a maioridade, aos 18 anos, ou com a emancipação. A Incapacidade é a restrição legal ao exercício da vida civil e pode ser: Absoluta – acarreta a proibição total do exercício, por si só, do direito sob pena de nulidade (art. 166, I) e decorre ou da idade ou, ainda, das causas elencadas no art. 3º, CC. Relativa – acarreta a anulabilidade do ato (art. 171, I), salvo nas hipóteses previstas em Lei (ex.: art. 228, I, 666, 1.860) e, também, quando o incapaz é assistido por seu representante legal. A Capacidade especial, ou legitimação distingue-se da capacidade geral das partes, para a validez do negócio jurídico, pois para que ele seja perfeito não basta que o agente seja plenamente capaz; é imprescindível que seja parte legítima, isto é, que tenha competência para praticá-lo, dado a sua posição em relação a certos interesses jurídicos. A falta de legitimação pode tornar o negócio jurídico NULO. Exemplo: Venda de imóvel por uma pessoa casada sem o consentimento do cônjuge, exceto se o regime de bens contraído for o de separação total. b) Objeto lícito, possível, determinado ou determinável: Lícito: É aquele que não atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes. Objeto jurídico ou imediato – é sempre um fazer, não fazer ou um dar. Objeto material ou mediato – são os bens ou prestações sobre os quais incide a relação jurídica. - Ex: venda de objeto roubado. Se ilícito o seu objeto, nulo será o negócio jurídico, não produzindo qualquer efeito legal. Possível: A impossibilidade física – que emana de leis físicas ou naturais. Impossibilidade Jurídica – quando o ordenamento proíbe expressamente negócios a respeito de determinado (Ex. CC, 426). - Tal impossibilidade deve ser absoluta ou não constituirá obstáculo para a existência do negócio jurídico. Determinado ou Determinável: As partes deverão descrever o objeto do negócio jurídico. Admite-se ainda a venda de coisa incerta, indicada ao menos pelo gênero e pela quantidade (CC, 243) que será determinada pela escolha. c) Forma prescrita ou não defesa em lei É o meio pelo qual se externa a manifestação da vontade nos negócios jurídicos, para que possam produzir efeitos jurídicos. - Há três espécies de formas: Forma livre: Qualquer meio de manifestação da vontade nos negócios jurídicos - palavra escritaou falada, escrito público ou particular, gestos, etc. – desde que não previsto em norma como obrigatório. É a forma predominante no direito brasileiro (Art. 107, CC/2002) Forma especial ou solene: É aquela exigida pela Lei, como requisito de validade de determinados negócios jurídicos. Tem como objetivo garantir a autenticidade dos negócios, garantir a livre manifestação das vontades das partes, chamando a atenção para a seriedade dos negócios jurídicos que estão praticando e facilitar a sua prova. - A forma solene possui subdivisões: A forma única: Aquela que não pode ser substituída por outra. Ex: Escritura pública para pactos antenupciais e negocio sobre imóveis com valor maior ao de 30 salários mínimos (Art. 108, 215, 1227, 1245, CC/2002) A forma múltipla: Quando o ato é solene, mas a lei permite a formalização do negócio por diversos modos, sendo possível que a parte opte por um deles. (Reconhecimento voluntário do filho – Art. 1.609, CC/2002), (Instituição de uma fundação - Art. 62, CC/2002). Forma contratual: É aquela convencionada pelas partes em contrato, desde que não haja imposição legal quanto à forma daquele contrato. (Art. 109, CC/2002) - Ex.: os contratantes podem, mediante convenção, determinar que o instrumento público torne-se necessário para a validade do negócio. Há outra classificação quanto à forma do negócio jurídico: - Forma ad solemnitatem(‘ad substantiam’): Ocorre quando determinada forma é da substância do ato, indispensável para que a vontade produza efeitos. Ex. Escritura pública para aquisição de imóvel (Art. 108, CC). - Forma ad probationem tantum: Ocorre quando a forma destina- se a facilitar a prova do ato. Ex.: necessidade de comprovação documental para obrigação superior ao décuplo do maior salário mínimo, que não pode ser provada exclusivamente por testemunhas (Art. 401, CPC c. C. Art. 227, CC). 7. Elementos acidentais do negocio jurídico Os elementos acidentais do negócio jurídico são clausulas que se acrescentam á figura típica do ato com o objetivo de modificar uma ou algumas de suas consequências naturais. São introduzidos facultativamente pelas partes, dependendo, portanto, da vontade destas, e são não necessários a sua existência. Contudo, se uma vez convencionados, possuem o mesmo valor dos elementos estruturais e essenciais, pois passam a integrá-lo de forma indissociável. As determinações acessórias que modificam os efeitos jurídicos do negócio são: Condição, Termo e Encargo ou Modo. a) Condição É o acontecimento futuro e incerto que subordina a eficácia do negócio jurídico. Da sua ocorrência (fato futuro e incerto) depende o nascimento ou a extinção de um direito. (Art. 121, CC/2002). Para sua configuração é necessária a ocorrência de três requisitos essenciais: - Voluntariedade – deve nascer da vontade das partes; - Futuridade – o fato não deve ter acontecido, pois, do contrário, a declaração seria ineficaz e a obrigação, pura e simples (não condicional); - Incerteza– o evento pode ou não se verificar – a incerteza não deve existir somente na mente da pessoa, mas na realidade. - Possibilidade: há de ser natural e juridicamente possível. Se impossível não há incerteza e não se verificará o estado de pendência próprio do ato condicionado. (De acordo com Francisco Amaral) A condição pode ser dividida em Condição legal ou Condição Voluntária. Condição Legal:É a condição estabelecida por lei. As condiciones iuris são pressupostos do negócio jurídico e não são verdadeiras condições, tendo em vista que seu descumprimento pode acarretar a anulação do negócio jurídico. (Requisitos de existência do negócio jurídico) - Exemplo: necessidade do casamento subsequente para eficácia do pacto antenupcial (art. 1.653, CC). Condição Voluntária: É estabelecida pelas partes como requisito de eficácia do negócio jurídico e que, uma vez estabelecidos, são indissociáveis. - Exemplo: Ajuda de custo de um estudante por parte de seus pais enquanto estiver na universidade. Quanto a classificação das condições: I. Quanto à licitude = Lícitas e ilícitas Lícita será a condição quando o evento a que constitui não for contrário à lei (Art. 122, CC/2002), á ordem pública, à moral e aos bons costumes. - Ex.: Prometer uma recompensa sob a condição de alguém viver em concubinato impuro; entregar-se à prostituição; furtar certo bem; mudar de religião, etc. II. Quanto à possibilidade de serem cumpridas = Possíveis e impossíveis É física e juridicamente possível se puder ser realizada conforme as leis físico-naturais e as normas jurídicas. - Condições fisicamente impossíveis: não podem ser cumpridas por nenhum ser humano. Ex: dar-te-ei R$ 1.000.000,00 se tocares o céu com o dedo. - Condições juridicamente impossíveis: Que esbarram em alguma proibição expressa do ordenamento jurídico ou ferem a moral ou os bons costumes, abrangendo em seu conteúdo as condições ilícitas e imorais. Ex: Concessão de benefícios sob a condição de haver renuncia ao trabalho. III. Quanto à fonte de onde promanam: Casuais, Potestativas (simplesmente potestativas e puramente potestativas) e Mistas. - Condições Casuais: São aquelas que dependem do fortuito, do acaso, do fato alheio à vontade das partes. Exemplo: Dar-te-ei R$ 1.000,00 se chover amanhã. - Condições Potestativas: Decorrem da vontade ou do poder de uma das partes. “Diz-se potestativa a condição quando a realização do fato, de que depende a relação jurídica, subordina-se à vontade de uma das partes, que pode provocar ou impedir sua ocorrência” (Silvio Rodrigues). As condições potestativas subdividem-se em: Puramente Potestativas: Consideradas ilícitas, (Art. 122, CC/2002), pois dependem exclusivamente do puro arbítrio de uma das partes, sem influência de nenhum fator externo – Exemplo: cobrança da comissão de permanência pelos bancos, mediante a eleição de um índice exclusivamente ao arbítrio do Banco, que não respeite, por exemplo, a taxa média do mercado. Simplesmente Potestativas: É a única, das condições potestativas, considerada lícita, pois dependem não só da manifestação de vontade de uma das partes, como também de algum acontecimento ou circunstância exterior que escapa ao seu controle – Ex: dar-te-ei este bem se fores a Paris. Tal viagem não depende apenas da vontade, mas também da obtenção de tempo e dinheiro. - Condições Mistas: Condições que dependem simultaneamente da vontade das partes e da vontade de um terceiro. Ex: Dar-te-ei tal quantia se casares com tal pessoa. III. Quanto ao modo de atuação: Suspensivas (125 e 126, CC) e Resolutivas (127 e 128, CC). Assim considerada, de acordo com o Art. 123, III do Código Civil, as condições podem ser suspensivas ou resolutivas. - Condição suspensiva: É aquela que impede que o ato produza efeitos até a realização do evento futuro e incerto; Até que a condição determinada ocorra, não haverá produção de efeitos. – Exemplo: Dar-te-ei tal bem SE obter a nota 10 – (Arts. 125 e 126, CC/2002) - Condição Resolutiva: É aquela que extingue, resolve o direito, ocorrido o evento futuro e incerto; A produção de efeitos é contínua até que haja a condição que extingue o direito. – Exemplo: dar-te- ei R$ 1.000,00, ENQUANTO estudares o curso de graduação em Direito – (Arts. 127 e 128, CC/2002) Negócios Jurídicos que não admitem condição: É admitida a condição em todos os atos de natureza patrimonial, com algumas exceções, tal como ocorre na aceitação e na renúncia da herança. São atos que não admitem condição os que integram os negócios de caráter patrimonial pessoal, como os direitos de família puros e os direitos personalíssimos. Ex: Casamento, reconhecimento de filho, adoção, emancipação, etc. Os atos que não admitem condição denominam-se atos puros.São, resumidamente: - Os negócios jurídicos que, por sua função, não admitemincerteza; - Os atos jurídicos em strictu sensu; - Os atos jurídicos de família, onde não atuam o principio da autonomia privada, pelo fundamento ético existente; - Os atos referentes ao exercício de direitos personalíssimos. Retroatividade e Irretroatividade da condição A questão da retroatividade ou irretroatividade da condição diz respeito aos efeitos ex tunc e ex nunc da estipulação. Admitida a retroatividade, é como se o ato tivesse sido simples e puro desde a origem. De acordo com o Art. 128, CC/2002, firmou-se como regra a retroatividade – exceto nos contratos de execução continuada ou periódica -, extinguindo para todos os efeitos o direito que a condição opõe, desde a conclusão do negócio. Pendência, Implemento e Frustração da condição As condições podem ser consideradas sob três estados, a pendência, o implemento e a frustração da condição. a) Enquanto não verificado o evento futuro e incerto, a condição encontra-se pendente. b) Uma vez verificado o evento futuro e incerto, dá-se o implemento da condição (o direito é adquirido). c) Não realizado o evento futuro e incerto, ocorre a frustração da condição. b) Termo: É o dia ou momento em que começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico, podendo ter como unidade de medida a hora, o dia, o mês ou o ano. Possui duas características fundamentais: - Futuridade; - Certeza. O termo não suspende a aquisição do direito, apenas o exercício deste, por ser evento futuro, mas dotado de certeza. Difere da condição, que subordina a eficácia do negócio a evento futuro e incerto. Sendo o termo um acontecimento certo, inexiste o estado de pendência, não se cogitando, portanto, a retroatividade – existente apenas no negocio condicional. São espécies de termos: - Termo convencional – é a cláusula contratual que subordina a eficácia do negócio a evento futuro e certo. É o definido no contrato pela vontade das partes. - Termo de direito – é o que decorre da Lei (prazo de prescrição ou de decadência). - Termo de graça – é oadiamento de prazo concedido ao devedor, fixado por decisão judicial (geralmente consiste em um prazo determinado pelo juiz para que o devedor de boa-fé cumpra a sua obrigação). - Termo incerto – é o termo certo e inevitável, porém incerto quanto à data de sua realização (Ex.: morte). - Termo certo – quando se reporta a determinada data do calendário ou a determinado lapso. (Ex.: 15 de dezembro de 2018; daqui três anos; no dia que alguém atingir a maioridade) - Termo inicial – dies a quo; Inicio da eficácia do negócio jurídico. - Termo final ou resolutivo – dies ad quem; Fim da eficácia do negócio jurídico. Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições relativas à condição suspensiva e resolutiva (Art. 135, CC/2002). Alguns negócios não admitem termo, como os atos de família – adoção, reconhecimento de filho, emancipação, etc. – bem como os que envolvem direitos personalíssimos e os de caráter patrimonial pessoal – aceitação ou renúncia de herança. Quanto aos Prazos: - O prazo é o intervalo entre o termo a quo e o termo ad quem, ou entre a manifestação de vontade e o advento do termo – Arts. 132 a 134, CC. - Os dias, contam-se por inteiro. - Na contagem dos prazos, exclui-se o dia do começo e inclui-se o do vencimento (Art. 132, CC). - Meados: considera-se em qualquer mês o dia 15 de cada. (Art. 132, § 2º, CC.) (Ver Art. 131 a 135, CC) c) Encargo ou Modo Encargo ou modo é uma determinação que, imposta pelo autor de uma liberalidade – seja inter vivos (doação) ou mortis causa (testamento) -, a este adere, restringindo-a. Trata-se de uma cláusula acessória às liberalidades (doações, testamentos), mas que pela qual se impõe uma obrigação ao beneficiário. Exemplo: Doação de um terreno para o municípioa fim de que nele se edifique uma escola; legado com o encardo de construir um tumulo para o testador. Perfil do encargo: É admissível, também, em declarações unilaterais da vontade, como na promessa de recompensa. Tem a função de dar relevância ou eficácia jurídica a motivos ou interesses particulares do autor da liberalidade. Em regra, é identificada pelas expressões para que, a fim de que, com a obrigação de que. A obrigatoriedade é a sua marca característica mais marcante, podendo o seu cumprimento ser exigido por meio de ação cominatória. O encargo produz os seguintes efeitos: - Não suspende a aquisição, nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no ato, pelo disponente, como condição suspensiva. (Art. 136, CC/2002) - Considera-se o encargo como licito e possível. Se fisicamente impossível ou ilícito, tem-se como inexistente. (Art. 137, CC/2002) - Podem exigir o seu cumprimento o próprio instituidor, seus herdeiros, as pessoas beneficiadas ou do Ministério Público, se assim contiver em disposição testamentária ou for de interesse público. – Ação Cominatória (Art. 553, CC/2002) 8. Representação Os direitos podem ser adquiridos por ato do próprio interessado ou por intermédio de outrem. Quando realizado por intermédio de outrem, dá-se a representação, isto é, atuação jurídica em nome de outrem. Tem seu advento a partir da lei ou do contrato. Quem pratica o ato é o representante. A pessoa em nome de quem ele atua e que fica vinculada ao negócio jurídico é representado. a) Espécies de Representação De acordo com o Art. 115 do CC, a representação pode ser legal ou convencional. Representação Legal: É aquela que decorre da lei e investe o representante de autêntico poder, instituído em razão da necessidade de se atribuir a alguém a função de zelar dos interesses dos representados; Diferentemente da tutela ou da curatela, a representação legal pode ocorrer também com pessoas CAPAZES, em diversas situações. Exemplos: Representação exercida pelos pais (exercício do poder familiar), tutores (exercício da tutela), curadores (curatela), síndico (administração da massa falida), administrador (recuperação judicial), etc. Representação Convencional ou Voluntária: É a que decorre da vontade das partes, estruturando-se no campo da autonomia privada mediante a outorga de procuração (instrumento do mandato), por meio do qual uma pessoa investe outra no poder de agir em seu nome. Tem por finalidade permitir o auxilio de uma pessoa na defesa ou administração de interesses alheios, caracterizando-se, assim, pelo propósito de cooperação jurídica. O mandato pressupõe a substituição de uma pessoa por outra na prática de um ato jurídico, sendo que o representante tem a obrigação de provar às pessoas com quem trata em nome do representado - princípio da exteriorização ou da notoriedade (Art. 118, CC). Este tipo de representação pode ser revogada a qualquer tempo pelo representado, o que não ocorre com a representação legal, da qual não pode o representante ser privado por ato daquele. b) Espécies de Representantes Legal: É o que decorre da lei. É aquele a quem a lei confere poderes para administrar bens e interesses alheios. Exemplos: pais, em relação aos filhos menores, os tutores, quanto aos tutelados, etc. Judicial: Nomeado pelo juiz, para exercer poderes de representação processual, como o inventariante, o síndico da falência, etc. Convencional: É aquele que recebe mandato outorgado pelo credor, expresso ou tácito, verbal ou escrito, e com os respectivos poderes, em termos gerais ou especiais. c) Regras da Representação: Dispõe o art. 116 do Código Civil: “Art. 116. A manifestação da vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado.” Portanto o representante atua em nome do representado, vinculando-o a terceiros com quem tratar. Deve agir, logo, na conformidade dos poderes recebidos, visto que, se os ultrapassar, haverá excesso de poder e abuso de direito, podendopor tal fato ser responsabilizado (Art. 118, CC). Enquanto o representado não ratificar os referidos atos, será considerado mero gestor de negócios. O negócio realizado por alguém em nome de terceiro sem que este tenha poder de representação torna o ato passível de ANULAÇÃO. d) Contrato consigo mesmo (Autocontrato) É da natureza da representação que o representante atue em nome de apenas uma das partes do negócio jurídico no qual intervém. Pode ocorrer, todavia, a hipótese de ambas as partes se manifestarem por meio do mesmo representante, configurando-se a dupla representação. Exemplo: um mesmo advogado para o marido e esposa que decidem se divorciar por Escritura Pública. Pode ocorrer, ainda, que o representante seja a outra parte no negócio jurídico celebrado, exercendo neste caso dois papéis distintos: participando de sua formação como representante, atuando em nome do dono do negócio; e como contratante, por si mesmo, intervindo com dupla qualidade. Tal situação é o que se chama de mandato em causa própria. Eficácia do contrato consigo mesmo Dispõe o art. 117 do Código Civil: “Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.” Em suma, há possibilidade da celebração do contrato consigo mesmo, desde que a lei ou o representado autorizem sua realização. 9. Interpretação do negócio jurídico Interpretar um negócio jurídico é precisar o sentido e alcance do conteúdo da declaração da vontade. Busca-se apurar a vontade concreta das partes, não a vontade interna, psicológica, mas a vontade objetiva, o conteúdo, as normas que nascem da sua declaração. O profissional do direito é, antes de tudo, um intérprete do sistema jurídico, decifrando e fazendo compreender, o verdadeiro e correto sentido e alcance da norma jurídica. Nos contratos e demais negócios escritos, a analise do texto conduz, em regra, à descoberta da intenção dos pactuantes. Parte-se, portanto, da declaração escrita para se chegar á vontade dos contratantes. Quando, no entanto, determinada clausula se mostra obscura e passível de dúvida, parte-se para a interpretação do contrato, obedecendo a regras pré-determinadas em lei. 10.Classificação da interpretação do negócio jurídico A interpretação do negócio jurídico pode ser: Declaratória, se tiver por escopo expressar a intenção dos interessados; Integrativa, se pretender preencher lacunas contidas no negócio, por meio de normas supletivas, costumes, etc. Construtiva, se objetivar reconstruir o ato negocial com o intuito de salvá-lo. 11. Interpretação x Hermenêutica A interpretação é um trabalho prático, elaborado pelo operador do Direito, por meio do qual ele busca fixar o sentido e o alcance das normas jurídicas ou das “expressões do direito” A Hermenêutica é a Teoria Científica da Interpretação, que busca construir um sistema que propicie a fixação do sentido e alcance das normas jurídicas. 12.Regras gerais de interpretação a) Gramatical: É aquela que se dá por meio da análise gramatical, pela leitura dos termos e expressões da norma jurídica. - Exemplo: Artigo 3º, do CPC: “Para propor ou contestar ação é necessário ter interesse e legitimidade”. b) Lógica: É aquela que leva em consideração os instrumentos fornecidos pela lógica para o ato de intelecção, que, naturalmente, estão presentes no trabalho interpretativo. - Exemplo: Artigo 2º, do Código Civil: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.” c) Histórica: É a que se preocupa em investigar os antecedentes da norma: como ela surgiu, por que surgiu, quais eram as condições sociais do momento em que ela foi criada; quais eram as justificativas do projeto; que motivos políticos levaram à sua aprovação, etc. - Exemplo: A Constituição Democrática e Cidadã de 1988. d) Teleológica: É aquela que considera os fins aos quais a norma jurídica se dirige. - Exemplo: § 4º, do Artigo 1.228, do Código Civil: “O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante.” e) Sistemática: Cabe ao intérprete levar em conta a norma jurídica no contexto maior de ordenamento ou sistema jurídico. - Exemplo: Artigo 42, da Lei 8.078/90 – CDC:“Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto ao ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.” Interpretação conforme a Constituição: cabe ao operador do direito interpretar a legislação infraconstitucional a partir da CF/88. Exemplos: Art. 1.723, caput, CC: “É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família”. Art. 5º, caput, CF: “Todos são iguais perante a lei (...)” Art. 226¸§ 3º, CF: “Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar a sua conversão em casamento.” 13.Regras específicas da interpretação a) Reserva mental – Ocorre reserva mental quando um dos declarantes oculta a sua verdadeira intenção. Art. 11º, CC/2002: “A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.” b) Silêncio– Em regra não se aplica ao direito o provérbio quem cala consente. - Dispõe o art. 432 do CC: “O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.” c) Cláusula obscura e passível de dúvida - Art. 112, CC/2002: “Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.” d) Boa-fé e usos e costumes do lugar da celebração – Deve o interprete presumir que os contratantes procedem com lealdade e que tanto a proposta quanto a aceitação foram formuladas dentro do que eles podiam e deviam entender como razoável. A má-fé, logo, deve ser provada. - Art. 113, CC/2002: “Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.” e) Negócios jurídicos benéficos - Negócio jurídico benéfico é aquele que proporciona vantagem a apenas uma das partes: remissão, doação pura e simples, fiança, testamento, etc. Devem ter uma interpretação porque representam uma renúncia de direitos. - Art. 114, CC/2002: “Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente”. Há outros dispositivos no Código Civil e em leis especiais que estabelecem regras sobre interpretação em determinados negócios: - Adesão de cláusulas ambíguas ou contraditórios = Art. 423, CC; - Transação = Art. 843, CC; - Fiança = Art. 819, CC; - Cláusula testamentária = Art. 1.899, CC; - Relações de consumo = Art. 47, CDC. A doutrina e a jurisprudência têm entendido em matéria de interpretação que: 1. Em relação aos contratos, deve-se ater à boa-fé, às necessidades de crédito e à equidade; 2. Aos negócios causa mortis não se aplicam princípios pertinentes aos negócios inter vivos, como o de boa-fé, nem mesmo se permite sua interpretação com dados alheios ao texto; 3. Nos contratos que contiverem palavras que admitam dois sentidos, deve-se preferir o que mais convier a sua natureza; 4. Nos contratos de compra e venda, deve-se interpretar em favor do comprador; 5. Na compra e venda, todas as dúvidas devem ser interpretadas contra o vendedor;6. No caso de ambiguidade, interpreta-se de conformidade com o costume do país; 7. Quanto vocábulo contido no final da frase, dever-se-á interpretá-lo como parte da frase toda. 8. Na interpretação contratual consideram-se as normas jurídicas correspondentes; 9. Nas estipulações obrigacionais dever-se-á interpretar de modo menos oneroso ao devedor; 10. Por mais amplos que sejam s termos de um contrato, só abrangem os bens sobre os quais os interessados contrataram e não os de que não cogitaram; 11. No conflito entre duas clausulas a antinomia prejudicará o outorgante e não o outorgado; 12. Na clausula com dois significados, deve ater-se ao mais executável; 13. Nas cláusulas duvidosas, favorece-se quem se obriga; 14. Nas clausulas contratuais que apresentarem modalidades impostas pelos usos locais ou do negócio, se examinará se a clausula duvidosa tem o sentido de qualquer desses usos; 15. As clausulas contratuais deverão ser interpretadas umas pelas outras; 16. Na interpretação de clausula testamentária com várias acepções prevalece a que assegura a vontade do testador. 14.Invalidade do Negócio Jurídico É possível distinguir, no mundo jurídico, os planos de existência, de validade e de eficácia do negócio jurídico. Existência: elemento estrutural do negócio jurídico. É a vontade e/ou consentimento das partes, por exemplo. No plano da existência, não se indaga da invalidade/validade ou eficácia/ ineficácia do negócio jurídico, importando, apenas, a realidade da existência. Validade: Requisito de aderência ao sistema jurídico; são as exigências mínimas para que haja um negócio jurídico e este seja válido e, posteriormente, eficaz. Eficácia: Qualidade de determinado negócio jurídico produzir efeitos sensíveis à sociedade. São possibilidades de invalidação do negócio jurídico: a Inexistência, a Anulação e a Nulidade. a) Nulidade do Negócio Jurídico (Art. 160, CC) É a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados sem a observância dos requisitos essenciais (Art. 104, CC/2002), impedindo-os de produzir os efeitos que lhes são próprios. O negócio é nulo quando ofende preceitos de ordem pública que interessam à sociedade; não possui retroatividade. Segundo Orlando Gomes, a nulidade “consiste na consequência da transgressão às regras expressamente previstas no Código Civil que atingem a essência do negócio jurídico”. São nulos dos atos negociais (Art. 166, CC/2002): - Celebrados por pessoa absolutamente incapaz; - For ilícito, impossível ou indeterminado seu objeto; - Não revestir a forma prescrita em lei; - Não preterir alguma solenidade que a lei considere essencial para sua validade (condição formal); - Quando a lei taxativamente o declarar nulo ou proibir-lhe a pratica (nulidade textual). Espécies de nulidade A nulidade pode ser absoluta ou relativa; total ou parcial e textual ou virtual. A nulidade pode ser absoluta (existe um interesse social, além do individual, cujos efeitos atingem, pois, a todos), ou relativa, também chamada de anulabilidade (atinge negócios que se acham inquinados de vício, mas que pode ser afastado ou sanado). Será total quando atingir o negócio jurídico como um todo. Será parcial quando atingir apenas parte dele. Será textual, por sua vez, quando expressa na lei (art. 548, CC). Será virtual ou implícita quando, embora não expressa, seja deduzida de expressões, como“não podem”, “não se admite” (art. 1.521, CC) e outras semelhantes. Simulação (Art. 167, CC) A simulação é uma declaração falsa, enganosa, da vontade, visando aparentar negocio diverso do efetivamente desejado. Consiste, então, o negócio simulado a celebração um ato, que tem aparência normal, mas que, na verdade, não visa o efeito que juridicamente deveria produzir. - O Art. 167 do Código Civil declara “nulo o negócio jurídico simulado”, afirmando que, no entanto, “subsistirá o que se dissimulou, se valido na forma e na substância”. - É uma desconformidade consciente da declaração, realizada em comum acordo com a pessoa a quem se destina, com o objetivo de fraudar a lei ou engana terceiros. - Trata-se, na realidade, de um vicio social que acarretará, via de regra, a nulidade do negócio jurídico. Características do Negócio Simulado: - Via de regra, é negócio jurídico bilateral; - É sempre acordada com a outra parte, ou com as pessoas a quem ela se destina; - É uma declaração deliberadamente desconforme com a intenção; - É realizada com o intuito de enganar terceiros ou fraudar a lei. Simulação Absoluta e Simulação Relativa Simulação absoluta: As partes não realizam nenhum negócio: apenas fingem, para criar uma aparência, uma ilusão externa, sem que na verdade desejem o ato. - Essa modalidade se destina a prejudicar terceiro, subtraindo os bens do devedor à execução ou partilha. Exemplos: I) falsa confissão de dívida perante amigo, com concessão de garantia real, para esquivar-se da execução de credores quirografários. II) emissão de cheques em favor de amigos e posterior dação em pagamento de bens (quando o credor aceita que o devedor dê fim à relação de obrigação existente entre eles pela substituição do objeto da prestação, ou seja, o devedor realiza o pagamento na forma de algo que não estava originalmente na obrigação estabelecida, mas que extingue-a da mesma forma), em pagamento desses títulos, para subtrair bens de uma possível partilha. Simulação relativa: As partes pretendem realizar determinado negócio, prejudicial a terceiro ou em fraude à lei. Para escondê-lo, ou dar-lhe aparência diversa, realizam outro negócio. - Compõe-se de 2 negócios jurídicos: Simulado – aparente, destinado a enganar; e Dissimulado – oculto, mas verdadeiramente desejado. Exemplos: I) Homem casado, para contornar a proibição legal de fazer doação à concubina, simula a venda a um terceiro, que transferirá o bem àquela; II) II) Para pagar imposto menor e burlar o Fisco, as partes passam a escritura por preço inferior ao real. Outras espécies de Simulação: - Simulação inocente: a declaração não traz prejuízo a quem quer que seja, sendo, portanto, tolerada. - Simulação maliciosa: existe a intenção de prejudicar por meio do processo simulatório. 16. Anulação/ Anulabilidade do Negócio Jurídico(Art. 171, CC) É a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados por pessoa relativamente incapaz ou eivados de algum vício do consentimento ou vício social–Erro, Dolo, Coação, Estado de perigo, Lesão ou Fraude contra Credores. A anulabilidade visa a proteção do consentimento ou refere- se à incapacidade do agente. Por não concernir questões de interesse geral, de ordem pública – tal como a nulidade -, é prescritível e admite confirmação, como forma de sanar o defeito que a macula. 17. Inexistência do Negócio Jurídico Infringência, desconformidade ou violação a qualquer um dos requisitos de validade previstos no Art. 104 do Código Civil. É inexistente o negócio quando lhe falta algum elemento estrutural, tal como o consentimento. Não produz efeitos. É o nada em direito, não reclama ação própria para combatê-lo. Se não houve manifestação na vontade, por exemplo, o negócio não chegou a se formar; inexiste, portanto. Se a vontade foi manifestada mas encontra-se contaminada por erro, dolo ou coação, por exemplo, o negócio existe, mas é anulável. Se a vontade emana de um absolutamente incapaz, maior será o erro, mas o negócio existe, mas será nulo. 18.Diferenças entre nulidade e anulação - A nulidade é de ordem pública e decretada no interesse da coletividade, ao passo que a anulabilidade é decretada no interesse privado da pessoa prejudicada. (Art. 168 e 177, CC) - A nulidade não é sanada, nem suprida pelo Juiz por ser de ordem e interesse público; ao passo que a anulabilidade pode ser suprida pelo juiz, a requerimentodas partes. - A nulidade deve ser pronunciada ex officio pelo juiz, e seu efeito é ex nunc, pois retroage à data do negócio para negar-lhe efeitos (Art. 177, CC). A anulabilidade não pode ser pronunciada ex officio, dependendo da provocação dos interessados - O negócio anulável produz efeitos até que seja denunciada sua invalidade - e não opera antes de julgada a sentença. O efeito de seu reconhecimento é, portanto, ex nunc (Irretroativa) (Art. 177, CC). - A nulidade pode ser alegada por qualquer pessoa e a anulabilidade somente pelos interessados (prejudicados), pelo Ministério Público quando lhe couber intervir, e pelo magistrado não podendo ser decretada ex officio pelo juiz. (Art. 168, caput, CC) - O negócio nulo não se valida nunca com o decorrer do tempo. Ocorre a decadência da anulabilidade em prazos mais ou menos curtos – se a lei definir um tal ato como anulável, mas não estipula o tempo de decadência, este terá o prazo de dois anos. - O ato nulo não produz nenhum efeito (exceção – casamento putativo, na forma do art. 1.561, CC). O negócio anulável produz efeitos até o momento em que é decretada a sua invalidade. -O pronunciamento da nulidade produz efeitos extunc, isto é, desde o momento da emissão de vontade (natureza declaratória); ao passo que o da anulabilidade pode produzir efeitos ex nunc, isto é, produz efeitos até o momento que a sua invalidade seja decretada. - O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação e nem convalesce com o discurso do tempo – Imprescritibilidade do negocio jurídico nulo. (Art. 169, CC) 19.Disposições especiais 1. Art. 183, CC: “A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que este puder provar-se por outro meio”. Ou seja: A nulidade da escritura de um contrato de empréstimo de pequeno valor não invalida o negócio jurídico (o empréstimo, propriamente dito), que poderá ser provado por testemunhas. 2. Art. 184, CC: “Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável (...)” Ex.: Testamento nulo quanto à disposição testamentária (afronta à legítima do art. 1.789, CC), mas válido quanto ao reconhecimento de filho havido fora do matrimônio. 3. Art. 184, CC: “ (...) a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.” Exemplo: A nulidade do contrato de financiamento acarreta a nulidade da garantia ofertada pelo devedor, mas a eventual nulidade da garantia, não invalida o contrato de financiamento. 4. Efeitos da invalidação do negócio jurídico: Art. 182, CC: “anulado o negócio jurídico” Aplica-se tanto à nulidade como para a anulabilidade. Exceção: para os incapazes – art. 182, CC. 5. Conversão do Negócio Jurídico: Entende-se por conversão o ato por força do qual, em caso de nulidade do negócio jurídico querido principalmente, abre-se às partes o caminho para se fazer valer outro, que se apresenta como que compreendido no primeiro e escondido nos escombro deste os requisitos para necessários para sua existência. Art. 169, CC: “O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo.” Art. 170, CC: “Se porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.” - O instituto da conversão permite que, observados certos requisitos, se transforme um negócio jurídico, em principio nulo, em outro, para propiciar a consecução do resultado pratico que as partes visavam com ele alcançar. Ex: Uma venda simulada que teria os requisitos para doação; ato público nulo, que poderia conter os requisitos de doação. Os defeitos dos negócios jurídicos: se classificam em: a) Vícios do Consentimento: são aqueles em que a vontade não é expressa de maneira absolutamente livre, podendo ser eles: Erro; Dolo; Coação; Lesão e; Estado de Perigo. b) Vícios Sociais: são aqueles em que a vontade manifestada não tem, na realidade, a intenção pura e de boa-fé que enuncia, sendo eles: Fraude contra Credores e Simulação. Não há duvida de que é de vital importância o estudo dos vícios que maculam o negócio jurídico celebrado, atingindo a sua vontade ou gerando uma repercussão social, tornando o mesmo passível de ação anulatória pelo prejudicado ou de nulidade absoluta no caso de simulação (art. 166, do CC). 2) ERRO OU IGNORÂNCIA 2.1) Conceito: O erro é um engano fático, uma falsa noção da realidade, ou seja, em relação a uma pessoa, negócio, objeto ou direito, que acomete a vontade de uma das partes que celebrou o negócio jurídico. Quando o erro se dá na formação da vontade, tem-se o chamado erro vício; quando ocorre na declaração da vontade configura-se o chamado erro obstáculo, também denominado erro obstativo. O erro vício se forma antes da declaração, mas é com ela que se substancializa. Nele não há desconformidade entre a vontade e a declaração, por exemplo, “Antonio compra o prédio de Benito que na verdade é de José”. Já o erro obstáculo se dá na comunicação, por exemplo, o agente quer que Amarildo e diz Antonio. O nosso ordenamento não diferencia uma espécie da outra. Então, erro é o vício de consentimento que se forma sem induzimento intencional de pessoa interessada. É o próprio declarante quem interpreta equivocadamente uma situação fática ou lei e, fundado em sua cognição falsa, manifesta a vontade, criando, modificando ou extinguindo vínculos jurídicos. O Código Civil equipara o erro à ignorância, mas ambos expressam situações distintas. Enquanto no erro a vontade se forma com base na falsa convicção do agente, na ignorância não se registra distorção entre o pensamento e a realidade, pois o agente sequer tomara ciência da realidade dos fatos ou da lei. Ignorância é falta de conhecimento, enquanto o erro é o conhecimento divorciado da realidade. Entretanto, o erro sé é considerado como causa de anulabilidade ou nulidade relativa do negocio jurídico se for: essencial ou substancial (art. 138, do CC) e escusável ou perdoável. O erro essencial ou substancial é aquele que incide sobre a essência (causa) do negócio que se prática, sem o qual este não teria se realizado. É o caso do colecionados que, pretendo adquirir uma estátua de marfim, compra, por engano, uma peça feita de material sintético. Sendo, assim, o erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante (art. 144, do CC). Por exemplo, João pensa que comprou o lote nº 2 da quadra A, quando na verdade adquiriu o lote nº 2 da quadra B. Trata-se de erro substancial, mas antes de anular o Negócio jurídico, o vendedor entrega-lhe o outro lote 2.2) Espécie: As hipóteses de erro substancial estão enumeradas no art. 139, do CC e segundo Roberto de Ruggiero (2005, p. 341) o erro substancial se caracteriza por uma das seguintes modalidades: a) Error in negotio: neste tipo de falsa representação intelectual diz respeito à natureza do negocio jurídico celebrado. Pensa o agente que o imóvel lhe está sendo entregue a titulo de comodato e na realidade se trata de contrato de locação. b) Error in corpore: o dissenso entre a vontade real e a declarada refere-se à identidade do objeto do negócio, como no caso de que se declara que quer comprar o animal que está diante de si, mas acaba levando outro, trocado. c) Error in substantia: o agente identifica corretamente a natureza do vinculo estabelecido, bem como o objeto em função do qual se opera o negócio, todavia, desconhece algumas qualidade ou características essenciais, por exemplo: alguém adquire um aparelho televisor na crença de serLCD, verificando se tratar de TV apenas de Plasma. d) Error in persona: Esta espécie diz respeito à identiddade da pessoa com que o agente pratica o negócio jurídico ou alguma de suas qualidades, por exemplo, A sociedade XY Eletrônica LTDA contrata José latrina pensando se tratar do famoso José latinhas. e) Erro juris ou erro de direito: consiste no desconhecimento das implicações jurídicas trazidas pelo negocio jurídico. Em regra o erro de direito não é causa de anulabilidade ou nulidade relativa do negócio, porem, às vezes a doutrina e a jurisprudência flexibilizam esse entendimento. Desta forma, Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho (2008, p. 138) afirmam que “desde que não se pretenda descumprir preceito legal, se o agente, de boa-fé, prática o ato incorrendo em erro substancial e escusável, há que reconhecer, por imperativo de equidade, a ocorrência do erro de direito”. (ex: alguém eventualmente celebra contrato de importação de uma determinada mercadoria, sem saber que, recentemente, for expedido decreto proibindo a entrada de tal produto no território nacional. Neste exemplo, tem aplicação o erro de direito). (art. 139, III, do CC). O Erro escusável ou perdoável é aquele que dentro do que se espera do homem médio que atue com grau normal de diligencia. Não se admite, outrossim, a legação de erro por parte daquele que atuou com acentuado grau de displicência, pois o direito não deve amparar o negligente. Contudo, conforme o Enunciado nº. 12, do I Jornada de Direito Civil realizada no Superior Tribunal de Justiça afirma que o “Art. 138: na sistemática do art. 138, é irrelevante ser ou não https://jus.com.br/tudo/direito-civil escusável o erro, porque o dispositivo adota o princípio da confiança.” 2.3) O erro pode ser convalescido: Há a possibilidade de convalescimento do erro conforme se prevê o art. 144 do C.C. em razão do princípio da conservação dos atos e negócios jurídicos e ainda pelo princípio da segurança jurídica. Às vezes o erro surge devido ao meio de comunicação empregado para a transmissão de vontade negocial, assim diante de mensagem truncada, há o vício e, a possibilidade de anulação do negócio jurídico. Outras vezes o erro decorre de culpa in eligendo ou in vigilando de quem escolhe o mensageiro para levar a declaração de vontade. Não raro encontram-se discrepâncias graves entre a declaração de vontade emitida e a vontade finalmente comunicada. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade (art. 143, do CC). Anulará se o recálculo causar tamanha surpresa que importe em impossibilidade em cumprir o avençado. (ex: empréstimo bancário onde as prestações sofrem vários encargos que não se imaginava 2.4) O falso motivo nos negócios jurídicos: “Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.” Podendo até mesmo ser um acontecimento futuro, desde que seja a causa determinante da realização do Negócio jurídico (ex:. aluga um imóvel para instalar um restaurante, pressupondo que em frente terá uma escola, quando na verdade isto não ocorre). 2.5) Transmissão errônea da vontade: “Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos casos em que o é a declaração direta.” (ex. telégrafo, rádio, TV, fone, mensageiro (quem transmitiu errado pode vir a responder por perdas e danos.) - Se houver culpa do emitente prevalece o Negócio Jurídico. - Se aplica na hipótese do mero acaso e não quando há dolo, neste caso a parte que escolheu o emissário fica responsável pelos prejuízos que tenha causado à outra parte por sua negligência na escolha feita. 2.6) Vício redibitório X Erro Vício redibitório é garantia legal prevista para os contratos comutativos em geral. Se o agente compra coisa que vem defeituosa, pode rejeitá-la, redibindo o contrato, ou exigir abatimento no preço. Nesse caso não existe erro, pois o agente recebe exatamente o que pretendia comprar. O vício rebiditório não toca o psiquismo do agente. https://jus.com.br/tudo/empregado https://jus.com.br/tudo/emprestimo 3) DOLO 3.1) Conceito: Nossa lei não define dolo, limitando-se o art. 145, do CC a estatuir que “são os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a causa”. Sendo assim, podemos qualificar dolo como os artifícios ou manobras de uma pessoa visando a induzir outra em erro a fim de tirar proveito para si ou pra terceiro na realização do negócio jurídico. Não se pode confundir erro com o dolo, pois naquele o equivoco se forma espontaneamente, no dolo ele é induzido. O silêncio intencional de uma das partes sobre fato relevante ao negócio também constitui dolo (RT 634/130). 3.2) Requisitos: A conduta dolosa deve apresentar os seguintes requisitos: intenção de enganar o outro contratante; induzir o outro contratante em erro em virtude do dolo; causar prejuízo ao outro contratante; angariar benefício para o seu autor ou terceiro; que o dolo tenha sido a causa determinante da realidade do negócio. 3.3) Espécie: São espécie de dolo: Positivo ou comissivo; Negativo ou omissivo; Essencial; Acidental; Dolo de terceiro; Dolo de Representante; dolo bonus; dolo malus; Dolo Bilateral ou recíproco; dolo positivo ou negativo. a) Dolo principal: é aquele determinante do negócio jurídico celebrado, isto é, a vítima do engano não teria concluído o negócio ou o celebraria em condições essencialmente diferentes, se não houvesse incidido o dolo do outro contratante. È assim, porque o dolo é um vício de consentimento, e, como tal, necessita ser fator determinante do ato voluntário de quem foi a sua vítima. Gera a anulação do negócio com efeitos ex nunc. b) Dolo acidental: é aquele em que as maquinações empreendidos não tem o poder de alterar o consentimento da vítima, que de qualquer maneira teria celebrado o negócio, apenas de maneira diversa, não gera a anulação do negócio, mas apenas a satisfação em perdas e danos. c) Dolo de terceiro: ocorre quando o artifício ardil é pratica por uma terceira pessoa que não integra a relação jurídica, gerando os seguintes efeitos. I - se beneficiário da vantagem indevida tinha ciência do dolo ou tinha como saber, trata-se de dolo que torna anulável o negócio; II - porém, se o beneficiário não tinha conhecimento da existência do dolo praticado pelo terceiro, de modo que o negócio é mantido válido e o terceiro provocador do dolo responderá pelas perdas e danos causados ao lesado. O dolo de terceiro, para se constituir em motivo de anulabilidade, exige a ciência de uma das partes contratantes (RT 485/55). O acréscimo constante do vigente Código é absorção do que a doutrina e a jurisprudência já entendiam. Caberá ao critério do juiz entender o ato anulável por ciência real ou presumida do aproveitador do dolo de terceiro. O dolo pode ocorrer, de forma genérica, nos seguintes casos: 1. dolo direto, ou seja, de um dos contratantes; 2. dolo de terceiro, ou seja, artifício praticado por estranho ao negócio, com a cumplicidade da parte; 3. dolo de terceiro, com mero conhecimento da parte a quem aproveita; 4. dolo exclusivo de terceiro, sem que dele tenha conhecimento o favorecido (VENOSA, 2012, p. 412) d) Dolo de Representante; pode ter origem numa representante legal ou convencional. Assim, o representante é aquela pessoa (outorgante) que possui capacidade negocial e, portanto, age em nome do representando. Assim, o representante é o sujeito que emite uma declaração em nome do representando. Se o representante for legal, ouse já, importo pela lei, a sua declaração só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve. Se, porém a o representante dor convencional, ou seja, escolhido pelo representado, haverá responsabilidade solidária, em decorrência da culpa in elegendo.e) Dolo bônus e malus: o bonus não induz anulabilidade; é um comportamento lícito e tolerado, consistente em reticências, exageros nas boas qualidades, dissimulações de defeitos; é o artifício que não tem a finalidade de prejudicar; o malus consiste no emprego de manobras astuciosas destinadas a prejudicar alguém; é desse dolo que trata o Código Civil, erigindo- o em defeito do ato jurídico, idôneo a provocar sua anulabilidade. f) Dolo Bilateral ou recíproco: Se ambas as partes procederam com dolo, há empate, igualdade na torpeza. A lei pune a conduta de ambas, não permitindo a anulação do ato. "Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo, para anular o negócio, ou reclamar indenização" Note que não se compensam dolos. O que a lei faz é tratar com indiferença de ambas as partes que foram maliciosas, punindo-as com a impossibilidade de anular o negócio, pois ambos os partícipes agiram de má-fé. g) Dolo positivo ou negativo: os positivos, ou seja, afirmações falsas sobre a qualidade da coisa; o negativo se constitui numa omissão dolosa ou reticente; dá-se quando uma das partes oculta alguma coisa que o co- contratante deveria saber e se sabedor não realizaria o negócio; para o dolo negativo deve haver intenção de induzir o outro contratante a praticar o negócio, silêncio sobre uma circunstância ignorada pela outra parte, relação de causalidade entre a omissão intencional e a declaração de vontade e ser a omissão de outro contratante e não de terceiro (VENOSA, 2012, p. 410) 4) COAÇÃO 4.1) Conceito: A coação pode ser conceituada como sendo uma pressão de ordem moral, psicológica, que se faz mediante ameaça de mal serio e grave, que poderá atingir o agente, membro da família ou a pessoa a ele legada, ou, ainda, ao patrimônio, para que a pessoa pratique determinado negócio jurídico. Devemos salientar que no conceito de coação é importante distinguir a coação absoluta, que tolhe totalmente à vontade, da coação relativa, que é vicio da vontade propriamente falando. 4.2) Espécie: Na coação absoluta, coação física ou vis absoluta, não vontade, pois trata-se de violência física que não concede escolha do coagido. Neste caso a coação neutraliza completamente a manifestação de vontade tornando o negócio jurídico inexistente. Imagine a hipótese de um lutador de boxe pegar a mão de uma velhinha analfabeta, à força, para apor a sua impressão digital m um instrumento de contrato que ela não quer assinar. Nesta espécie de violência não permite ao coagido liberdade de escolha, pois passa a ser mero instrumento nas mãos do coator. Desta forma apenas a coação moral, coação relativa ou vis compulsiva acarretará a anulabilidade do negocio jurídico. 4.3) Requisito: De acordo com o art. 151, do CC “a coação para viciar a declaração de vontade, há de ser tal inócua ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou a seus bens”. No parágrafo único deste artigo também se admite a coação quando dirigida a uma pessoa ligada ao declarante. Dai podemos extrair três requisitos caracterizadores da coação: violência psicológica, declaração de vontade viciada seja a causa do negócio e receio sério e fundado de dano grave à pessoa, a família ou a pessoas próximas do coagido ou então a bens pertencentes a este. a) violência psicológica: esta deve ser injusta, pois se o autor da coação moral acena com a possibilidade de exercer regularmente um direito, tal atitude não tem o poder de configurar o vício de consentimento. Se a ordem jurídica reconhece o legítimo e regular exercício de um direito, não se poderá considerar abusiva a ameaça de seu exercício (ex: se o locatário, tornando-se inadimplente, não poderá alegar haver sido coagido pelo fato de o locador tê-lo advertido de que se não pagar os aluguéis em atraso recorrerá à justiça). b) declaração de vontade viciada seja a causa do negócio: a declaração, sob coação moral, é um ato viciado de vontade. Está não se expressa espontaneamente, livre e de acordo com a vontade real do declarante. Este declara o que não quer, mas por se achar premido diante de uma alternativa que lhe parece grave. Ao fazer a declaração, o agente opta pelo sacrifício que lhe parece menor. c) Bem ameaçado: este deve ser relevante. Se ordem patrimonial logicamente, o bem ameaçado pode ser valor superior ao do negocio feito. Se o alvo da ameaça for a pessoa do declarante ou algum membro de sua família ou, ainda, individuo de sua ligação. 4.4) Coação por terceiro: A coação por terceiro pode levar a anulação do negocio, desde que o declarante tivesse ou devesse dela tomar conhecimento. Quer dizer, se o declarante não tomou ciência da violência moral, nem dela devia conhecer o negócio jurídico não será anulado. É o que dispõe o art. 154, do CC “vicia o negocio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos”. Assim, só se admite a nulidade relativa do negócio se o beneficiário soube ou devesse saber da coação, respondendo solidariamente com o terceiro pelas perdas e danos. Se a parte coagida de nada sabia, subsiste o negócio jurídico, respondendo o autor da coação por todas as perdas e danos que houver causado ao coagido, conforme preceitua o art. 155, do CC. (ex: Quando O sujeito “A” ameaça o sujeito “B” para que este celebre o negocio jurídico com ”D”). 4.5) Efeito: Anulação ou nulidade relativa com efeitos ex nunc. AÇÃO PAULIANA OU REVOCATORIA A ação pauliana ou revocatória, submetida em regra ao rito ordinário do Código de Processo Civil Brasileiro, visa sobretudo o desfazimento de atos jurídicos que visam o desvio de patrimônio do devedor para terceiro, no intuito de serem reputados como intangíveis em eventual execução ou cumprimento de sentença. Para realizar o desfazimento, necessário que proceda à anulação do negócio jurídico, que obrigatoriamente afetará o devedor insolvente e terceiros que estejam envolvidos, sobretudo aqueles que agiram em contrassenso ao princípio da boa-fé consagrado pelo Código Civil Brasileiro. Importante indicar que a ação pauliana ou revocatória é por sua natureza jurídica, ação de anulação de ato(s) jurídico(s) lesivo(s) ao interesse de credores. A matéria que trata do vício social de fraude contra credores, alvo da ação pauliana ou revocatória, aloca-se entre os artigos 158 e 165 do Código Civil, prevendo as hipóteses permissivas de anulação do negócio jurídico quando verificada situações de presunção de fraude. Na ocorrência da realização de negócio jurídico de transmissão gratuita ou que propriamente reduzam o devedor à situação de insuficiência de garantias patrimoniais. No entanto, a lei exige o requisito da contemporaneidade, ou seja, o polo ativo deverá necessariamente ser credor à época do ato jurídico objeto de anulação. Ressalte-se que a ciência pelo devedor de sua redução ao estado de insolvência é dispensável para a anulação do ato pela ação pauliana. Para a caracterização da fraude contra credores no direito em geral, é imprescindível a existência do binômio: consilium fraudis e eventus damni. O primeiro pode ser definido como o conluio de vontades no intuito de fraudar credores. O segundo propriamente define-se como a ocorrência de dano, isto é, prejuízo para credores. No entanto, o direito civil brasileiro exige tão somente a existência deste último, sendo o consilium fraudis presumível, conforme César Fiuza (FIUZA, 2006, p.234). A fraude poderá manifestar-se de diversas formas, quais sejam: transmissão gratuita de bens, contrato oneroso, remissão de dívidas, renúncia de herança, antecipação quanto ao pagamento de dívidas, atribuição de preferências a credores. Tais fraudes são passíveis da incidênciade ação revocatória quanto ao devedor com capacidade patrimonial duvidosa frente ao seu patrimônio passivo. A respeito da transmissão gratuita de bens, a própria transferência patrimonial unilateral por doação considera-se presunção absoluta de fraude, pois não é razoável que, havendo patrimônio passivo superior ao ativo tenha cabimento a doação de parte deste ativo a terceiros, sendo este mecanismo frequentemente utilizado para afastar de credores o patrimônio ativo remanescente quanto às dívidas existentes. Acerca de contratos onerosos, poderá ocorrer mediante simulação de negócios jurídicos, como emissão de documentos que atribuam responsabilidade com data retroativa, que podem nem ter efetivamente ocorrido. A remissão de dívidas pode ser vislumbrada como o perdão de dívidas, a fim de que o patrimônio ativo adquirido com o pagamento dos valores não se reverta em favor da massa creditícia. O pagamento antecipado de dívidas também figura como modalidade de fraude, pois não tendo a dívida não vencida o requisito da exigibilidade, não há razão bastante à antecipação e privilégio em detrimento dos demais credores, havendo situação de insolvência, ainda que não declarada judicialmente. No que tange à renúncia de herança, esta não poderá ser feita na hipótese da falta de garantia do cumprimento das obrigações pelo credor herdeiro, sendo viável a manifestação do credor em sede de intervenção em ação de inventário pelo credor como terceiro interessado. Ademais, a atribuição de preferência a credores, tais como garantias reais, traz por si só tratamento desigual entre credores, sendo considerado como fraude aos demais, quanto ao comprometimento do patrimônio com exclusividade com relação a apenas um ou alguns credores. Dessa feita, cumpre indicar que a ação pauliana ou revocatória poderá ser utilizada amplamente como instrumento jurídico-processual de combate à fraude contra credores independentemente como esta poderá se manifestar em qualquer uma de suas formas em detrimento dos credores. TEORIA DAS INVLIDADES: consequência legal para sanear um ao jurídico que não respeitou os requisitos legais. É a forma que o direito tem para resguardara normalidade nas RJ . Abrangência da expressão: DO + grave (nula) ao – grave (anulável), as invalidades são classificadas de acordo com sua gravidade: NJ inexistente: quando falta algum elemento estrutural, como o consentimento. NJ nulo: quando ofende receito do interesse públicos e da sociedade. NJ anulável, quando a ofende o interesse de particulares que se o legislador quer proteger. NULIDADE ABSOLUTA: (NULA): Invalidade é uma expressão utilizada para designar o negócio que não produz as consequências desejadas pelas partes. É gênero do qual decorrem duas espécies: 1º- nulidade (negócio jurídico nulo) 2º- anulabilidade (negócio jurídico anulável) No Código Civil de 2002 as expressões foram eliminadas, mas continuam sendo utilizadas pela doutrina e jurisprudência. A escolha do legislador por uma ou outra sanção (consequência a ser aplicada) decorre da análise do interesse envolvido. Quando há ofensa a princípios básicos do ordenamento jurídico e, consequentemente, lesão a interesse da coletividade (hipóteses mais graves), o legislador impõe a nulidade. Quando o interesse é particular (hipóteses menos graves), a sanção escolhida é a anulabilidade. 1-Princípio da conservação dos contratos Nos termos do art. 184 do Código Civil, “respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal”. A aplicabilidade dessa norma se dá tanto às hipóteses de nulidade como às de anulabilidade, preservando, se possível for, parte do negócio jurídico que não esteja contaminado pela invalidade. 2-Ato inexistente e a necessidade de declaração judicial O ato inexistente é aquele que não preenche os elementos essenciais à sua constituição. Ao contrário dos atos inválidos, o ato inexistente é considerado um simples fato que não tem força para produzir efeitos jurídicos. Desta forma, em princípio, não é sequer necessária a propositura de ação judicial para reconhecer o ato como inexistente (o ato existe no mundo dos fatos, mas não no do direito). No entanto, a prática revela que muitas vezes será necessária a propositura de ação declaratória de inexistência. Isso faz com que desapareça o principal fator de distinção entre a https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10718839/artigo-184-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 inexistência e a nulidade: a necessidade de declaração judicial. Negócio Jurídico inexistente é o ato que contém um grau tão elevado de nulidade e esta é tão notória que dispensa ação judicial para ser declarado sem efeito (negócio realizado sob coação física). Na verdade nunca chegou a ser ato jurídico. 3- Teoria Ponteana e seus 3 planos : 1ºPlano da Existência: agente; manifestação de vontade; objeto; forma dessa manifestação. 2ºPlano da Validade : agente capaz e legitimado; objeto lícito, possível e determinado ou determinável; manifestação de vontade livre; forma prescrita ou não defesa em lei. 3º Plano da Eficácia: condição (evento futuro e incerto); termo (evento futuro e certo); encargo ou modo. São os ditos elementos acidentais, porque podem ou não fazer parte do negócio jurídico Em tese, um Negócio Jurídico pode existir e não ser válido. Exemplo é o contrato firmado por pessoa absolutamente incapaz; aqui, o negócio existe porque foi firmado por uma pessoa, mas é inválido, porquanto a parte não possui capacidade de exercício de sua vontade. Por outro lado, um Negócio Jurídico pode existir e ser válido, mas não ser eficaz, exemplo, testamento revogado antes do falecimento do testador. 4- princípio da forma livre A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, o que significa que a declaração da vontade só dependerá de forma determinada quando a norma jurídica explicitamente o exigir Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. Nesses casos quando for https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 exigido que o negócio seja praticado por escritura pública, a procuração também deve ser dada por escritura pública. No Negócio Jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, esse é da substância do ato. 5-Negócio Jurídico ineficaz é o ato é válido e produz efeitos. Só que apenas entre as partes. Não produz efeitos perante terceiros. Quando o ato não produz efeitos em relação a certa pessoa, diz-se que a ineficácia é relativa; quando não produz efeitos perante todas as outras pessoas diz-se que a ineficácia é absoluta. 6-NULIDADE: atinge interesse público; opera-se de pleno direito; pode ser arguida pelas partes, por terceiro, pelo MP ou pelo juiz “ex officio" a sentença é declaratória e tem efeitos “ex tunc"; não se sujeita a prazo prescricional ou decadencial; não convalesce. -causas: art. 166 e seguintes do CC/02. I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; III - o motivo
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